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CAPÍTULO 1 – ESTUDO DA VELHICE – HISTÓRICO, DEFINIÇÃO E TERMOS (NETO, 2006) HISTÓRICO: - O processo de envelhecimento sempre foi tema de estudos e pesquisas, desde o início das civilizações. - Mas foi o Séc. XX que marcou os grandes avanços da ciência do envelhecimento e dos estudos sistemáticos da Geriatria e Gerontologia. - O crescimento do nº de idosos exerceu pressão para o desenvolvimento das pesquisas. - 1903: Elie Metchnikoff: criação de uma nova especialidade: a Gerontologia. – Pensava que algum dia um ‘velhice fisiológica normal’ poderia ser alcançada pela ciência - 1909: Criada a Geriatria: Especialização da Medicina que visava tratar das doenças dos idosos e da velhice. - Ignatz L. Nasher: considerado pai da Geriatria; Fundou a Sociedade de Geriatria em Nova Iorque (1912) - G. Stanley Hall: Psicólogo (1922) que procurou comprovar que as pessoas idosas tinham recursos até então não apreciados, contradizendo a crença da época de que a velhice era simplesmente o reverso da adolescência - Durante mais de duas décadas a Gerontologia ficou praticamente restrita aos aspectos biológicos do envelhecimento e da velhice, até o trabalho de Marjory Warren (1930) que delineou os primórdios de uma avaliação multidimensional e a importância da interdisciplinaridade, além de implementar os princípios de uma avaliação geriátrica especializada. - Entretanto, as pesquisas de caráter biofisiológico ajudaram a estabelecer as alterações estruturais e funcionais que se desenrolam com o passar dos anos, que, embora variáveis de indivíduo para outro, são encontradas em todos os idosos e são próprias do processo de envelhecimento. Foi estabelecido o limite entre senescência e senilidade. - 1942: Criação da American Geriatric Society e, em 1946, a Geronyological Society of American e a Division of Maturity and Old Age da American Psychological Association, resultados dos interesses científicos pelo estudo da velhice e também pelo crescimento demográfico devido ao envelhecimento populacional mais acentuado nos EUA. - Entre 1950 à 1979 houve um crescimento muito significativo (um ‘Boom’) nos trabalhos sobre a velhice. - À partir de perspectivas de nomes como Walforrd (1985) e outros Biogerontologistas, o processo de envelhecimento passa a ser visto como um processo que não se pode ser alterado. - O aumento no número de idosos e seus problemas característicos trouxe muitas mudanças na sociedade.Passou a ser necessário buscar os determinantes das condições de saúde e de vida dos idosos e conhecer as múltiplas facetas que envolvem a velhice e o processo de envelhecimento. - Não ver a velhice mais somente do prisma Biofisiológico, mas igualmente pelo prisma dos problemas ambientais, psicológicos, sociais, culturais e econômicos que pesam sobre eles (visão global do envelhecimento e do idoso). No Brasil o impacto social é mais significativo que o biológico: crescimento da população idosa seguida de uma má distribuição de renda: associam-se as múltiplas afecções concomitantes, as perdas não raras da autonomia e a dificuldade de adaptação do idoso às exigências do mundo moderno que levam o velho ao isolamento social e o impacto para a sociedade que tem que enfrentar esses desafios dentro de um curto período. - Sociedade em contradição: de um lado, defronta-se com o crescimento massivo da população idosa, do outro, se omite perante a velhice ou adota uma postura preconceituosa contra esta população. - Salgado (1982): Valores culturais sedimentados qualificaram extremamente o potencial da juventude em detrimento da idade madura e da velhice, interpretada como um misto de improdutividade e decadência. - Associa-se a tudo isso a rejeição do idoso ao seu próprio envelhecimento e aos novos comportamentos e valores da sociedade. São duros frente a estes e tentam impor seus velhos costumes/valores aos demais. - O estudo da velhice frente ao sexo: percebe-se a maior estimativa de vida das mulheres idosas devido a sua menor exposição à fatores de risco e seu maior envolvimento papéis e comportamentos saudáveis. - Todos estes problemas estes problemas trouxeram à tona a situação do velho e do processo de envelhecimento no Brasil. Resume-se em 4 fatores os propulsores dos estudos sobre esta população: 1) a pressão passiva exercida pelo número rapidamente crescente de idosos no Brasil; 2) o clamor da sociedade que começou a sentir o peso de um desafio perante os múltiplos problemas médicos, psicossociais e econômicos gerados pela velhice; 3) o Interesse de profissionais da saúde, pesquisadores, sociedades científicas e Universidades no estudo de um processo que oferece amplo campo de investigação científica e na solução de problemas desta população; 4) a disseminação dos conhecimentos sobre o fenômeno da velhice em todo o mundo. - em 1961 foi fundada a Sociedade Brasileira de Geriatria (SGB), designada depois de Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SGBB – 1968), e a partir dos anos 80 começou a crescer o caráter interdisciplinar e multidisciplinar na entidade, aumentando o número de Gerontólogos, seguindo a tendência mundial. - Vários Cursos e Especializações em Geriatria e Gerontologia passaram a surgir em Hospitais e Universidades à partir de 1975 (Marcos: Universidade Católica do Rio Grande do Sul - 1975; Serviço de Geriatria do HC da USP + curso de extensão universitária, estágio e residência - 1975; Universidade Federal do Rio Grande do Sul - 1980; 1º Curso de Gerontologia do Instituto Sedes Sapientiae – 1982; USP reconhece a Geriatria como disciplina obrigatória no currículo do 4 ano – 1992;) - promulgação de Políticas Nacionais para o idosos, em 1996, e para a saúde do idoso, em 1999, com uma preocupação explícita com o ensino superior e a pesquisa sobre velhice e envelhecimento. DEFINIÇÃO DO CAMPO E INTERDISCIPLINARIDADE: - Propiciar a pessoa idosa atenção abrangente à saúde, colocando em prática o preconizado pela OMS. - Não somente o controle das doenças, mas, e principalmente, bem-estar físico, psíquico e social, ou seja, a melhoria da qualidade de vida. - A atenção passa a ser prioritariamente multidimensional: participação de outros profissionais da saúde além do médico que, em conjunto, respeitando a especificidade de cada área e caso, definirão a melhor conduta - Sabendo-se que o fenômeno do envelhecimento é multifacetado e multifatorial, a Gerontologia adota como objetivo tratar dos aspectos biológicos, sociais, psíquicos, legais, entre outros, e promover pesquisas que possam esclarecer os fatores envolvidos em sua gênese. - Reconhecimento pela autoridade e comunidades científicas de uma área de conhecimento científico, a ciência do envelhecimento. A ciência do envelhecimento é o centro pelo qual emanam outras ramificações: Gerontologia Social, Gerontologia Biomédica, e Geriatria. Gerontologia Social: Aborda os aspectos não orgânicos que se relacionam com o processo do envelhecimento e o idoso, compreendendo, assim, os aspectos antropológicos, psicológicos, legais, sociais, ambientais, econômicos, éticos e políticas de saúde. Geriatria: Têm sob seus domínios os aspectos curativos e preventivos da atenção a saúde e, para tal, tem uma relação estreita com disciplinas da área médica, como a neurologia, cardiologia, psiquiatria, pneumologia, entre outras, que deram origem a criação de subespecialidades, como a neurogeriatria, psicogeriatria, cardiogeriatria, etc. Gerontologia Biomédica: Tem como eixo principal o estudo do fenômeno do envelhecimento, do ponto de vista molecular e celular (biogerontologia), enveredando pelos caminhos de estudos populacionais e de prevenção de doenças associadas. - Interdisciplinaridade: a saúde do idoso não pode ser abrangida em sua investigação e prática por uma única disciplina, já que as questões biológicas neste campo estão imbricadas com as relações sociais e com expressões emocionais, valores culturais e recursos ambientais. TERMOS BÁSICOS: - o limite de idade entre o indivíduo adulto e o idoso é de 65 anos para os países desenvolvidose de 60 anos para os países em desenvolvimento. Esta é a idade Cronológica. - Discute-se ainda hoje se o envelhecimento tem início após o nascimento, após o final da terceira década de vida ou próximo ao final da existência do indivíduo. - Gênero, classe social, saúde, educação, fatores de personalidade, história passada e contexto socioeconômico são elementos importantes que se mesclam para determinar as diferenças entre idosos de mesma idade cronológica. - Idade Biológica: difícil de se definir devido a inexistência de marcadores biofisiológicos eficazes e confiáveis do processo de envelhecimento. Mas esta relacionada ao nível funcional em relação a idade cronológica - Idade Psicológica: Refere-se à relação entre a idade cronológica e as capacidades, tais como percepção, aprendizagem e memória. Tem relação também com o senso subjetivo de idade da pessoa, ou seja, como esta avalia o seu próprio envelhecimento e responde a este. - Idade Social: Tem relação com a capacidade de adequação de um indivíduo ao desempenho de papéis e comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, num dado momento histórico de cada sociedade. - Envelhecimento: Pode-se considerar como a fase de todo um continuum que é a vida, começando esta com a concepção e terminando com a morte. Ao longo desse continuum observa-se várias fases de desenvolvimento. O envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam a perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte. Envelhecimento Comum: nesta forma de envelhecimento admite-se que os fatores extrínsecos (dieta, sedentarismo, causas psicossociais, etc.) intensificariam os efeitos adversos que ocorrem com o passar dos anos; enquanto que na forma de envelhecimento saudável (bem-sucedido) estes fatores externos não estariam presentes ou, quando presentes, em menor intensidade e seriam de menor importância. - As principais condições associadas à velhice bem-sucedida seriam: baixo risco de doenças e de incapacidades funcionais relacionadas às doenças; funcionamento mental e físico excelentes; e envolvimento ativo com a vida. Envelhecimento Normativo: pode ser de dois tipos: primário e secundário. - Envelhecimento primário: seria o envelhecimento universal, presente em todas as pessoas, geneticamente determinado ou pré-programado. - Envelhecimento Secundário: Seria o envelhecimento resultante de algumas influências externas e variável entre indivíduos em diferentes meios. Seria o decorrente de fatores cronológicos, geográficos e culturais. - Senescência ou Senectude: resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento normal - Senilidade: caracterizada por modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa idosa. CAPÍTULO 2 – TEORIAS BIOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO (JECKEL-NETO; CUNHA, 2006) - Mudanças com o Séc. XX: nunca antes populações apresentaram expectativas de vida tão altas e em toda história da Biologia nunca houve tanto instrumental disponível para pesquisa. CONCEITOS FUNDAMENTAIS: - Envelhecimento: O termo descreve mudanças morfofuncionais que ocorrem ao longo da vida após a maturação sexual e que, progressivamente, comprometem a capacidade de resposta dos indivíduos ao estresse ambiental e à manutenção da homeostasia. - Vários pesquisadores definem envelhecimento como “o que acontece num organismo com o passar do tempo”. - Envelhecimento não é somente soma de patologias agregadas e de danos induzidos por doenças. Nem todas as mudanças são ligadas à idade. - Mudanças fundamentalmente relacionadas com a idade obedecem a quatro condições (STREHELER, 1959): 1) Devem ser deletérias – reduzem a funcionalidade; 2) Devem ser progressivas – se estabelecem gradualmente; 3) Devem ser intrínsecas – não resultado de um componente ambiental modificável, embora isso influencie; 4) Devem ser universais – mudanças comuns aos indivíduos da mesma espécie com o avanço da idade. - Senescência: descreve mudanças que ocorre em um organismo, relacionadas com à idade, afetando adversamente sua vitalidade e funções e aumentando mais significativamente a taxa de mortalidade em função do tempo. - Senilidade: Estágio final da Senescência, onde o risco de morte beira aos 100%. - Longevidade: tempo transcorrido entre o nascimento e a morte. O FENÔMENO DO ENVELHECIMENTO: - Algumas teorias têm dificuldade de se sustentar por apoiarem-se em uma concepção ingênua na qual uma dada alteração biológica que ocorre com o passar do tempo poderia ser provocada por uma causa particular, o que é contrária à noção de sistemas hierárquicos interativos. - Não há possibilidades de intervir em algum ponto do sistema de modo a afetá-lo de maneira global e alterar o curso de mudanças ao longo do tempo, de modo que dificilmente existirá o “elixir da juventude”. - Assim, há uma dificuldade em investigar o fenômeno do envelhecimento como um todo e demonstrar a validade das hipóteses formuladas pela ciência, devido à 7 pontos resumidos: 1) Testagens das teorias demandam grande aporte financeiro, tempo de execução e técnicas sofisticadas; 2) Ausência de definição clara e de aceitação geral do processo de envelhecimento; 3) Formulação de teorias são muito recentes e pouco discutidas; 4) Pequeno número de cientistas envolvidos = poucas pesquisas que comprovem as hipóteses; 5) O Estudo do envelhecimento é muito influenciado pelo contexto cultural das populações e pesquisadores; 6) Muitos investigadores e agencias de pesquisa não demonstram interesse pelo tema, apesar da relevância; 7) Os estudos exigem multidisciplinaridade e interdisciplinaridade (teorias), devido a complexidade do tema; VISÃO GERAL DAS TEORIAS CORRENTES: - Deve-se levar em conta se os efeitos postulados por cada teoria acontecem acidentalmente (teorias Estocásticas) ou como resultados das cascatas de retroalimentação hierárquicas características das espécies (teorias Sistêmicas) - Assim, uma teoria pode ser simultaneamente intracelular e estocástica, ou intercelular e sistêmica, vice-versa. TEORIAS ESTOCÁSTICAS: - Perece ser improvável que um processo como o envelhecimento se deva a fatores aleatórios ou estocásticos; - Contudo essa é a base das teorias que postulam à acumulação de danos moleculares ao acaso como determinantes da deterioração associada à idade. Teorias de Uso e Desgaste: - Nessa concepção, o acúmulo de agressões ambientais no dia-a-dia levaria ao decréscimo gradual do organismo; - Desatualizadas, mas persistem, pois os atuais avanços da Biologia reformularam-na não como uma teoria, mas um componente de outras. Proteínas Alteradas: - Estabelece que mudanças que ocorrem em moléculas proteicas após a tradução, e que são dependentes do tempo, provocariam alterações conformacionais e mudariam a atividade enzimática, comprometendo a eficiência da célula. - Calcula-se que 30 a 50% do total de proteínas de um animal idoso pode ser composto de proteína oxidada. - Nessa concepção, modificações oxidativas seriam um conceito unificador que permitiria compreender as alterações proteicas durante o envelhecimento. Mutações somáticas: - o Acúmulo de mutações somáticas ao longo da vida alteraria a informação genética e reduziria a eficiência da célula até um nível incompatível com a vida. -Surge do postulado de que a longevidade de cada espécie resultaria de taxas de danos aleatórios que poderiam tornar inativas grandes porções de cromossomos, ou mesmo cromossomos inteiros. - Porém, nem todo dano cromossômico pode resultar em anormalidades visíveis e, ao se considerar o envelhecimento como um todo, há pouco suporte experimental para a teoria da mutação somática. Erro Catastrófico: - Processos incorretos de transcrição e/ou de tradução dos ácidos Nucléicos reduziriam a eficiência celularà um nível incompatível com a vida. - Um erro catastrófico aconteceria quando a frequência de erros no processo de tradução alcançasse um valor no qual um ou mais processos vitais para a célula assumissem uma ineficiência letal. Desdiferenciação: - Nesta hipótese, mecanismos errôneos de ativação e representação gênica, fariam a célula sintetizar proteínas desnecessárias, diminuindo a eficiência celular até a morte; - Supõe que mudanças estocásticas que ocorrem no aparato de regulação gênica resultariam em mudanças na expressão gênica. Hipótese ainda permanece em investigação, pela possibilidade de testes moleculares. Dano Oxidativo e Radicais Livres: - Postula que todas as deficiências fisiológicas características de mudanças realmente relacionadas com a idade, ou maioria delas, podem ser atribuídas aos danos intracelulares produzidos pelos radicais livres; - Apesar de plausível, não pode ser claramente provado ou negado por um único experimento, sendo diversos tipos de evidências levantadas para testar esta teoria, mas ainda existem muitas controvérsias. Lipofuscina e o Acúmulo de Detritos: - Propõe que o envelhecimento celular é causado pelo acúmulo intracelular de produtos do metabolismo (Lipofuscina) que não podem ser destruídos ou eliminados, exceto pelo processo de divisão celular. Mudanças Pós-tradução em Proteínas: - Modificações químicas dependentes do tempo ocorrendo em macromoléculas importantes (como o colágeno e a elastina) comprometeriam as funções dos tecidos e reduziriam a eficiência celular, culminando na morte. - Já que um terço do conteúdo total de proteínas de um mamífero é composto por colágeno, as mudanças nessa molécula, á medida que o indivíduo envelhece, tem repercussões importantes em praticamente todos os aspectos morfológicos e fisiológicos do organismo. TEORIAS SISTÊMICAS: - Existem propriedades que não são codificadas com precisão em qualquer fragmento de DNA, não surpreendendo que dois organismos diferentes de uma mesma espécie mostrem, com o tempo, variações significativas moduladas pelo ambiente e na maneira como essas interações de organização complexa são expressas. Teorias Metabólicas: - Em alguns organismos, alterações metabólicas induzidas por temperatura e/ou dieta produziriam mudanças correspondentes na longevidade; - Além disso, existem dados consistentes mostrando que a taxa metabólica tende a declinar com o avanço da idade; - Essas e outras observações similares levaram à hipóteses de que a longevidade pode ser mais bem entendida como função do declínio metabólico; Estabelece que a longevidade seria inversamente proporcional à taxa metabólica. - Teorias de dano mitocondrial sugerem que os danos cumulativos do oxigênio sobre a mitocôndria seriam os responsáveis pelo declínio no desempenho fisiológico das células durante o envelhecimento. - TDC ainda sob avaliação experimental, porém intrigante dada sua relação com diversas outras hipóteses, tanto sistêmicas quanto estocásticas. Teorias Genéticas: - Essas teorias sugerem que mudanças na expressão gênica causariam modificações senescentes nas células. - As mudanças poderiam ser gerais ou específicas, podendo atuar em nível intra ou extracelular. - Foram propostos como mecanismos genéticos básicos atuantes na longevidade as enzimas de defesa antioxidante, os sistemas de controle da síntese proteica e as mudanças na expressão gênica induzidas pela restrição calórica. - Essa hipótese sugere que o envelhecimento, mesmo podendo ser modulado por fatores externos como dieta e temperatura, seria o resultado de um programa firmemente estabelecido do ponto de vista genético. Apoptese: - A apoptose, também chamada de morte celular programada ou de “suicídio” de certas células, seria induzida por sinais extracelulares; - Contudo, o papel da apoptose no envelhecimento não patológico ainda não foi esclarecido. Fagocitose: - Nesse caso, células senescentes apresentariam proteínas de membranas típicas, que as identificariam e as marcariam como alvo para destruição por outras células, tais como os macrófagos. Teorias Neuroendócrinas: - Postula que a falência progressiva de células com funções integradoras específicas levaria ao colapso da homeostasia corporal, à senescência e à morte. - Algumas investigações mostram que a sequência para genes envolvidos em funções neuroendócrinas podem ser qualitativamente alteradas com a idade e que a frequência dessas mutações somáticas pode ser modulada pela exposição crônica à determinados hormônios. Teorias Imunológicas: - Deste ponto de vista, a longevidade seria dependente das variantes de certos genes para o sistema imune presentes nos indivíduos, alguns deles à estendendo, outros à encurtando; - Tais genes regulariam uma larga variedade de processos básicos, incluindo a do sistema neuroendócrino; - A falha desse mecanismo de retroalimentação levaria á falência da homeostasia corporal e à morte. Hormese e Resistência ao Estresse: - Uma das características mais marcantes do envelhecimento é a progressiva perda da resistência a agentes estressores exógenos e endógenos; - Contudo, a exposição branda e regular ao estresse seria capaz de estimular mecanismos de reparação, proteção e manutenção das células a níveis superiores aos necessários para a sobrevivência em ambientes não-estressantes, contribuindo para o aumento da longevidade ou a diminuição do período mórbido da senescência (efeito hormese); - Do ponto de vista Biológico,num primeiro momento, p exercício físico é danoso: aumento de oxigênio, microlesões teciduais, produção de subprodutos tóxicos ao metabolismo, etc. - Mas pode ser considerado positivo “hormeticamente” no que se refere a sobrevivência das células. - Questões para que o efeito hormético possa ser devidamente explorado com propósitos preventivos ou terapêuticos em idades avançadas: 1) Como as células detectam o estresse e quão rápido é esse processo? 2) Podem diferentes estresses serem combinados? Até que ponto? 3) Qual é o regime hormético ideal? Qual a intensidade? Qual a frequência? 4) Que diferença na resposta hormética há entre diferentes células, órgãos, tecidos e indivíduos? 5) Que papel os polimorfismos genéticos exercem na resposta à hormese? DIETA E ENVELHECIMENTO: UM ESTÍMULO, MUITAS VIAS, UMA RESPOSTA? - Todos os estudos experimentais sobre os mecanismos de envelhecimento nos mais variados grupos de seres vivos apontam a dieta como sendo o mais forte modulador do processo; - Sua influência é tanta no envelhecimento per se como na própria longevidade, estendendo-a ou reduzindo-a; -Sob muitos aspectos a restrição de calorias apresenta semelhanças com o efeito hormético do exercício físico. CAPÍTULO 7 – TEORIAS PSICOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO (NERI, 2006) - Grande parte da produção científica mundial e nacional é não-fundamentada em teorias, e algumas razões podem ser apontadas para essas ocorrências, no Brasil: 1) A novidade da gerontologia no país, campo desconhecido pela maioria das profissões estabelecidas; 2) Poucos pesquisadores e professores especializados atuando no ensino e na pesquisa, e pouco investimento na formação de recursos humanos na área; 3) A psicologia do desenvolvimento humano ainda ensina predominantemente o desenvolvimento como processo típico da infância e da adolescência, ignora e desconhece formulações teóricas da vida adulta e velhice; 4) As agências de fomento à pesquisa, por ignorância, preconceito e egoísmo, não reconhecem e dificultam o acesso a recursos para pesquisa, ensino e intervenção no campo do envelhecimento; 5) Preconceitos nos departamento acadêmicos em relação aos idosos em virtude da pobreza, da dependência e da doença, generalizados para o campo da gerontologia e seus profissionais; 6)Em vários contextos a atividade de construção de teorias ou a realização de pesquisas em teorias é vista como desnecessária e seus adeptos como diletantes ou alienados; 7)Por ignorância sobre a importância das teorias, muitos praticantes da gerontologia social,da geriatria e da psicologia apontam o investimento em pesquisas como algo inútil, por não resolver os problemas imediatamente; CONCEITOS BÁSICOS: TEORIAS, FATOS, MODELOS E PARADIGMAS: - Uma teoria é um conjunto de afirmações sobre fatos, incluindo leis e definições de termos. O objetivo da teoria é a construção do conhecimento científico, de forma sistemática, reflexiva, crítica, coletiva e acumulativa; - As teorias possibilitam três importantes tarefas no âmbito da construção do conhecimento: 1) Integração do que já se conhece (generalização de princípios gerais e associações entre conceitos); 2) Explicação sobre as relações entre os fenômenos observados, à qual permite fazer predições; 3) Proposição de hipótese sobre o que ainda não se conhece, baseando em demonstrações empíricas e descrito por princípios cientificamente fundamentados. - Uma outra utilidade das teorias diz respeito à sua aplicação à realidades particulares visando-se à solução de problemas humanos. - Segundo Achembaum e bengston (1994), das teorias do envelhecimento são úteis as que atendem aos critérios: 1) Adequação lógica, associada à clareza, à consciência interna, à parcimônia e ao poder explicativo; 2) Adequação operacional, isto é, poderem ser testadas empiricamente; 3) Adequação empírica, ou seja, os dados explicados por elas devem poder ser replicados; 4) Relevância pragmática, isto é, serem aplicáveis à realidade e úteis à predição e à intervenção. - Das teorias psicológicas do desenvolvimento e do envelhecimento espera-se as seguintes contribuições: 1) Descrição e explicação das mudanças comportamentais que acontecem ao longo da velhice; 2) caracterização das diferenças existentes entre indivíduos e grupos com relação à como e porque se desenvolvem e envelhecem; 3) Diferenciação ao que é peculiar aos idosos por causa da idade do que é devido ao contexto sócio-histórico; 4)Identificação das diferenças entre os idosos e as pessoas de outros grupos de idade; 5) Descrição de como se alteram e como se relacionam, na velhice, os diferentes processos psicológicos, como por exemplo a motivação e a cognição; 6) saber se os diferentes processos psicológicos se modificam ou se mantêm com o envelhecimento. FATOS: - A pesquisa científica repousa sobre a observação sistemática e controlada de fatos ou eventos e se organiza em torno de princípios e leis gerais. - Um aspecto importante da ciência é a objetividade, que é exatamente a condição de os dados poderem se repetir; - Para tanto, é preciso que as condições de medidas sejam explícitas, de modo a poderem ser replicadas, e é preciso que sejam controladas condições estranhas aos procedimento usados para observar os fatos. MODELOS: - Os estudiosos constroem modelos com o intuito de propor explicações sobre como as variáveis se relacionam ou para integrar observações empíricas. - Todos usam modelos como aparatos formais que os ajudam a representar as relações que pretendem testar e que são explicadas por várias teorias. - Lawton (1991) desenvolveu um modelo de qualidade de vida na velhice pensada como uma condição multidimensional determinada por múltiplas causas biológicas, sociais e psicológicas atuando ao longo da vida, num dado contexto sociocultural, e passível de avaliação pelo indivíduo e pela sociedade. - Gatz (1998) representou esquematicamente o curso da vulnerabilidade ao longo da vida adulta e da velhice. Seus esquema mostra que, com a idade, aumenta o risco de exposição a eventos estressantes e cresce a vulnerabilidade biológica, mas declina a vulnerabilidade psicológica. - Horn e Cattel (1966)propuseram um modelo bidimensional para a inteligência mostrando duas trajetórias evolutivas, uma sujeita à ação genético-biológicas (inteligência fluída) e a outra à ação de condicionantes socioculturais (inteligência cristalizada), os quais se expressam de maneiras diferentes no desenvolvimento. PARADIGMAS: - Os paradigmas científicos servem para representar vastos domínios de fenômenos, tais como a origem das espécies (creacionismo ou reducionismo?), a origem do conhecimento (biológico-inatista ou interacionista-construtivista?) e as causas do comportamento e do desenvolvimento (biológicas, ambientais ou ambas em interação?). - Os paradigmas científicos não são teorias, mas grandes construções intelectuais, visões gerais ou visões de mundo; - Em si não são verdadeiros ou falsos, como as teorias, mas oferecem implicações restritivas e definidoras para a construção de teorias e para a condução de pesquisas. PARADIGMAS EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DO ENVELHECIMENTO: PARADIGMA MECANICISTA E SEUS DESDOBRAMENTOS - Em psicologia, esse paradigma é representado por um modelo reativo do ser humano, que, visto como uma máquina, reagiria a forças, em vez de criá-las ou transformá-las. - Liberdade, decisões, pensamentos e o próprio eu não seriam condições causais, mas sim construtos ou causas derivadas de outros elementos ou forças, estes sim determinantes essenciais do comportamento. - O desenvolvimento seria produto de uma história de relações ou de funções estímulo-resposta sem a intervenção de uma mente interpretativa. PARADIGMA ORGANICISTA E SEUS DESDOBRAMENTOS - As metáforas básicas do organicismo são o processo, a integração e a organização, vistos como processos ativos do organismo e orientados a um propósito. - O desenvolvimento é visto como produto da intervenção ativa de um individuo, interpretando e modificando o mundo externo, e como produto da ação da hereditariedade e da maturação; - Segundo esta visão, o desenvolvimento procede naturalmente como uma sucessão de estágios, regulados por princípios intrínsecos de mudança, cuja manifestação os determinantes históricos, sociais e culturais condicionantes. - Esse paradigma pode ser resumido em seis noções norteadores: 1) Sequencialidade das transformações nos indivíduos que ocorrem ao longo do tempo; 2) Unidirecionalidade; 3) Orientação à meta; 4) Irreversibilidade; 5) natureza estrutural-qualitativa das transformações; 6) Universalidade dos processos de mudança. - Os princípios propostos por Darwin para explicar o desenvolvimento da espécie (continuidade de mudança histórica, multidirecionalidade, seletividade, criatividade e progressividade da evolução) tiveram uma influência primordial sobre as teorias do desenvolvimento psicológico. -(HALL, 1922): Senescence, the last half of Lije: dividiu a vida em cinco estágios: 1) Infância; 2) Adolescência; 3) meia-idade (dos 25-30 aos 40 anos): ápice do desenvolvimento; 4) Senescência, que começa aos 40 e mais cedo na mulher; 5) Senectude, que é a fase que se sucede ao climatério, ou velhice propriamente dita. * Enfatizou a relação entre sabedoria e velhice, até então veiculada apenas ao âmbito das Humanidades, e, com isso, antecipou uma linha de pesquisa vigente na atualidade. PARADIGMA CONTEXTUALISTA E SEUS DESDOBRAMENTOS - Segundo este, o indivíduo e o ambiente são entidades mutuamente influentes e, assim, coparticipantes no processo de construção da trajetória de desenvolvimento individual e das diferentes coortes. - O desenvolvimento é visto como um processo contínuo de adaptação que dura por toda a vida. - Não se aceita que a trajetória de desenvolvimento seja organizada por eventos de natureza ontogenética (orgnmo) - Ao contrário, a sociedade constrói cursos devida ou trajetórias de desenvolvimento, na medida em que prescreve quais são os comportamentos apropriados para as diferentes faixas etárias, e ensina os indivíduos e instituições a considerar que certas trajetórias são normais e esperadas, como natural, e não criado socialmente. - Neugarten (1969): Metáfora do “Relógio Social” para descrever os mecanismos sociais de temporalização do curso de vida individual; - Os cursos de vida são plasmados pelas crenças culturais sobre como devem ser as biografias individuais, por sequências institucionalizadas de papéis e posições sociais, por restrições e permissões em relação aos desempenhosde papéis etários e de gêneros e pelas decisões das pessoas. - Marcadores de desenvolvimento biológicos e sociais (menarca, casamento, aposentadoria, etc.) - Socialização antecipatória: corresponde ao processo de preparação para uma mudança em papel ou de status. - Ressocialização: Envolve lidar, formal ou informalmente, com a mudança de papel ou status, depois de ocorrido. - Os eventos de transição podem assumir duas formas: normativas e idiossincráticas. - Normativas: São aquelas que tem uma época esperada de ocorrência, reconhecidas ou prescritas culturalmente; - Idiossincráticas: As que ocorrem raramente, ou para poucos indivíduos, ou que têm uma época de aparecimento imprevisível (divórcio, desemprego, loteria, etc.). - Oparadigma contextualista leva em conta o processo de construção social do desenvolvimento do adulto, o papel dos processos sociais no desenvolvimento das funções do self e a relação natureza interpessoal da vida humana. PARADIGMA DIALÉTICO E SEUS DEDOBRAMENTOS - As metáforas fundamentais dão a mudança e a contradição. - Uma posição dialética em psicologia focaliza a mudança, a interação dinâmica, a causação simultânea e mutua, a falta de completa determinação e a atuação conjunta de processos ontogenéticos (individuais) e histórico-culturais (coletivo-evolutivos) na determinação do comportamento e do desenvolvimento. - O pensamento dialético implica a aceitação da ideia de que pode haver interação recíproca entre as contradições; - Pode-se dizer que há uma interação dialética entre as atividades individuais e societais e o resultado é o conhecimento individual, que por sua vez tem potencial para mudar a sociedade. - Erikson (1950): as oito idades do ser humano e seus desafios bipolares: na idade adulta e na maturidade, os desafios são à integridade x desespero e Confiança x desconfiança. - Para o autor, cada crise é sistematicamente relacionada com todas as outras e o desenvolvimento apropriado depende da vivência das crises, uma após a outra. - Paradigma do desenvolvimento ao longo da vida (life-span): o desenvolvimento deve ser compreendido como um processo que dura toda a vida e que é presidido por influências de natureza anato-biológica, individual-psicológica, cultural-psicológica e natural ecológica. (RIEGEL, 1976) - Períodos do desenvolvimento dito normal são aqueles em que essas fontes estão em sincronia. - Para Riegel o desenvolvimento não percorre um caminho linear que vai do menor para o maior equilíbrio, mas significa uma tensão constante entre as forças que o determinam. Essa tensão é adaptativa e promove desenvolvm. - Ingredientes chave do paradigma dialético: foco na mudança, interação dinâmica, causalidade recíproca, ausência de completa determinação e preocupação com processos de mudança determinados pela atuação conjunta de processos ontogenéticos (individuais) e históricos (culturais-evolutivos). A EMERGÊNCIA DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTOE O PARADIGMA DE DESENVOLVIMENTO AO LONGO DE TODA A VIDA (LIFE SPAN): - O Life-Span é de índole pluralista, uma vez que considera múltiplos níveis e dimensões do desenvolvimento, e é transacional, dinâmico e contextualista; - Integra a noção organicista segundo a qual as mudanças evolutivas têm base ontogenética, com as ideias dos paradigmas contextualista e dialético sobre a interação das fontes de influência genético-biológicas, psicológicas, ecológicas e sócio-culturais. PRINCÍPIOS DO LIFE-SPAN: -Três classes de influências biossociais: (1) graduadas por idade; (2) graduadas por história; (3) não normativas ou idiossincráticas. Influências Normativas Graduadas por Idade, ou Ontogenéticas: - São eventos que tendem a ocorrer na mesma época e com a mesma duração para a maioria dos indivíduos de uma dada sociedade ou subcultura. - O conceito de normalidade é estatístico e diz respeito à alta frequência desses eventos num dado grupo etário. - Há, porém, eventos graduados por idade que estão ligados à socialização, a tarefas evolutivas, a expectativas sociais e ecológicas, específicas do desenvolvimento envolvendo a família, a educação e o trabalho. Influências Normativas Graduadas por História: - São eventos macroestruturais que são vividos pelos indivíduos de uma dada unidade cultural, que dão origem à mudanças biossociais que atingem grupos etários inteiros, justamente porque são experimentadas de modo universal por cada grupo de idade ou coorte. - As influencias graduadas por história variam sistematicamente em função da classe social, do gênero, da coorte e a etnia. - Exemplos: guerras, crises econômicas, fomes, epidemias, movimentos migratórias, política, violência, terrorismo... Influências Não-Normativas: - Também chamadas de idiossincráticas, elas podem ser de caráter biológico ou societal e não atingem todos os indivíduos de um grupo etário ao mesmo tempo. Ou seja: NÃO ligadas a ontogenia nem ao tempo histórico - Sua época de ocorrência é imprevisível - ex: perder o emprego, divórcio, acidente, premiação, adoecimento... TRAJETÓRIAS DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS: CRESCIMENTO, MANUTENÇÃO E REGULAÇÃO DE PERDAS: - Pode-se dizer que na infância os recursos são basicamente alocados ao crescimento, na vida adulta à manutenção e na velhice á regulação e ao manejo de perdas (Baltes e Smith, 2004). - Esse raciocínio conduz à teoria de seleção, otimização e compensação, desenvolvida por P. B. Baltes e M. M. Baltes (1990), na qual os ganhos e as perdas evolutivas são resultantes da interação entre a pessoa e o ambiente, ambos com seus recursos, num regime de interdependência. DESENVOLVIMENTO E ENVELHECIMENTO BEM SUCEDIDOS PELA SELEÇÃO, OTIMIZAÇÃO E COMPENSAÇÃO (soc): - Dois são os objetivos do SOC: (1) descrever o desenvolvimento em geral; e (2) estabelecer como os indivíduos podem efetivamente manejar as mudanças nas condições biológicas, psicológicas e sociais que se constituem em oportunidades e restrições para os seus níveis de trajetórias de desenvolvimento. - Interessa no SOC como os indivíduos de todas as idades alocam e realocam seus recursos internos e externos entre essas três funções e como simultaneamente maximizam ganhos e minimizam perdas ao longo do tempo. - A plasticidade comportamental é a inspiração central da teoria SOC. - Seleção: especificação e diminuição da amplitude de alternativas permitidas pela plasticidade individual. Pode ser eletiva ou orientada á recuperação das perdas. - Otimização: aquisição, aplicação, coordenação e manutenção de recursos internos e externos envolvidos no alcance de níveis mais altos de funcionamento. - Compensação: Envolve a adoção de alternativas para manter o funcionamento. Ex; aparelhos auditivos, cadeiras de rodas, pistas visuais, etc. TEORIAS ATUAIS EM PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO: Teoria da Seletividade Socioemocional: - Formulada por Laura L. Carstensen (1991-1993) para explicar o declínio das interações sociais e as mudanças no comportamento emocional dos idosos. - A crença básica da teoria é que a redução da amplitude da rede de relações sociais e na participação social na velhice reflete a redistribuição de recursos socioemocionais pelos idosos, exatamente no momento em que a mudança em sua perspectiva de tempo futuro faz com que eles procurem selecionar metas, parceiros e formas de interação, porque isto permite otimizar os recursos de que dispõem. - A teoria é de natureza Life-Span na medida em que considera que a adaptação é delimitada pelo tempo e pelo espaço e que a fase do desenvolvimento vivida pela pessoa é um importante contexto ao qual deve se adaptar. Teoria da Dependência Aprendida: - Entre os determinantes da dependência considerada como condição multidimensional podem ser citados: (1) Incapacidade funcional devido à doenças, desamparo, desmotivação,estados afetivos negativos; (2) Exposição à ocorrências inesperadas ou incontroláveis do dia-a-dia, bem como ao estresse; (3)Acúmulo dos efeitos das perdas em vários domínios da vida (amigos, filhos, aposentadoria, doenças, etc.); (4) Desmotivação para estabelecermetas, ter vida ativa, produtiva e saudável e cultivar a espiritualidade; (5) desestruturação do ambiente físico decorrente de pobreza, abandono ou negligência; (6) presença de barreiras arquitetônicas ou ergonômicas muito altas, ou falta de apoios ambientais; (7) Presença de práticas sociais discriminativas; (8) desestruturação do ambiente social; (9) tratamentos medicamentosos inadequados, ou interação medicamentosa (iatrogenia): apatia, desmotivação... - Teoria de M. M. Baltes, que acrescenta que a dependência é um fenômeno que ocorre em todas as fases da vida e que possui diferentes significações. - A dependência aprendida se instala da seguinte forma: (1) Os comportamentos dependentes que geram consequências físicas e sociais tendem à se manter e a se aperfeiçoar, ao mesmo tempo que as tentativas de independência geram falta de atenção, negligência, admoestação ou restrições, e assim, tendem a diminuir a frequência. (2) os comportamentos dependentes se estabelecem e se mantém porque asseguram a manutenção de contatos sociais e porque são uma forma de controlar aspectos específicos do ambiente social, como por exemplo a obtenção de respostas indicativas de atenção, piedade e condescendência.
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