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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Gestão Financeira e LeGaL
Elaboração
Alex Del Giglio
Evandro Lepletier
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO .......................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ONDE ESTÁ O LUCRO? ........................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
O PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................................................ 21
CAPÍTULO 3
FORMAÇÃO DE PREÇO DO PRODUTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE DE NEGÓCIOS ................... 24
UNIDADE II
CONTROLADORIA ............................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 1
BALANÇO PATRIMONIAL (BP) ................................................................................................... 31
CAPÍTULO 2
DECISÕES EM RELAÇÃO AO BALANÇO PATRIMONIAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
EXERCÍCIO (DRE) ................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................................... 58
UNIDADE III
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS .................................................. 64
CAPÍTULO 1
O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO E AS SÉRIES NÃO UNIFORMES ............................... 64
CAPÍTULO 2
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .................................................................................................... 69
UNIDADE IV
FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL........................................................................................................... 93
CAPÍTULO 1
CAPITAL DE TERCEIROS, CAPITAL PRÓPRIO, MÉTODOS WACC E CAPM .................................... 93
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 100
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 103
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Segundo o que consta na Lei no 6.404/1976, as Demonstrações Contábeis e Financeiras 
constituem o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, 
anualmente, pela administração de uma sociedade por ações. Estas representam, em 
primeira instância, a prestação de contas para os sócios e os acionistas.
Para o Instituto de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON (NPC 27), essas 
informações são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial 
e financeira, em determinada data, e das transações realizadas por uma entidade no 
período findo nessa data. Mostram, também, os resultados do gerenciamento, pela 
Administração, dos recursos que lhe são confiados.
Com os assuntos abordados neste Caderno, pretendemos oferecer a você, cursista, a 
oportunidade de aprofundar seus estudos mediante a análise de indicadores da área 
de Contabilidade e Custos, assim como de ampliar sua compreensão das diversas 
concepções acerca das Demonstrações Contábeis e Financeiras.
As Finanças Corporativas são muito importantes e estão presentes em todos os setores 
da economia, compreendendo desde as instituições financeiras até as empresas 
comerciais e industriais. Em razão disso, é uma área que gera um grande número de 
oportunidades de emprego.
O Departamento Financeiro, dirigido pelo Administrador Financeiro, toma decisões 
sobre quais os ativos devem ser adquiridos pelas empresas, como esses ativos devem 
ser financiados e como a empresa deve gerenciar os seus recursos tendo, desta forma, 
um papel muito significativo e de prestígio dentro das organizações.
Cumprindo essas obrigações de maneira eficiente, o Administrador Financeiro estará 
contribuindo para maximizar o valor da empresa, objetivo maior dos acionistas.
Objetivos
 » Aprofundar os conhecimentos teóricos sobre Análise das Demonstrações 
Contábeis e Financeiras.
 » Ampliar a compreensão das diversas concepções acerca da disciplina.
9
 » Possibilitar atuação competente em relação às necessidades cada vez 
mais exigentes dos profissionais financeiros.
 » Compreender o campo de trabalho do financista (Administrador 
Financeiro).
 » Abranger as principais fontes de financiamento das companhias.
 » Compreendero funcionamento do mercado ─ eficiência de mercado. 
 » Fornecer os principais conceitos de administração de recursos.
 » Fornecer conceitos financeiros basilares.
 » Conceituar a Contabilidade de Custos e Despesas.
 » Identificar novas tendências no mercado envolvendo gestões estratégicas.
 » Conhecer métodos de avaliação da performance das empresas.
11
UNIDADE IFUNDAMENTOS DO 
EMPREENDEDORISMO
CAPÍTULO 1
Onde está o lucro?
Toda empresa visa ao lucro!
A afirmativa de que toda empresa visa ao lucro pode até não ser surpresa para ninguém. 
Alguns até podem pensar assim: 
Mas, e as empresas sem finalidade lucrativa, também visam lucros? 
A resposta é SIM! 
Empresas sem fins lucrativos visam “lucro social”, o qual caracteriza o cumprimento 
eficaz da sua finalidade como organização. Isso significa dizer que, por não terem como 
finalidade a maximização dos lucros econômicos e sim a maximização do bem-estar 
social.
Um dos mecanismos mais importantes para a mensuração da eficácia de uma 
organização é o resultado. Não é à toa que, até mesmo nas avaliações empresariais de 
qualidade, o resultado possui o maior peso entre todos os itens que estão sob avaliação.
Em variadas publicações existentes sobre as causas de fracassos empresariais, o quesito 
“gestão”, ou melhor, “a falta de gestão”, aparece em primeiro lugar dentre os fatores 
que mais influenciam o insucesso das organizações. 
Por esse motivo, é extremamente indispensável que qualquer pessoa que venha a 
administrar uma empresa ou que pense em um dia administrar uma empresa, por menor 
que ela seja, precisa adquirir conhecimento pleno nessa área (parênteses precisam ser 
feitos para dizer que conhecimento em gestão é vital para administração de qualquer 
“questão” bem-sucedida, incluindo nossa vida pessoal).
12
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Gestão, no contexto desta disciplina, é o ato de gerir uma organização, recursos e 
pessoas, com a finalidade de atingir objetivos e resultados desejados. 
Ao contrário do que muita gente pensa, gestão não é um dom inato, conquistado 
apenas pela herança genética. Qualquer pessoa pode adquirir conhecimentos sobre 
gestão por meio de cursos especializados em diversas áreas: estratégica, financeira/
custos, vendas/marketing, processos, pessoas, entre outras.
É claro que algumas pessoas possuem uma melhor habilidade em gerir pessoas do que 
outras e isso torna o processo um tanto quanto mais fácil.
Uma companhia, além de seus resultados financeiros, é um espelho de sua gestão. E 
sua gestão nada mais é do que a composição de pessoas escolhidas para ocupar “as 
cadeiras” de chefia.
Quanto mais engajada em boas práticas for a alta gestão, mais engajada será toda a 
companhia. O processo só é completamente real quando “comprado” pela alta gestão 
da companhia.
Durante o Congresso de Excelência em Gestão (CEG 2015), evento promovido pela 
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), mais de 400 pessoas reuniram-se para discutir 
o tema “O novo capitalismo e as empresas do futuro”. 
Um vídeo postado na rede social YouTube1 fez um apanhado sobre o que foi discutido. 
Segundo alguns empresários, o maior desafio para o futuro é fazer com que as empresas 
de hoje evoluam juntamente com a evolução do “sistema”.
O economista indiano Pavan Sukhdev foi taxativo ao dizer que as empresas precisam 
deixar de focar na busca de lucros para os acionistas, como é feito atualmente, e passar 
a dividir benefícios com seus stakeholders2. 
Assim como outros executivos, Zotico Schmitz, da indústria alimentícia J Macêdo, na 
ocasião, afirmou que cada pessoa tem a responsabilidade e a oportunidade de promover 
esses valores éticos, sustentáveis e promover as mudanças necessárias dentro das 
empresas e nos meios que vivemos.
Voltando à finalidade das empresas com fins lucrativos, precisamos, então, entender 
um dos principais mecanismos de gestão para o atingimento de um bom resultado ─ a 
análise gerencial e a formação de preços. 
Tal mecanismo é o “coração” para um fluxo empresarial saudável. 
Observe o demonstrativo de resultados a seguir. 
1 Disponível em: <https://youtu.be/ax2sQX8KoTMttps>.
2 Stakeholders são os públicos de interesse com os quais a empresa se relaciona.
13
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Verificaremos, em seguida, passo a passo cada um dos seus itens (observe que o exemplo 
foi feito no “Supersimples”3).
Tabela 1. Demonstrativo de resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 2.052,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 
3a Faixa do Supersimples Custo da 
mercadoria vendida
R$ 12.000,00 40,00% 3,50% 80%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 840,00 2,80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$ 150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuição R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
Fonte: próprio autor da pesquisa
Faturamento, despesas/custos fixos e despesas/
custos variáveis
Não se assuste! Vamos entender tudo o que temos por aqui. Vamos começar com o item 
“Faturamento – Vendas”. Nesse ensaio, estipulamos que as vendas num determinado 
mês somaram R$ 30.000,00.
Antes de começarmos a detalhar os custos e as despesas, é necessário que expliquemos 
sucintamente a diferença entre custo e despesa e o que são custos fixos e custos 
variáveis. 
3 Supersimples ou Simples Nacional – regime tributário aplicado às micro e pequenas empresas. Saiba mais em: <https://
www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3>.
14
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
1. Custos são os valores gastos com bens e serviços para a produção de 
outros bens e serviços (exemplos: matéria prima, salário da equipe de 
produção).
2. Despesas são os valores gastos com bens e serviços relativos à 
manutenção da atividade da empresa (exemplos: materiais de 
escritório, salário da administração).
3. Qualquer tipo de despesa gerada em função das vendas é custo variável 
(a quantidade de matéria prima a ser gasta dependerá da quantidade 
de produto a ser fabricado). As que independem das vendas são 
custos fixos (exemplo: o salário do vigilante noturno precisa ser pago 
mensalmente, independente do resultado financeiro da empresa).
Não entendeu? Não se preocupe, ainda temos um longo caminho a percorrer.
O aluguel de uma fábrica deve ser pago independentemente da empresa ter ou não 
realizado vendas, certo? Então é custo fixo (também conhecido como despesas 
operacionais). 
Os impostos sobre as vendas só vão existir se houver vendas, certo? Então é custo 
variável. 
Ficou mais claro, agora?
É assim, os custos que são gerados diretamente em razão das vendas, tais como custo 
da mercadoria vendida (mercadoria que vai para o cliente), impostos, comissões de 
vendas, taxa de cartão de crédito, inadimplência (cheques devolvidos) são exemplos de 
custos variáveis. 
Já as despesas geradas pela manutenção do negócio, tais como aluguel, salários fixos, 
condomínio, água, luz, telefone, internet, contador, material de limpeza, material de 
expediente, pró-labore (salário do sócio-gerente) e tantas outras contas nada têm a 
ver com as vendas da empresa e, por isso, são chamadas de custo fixo ou despesas 
operacionais. Tais despesas existirão mesmo que a empresa não venda absolutamente 
nada no decorrer do mês.
Dito isso, torna-se mais claro o entendimento da estruturação das contas apresentadas 
nessedemonstrativo de resultados. Observe que todos os gastos da empresa estão 
subdivididos em dois grupos: custos variáveis (logo abaixo do faturamento ─ vendas) e 
custos fixos (logo abaixo da margem de contribuição).
15
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tributos
Neste trabalho, trataremos a palavra “imposto” como sendo sinônima de “tributo”, 
embora saibamos que todo imposto é um tributo, nem sempre todo tributo é um 
imposto. Pela Constituição Federal, tributo também pode ser “taxa” e “contribuição 
de melhoria”, entre algumas outras variáveis próprias do Direito Tributário. Mas, 
tomaremos aqui a liberdade de simplificar essa questão.
O primeiro item do custo variável é o imposto a ser pago a partir da emissão da nota 
fiscal. Neste ensaio, utilizamos a terceira faixa do chamado “Supersimples”, que é 
6,84%, categoria: comércio, uma vez que o faturamento anual é de R$ 360.000,00 
estando enquadrado conforme tabela a seguir.
Tabela 2. Simples Nacional.
TABELA DO SIMPLES NACIONAL
ANEXO I (Vigência a Partir de 1/1/2012)
Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio
Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,43% 0,43% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,43% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%
Fonte disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/simples-nacional-anexoI.html>.
A soma dos percentuais do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ – 0,27%), da 
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL – 0,31%), da Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS – 0,95%), do Programa de Integração 
Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP – 
0,23%), da Contribuição Patronal Previdenciária (CPP – 2,75%), e do Imposto Sobre a 
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS – 2,33%) perfaz o total dessa 
16
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
faixa, que é de 6,84%. Todos os tributos elencados ao lado desse percentual servem 
apenas como espelho da distribuição/partilha dessa arrecadação4.
A multiplicação do faturamento de R$ 30.000,00 pela alíquota de 6,84% resultou no 
pagamento de impostos no valor de R$ 2.052,00. No chamado “supersimples”, existe 
apenas uma guia de recolhimento desses tributos. Por isso, não há a necessidade do 
empresário que optou pelo regime tributário “supersimples” preencher diversas guias 
para cada instituição arrecadadora. A partilha é feita a partir de uma única guia de 
recolhimento.
Custo da Mercadoria Vendida5
Nesse Demonstrativo de Resultados, optamos por trabalhar com revenda de 
mercadorias, uma vez que trataremos sobre custo de produção mais adiante. Nesse 
caso, optamos por um “markup” de 2,5. 
Markup ou Mark Up é um termo usado em Economia para indicar quanto 
do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição. 
Pode ser expressado como uma quantia fixada ou como percentual. O valor 
representa a quantia efetivamente cobrada sobre o produto afim de obter 
o preço de venda.
Em uma forma ainda mais simples, quando se compra uma mercadoria por R$ 100,00 
e aplica-se o markup de 2,5, chega-se ao preço final de R$ 250,00, ou seja, multiplica-se 
o preço de compra por 2,5 para se chegar ao preço de venda.
No Demonstrativo de Resultados, temos o valor das vendas no total de R$ 30.000,00. 
Uma vez que está informado que o markup é de 2,5, basta que se divida R$ 30.000,00 
por 2,5, para se obter o valor de compra (quanto se pagará ao fornecedor da mercadoria).
Em outras palavras, se para chegar ao preço venda basta pegar o preço de compra e 
multiplicar pelo markup, para fazer o inverso, ou seja, para chegar ao preço de compra, 
basta pegar o preço de venda e dividir pelo markup. 
Preço de Compra = X; Markup = Y; Preço de Venda = Z
X ∙ Y = Z; logo X = Z/Y
4 Vale ressaltar que, o Supersimples ou Simples Nacional é um regime de arrecadação, cobrança e fiscalização destinado às 
microempresas e empresas de pequeno porte. Ao optarem por fazer parte desse regime, essas empresas são tributadas levando-se 
em consideração seu lucro presumido e, desta forma, os impostos são calculados conjuntamente e pagos por meio de uma guia 
única chamada DAS. Já as empresas que têm seus impostos calculados de acordo com o lucro real, estas não se enquadram 
no Simples Nacional. Sendo assim, o cálculo de seus impostos na DRE é feito de forma diferente da demonstrada no exemplo 
acima, uma vez que não há unificação de todos os tributos em apenas um valor percentual. No caso das empresas enquadradas 
no lucro real, o IRPJ e a CSLL são deslocados na planilha e tributados apenas ao final, logo antes da apuração do Lucro Líquido. 
5 Nesse estudo estamos tratando do termo Custo da Mercadoria Vendia uma vez que o escopo do trabalho é o comércio. Para as 
empresas prestadoras de serviço o termo utilizado é Custo dos Serviços Prestados e para as Indústrias deve-se usar Custos de 
Produção.
17
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
E assim foi feito. O preço de venda (Z) já era conhecido como R$ 30.000,00. O markup 
(Y) também já era conhecido como 2,5. Assim, bastou dividir Z por Y, ou seja, R$ 
30.000,00 por 2,5, para encontrar o preço de compra R$ 12.000,00.
Nesse simples ensaio, estamos considerando o preço de compra como custo da 
mercadoria vendida, embora saibamos que existem variáveis acrescentadas ao custo 
final da mercadoria, tais como: frete e impostos. Mas, não vamos tratar desse assunto 
neste momento.
E como encontramos o percentual de 40% que está ao lado do valor de R$ 12.000,00? 
Basta dividir R$ 12.000,00 pelo valor do faturamento, que é de R$ 30.000,00, para 
chegarmos à conclusão de que o custo da mercadoria vendida representa 40% do 
faturamento. Logo, podemos concluir que:
Um markup de 2,5 resulta em um custo da mercadoria vendida na ordem de 
40%.
Você saberia dizer o quanto representa o custo da mercadoria vendida (em 
percentuais) quando se utiliza um markup de 2; de 2,2; de 3; e de 4 no exemplo 
acima?
Taxa de cartão de crédito
A taxa de cartão de crédito é cobrada pelas operadoras de cartões de crédito quando as 
empresas efetivam vendas por meio de seus cartões, como é o caso, por exemplo, das 
bandeiras Mastercard e Visa.
Para o cálculo do valor que essa taxa representa no montante da Demonstração de 
Resultados, suponhamos: 
1. que a taxa cobrada pela administradora de cartões seja de 3,5%. 
2. que as vendas por meio de cartões de crédito perfaçam 80% das vendas 
totais. 
Issoexplica o percentual de 2,8% sobre as vendas totais (3,5 ∙ 80% = 2,8%). Foi por 
isso que, esse percentual foi colocado ao lado do valor de R$ 840,00. Esse valor foi 
encontrado a partir da multiplicação do faturamento de R$ 30.000,00 vezes 2,8%.
Comissões adicionadas aos encargos
O que ocorre com os salários fixos, que devem ser pagos, independentemente de a 
empresa vender ou não, já não ocorre com as comissões sobre vendas.
18
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
As comissões são devidas tão somente se houver vendas. É por isso que essa conta, 
ao contrário dos salários fixos, que entram na conta de custos fixos, ou despesas 
operacionais, é colocada como custo variável.
Em nosso exemplo de Demonstrativo de Resultados, as comissões de vendas acrescidas 
de encargos, tais como guia da previdência social, apropriação de 1/3 de férias e 13o 
salário, somaram um percentual (hipotético) de 5%. É por isso que, o valor de R$ 
1.500,00 aparece ao lado desse percentual. 
Como o encontramos? 
Bastou multiplicar R$ 30.000,00 das vendas pelo percentual de 5% de comissão, 
acrescida dos encargos.
Inadimplência média
Se por um lado consideramos, nesse ensaio, que 80% das vendas foram feitas por meio 
de cartões de crédito, por outro, consideramos 10% das vendas feitas em cheque 
(o pressuposto é, portanto, que os outros 10% tenham sido feitas em dinheiro).
A partir do recebimento de 10% das vendas em cheque, consideramos que 5% deles 
voltaram sem a suficiência de fundos ou por qualquer outro motivo. Daí, temos 10% 
vezes 5%, o que dá um percentual de 0,5% sobre as vendas totais.
A partir da taxa de 0,5% de inadimplência, chegamos ao valor de R$ 150,00, quando 
multiplicamos o faturamento de R$ 30.000,00 pela inadimplência de 0,5%.
Margem de contribuição
A margem de contribuição pode ser entendida de algumas formas diferentes.
1. Pode ser entendida como a diferença entre o faturamento (as vendas) e o 
custo variável (MC = V – CV).
2. Pode também ser entendida como a soma entre o lucro líquido e o custo 
fixo (MC = LL + CF).
(MC = V – CV) ou (MC = LL + CF)
Optamos aqui, para fins de elucidação, por utilizar a primeira fórmula (MC = C -CV). Ao 
acompanhar o Demonstrativo de Resultados você verá que o total de vendas diminuído 
à soma de todo o custo variável chegou a uma margem de contribuição no valor de 
19
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
R$ 13.458,00, que equivale a 44,86% do faturamento (R$ 13.458,00 divididos por R$ 
30.000,00).
É a partir daí que estaremos adentrando aos custos fixos, também chamados de despesas 
operacionais.
Custo Fixo (despesas operacionais)
Como já dissemos antes, as despesas operacionais não possuem uma relação de 
dependência com as vendas da empresa. Entretanto, são consideradas as vilãs de todo 
empresário, uma vez que deverão ser pagas independentemente do sucesso nas vendas 
de uma organização. Assim, o controle rígido sobre as despesas operacionais sempre é 
aconselhável e altamente cobrado, principalmente nas empresas em que há acionistas 
ansiosos pela distribuição de lucros cada vez maiores.
É nesse montante que, geralmente, são feitos os cortes em momentos de recessão. 
Exemplo bastante atual é o montante de quase 9 milhões de desempregados no país no 
momento em que a economia como um todo está sofrendo ajustes bruscos.
Despesas como salários fixos e seus respectivos encargos, água, luz, telefone, internet, 
contador, material de expediente e limpeza, manutenções e reparos, serviços de 
terceiros, pró-labore (salário do sócio-gerente), entre tantas outras, são acumuladas no 
grupamento que está abaixo da margem de contribuição, que é o custo fixo.
No nosso Demonstrativo de Resultados, o custo fixo somou o valor de R$ 12.453,68, 
cujo percentual ficou em 41,51% do faturamento (R$ 12.453,68 divididos por 
R$ 30.000,00).
Lucro líquido
O lucro líquido é obtido após a subtração da margem de contribuição pelo custo fixo 
(LL = MC – CF).
(LL = MC – CF)
É um dos elementos mais importantes, senão o mais importante, da gestão empresarial, 
pois traduz um resultado direto e objetivo. 
20
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Alguns autores mais recentes têm incentivado a prática de novas modelagens de 
gestão, como é o caso do BSC (Balanced Scorecard). Essa metodologia aborda quatro 
perspectivas para a gestão empresarial: uma delas é a perspectiva Financeira enquanto 
as outras três, não financeiras, são: clientes, processos internos e aprendizagem e 
crescimento. 
Em poucas palavras, o BSC é uma ferramenta de gestão estratégica do negócio. 
Trata-se de uma metodologia que desdobra os objetivos estratégicos da companhia 
em indicadores de desempenho que serão aplicados para todas as áreas afins de que 
elas possam atuar em sinergia chegando, desta forma, ao resultado esperado. 
Levando em consideração a complexidade e importância do assunto, a metodologia do 
Balanced Socorecard precisa ser estudada e aprofundada em outra oportunidade.
Neste momento, cabe responder ao enunciado desta seção, em que se pergunta: “onde 
está o lucro”? 
Você pode dizer que, feito pela opção do “Supersimples”, o lucro está na subtração da 
margem de contribuição (MC), que é de R$ 13.458,00 pela soma de todas as despesas 
operacionais, que é o custo fixo, no valor de R$ 12.453,68. 
LL = MC – CF
LL = R$13.458,00 – R$12.453,68
LL = R$ 1.004,32
V= R$ 30.000,00
1.004,32/30.000,00 = 0,0335 = 3,35%
O resultado, ou seja, o lucro líquido é de R$ 1.004,32, o que representa 3,35% das 
vendas (do faturamento). 
21
CAPÍTULO 2
O ponto de equilíbrio
De uma maneira bem resumida, o ponto de equilíbrio de uma empresa é o momento 
em que a margem de contribuição se iguala ao custo fixo, fazendo com que o lucro seja 
igual à zero.
É de grande importância para o empresário conhecer o ponto de equilíbrio de seu 
negócio. Por quê? Porque é a partir dele que diversas ações de gestão devem ser tomadas, 
visando à otimização do negócio. 
Sabiamente, o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Ponto 
de Equilíbrio (PE) é o ponto de segurança do negócio, disponível em: <http://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Ponto-de-equil%C3%ADbrio>. 
Veremos como podemos aumentar o lucro um pouco mais adiante, na seção denominada 
“Análise de Custos e Melhoria do Lucro”.
Vamos entender como podemos encontrar o ponto de equilíbrio, também chamado, no 
mundo dos negócios, de break even point.
Na primeira seção, aprendemos que o faturamento da empresa menos o custo variável 
é igual a margem de contribuição. A partir da margem de contribuição, deduzimos 
as despesas operacionais (custo fixo) para encontrar o lucro, certo? Pois bem, como 
dissemos, o ponto de equilíbrio é o momento em que a margem de contribuição se 
iguala ao custo fixo, tornando o lucro zero.
E como encontrar o ponto de equilíbrio? Poderíamos fazer grandes ensaios matemáticos 
para explicarmos isso. Porém, preferimos fazer isso de maneira muito mais simples.
Para encontrarmos o ponto de equilíbrio, basta dividirmos o custo fixo (em valores) 
pela margem de contribuição (em percentuais). Queremos dizer o seguinte:
PE =
Custo Fixo (em Reais)
% da Margem de Contribuição
Ou, ainda, em outras palavras:
PE =
Custo Fixo (em Reais)
(Receita – Custo Variável) x 100
22
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Testemos isso com nosso exemplo de Demonstrativo de Resultados para verificar o 
resultado:
Tabela 3. Demonstrativo de Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 30.000,00 100,00%
Impostos R$ 2.052,00 6,84% 
3a Faixa do Supersimples Custo da 
mercadoria vendida
R$ 12.000,00 40,00% 3,50% 80%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 840,00 2,80%
Comissões e encargos R$ 1.500,00 5,00%
Inadimplência R$150,00 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 16.542,00 55,14%
Margem de contribuição R$ 13.458,00 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 41,51%
Lucro Líquido R$ 1.004,32 3,35%
Fonte: Autor.
O valor do custo fixo no demonstrativo de resultados é de R$ 12.453,68. 
O percentual da margem de contribuição é de 44,86%. 
Logo, R$ 12.453,68/ 44,86% = R$ 27.761,21. 
Mas, como podemos comprovar que R$ 27.761,21 é realmente o ponto de equilíbrio?
Basta que consideremos esse valor encontrado como valor do faturamento, para deduzir 
todo o custo variável e também as despesas operacionais (custo fixo). 
O lucro líquido deve ser igual à zero. 
Que tal tirarmos a prova?
23
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tabela 4. Demonstrativo De Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 27.761,21 100,00%
Impostos R$ 1.898,87 6,84%
3a Faixa do Supersimples Custo 
da mercadoria vendida
R$ 11.104,48 40,00%
2,5 Markup Taxa de cartão R$ 777,31 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 1.388,06 5,00%
Inadimplência R$ 138,81 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 15.307,53 55,14%
Margem de contribuição R$ 12.453,68 44,86%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 44,86%
Lucro Líquido R$ 0,00 0,00%
Fonte: Autor.
Observe que, no nosso Demonstrativo de Resultados, o valor da margem de contribuição 
igualou-se ao total dos custos fixos, fazendo com que o lucro líquido fosse zero.
A importância para o empresário, ao analisar o ponto de equilíbrio, é que fica evidente 
que seu negócio é viável à primeira vista. Ao encontrar o ponto de equilíbrio, ele já 
sabe que precisará faturar acima daquele valor ou, caso contrário, amargará prejuízo.
O conhecimento do ponto de equilíbrio é fundamental para tomada de decisões rápidas. 
Alguns exemplos são: onde poderá reduzir custo, se pode ou não aumentar sua folha 
de pagamentos, se o custo fixo está adequado à arquitetura financeira de seu negócio, 
entre tantas outras decisões.
24
CAPÍTULO 3
Formação de preço do produto e 
análise de viabilidade de negócios
Para iniciarmos esse capítulo, definamos, primeiro, o que significa preço.
Segundo Gomes (1966), preço corresponde à “avaliação em dinheiro ou moeda, do valor 
de uma coisa ou de um serviço”. Este autor prossegue ainda afirmando que:
Um contrato de venda baseia-se no preço. Este deve ter como primeira 
qualidade, o ser exigível, isto é, presumir-se que representa o valor da 
coisa; como segunda qualidade, que seja certo e determinado, e enfim, 
que seja em dinheiro, porque do contrário, não seria venda e sim troca. 
Em economia política, a noção de preço não se limita ao simples ato 
de troca de uma mercadoria por dinheiro, ou por um bem por outro 
bem; mas pressupõe a existência do tráfico econômico extensivo até 
converter-se em mercado e o uso desenvolvido da moeda, como unidade 
ideal com que se expressam os preços.
Vale ressaltar que, em um mundo atual altamente globalizado em que os consumidores 
têm um amplo acesso as diversas oportunidades, a precificação torna-se fator 
extremamente sensível para as empresas já que este é um dos fatores que mais 
influenciam, se não o mais determinante na decisão de compra dos clientes. Digo 
que pode ser um dos fatores, porém nem sempre uma vez que alguns clientes levam 
em consideração outros quesitos como atendimento, qualidade, prazo, entre outros 
atributos além do preço para definição da compra do produto ou serviço.
A formação de preço do produto ou do serviço pode ser baseada em diversos fatores, 
dentre eles:
 » Na concorrência – Em Brasília, por exemplo, vemos uma guerra de 
preços na oferta de educação. Uma instituição de Ensino Superior tenta 
ser mais atrativa que outra. Infelizmente, não necessariamente pela 
qualidade, mas sim pelo preço. Também vemos operadoras de celular 
fazerem a mesma coisa. Há diversos outros exemplos de empresas, tanto 
em Brasília como em todo lugar.
 A partir do momento em que um concorrente determina uma estratégia 
de vendas, outro concorrente (ou outros) procura oferecer vantagens 
adicionais à primeira, fazendo com que os preços caiam em favor do 
25
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
consumidor. Quantos de nós não vimos a batalha dos eletrodomésticos 
das Casas Bahia contra a Ricardo Eletro ou as abundantes ofertas das 
operadoras de celular Tim, Vivo, Oi e Claro para ganhar novos clientes?
 » Na estratégia de skimming – Esta ocorre quando os preços de 
lançamento de um produto no mercado começam altos, devido aos altos 
investimentos em promoção, e depois são reduzidos gradativamente. 
O melhor exemplo que temos é o lançamento de celulares de ponta no 
mercado. Eles começam com o preço muito alto, e depois vão caindo até 
se nivelarem com os outros produtos existentes no mercado.
 » No markup – Como o que aconteceu no nosso exemplo do Demonstrativo 
de Resultados. Ocorre normalmente nas distribuições de varejo. É quando 
o distribuidor compra uma determinada mercadoria e aplica uma taxa 
sobre o valor de compra, que acaba determinando seu preço de venda. 
No nosso exemplo, o distribuidor comprou por “X” e multiplicou por 2,5 
para definir o valor de venda.
 » Na percepção do cliente – Sem dúvida, esta é a melhor solução 
existente na atualidade. As empresas procuram entender qual é o valor 
percebido pelos compradores para, então, definir o valor de venda de seu 
produto e/ou serviço. Partindo desse pressuposto começam a reduzir seus 
custos de produção de forma que obtenham lucros nas suas operações e 
ao mesmo tempo satisfaçam seus clientes. Nessa estratégia, a definição 
de preços é feita de forma inversa, ou seja, observa-se qual deverá ser o 
valor de venda e, então, elaboram-se estratégias para fazer com que as 
operações de fábrica possam tornar-se viáveis, garantindo o lucro. Pelo 
menos na teoria, todos saem ganhando.
 » No custo de produção – Ainda que tenhamos formação de preço 
de ponta, como é o caso da percepção do cliente, todo empresário que 
produz suas mercadorias deve conhecer a formação de preços baseada no 
custo de produção. Portanto, esse é o item que nos ocupará nesta seção – 
a formação do preço do produto.
Vale lembrar que, a precificação de um produto ou serviço é feita em diversos momentos 
de sua existência, quer seja em seu lançamento ou durante toda sua vida útil/existência 
e a revisão deste (preço) fará parte de uma estratégia de mercado da empresa.
A definição do preço dependerá, ainda, do momento, do tamanho e da capacidade 
financeira da empresa que está tomando a decisão. Por esse motivo, há diversas variáveis 
26
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
que podem influenciar e que podem ser utilizadas pelas empresas para a definição de 
seus preços a serem praticados.
Retomando a questão da formação do preço do produto, tomemos o exemplo de 
uma empresa que fabrica bolos de festas. Ela precisa calcular corretamente todos os 
ingredientes que utilizará no bolo. Também deverá considerar o custo do confeiteiro 
bem como outros gastos que ocorrerão nesse processo, como é o caso do gás do forno 
e o óleo que untará a forma.
Em custos, costuma-se definir tais variáveis do custo de produção, como sendo: 
matéria-prima, mão de obra direta e custeio.Vamos começar pelos ingredientes (matéria-prima) utilizados na preparação do bolo 
de festa. Para fazer um bolo desses, são gastos:
 » 6 ovos;
 » 400 gramas de manteiga;
 » 700 gramas de açúcar;
 » 200 ml de leite de coco;
 » 50 gramas de fermento;
 » 300 gramas de achocolatado.
Ao fazer a estimativa de compra desses ingredientes, teremos a seguinte média de 
preços:
 » ovos – R$ 3,60 a dúzia;
 » manteiga – R$ 8,00 o pote com 1 quilo;
 » açúcar – R$ 3,00 o quilo;
 » leite de coco – R$ 3,00 a garrafa com 200 mililitros;
 » fermento – R$ 2,00 a lata com 100 gramas;
 » achocolatado – R$ 3,00 o pote com 500 gramas.
Assim, já podemos montar a tabela de custo dos insumos.
27
FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Tabela 5. Tabela de custos.
Ingredientes Unidade Preço Fração Preço 2 Quantidade Preço 3
Ovos Cartela (Unid.) R$ 3,60 12 R$ 0,300 6 R$ 1,80
Manteiga Pote (kg) R$ 8,00 1000 R$ 0,008 400 R$ 3,20
Açúcar Pacote (kg) R$ 3,00 1000 R$ 0,003 700 R$ 2,10
Leite de coco Garrafa (ml) R$ 3,00 200 R$ 0,015 200 R$ 3,00
Fermento Lata (g) R$ 2,00 100 R$ 0,020 50 R$ 1,00
Achocolatado Pote (g) R$ 3,00 500 R$ 0,006 300 R$ 1,80
Custo dos ingredientes 
empregados no bolo 
(matéria-prima)
R$ 12,90
Fonte: Autor.
Uma vez conhecido o custo dos ingredientes, vamos tentar chegar ao 
custo da mão de obra direta, ou seja, aquela que opera diretamente com a 
construção/montagem/elaboração do produto. 
No caso, podemos ter a figura de um confeiteiro para representar esse custo. Vamos 
imaginar que o confeiteiro e seu ajudante, juntos, recebam salário de R$ 1.300,00 por 
mês (valor total para o salário dos dois funcionários) e que o custo de seus encargos 
praticamente “dobrem” esse custo para a empresa. Assim, o custo do nosso confeiteiro 
e de seu ajudante será de, aproximadamente, R$ 2.600,00 por mês. Para efeitos de 
cálculo, consideraremos, nesse exemplo, exatos R$ 2.600,00 para pagamento da folha 
dos dois funcionários operacionais (os literalmente “mão na massa”).
Em seguida, vamos imaginar que esse profissional e seu ajudante, utilizando forno 
industrial e todo o aparato para essa finalidade (misturador industrial, bancadas etc.), 
consigam preparar nada menos que 50 bolos por dia. Sendo assim, ao final de 26 dias 
úteis, eles terão produzido um total de 1.300 bolos.
Fazendo os cálculos do custo de seus salários + os encargos (R$ 2.600,00) divididos 
pela quantidade de 1.300 bolos, acarretaria o custo de mão de obra direta de R$ 2,00 
para cada bolo (R$ 2.600,00 divididos por 1.300). 
Pronto! Acabamos de agregar o valor da mão de obra direta ao custo de produção do 
bolo. Após vendido, R$ 2,00 do valor do bolo vão para pagar o salário e o encargo 
desses dois funcionários.
Novamente lembramos que, os salários de outras pessoas, que não tenham as suas 
atividades diretamente relacionadas à montagem dos bolos, entram como despesas 
operacionais, no custo fixo.
Agora só falta estimarmos o custeio, que, no entendimento deste trabalho, será tratado 
como gastos gerais de fabricação. No caso, gastos gerais para a montagem dos bolos, 
28
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
tais como: fósforos que acendem os fornos; gás utilizado na produção; lubrificação 
dos equipamentos utilizados; e todas as demais variáveis que são difíceis de serem 
traduzidas em frações minúsculas de unidades monetárias. Imaginemos que tal custeio 
tenha sido de R$ 1.300,00. Assim, ao dividirmos R$ 1.300,00 por 1.300 bolos, teremos 
o acréscimo de R$ 1,00 para cada bolo.
Bem, agora temos três variáveis já calculadas:
 » ingredientes (matéria-prima) – R$ 12,90;
 » confeiteiro e seu ajudante (mão de obra direta) – R$ 2,00;
 » gastos gerais na produção do bolo (custeio) – R$ 1,00.
Isso significa que o custo de produção de uma única unidade de bolo será de R$ 15,90. 
A partir desse entendimento, o proprietário da empresa de bolos poderá começar 
a definir o valor de venda de seus bolos já que conhece, a partir de então, os custos 
variáveis do seu negócio.
Vamos supor que cada um dos 1.300 bolos seja vendido por R$ 39,75. Assim, 1.300 
vezes R$ 39,75 dará para a empresa um faturamento mensal de R$ 51.675,00.
Com um faturamento anual na ordem de R$ 620.100,00, o empresário passará a pagar 
a quarta faixa do imposto “Supersimples”, que é de 7,54%6. Agora, que tal a gente 
transportar esse exemplo para um Demonstrativo de Resultados?
Tabela 6. Demonstrativo de Resultados.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Faturamento R$ 51.675,00 100,00% 1300 un. R$ 39,75
Impostos R$ 3.896,29 7,54% 
4a Faixa do Supersimples Custo do produto R$ 20.670,00 40,00% 1300 R$ 15,90
Taxa de cartão R$ 1.446,90 2,80% 3,50% 80%
Comissões e encargos R$ 2.583,75 5,00%
Inadimplência R$ 258,38 0,50% 5,00% 10%
Total do custo variável R$ 28.855,32 55,84%
Margem de contribuição R$ 22.819,68 44,16%
Luz R$ 280,00
Água R$ 100,00
Aluguel R$ 1.000,00
Condomínio R$ 300,00
Salários fixos e encargos R$ 5.500,00
Telefone R$ 500,68
6 Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/simples-nacional-anexoI.html>.
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FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO │ UNIDADE I
Contador R$ 500,00
Internet R$ 100,00
Material de expediente R$ 100,00
Material de limpeza R$ 73,00
Pró-labore R$ 4.000,00
Total do custo fixo R$ 12.453,68 24,10%
Lucro Líquido R$ 10.366,00 20,06%
Fonte: Autor.
Procure observar os novos detalhes desse Demonstrativo de Resultados. O faturamento 
aumentou. Os impostos aumentaram. O custo da produção substituiu o markup – foi 
calculada a quantidade de 1.300 bolos x o custo unitário do bolo, que é de R$ 15,90. 
As demais condições do Demonstrativo permaneceram as mesmas, exceto o fato de 
que essa nova arquitetura financeira foi caracterizada por um faturamento maior e um 
custo variável menor, aumentando, assim, a margem de contribuição e o lucro líquido.
Ao aumentar o faturamento, aumentam, também, os custos variáveis, certo? 
Dentre os itens que aumentam o custo variável estão: impostos, quantidade de 
matéria prima a ser adquirida, ou seja, o custo da produção aumenta também. 
Desta forma, explique por que, quando o faturamento aumenta, obtém-se um 
lucro maior.
A melhor forma de explicar a viabilidade econômica e financeira de um projeto é por 
meio de uma situação prática.
Você deverá estar apto(a) a resolver este exercício para comprovar sua suficiência 
nesta disciplina. Monte todas as variáveis abaixo em um Demonstrativo de 
Resultados e as respostas aparecerão.
Você abriu o jornal de domingo e viu o seguinte anúncio:
Vende-se uma loja com faturamento médio mensal de R$ 40.000,00 pelo valor de R$ 
80.000,00. Tratar com o proprietário pelo telefone: 3098-9898.
Após contato telefônico, você foi até a loja e viu que se tratava do ramo de cestas para 
presentes. Solicitou o detalhamento das despesas e observou as seguintes contas.
Água – R$ 200,00.
Luz – R$ 400,00.
30
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMO
Telefone – R$ 500,00.
Markup utilizado pela loja – 2,2.
Taxa de cartão de crédito – 3% sobre 60% do faturamento.
Comissões de vendas adicionadas aos encargos – 5% .
Salários fixos adicionados aos encargos – R$ 4.800,00.
Aluguel – R$ 1.000,00.
Condomínio – R$ 800,00.
Contador – R$ 500,00.
Material de expediente – R$ 100,00.
Material de limpeza – R$ 100,00.
Impostos – 8% sobre o faturamento.
Internet – R$ 100,00.
Inadimplência média – 5% sobre 10% do faturamento.
Pró-labore – R$ 3.000,00.
Após exame de todas as contas, pede-se:
1. Monte a Demonstração de Resultado dessa empresa para que possa 
avalia-la melhor.
2. Qual é o BEP (Break Even Point – Ponto de Equilíbrio) do negócio?
3. Quais são os custos fixos, variáveis e o lucro líquido da empresa? 
4. Você consideraria a empresaeconomicamente viável e fecharia o negócio 
a partir dessas informações? Por quê?
31
UNIDADE IICONTROLADORIA
CAPÍTULO 1
Balanço Patrimonial (BP)
A Contabilidade é um excelente instrumento que auxilia os gestores na tomada de 
decisão. Ela coleta os dados econômicos sumarizando-os em forma de Demonstrações 
Financeiras que contribuem para a tomada de decisão.
Antes de adentrarmos o tema mais especificamente, compreendamos a questão geral 
que o envolve.
Contabilidade
A palavra contabilidade deriva do termo italiano contabilità, em uma referência ao uso 
das contas contábeis. Estas devem ser expressas com títulos em conformidade com os 
atos e fatos administrativos provocados, e figurar em um plano de contas, de acordo 
com as suas características, similaridades ou eventos econômicos produzidos. Uma 
conta deve representar exatamente a operação realizada.
À prática de reunir informações nos livros e documentos dá-se o nome de escrituração. 
Por esse motivo, até a metade da década de 1970 os contadores eram conhecidos como 
“guarda-livros”.
O objeto principal da contabilidade é o patrimônio e sua aplicação tem como objetivo 
representar, apreender e analisar suas mutações.
A aplicação da contabilidade busca prover informações sobre aspectos de natureza 
econômica, financeira e física do patrimônio da entidade e suas mutações.
Essas informações compreendem registros, demonstrações, análises, diagnósticos e 
prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros 
meios.
32
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Por econômico entende-se todas as mutações quantitativas-qualitativas do patrimônio, 
aquelas que alteram “receitas” e “despesas”, ou seja, o patrimônio líquido de uma 
entidade.
Por financeiros entende-se as mutações ocorridas no fluxo de caixa, ou seja, as transações 
feitas no caixa da entidade.
Há diversos fatores internos e externos que influenciam essas mutações e devem ser 
observados: ambiente social, econômico, político, legal, fatores relacionados à gestão 
empresarial, entre outros. 
Todos esses “acontecimentos” devem ser organizados e relatados em fatos contábeis, 
aos quais devem ser escriturados. Dessa forma, um sistema contábil deve ser aquele 
capaz de organizar os fatos contábeis a partir de três objetivos primordiais: 
 » registro;
 » controle; e 
 » informação.
Para essa finalidade a contabilidade utiliza quatro técnicas:
 » Escrituração: consiste em efetuar, de forma sistematizada, os registros 
das ocorrências que influenciam a evolução patrimonial. A escrituração, 
portanto, é realizada levando em consideração a ordem cronológica de 
todos os acontecimentos. A técnica contábil da escrituração é baseada 
em documentos comprobatórios, ou seja, todos os acontecimentos a 
serem escriturados devem corresponder a um documento legalizado que 
comprove a sua veracidade.
 » Demonstrações contábeis: consiste em apresentar todos os registros 
efetuados em uma forma condensada, que apresente os resultados 
atingidos pela empresa em um determinado período. Os fatos registrados 
devem constar em demonstrações expositivas, que, segundo a Lei no 
6.404/1976, são denominadas demonstrações financeiras.
 » Auditoria: técnica que busca ratificar a exatidão dos registros 
já efetuados e apresentados nas demonstrações contábeis. 
Consiste em um exame pormenorizado de todos os dados escriturados 
pela contabilidade, verificando se todos foram efetuados seguindo os 
princípios fundamentais da contabilidade. 
33
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Essa técnica pode ser aplicada de duas formas distintas: auditoria interna 
e auditoria externa. 
 › A auditoria interna é uma técnica realizada como forma de 
verificar/certificar os processos e resultados expostos pelas diversas 
áreas de uma entidade. Muitas empresas têm, em seu quadro de 
funcionários, auditores responsáveis por auditar as práticas internas 
dos departamentos. Cabe à essa auditoria verificar, controlar e 
solicitar correções nos processos e resultados das áreas. 
 › Por exemplo, a auditoria interna faz escolhas aleatórias de lançamentos 
contábeis para verificação por amostragem. Os lançamentos escolhidos 
são verificados quanto à sua veracidade, correção nas contas lançadas, 
existência de documentos comprobatórios.
 › A auditoria interna é a “validação” do trabalho contábil realizado 
na empresa afim de que no momento das demonstrações 
financeiras/prestação de contas a empresa esteja pronta para relatar 
suas informações de forma correta, de acordo com a legislação contábil 
e, ainda, as partidas lançadas “fechem a conta”, demonstrando de forma 
clara e precisa os resultados alcançados pela empresa, seu patrimônio 
líquido, receitas e despesas.
 › Já a auditoria externa é feita por empresas especializadas contratadas 
especificamente para a finalidade de realizar o trabalho feito em 
algumas empresas pela equipe de auditoria interna.
 › Geralmente, empresas compostas por sociedade e/ou empresas de 
capital aberto têm suas contas auditadas afim de que os resultados 
apresentados pela empresa sofram essa verificação ratificando a 
veracidade das informações para a garantia dos sócios.
 › Uma vez contratada, a empresa externa deve ter total acesso às 
informações e independência para analisar e solicitar correções 
necessárias diretamente ao contador e às áreas da empresa.
 » Algumas empresas de auditoria externa no Brasil bem conhecidas são: 
PwC – PricewaterhouseCoopers e KPMG.
 » Há, ainda, empresas que praticam as duas formas de auditoria. Nesse 
caso, o trabalho realizado pela equipe interna é auditado pela equipe 
34
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
externa. Fica a cargo da auditoria interna a interface com a auditoria 
externa e o contador que assina as demonstrações da empresa.
 » Análise de balanço: levando em consideração que as demonstrações 
contábeis representam dados sistematizados, que apresentam de forma 
sintética os resultados da empresa, nem sempre os usuários têm condições 
de interpretá-los. Assim, cabe à própria contabilidade decompor, 
comparar e interpretar os demonstrativos contábeis, com a finalidade de 
fornecer informações mais ágeis para os usuários.
Demonstrações Financeiras
As Demonstrações Financeiras são os relatórios contábeis exigidos por lei, portanto, 
obrigatórios. São exigidos para todas as sociedades por ações e, parte deles, tem a 
obrigatoriedade estendida a outros tipos societários como, por exemplo, as Sociedades 
por Quotas de Responsabilidade Limitada.
É extremamente necessário que, ao preparar as Demonstrações Financeiras de uma 
Companhia, se tenha pleno conhecimento das normas vigentes de contabilidade, das 
complexas modificações recentes, bem como dos aspectos tributários da rotina de 
fechamento de balanço.
É a partir da avaliação das demonstrações financeiras que se avalia a saúde financeira 
de uma empresa. 
É a partir da avaliação das demonstrações financeiras que se avalia a saúde 
financeira de uma empresa.
Balanço Patrimonial (BP)
O principal formato de Demonstração Financeira é o Balanço Patrimonial (BP), no qual 
abordaremos nesta seção. Essa demonstração explana, qualitativa e quantitativamente, 
a posição financeira e patrimonial de uma empresa em um dado momento (em regra, 
término do trimestre, semestre ou ano).
De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/1976, acima citada, as demonstrações de cada 
exercício serão sempre publicadas com a indicação dos valores correspondentes com 
das demonstrações do exercício anterior.
35
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Para que melhor compreendamos os lançamentos feitos em um Balanço Patrimonial, 
faz-se necessário, primeiramente, explicarmos alguns significados: 
 » Ativo ─ o ativo é formado por todos os bens, direitos edemais aplicações 
de recursos controlados pela empresa, capazes de gerar benefícios 
econômicos futuros, porém originados em eventos já ocorridos. Vejamos 
alguns exemplos: terrenos, ferramentas, máquinas, equipamentos, 
estoques, instalações, veículos, edificações, marcas etc.
 » Passivo ─ o passivo é formado por todas as obrigações (dívidas) que a 
empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedores, financiamentos, 
empréstimos etc. Essas dívidas exigirão ativos para sua liquidação.
 » Patrimônio líquido ─ o patrimônio líquido compreende os recursos 
próprios da Entidade, e seu valor é a diferença positiva (ou não) entre o 
valor do Ativo e o valor do Passivo.
A contabilidade trabalha com um conceito chamado “equação fundamental da 
contabilidade”. Esta equação é escrita na forma A=P+PL e significa que o total de 
ativos (A) sempre é igual à soma do total de passivos (P) com o patrimônio líquido (PL). 
Ela é desdobrada da equação A=P, anterior às teorias que introduziram o conceito de 
PL como a diferença entre ativos e passivos.
Por esse motivo fala-se que, na contabilidade, em partidas duplas. O que entra de um 
lado, obrigatoriamente sai do outro. Ao final tem-se todos os movimentos e o tamanho 
do patrimônio da empresa após essas mutações.
Equação Fundamental da Contabilidade: A=P+PL .
Sendo: A os ativos, P os passivos e PL o patrimônio líquido.
A representação seria, por exemplo:
Figura 1. Balanço Patrimonial.
Fonte disponível em: <http://www.piresconsultores.com/2014/01/balanco-patrimonial.html>.
36
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Origens e aplicações
O lado direito do Balanço Patrimonial, Capital de Terceiros (Passivo) mais Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recursos da empresa, em outras 
palavras, representa toda a origem de capital. O lado esquerdo do Balanço Patrimonial 
representa toda a aplicação de recursos originados no Passivo e/ou Patrimônio Líquido.
Desta forma, caso a empresa financie equipamentos junto a uma instituição financeira, 
terá uma origem de recursos no Passivo: financiamentos. Por sua vez, esses recursos 
serão aplicados no Ativo: equipamentos. 
Assim, fica bem fácil entender porque o Ativo será sempre igual ao Passivo+Patrimônio 
Líquido, pois a empresa só pode aplicar aquilo que tem origem. Se há uma origem 
(financiamento) de R$200.000 (Passivo), haverá uma aplicação (equipamentos) do 
mesmo valor R$200.000 (Ativo).
Daí, conclui-se que o lado do Ativo será sempre igual ao lado do Passivo+Patrimônio 
Líquido.
Segue, abaixo, a Equação Contábil Básica:
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Grupo de Contas do Balanço Patrimonial
Conforme estudamos na seção anterior, o Balanço Patrimonial é formado pelo Ativo 
(lado esquerdo) e pelo Passivo + Patrimônio Líquido (lado direito). 
O Ativo é composto por bens, direitos e demais recursos aplicados. O Passivo e o 
Patrimônio Líquido armazenam, por sua vez, todas as origens de recurso da empresa.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil utilizada por diversos agentes 
internos e externos à empresa: diretores financeiros, governo, bancos, fornecedores, 
sócios etc. Salvo a informação de que esses agentes não necessitam ser peritos 
em Contabilidade para analisar um balanço. Daí o Balanço Patrimonial ser uma 
demonstração simples e de fácil compreensão para todos. 
Para facilitar a análise do Balanço Patrimonial, há uma preocupação invariável dos 
contabilistas em estabelecer uma apropriada distribuição de contas. São duas regras 
principais que norteiam a distribuição de contas, a saber:
37
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Prazo: em contabilidade o curto prazo diz respeito, normalmente, ao 
período de até um ano. Períodos superiores a um ano são classificados 
como de longo prazo.
 » Grau de Liquidez: as rubricas que se transformam em dinheiro com mais 
facilidade são classificadas em primeiro lugar. Por exemplo, entre três 
contas: Bancos, Terrenos e Duplicatas a Receber, o mais líquido é o caixa; 
em seguida duplicatas a receber e, por último (menos líquido), terrenos.
Lastreado nessas duas regras principais ─ prazo e liquidez ─ vamos compor, os grupos 
de contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Grupo de Contas é um conjunto de contas o qual se estabelece dentro da empresa, 
respeitando-se a legislação vigente, para que se proceda ao registro dos fatos e atos 
inerentes à atividade da mesma, além de balizar os critérios para a elaboração de suas 
demonstrações financeiras/balanço patrimonial (nesse caso específico que estamos 
estudando agora).
A legislação prevê um conjunto de normas a respeito da publicação dessas informações 
e, dentre elas está inserida informação sobre a utilização de um Plano de Contas bem 
como um Manual o qual explica sobre a forma como se deve aplicar e usar cada uma 
dessas contas. É importante ressaltar que não basta, no Balanço, apenas citar a conta, 
porém deve-se fazer uma descrição sobre o funcionamento de cada uma delas.
Faz-se extremamente importante ressaltar a alteração na legislação societária que rege 
as empresas brasileiras. Há tempos sob a égide da Lei no 6.404/1976 (Lei das Sociedades 
por Ações), já se esperava uma mudança e, principalmente uma atualização na legislação 
brasileira para que as regras tornassem condizentes com as práticas internacionais de 
contabilidade. Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei no 11.638 e em maio de 
2008 a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dispôs sobre a aplicação da mesma.
A nova legislação trouxe alterações bruscas para as quais a maioria das empresas 
não estava preparada e os benefícios da alteração da mesma, os quais são previstos 
para tomar forma no longo prazo (tais como facilitação no acesso ao capital externo e 
melhores práticas de governança) não foram rapidamente percebidos por elas.
Para íntegra da Lei no 11.638, de 28 de dezembro de 2007,encontra-se disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.
htm>. 
38
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Grupo de Contas do Ativo
Ativo Circulante – esta conta agrupa dinheiro e tudo o que será transformado em 
dinheiro rapidamente. São contas que estão constantemente em giro, movimento.
Nesse grupo são registrados todos os bens e direitos que a empresa pode transformar 
em dinheiro no curto prazo, ou seja, no máximo, até o próximo exercício social.
O ativo circulante é uma conta contábil que registra as disponibilidades de curto prazo. 
Vejamos alguns exemplos: caixa, bancos, conta movimento e aplicações financeiras, 
títulos negociáveis (como duplicatas a receber), estoques e outros créditos de realização 
em curto prazo, como adiantamento a fornecedores e empregados.
Geralmente os exercícios sociais têm duração de 12 meses e, em sua grande maioria, 
ocorrem de janeiro a dezembro. Essa é a ideia de curto prazo.
Há, porém, algumas exceções para as companhias em que o ciclo operacional tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá 
por base o prazo desse ciclo. 
Não Circulante - compreende todas as contas que não serão realizadas (transformadas 
em dinheiro) no curto prazo (até o fim do próximo exercício social), bem como os bens 
de uso e de renda, quais sejam: veículos, máquinas, aluguéis, imóveis para venda etc.
Esse grupo de contas está dividido em subgrupos:
 » Realizável em Longo Prazo ─ Incluem-se nessa conta bens e direitos 
que se transformarão em dinheiro após o exercício seguinte, incluindo, 
é claro, as que não têm prazo de vencimento. São contas de natureza 
devedora, assim como as do Ativo Circulante. 
 Exemplo: duplicatas a receber no longo prazo ─ um cliente comprou 
um armário em 36 parcelas. Parte dessas parcelas será lançada na conta 
Duplicatas a Receber no curto prazo (Ativo Circulante) e outraparte delas, 
em função do prazo, deverá ser lançada na conta Duplicatas a receber em 
longo prazo (Ativo Não Circulante – Realizável em longo Prazo).
 » Investimento ─ São as participações permanentes em outras sociedades 
e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo Circulante, 
e que não se destinem à manutenção da atividade da empresa, com o 
objetivo de gerar rendimentos para a empresa.
39
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 Exemplos: participações em coligadas e controladas, imóveis alugados 
a terceiros (não de uso, mas para renda), compra de obras de arte para 
venda futura, investimento em ouro etc.
 » Imobilizado ─ São os bens e direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos, físicos, destinados à manutenção da atividade fundamental 
da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à empresa os benefícios, os riscos e o controle 
desses bens. 
 Não há, no caso do imobilizado, a intenção, por parte da empresa, de 
transformar esses bens em dinheiro já que esses são necessários ao 
desenvolvimento das atividades da empresa.
 Exemplos: prédios utilizados para a atividade da companhia, ferramentas, 
máquinas, veículos, mobiliário etc. 
 » Intangível ─ São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos, 
que não se podem tocar, destinados à manutenção da empresa. Exemplos: 
fundo de comércio, marcas e patentes, direitos autorais, softwares, 
amortização acumulada (depreciação) etc.
Vale aqui ressaltar que, até 2008, dentro da conta Ativo Não Circulante havia um 5o 
subgrupo chamado “Diferido”, o qual incluía despesas pré-operacionais. 
Porém, com a publicação da Medida Provisória no 449/2008, (posteriormente 
transformada na Lei no 11.941/2009), o subgrupo Diferido foi extinto. Os saldos 
existentes após o dia 31 de dezembro de 2008 devem ser, por lei, reclassificados para o 
passivo não circulante em conta representativa de receita diferida. 
O saldo em 31/12/2008 e que, por sua natureza, não puderam ser alocados em outro 
grupo de contas, puderam nele permanecer até sua completa amortização.
Grupo de Contas do Passivo e Patrimônio 
líquido
Passivo Circulante ─ são todas as obrigações exigíveis que serão liquidadas no curto 
prazo (no máximo, até o próximo exercício social).
Exemplos: folha de pagamento dos funcionários, participações nos resultados, férias 
e provisões de férias, 13o e provisões de 13o, parcelas de financiamentos vencendo no 
período, créditos dos sócios a serem pagos no período, tributos.
40
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Passivo Não Circulante ─ compreende todas as obrigações exigíveis que não serão 
liquidadas no curto prazo (próximo exercício social).
Como exemplo podemos citar: parcelas de empréstimos bancários com vencimento 
após o 13o mês após o final do exercício social.
Patrimônio Líquido ─ O Patrimônio Líquido (PL) é uma subconta do Passivo Total, 
que compõe o Balanço Patrimonial de qualquer empresa. No PL são computados o 
capital social, integralizado pelos acionistas por meio de aportes, os lucros acumulados 
pela empresa e as contas de reserva que podem ser constituídas (reserva legal, por 
exemplo), entre outros.
Cada empresa tem determinadas contas que deve declarar no PL, mas, basicamente, ele 
representa o investimento dos proprietários na empresa e as reservas de lucro e caixa 
que ela possui.
Capital Social, conforme definição do Sebrae7, é o montante necessário para se constituir 
e iniciar as atividades de uma nova empresa enquanto esta não gera recursos suficientes 
para se sustentar. O valor do capital social deve ser estipulado baseado em um plano de 
negócios elaborado pelos interessados previamente. 
Até esse ponto, falamos a respeito das contas representantes do patrimônio da empresa 
(ativo e passivo) e, por isso, representados mediante o Balanço Patrimonial.
Precisamos, porém, continuar nosso estudo para completar a avaliação anual da 
empresa. Falemos, então, das Contas de Resultado.
Contas de Resultado ─ aqui são apuradas as receitas e as despesas do período para 
apurar o resultado e verificar, então, se a empresa teve lucro ou prejuízo. Esse resultado, 
em termos financeiros, será incorporado ao Patrimônio por meio da conta de Prejuízos 
acumulados (quando for negativo), ou mediante a conta Reserva de lucros (quando for 
positivo).
Essas contas precisam ser apuradas juntamente ao Balanço Patrimonial, apesar de suas 
contas (Receitas e Despesas) não estarem inseridas na estrutura inicial do plano de 
contas do Balanço Patrimonial, uma vez que alteram a situação líquida deste8.
Receitas ─ são entradas de elementos para o ativo da empresa, na forma de bens ou 
direitos, que sempre provocam um aumento da situação líquida. 
7 Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/163-produtos-online/financas/publicacoes/artigos/6755-o-que-e-
e-como-definir-o-capital-social-de-minha-empresa>.
8 Veja exemplos reais de publicações de Balanços Patrimoniais e DREs disponíveis em: <http://www.valor.com.br/valor-ri>.
41
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
As receitas são classificadas em:
 » Receitas operacionais: são as despesas relacionadas às atividades 
fim e complementar da empresa. Exemplos: venda de mercadorias, 
prestação de serviços objeto do negócio da empresa, recebimento de 
receitas financeiras ou de locação.
 » Receitas não operacionais: são as receitas originadas pela venda de 
bens do ativo investimentos, imobilizados e intangíveis.
 » Despesas: consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente, 
ajudam a produzir uma receita, diminuindo o ativo ou aumentando o 
passivo.
 As despesas são aplicações que contribuem para a manutenção da 
atividade operacional da empresa com o objetivo de gerar receita. Por 
representarem saldo devedor, revelam variações negativas no Patrimônio 
Líquido.
Assim como as Receitas, podem ser classificadas em operacionais e não operacionais.
 » Despesas Operacionais: são as despesas diretamente vinculadas à 
atividade fim da empresa. Exemplo: custo das mercadorias, serviços, 
despesas administrativas (IPTU, aluguel, condomínio).
 » Despesas não Operacionais: são aquelas não diretamente 
relacionadas à atividade fim da empresa.
De forma simplista, poderíamos representar a relação entre as Contas de Resultado e o 
Balanço Patrimonial da seguinte forma:
Figura 2. Contas de Resultado – Balanço Patrimonial.
Fonte disponível em: <http://www.fernando-augusto.com/11/>.
42
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
A estrutura de um Balanço Patrimonial
Cada empresa possui suas particularidades tais como ramo de atuação, tamanho, 
atividade, localidade etc. e, por isso, de forma resumida e didática, podemos afirmar 
que o plano de contas deve sempre ser feito “sob medida” para atender as necessidades 
específicas de cada empresa respeitando, é claro, as normas vigentes de contabilidade e 
as demais legislações aplicáveis.
A correta escrituração de um balanço por meio de um plano de contas bem estruturado 
é de extrema importância, pois além de parametrizar os registros da organização 
dentro das normas aplicáveis, esse documento serve de informação rica para os demais 
públicos de interesse da empresa que o utilizam como forma de conhecer a atual e real 
situação dela.
Na definição da estrutura de seu plano de contas a empresa deve avaliá-lo como uma 
árvore pois, conforme vimos acima, há níveis e subníveis a serem relacionados.
Vejamos, então:
Figura 3. Estrutura.
Estrutura em Árvore Aplicação no Plano de Contas
1. Primeiro Nível
 1.1 Segundo Nível
 1.1.1 Terceiro Nível
 1.1.1.1 Quarto Nível
1. Ativo
 1.1 Ativo Circulante
 1.1.1 Disponibilidades
 1.1.1.1 Caixa
 1.1.1.2 Banco
É importante compreender que as contas devem sempre seguir a ordem estipulada:
1. ativo;
2. passivo;
3. receitas;4. despesas.
Vejamos agora, exemplo de estrutura geral de Plano de Contas, com níveis e subníveis:
1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 Caixa
1.1.1.1 Caixa Geral.
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CONTROLADORIA │ UNIDADE II
1.1.2 Bancos C/Movimento
1.1.2.1 Banco Alfa.
1.1.3 Contas a Receber
1.1.3.1 Clientes.
1.1.3.2 Outras Contas a Receber.
1.1.3.9(-) Duplicatas Descontadas.
1.1.4 Estoques
1.1.4.1 Mercadorias.
1.1.4.2 Produtos Acabados.
1.1.4.3 Insumos.
1.1.4.4 Outros.
1.2 NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Contas a Receber
1.2.1.1 Clientes.
1.2.1.2 Outras Contas.
1.2.2 INVESTIMENTOS
1.2.2.1 Participações Societárias.
1.2.3 IMOBILIZADO
1.2.3.1 Terrenos.
1.2.3.2 Construções e Benfeitorias.
1.2.3.3 Máquinas e Ferramentas.
1.2.3.4 Veículos.
1.2.3.5 Móveis.
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada.
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada.
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UNIDADE II │ CONTROLADORIA
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.1 Marcas.
1.2.4.2 Softwares.
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada.
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher.
2.1.1.1 Simples a Recolher.
2.1.1.2 INSS.
2.1.1.3 FGTS.
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.2.1 Fornecedores.
2.1.2.2 Outras Contas.
2.1.3 Empréstimos Bancários.
2.1.3.1 Banco A ─ Operação X
2.2 NÃO CIRCULANTE
2.2.1 Empréstimos Bancários.
2.2.1.1 Banco A ─ Operação X.
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.3.1 Capital Social
2.3.1.1 Capital Social Subscrito.
2.3.1.2 Capital Social a Realizar.
2.3.2 Reservas de Capital
2.3.2.1 Reservas de Capital.
2.3.2.2 Reservas de Lucros.
45
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
2.3.3 Prejuízos Acumulados
2.3.3.1 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores.
2.3.3.2 Prejuízos do Exercício Atual.
3 CUSTOS E DESPESAS
3.1 CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS
3.1.1 Custos dos Materiais.
3.1.1.1 Custos dos Materiais Aplicados.
3.1.2 Custos da Mão de Obra.
3.1.2.1 Salários.
3.1.2.2 Encargos Sociais.
3.2 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS
3.2.1 Custo das Mercadorias.
3.2.1.1 Custo das Mercadorias Vendidas.
3.3 CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
3.3.1 Custo dos Serviços.
3.3.1.1 Materiais Aplicados.
3.3.1.2 Mão de Obra.
3.3.1.3 Encargos Sociais.
3.4 DESPESAS OPERACIONAIS
3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.1 Mão de Obra.
3.4.1.2 Encargos Sociais.
3.4.1.3 Aluguéis.
46
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
3.5 PERDAS DE CAPITAL
3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante.
3.5.1.1 Custos de Alienação de Investimentos.
3.5.1.2 Custos de Alienação do Imobilizado.
4 RECEITAS
4.1 RECEITA LÍQUIDA
4.1.1 Receita Bruta de Vendas.
4.1.1.1 De Mercadorias.
4.1.1.2 De Produtos.
4.1.1.3 De Serviços Prestados.
4.1.2 Deduções da Receita Bruta
4.1.2.1 Devoluções.
4.1.2.2 Serviços Cancelados.
4.2 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
4.2.1.1 Receitas de Alienação de Investimentos.
4.2.1.2 Receitas de Alienação do Imobilizado.
Estruture o Balanço Patrimonial da Companhia mSC em 31/12/1X.
 » Caixa: R$ 1.800,00;
 » Fornecedores: R$ 5.000,00; 
 » Capital Social: R$ 10.000,00;
 » Máquinas: R$ 3.000,00;
 » Estoques: R$ 6.500,00;
47
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
 » Financiamentos a Pagar de Longo Prazo: R$7.320,00;
 » Lucros Acumulados: R$ 3.400,00; 
 » Duplicatas a receber: R$ 3.400,00;
 » Salários a pagar: R$ 6.500,00; 
 » Participações em Outras Empresas: R$ 7.320,00;
 » Contas a pagar: R$ 200,00; 
 » Prédios: R$ 5.000,00; 
 » Impostos a pagar no Curto Prazo: R$ 1.800,00; 
 » Títulos a pagar no Longo Prazo: R$ 2.000,00; 
 » Títulos a receber no Longo Prazo: R$ 9.000,00.
Figura 4. Ativo – Passivo.
ATIVO PASSIVO
Circulante
Não Circulante
Realizável a L. Prazo
Investimentos
Imobilizado Intangível 
Circulante
Não Circulante
Exigível a L. Prazo
Patrimônio Líquido
Total Total
Fonte: Autor.
48
CAPÍTULO 2
Decisões em relação ao balanço 
patrimonial e demonstração de 
resultado exercício (DRE)
A relevância do Passivo e do Patrimônio líquido
Um dos principais aspectos do Passivo é demonstrar a Estrutura de Capital da Empresa 
formada por Capital de Terceiros (Passivo) + Capital Próprio (Patrimônio Líquido). 
Quanto maior for o Capital Próprio (Patrimônio Líquido) e menor o Capital de Terceiros 
(Passivo), menos a empresa estará endividada. Por sua vez, quanto menor o Capital 
Próprio (Patrimônio Líquido) e maior o Capital de Terceiros (Passivo), mais a empresa 
estará endividada. 
O Passivo também apresenta a qualidade da dívida da empresa. Saberemos se os 
recursos de terceiros (dos credores da empresa) têm seu vencimento em maior parte 
em Curto Prazo (Circulante) ou em Longo Prazo (Exigível Longo Prazo).
Média de endividamento das empresas 
brasileiras (capital de terceiros)
Avaliando o grau de endividamento das empresas podemos perceber sua política de 
obtenção de recursos. Se ela recorre a captais próprios, ela está se endividando de uma 
forma sadia.
Se, porém, ela opta por contrair sucessivas dívidas e, desta forma, passa a endividar-se, 
ela corre um sério risco de falir. Contrair dívidas significa depender e “ficar na mão” de 
terceiros para manter a empresa de pé.
Se, porém, o lucro a ser obtido com o negócio for mais vantajoso do que as taxas a 
serem pagas pelo empréstimo feito, este pode ser uma boa saída para as empresas que 
souberem utilizarem dessa estratégia.
É de conhecimento geral que, nos últimos anos, o endividamento das empresas (Capital 
de Terceiros) vem aumentado.
49
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Segundo Iudícibus e Marion, o endividamento das empresas brasileiras durante a 
década de 1970 era de aproximadamente 30% (70% Capital Próprio).
No final da década de 1970 e início da década de 1980, a situação praticamente se 
inverteu: 60% de Capital de Terceiros e 40% de Capital Próprio. Este aumento do 
endividamento (Capital de Terceiros) se deu em razão do desenvolvimento econômico 
do Brasil no período, conhecido como “Milagre Econômico”.
Na década de 1980, vieram à recessão, os juros altos, a inflação e o medo do empresário 
se endividar (período conhecido como “Década Perdida”). Com isso, o grau de 
endividamento das empresas brasileiras novamente diminuiu. Resultado: os ativos das 
empresas brasileiras ficaram obsoletos, haja vista que não foram renovados por falta 
de captação de recursos. No final da década de 1990, o endividamento chegou perto de 
50% e, em 2002, foi a 58,6%. 
Em seu Relatório de Estabilidade, publicado em outubro de 2014, o Fundo Monetário 
Internacional (FMI) publicou que as empresas brasileiras são as mais endividadas 
dentre os países emergentes, estando com um indicador de atual na ordem de 79%, 
enquanto os outros emergentes avaliados estavam com taxas mais baixas (Turquia 
57%, Rússia 56%, México 59%, Índia 66%).
Ativo Circulante versus Passivo Circulante
O Ativo Circulante é também denominado Capital de Giro. É composto pelas aplicações 
que estão constantemente em giro (que têm alto grau de liquidez). 
O Passivo Circulante, por sua vez, é formado por despesas, contas que, também, estão 
invariavelmente em giro.
Obviamente, o almejado seria que o Ativo Circulante fosse sempre maior que o Passivo 
Circulante. Enquanto, o primeiro significa dinheiro e valores que se transformarão em 
dinheiro no curto prazo, o segundo significa dívidas no curto prazo.
No entanto, diversas vezes, mesmo que o Ativo Circulante seja maior que o Passivo 
Circulante, a empresa encontra dificuldade de pagamento de suas dívidas, isso porque 
as dívidas estão vencendo com rapidez maior do que os valores que se transformam em 
dinheiro. 
Quando isso ocorre, a empresa pode optar por recorrer a algumas alternativas tais como 
o desconto de duplicatas, empréstimos etc., com a finalidade de aumentar seu caixa e,consequentemente, honrar os seus compromissos no vencimento dessas dívidas.
50
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Capital Circulante Líquido (CCl) / Capital de 
Giro Líquido (CGL)
O conceito do Capital Circulante Líquido (CCL) é de suma importância para analisar 
a empresa, pois evidencia a capacidade de uma empresa gerenciar suas relações com 
fornecedores e clientes e honrar, desta forma, suas obrigações de curto prazo.
Fórmula CCL
CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
Exemplificando:
Considere que uma empresa tenha um Ativo Circulante de R$15.000 e um Passivo 
Circulante de R$10.000. Veja que, neste exemplo, se a empresa pagar todo o seu Passivo 
Circulante (na hipótese de ter dinheiro suficiente nas contas Caixa e Bancos), ainda lhe 
sobrará R$5.000 (CCL). 
Logo, os R$5.000 (restantes) não estão afetados com as dívidas da empresa. Repare 
que, pelo fato de a empresa possuir uma parcela que não será utilizada para pagamento 
da dívida, há uma folga financeira maior a ela.
CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
CCL = R$15.000 – R$10.000 / CCL = R$5.000
Conforme conceituado, o Ativo Circulante é denominado, também, de Capital de Giro. 
Assim, parte do Capital de Giro (Ativo Circulante) que não estiver comprometida com 
terceiros (Passivo Circulante) será da própria empresa. Daí surge à expressão Capital 
de Giro Próprio que é sinônimo do Capital Circulante Líquido.
O Capital de Giro Próprio representa, tecnicamente, a saúde financeira da empresa 
(empresa com superávit de capital de giro). Logo, é um importante indicador financeiro 
da empresa. Quando o Ativo Circulante for maior que o Passivo Circulante, a saúde 
financeira da empresa será favorável.
Ativo não circulante
Outra decisão importante a se tomar dentro de uma empresa é a respeito do tamanho 
de seu ativo não circulante.
Ao avaliar e/ou definir o tamanho do patrimônio de uma empresa, faz-se importante 
distinguir o setor onde ela está inserida bem como sua forma de atuação para saber se 
o seu Ativo Não Circulante deve ser baixo ou alto. 
51
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Existem empresas que têm o ativo não circulante bem elevado. As indústrias de maneira 
geral possuem um Ativo Não Circulante, imobilizado, de valor alto, pois investem em 
bens de capital (máquinas e equipamentos). 
Uma empresa do setor comercial, no entanto, possui um Imobilizado de pequeno valor; 
seu investimento concentra-se, sobretudo, na conta Estoque ─ Ativo Circulante.
Assim, o montante de aplicações no Imobilizado varia de empresa para empresa, de 
acordo com o setor de atividade. Entretanto, algumas empresas do setor industrial não 
possuem um Imobilizado de grande valor. 
Estas empresas utilizam a terceirização para reduzir o Imobilizado. A Nike, por exemplo, 
não tem sequer uma máquina produtiva, e terceiros são contratados para fabricar o 
produto.
De qualquer maneira, independentemente do ramo de atividade da empresa, um aspecto 
importante é que o Imobilizado seja, sempre, financiado pelo Patrimônio Líquido 
(Capital Próprio) ou Passivo Exigível em Longo Prazo. Por ser um grupo de retorno 
lento, financiar o Imobilizado com Passivo Circulante é “dar um tiro no próprio pé”.
Exemplo de tomada de decisão no Balanço Patrimonial:
Tabela 7. Balanço Patrimonial da Cia. Itamar (empresa comercial) em 31-12-XXXX.
ATIVO PASSIVO
XXXX XXXX
Circulante
Caixa
Duplicatas a receber
Estoques
Total Circulante
Realizável a LP
Títulos a receber
Permanente
Investimentos 
Imobilizado 
Total Permanente
200
300
500
1.000
100
1.000
1.000
2.000
Circulante 
Fornecedores 
Impostos a Recolher 
Outras Dívidas
Total Circulante
Exigível a LP
Financiamentos
Patrimônio Líquido
Capital
Reservas de lucros
Total Patrimônio Líquido
100
1.000
100
1.200
1.400
400
100
500
Total 3.100 Total 3.100
Fonte: Extraído do livro Exercícios Contabilidade Empresarial, de José Carlos Marion.
52
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Responda às seguintes questões:
a. Qual é o Capital Circulante Líquido da Empresa?
b. A empresa conseguirá, sem problemas, pagar as suas dívidas?
c. Pressuponha que a empresa esteja atrasando um tipo de obrigação. Qual 
é?
d. A composição do endividamento (Capital de Terceiros) é boa?
e. As aplicações no Permanente são sensatas?
f. Você compraria ação desta empresa? Por quê? Admita que as ações sejam 
muito baratas?
g. A proporção de Capital Próprio em relação ao Capital de Terceiros é boa?
h. Qual seria sua atitude como administrador desta Empresa?
i. O volume de Investimentos dos sócios é satisfatório?
Façamos juntos, uma breve análise a respeito dessa empresa.
Essa é a situação de uma empresa que:
 » não conseguirá pagar suas dívidas, uma vez que seu Ativo Circulante < 
Passivo Circulante; 
 » atrasa impostos (veja que o valor dos “Impostos a Recolher” é 
desproporcionalmente alto em relação a Estoques e Ativo Circulante); 
 » que tem um endividamento muito elevado (Passivo/ Passivo + Patrimônio 
Líquido = 2.600/3.100 = 84%); 
 » que aplica demais no Ativo Permanente, enquanto que uma empresa 
comercial deveria aplicar mais em Estoques; 
 » o volume de Investimentos dos sócios é insuficiente, ou seja, o Capital de 
Terceiros é excessivamente elevado em relação ao Capital Próprio.
Em uma primeira análise, o ponto positivo da empresa é a qualidade (composição) do 
Capital de Terceiros. Note que a maior parte da dívida está no Exigível em Longo Prazo 
em comparação com o Passivo Circulante. 
53
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Além de ser menos onerosa (mais barata, juros menores), a dívida de Longo Prazo é 
vantajosa porque há mais tempo para pagar. 
Mais de 70% das empresas no Brasil são micros e pequenas empresas. Praticamente, 
todas trabalham com endividamento de Curto Prazo, estão sempre devendo e pagando 
juros altos. Portanto, a Companhia Itamar tem esse lado positivo: ainda que sua dívida 
seja elevada (quantidade), possui um excelente perfil de endividamento (qualidade), 
em que a maior parte da dívida é em Longo Prazo.
Um bom administrador identificaria no Balanço Patrimonial que o maior problema da 
Empresa é de ordem financeira: a empresa não tem Capital de Giro Próprio (o Capital 
Circulante Líquido é negativo).
Isso faz com que ela não consiga pagar suas contas em dia, inclusive os impostos. 
O problema é que o Passivo Circulante é maior que o Ativo Circulante, ou seja, os 
valores a pagar no Curto Prazo são maiores que os valores a receber no Curto Prazo. 
Assim, a saída do administrador é aumentar o Ativo Circulante ou reduzir o Passivo 
Circulante.
Desta forma, respondendo à pergunta feita no item (h) a respeito do que você deveria 
fazer caso administrasse a empresa, pense que, para aumentar o Ativo Circulante, uma 
solução seria vender parte do investimento e aplicar em Estoque. Desta forma, você 
estaria viabilizando uma melhora na atividade comercial da empresa, sem prejuízo do 
negócio, uma vez que o “investimento” relaciona-se com aplicações que nada têm a ver 
com o ramo de atividade da empresa.
Outra saída seria reduzir o Passivo Circulante e, a melhor forma de fazê-lo, seria 
mediante a renegociação dos impostos. Ir até o fisco e propor o pagamento em 36 ou 48 
meses é plenamente possível e aceitável, ou até mesmo em 60 meses. Assim, a grande 
parte da dívida de Curto Prazo passaria para Longo Prazo. A confissão espontânea do 
débito pode amenizar a situação.
Para definir se compraríamos ações desta (pergunta f), teríamos que comparar os pontos 
fracos com os pontos fortes da Empresa: o principal ponto fraco é a situação financeira, 
pois a empresa não consegue pagar suas contas. Como contrapartida, vimos que há 
duas saídas (vender Investimentos e/ou renegociar Impostos) que podemcorrigir 
o problema. Outro ponto fraco, aparentemente muito ruim, é que a empresa atrasa 
Impostos, neste caso, por se tratar de comércio, estamos falando sobre o Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
54
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
A questão aqui é se uma empresa com situação financeira sofrível deveria optar em 
atrasar Impostos, ou atrasar dívidas, ou ainda recorrer aos bancos.
Se a empresa atrasasse Fornecedores, não teria mais mercadoria para vender. Atrasar 
salários levaria a empresa à paralisação. Os juros bancários de curto prazo são elevados 
e absorveriam a margem de lucro de uma empresa comercial, que, normalmente, é 
baixa.
Para uma empresa com situação financeira precária, atrasar Impostos poderia ser a 
alternativa menos ruim. Segundo alguns juristas de renome, deixar de pagar Impostos 
(tais como ICMS, ISS) para arcar compromissos mais urgentes não configura crime 
contra a ordem tributária. Deixar de pagar por absoluta falta de condições financeiras é 
diferente de enganar o fisco ou sonegar. 
Esconder dados, efetuar operações simuladas etc., porém, são práticas criminosas. 
Partindo desse raciocínio, podemos dizer que em situações de desespero, a Empresa 
agiu da forma menos ruim. Assim o ponto fraco, negativo, passa a ser um atenuante.
Outro ponto fraco é a quantidade do endividamento, mais de 80%. Porém, há, em 
contrapartida, um ponto forte a respeito da qualidade da dívida: (mais da metade da 
dívida é de Longo Prazo). 
Por fim, o último ponto fraco é um excesso de aplicação no item Investimento, já que 
se trata de uma empresa comercial. Poderíamos partir do princípio de que a Empresa 
está investindo em outras empresas; que ela seja uma espécie de holding mista, isto é, 
administra outras empresas e seu próprio negócio no ramo do comércio. Assim, não 
poderíamos dizer que ela é mal administrada pelo excesso de Investimento no Ativo 
Não Circulante.
Parece que há certo equilíbrio entre os pontos fracos e os pontos fortes. Haveria, então, 
outro argumento que desempataria esta análise? Sim. 
A empresa é rentável. Veja que ela tem lucro no Patrimônio Líquido e este lucro ($100) é 
relevante comparado aos investimentos dos sócios ($400) – 100/400 = 25% de retorno 
do Patrimônio Líquido.
O fato de não ser uma empresa deficitária é extremamente positivo. Por isso, se 
comprássemos milhões de ações por um valor baixo, isso poderia trazer grandes lucros 
futuros para o investidor.
Se conseguíssemos ver uma saída para a Empresa, sendo ela rentável e tendo ela a ação 
muito barata, a aquisição poderia ser viável.
55
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Estruture o Balanço Patrimonial da Companhia GHX agrupando as contas:
Tabela 8. Balanço Patrimonial da Companhia GHX.
ATIVO PASSIVO
Caixa 10.200
Investimentos 1.200
Bancos 800
Financiamentos (LP) 10.000
Capital 2.000
Estoque 1.000
Impostos a recolher 1.000
Duplicatas a receber 2.000
Diferido 1.400
Empréstimos a pagar (CP) 1.200
Imobilizado 10.000
Reservas de Lucros 11.400
Fornecedores 200
Contas a pagar 800
Fonte: Autor.
1. Com base no Balanço Patrimonial da Companhia GHX, responda às 
seguintes perguntas:
a. Qual é a situação financeira da Empresa?
b. Qual é o Capital Circulante Líquido da Empresa?
c. Qual é a composição do endividamento da Empresa?
d. A Empresa está muito endividada?
e. A Empresa conseguirá pagar seus compromissos de Longo Prazo?
Enquanto se pode pensar no Balanço Patrimonial como um instantâneo no tempo, a 
Demonstração de Resultado de Exercício apresenta as operações durante um período 
de tempo, por exemplo, durante o exercício de 2015. A Demonstração de Resultado de 
Exercício pode cobrir períodos de qualquer duração, mas, em geral, são elaboradas por 
trimestre ou por ano.
O cálculo é feito de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as 
despesas e seu objetivo principal é mostrar o Resultado do período (se lucro ou prejuízo), 
bem como, em detalhes, como se chegou ao referido Resultado. 
56
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
O objetivo desse capítulo é introduzir a DRE, no entanto não pretendemos esgotar o 
assunto.
Quadro 1. Principais informações da Demonstração de Resultado de Exercício (DRE).
Receita Operacional Bruta
(-) Deduções da Receita Bruta →
Total Geral de Vendas.
Neste grupo incluem-se todos os valores que não representam sacrifícios 
financeiros (esforços) para a empresa, mas que são meros ajustes para se 
chegar a um valor mais indicativo que é Receita Líquida, como, por exemplo, 
Impostos cobrados do consumidor, devoluções e descontos comerciais.
Receita Operacional Líquida
(-) Custos das Vendas → 
São somente os gastos da fábrica (gastos de produção), incluindo 
matéria-prima, mão de obra, despesas com depreciação de bens da 
fábrica, aluguel da fábrica, energia elétrica da fábrica etc.
Lucro Bruto (Resultado Operacional Bruto)
(-) Despesas → 
São os gastos de escritório, gastos para administrar (despesas administrativas) 
a empresa como um todo: desde o esforço de colocar os produtos ao cliente 
(despesas de vendas: propaganda, comissão), até remuneração ao Capital de 
Terceiros (despesa financeira: juros).
Lucro Operacional
(-) Perdas → 
Geralmente são os gastos imprevisíveis, que contribuem para a obtenção de 
Receita (vendas).
Lucro antes da Distribuição
(-) Participação de Terceiros → 
Há pessoas que terão uma parte do lucro: Governo (Imposto de Renda), 
administradores, empregados etc.
Lucro Líquido
(-) Participação dos Donos → 
Sócios/Acionistas.
Lucro Líquido do Exercício 
(Resultado Líquido do Exercício)
A seguir, para ilustrar como as informações da DRE estão dispostas, será apresentado 
um exemplo de DRE da Companhia RGM para os anos de 2014 e 2015.
Exemplo:
Tabela 9. Companhia RGM. 
Ano 2014 Ano 2015
Receita Bruta 5.000 22.500
(-) IPI e ICMS -1.800 -2.700 
(-) Devoluções -750 -1500
(-) Descontos Comerciais -450 -300
Receita Líquida 12.000 18.000
(-) Custo do Produto Vendido -3.600 -6.000
Lucro Bruto 8.400 12.000
(-) Despesas Operacionais de Vendas -1.800 -4.500
(-) Despesas Administrativas -1.500 -3.000
(-) Despesas Financeiras -2.100 -2.250
Lucro Operacional 3.000 2.250
(-) Despesas Não Operacionais -300 -150
Lucro antes do IR 2.700 2.100
57
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Ano 2014 Ano 2015
(-) Imposto de Renda -750 -600
Lucro depois do IR 1.950 1.500
(-) Participações
Empregados -150 -150
Administradores -300 -225
Lucro Líquido 1.500 1.125
Estruture a DRE da Companhia GHX agrupando as contas:
Tabela 10. Contas.
Receita Bruta 100.000
ICMS 15.000
Despesas Financeiras 3.000
Despesas Administrativas 2.000
Custo do Produto Vendido 20.000
Comissão de Vendedores 1.500
Imposto de Renda 10.000
Devoluções 3.000
Participação dos Administradores 2.000
Contribuição Social 300
Fonte: Autor.
58
CAPÍTULO 3
Análise das demonstrações financeiras
O principal objetivo deste capítulo é discutir as técnicas utilizadas por investidores e 
administradores para analisar as demonstrações financeiras.
A análise das demonstrações financeiras geralmente começa com o cálculo de um 
conjunto de índices financeiros, construídos para revelar os pontos e para mostrar se a 
posição da mesma tem melhorado ou piorado no decorrer do tempo.
Índices de Liquidez
Os Índices de Liquidez mostram a relação do Ativo Circulante de uma empresa com 
seus Passivos Circulantes e, assim, sua capacidade de honrar dívidas que vão vencer 
em curto prazo.
Dois Índices de Liquidez são largamente utilizados: Liquidez Corrente e Liquidez Seca.
Liquidez Corrente
A Liquidez Corrente é calculada dividindo-se o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante:
Índice de Liquidez 
Corrente=
Ativo CirculantePassivo Circulante
A Liquidez Corrente é um indicador que demonstra quanto dos direitos dos credores 
de Curto Prazo estão cobertos por Ativos que, se espera, sejam convertidos em caixa 
rapidamente. É a medida de solvência de Curto Prazo mais utilizada. Quanto maior o 
índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
Liquidez Seca
A Liquidez Seca é calculada deduzindo-se os estoques do Ativo Circulante e dividindo-
se o saldo pelo Passivo Circulante:
Índice de Liquidez 
Seca=
Ativo Circulante – Estoques
Passivo Circulante
Os estoques são os Ativos Circulantes, normalmente, menos líquidos de uma empresa 
e, portanto, são os Ativos em que é mais provável ocorrerem perdas, em caso de 
59
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
liquidação. Desta forma, é importante ter uma medida de capacidade da empresa de 
pagar suas obrigações de Curto Prazo sem contar com a venda de estoques. Quanto 
maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
Outro Índice ainda existente é o Índice de Liquidez Geral, o qual revela quanto a 
empresa possui em caixa e a realizar para quitar suas dívidas com terceiros.
Índice de Liquidez Geral =
Ativo Circulante + Realizável em Longo Prazo
Passivo Circulante+ Exigível em Longo Prazo
Índices de Atividade
Os Índices de Atividade medem a eficácia com que uma empresa gera seus ativos.
Os Índices de Atividade mais importantes incluem Giro de Estoques e Giro do Ativo.
Giro de Estoques
O Índice de Giro de Estoques pode ser definido de algumas formas, dependendo da 
quantidade de produtos que se tenha dentro de um estoque.
Este índice determina, de forma aproximada, quantas vezes o estoque é renovado 
naquele determinado período de tempo. A princípio, quanto mais vezes, melhor. 
Significa que mais vendas foram efetuadas e, consequentemente, o estoque precisou 
ser reposto (não estamos considerando, aqui, perdas com quebras, roubos, ou algo do 
tipo, por exemplo).
Uma das formas mais simples de se calcular esse índice é somando-se tudo o que 
foi vendido durante aquele período e dividindo-se pela média do estoque. Então por 
exemplo, se estamos verificando o giro de estoque dos últimos 6 meses e verificamos 
que, no início do período, tínhamos 200 cadeiras, ao longo dos meses, vendemos 200 
cadeiras, compramos outras 200. Isso significa dizer que o giro de estoque foi igual a 1, 
ou seja, cada cadeira foi reposta 1 vez no estoque.
Quando o índice for menor do que 1, significa dizer que ainda há produtos no estoque 
que ainda não foram vendidos e, portanto, não precisaram reposição, ainda, ou seja, 
não giraram.
Quando falamos em média de estoque (para o cálculo da soma de tudo o que foi vendido, 
dividido pela média do estoque do período), estamos falando em somar as quantidades 
iniciais e finais do estoque e dividir por 2.
60
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Giro de Estoque1 =
Soma das Vendas do período
Média do estoque do período
Porém, quando o estoque é formado por diversos tipos de item fica complicado fazer esse 
cálculo individualizado. Então, uma outra forma de cálculo deste índice é dividindo-se 
o custo total das vendas do período pela média do custo do estoque.
E quais são as vantagens de ter um giro de estoque alto?
 » redução nos problemas relacionados a prazos de validade (produtos 
perecíveis);
 » redução no espaço de armazenamento e, consequentemente, menores 
custos;
 » pagamentos aos fornecedores fracionados; etc.
Giro do Ativo
O Índice de Giro do Ativo é calculado dividindo-se as vendas pelo ativo médio, sendo: 
Vendas = receitas líquidas de prestação de serviço e venda de produto, líquida de 
impostos, abatimentos e devoluções; e Ativo Médio = ativo inicial + ativo final dividido 
por 2.
Este índice mostra se a empresa está gerando um volume de negócios suficientes, dado 
o total de seu investimento em Ativos. Quanto maior o índice em relação às empresas 
do mesmo setor, melhor sua posição em relação a essas.
Giro do Ativo 
=
Vendas
Ativo Médio
Índices de Endividamento
Os Índices de Endividamento revelam até que ponto a empresa é financiada por 
terceiros e sua probabilidade de não cumprir suas obrigações exigíveis. Conforme 
falamos anteriormente, avaliar o nível do endividamento da empresa e sua fonte (se 
capital próprio ou de terceiro), prazo (curto ou longo) é de extrema importância.
Há empresas que recorrem a dívidas como forma de complementação para realizar 
aplicações produtivas em seu ativo. Essas empresas, desta forma, estão fazendo um 
endividamento considerado, nesse primeiro momento, sadio, já que o resultado dessas 
aplicações gerará recursos para saldar os compromissos financeiros assumidos.
61
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Os novos compromissos financeiros feitos para saldar antigos compromissos já não 
podem ser considerados saudáveis. Esse comportamento demonstra um círculo vicioso 
e denota a probabilidade de falência daquela empresa.
O Índice de Endividamento mais importante é denominado grau de endividamento.
Grau de Endividamento (%)
O quociente do total de capital de terceiros em relação ao total dos Ativos, geralmente 
chamado de grau de endividamento mede a percentagem de fundos fornecida pelos 
credores. Em outras palavras, é o percentual de Capital de Terceiros aplicados na 
empresa.
Grau de Endividamento =
Total de Capital de Terceiros
Total de Ativos
Índices de Rentabilidade
Os Índices de Rentabilidade mostram os efeitos combinados das políticas de liquidez, 
da gestão de ativos e do financiamento sobre os resultados operacionais.
Margem Líquida (%)
A Margem Líquida, calculada pela divisão do Lucro Líquido pelas vendas líquidas, 
fornece o lucro por unidade monetária de vendas. Este índice revela o sucesso da 
empresa em termos de lucratividade sobre as vendas.
Margem Líquida =
Lucro Líquido
Vendas Líquidas
Em outras palavras, este cálculo mostra o grau de lucratividade líquida depois de 
reduzidos os gastos da organização comparativamente às vendas líquidas. Portanto, 
quanto maior o índice, maior é a sua margem de lucro sobre as vendas.
Retorno sobre os Ativos (%)
O quociente do Lucro Líquido em relação ao total de ativos mede o retorno do 
empreendimento como um todo, independentemente de onde vierem os recursos, 
somente admitindo as aplicações realizadas:
62
UNIDADE II │ CONTROLADORIA
Retorno sobre os Ativos 
=
Lucro Líquido
Ativo Total
Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor está sua posição 
em relação ao mercado no qual atua.
Retorno sobre o Capital Próprio
O quociente do Lucro Líquido sobre o PL mede o retorno sobre o capital próprio, ou 
seja, a taxa de retorno sobre o investimento dos acionistas.
Retorno sobre Capital Próprio =
Lucro Líquido
Patrimônio 
Líquido
Quanto maior o índice em relação às empresas do mesmo setor, melhor.
Tabela 11. Companhia Western Computer (Balanço Patrimonial 31 de dezembro de 2015).
em milhares R$
ATIVO PASSIVO
Caixa 77.500 Contas a pagar 129.000
Contas a receber 336.000 Notas promissórias 84.000
Estoques 241.500 Outras Contas a pagar 117.000
Total Ativo Circulante 655.000 Total Passivo Circulante 330.000
Ativos Imobilizados 292.500 Dívidas de Longo Prazo 256.500
Patrimônio Líquido 361.000
Total Ativos 947.500 Total Passivo + PL 947.500
Fonte: Autor.
Tabela 12. Companhia Western Computer (DRE 31 de dezembro de 2015).
Vendas
Custo dos Produtos Vendidos
Materiais
717.000
1.607.500
Mão de Obra 453.000
Aquecimento, Luz e Energia 68.000
Mão de Obra Indireta 113.000
Depreciação 41.500
Lucro Bruto 215.000
Despesas de Vendas 115.000
Despesas Gerais e Administrativas 30.000
Fonte: Autor.
63
CONTROLADORIA │ UNIDADE II
Tabela 13.
Lucro Antes dos Juros e Impostos 70.000
Despesas de Juros 24.500Lucro Antes dos Impostos 45.500
Imposto de Renda
Lucro Líquido
18.200
Fonte: Autor.
Tabela 14.
Índice Western Setor
Liquidez Corrente 2,0 2,0 vezes
Giro de Estoques 6,7 6,7 vezes
Giro do Ativo 1,7 3,0 vezes
Margem Líquida 1,7% 1,2%
Retorno Sobre os Ativos 2,9% 3,6%
Retorno Sobre o PL 7,6% 9,0%
Grau de Endividamento 61,9% 60,0%
Fonte: Autor.
Os Índices de Liquidez, o Giro de Estoques, a Margem Líquida e o Endividamento da 
Cia. Western estão OK comparativamente à média das companhias do mesmo setor. 
Os retornos sobre o Ativo e PL estão um pouco deficientes. O único índice deficiente da 
Cia. Western é o Giro do Ativo.
Extraia um Balanço Patrimonial e uma Demonstração de Resultado de Exercício 
de uma empresa pelo site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou por 
um jornal de grande circulação e proceda a uma análise de demonstrações 
financeiras.
64
UNIDADE III
FINANÇAS – MÉTODOS 
DE ANÁLISE DE 
PROJETOS DE 
INVESTIMENTOS
CAPÍTULO 1
O papel do administrador financeiro e 
as séries não uniformes
Papel do Administrador Financeiro
Nas companhias de médio e grande porte, a área financeira é atribuída a um alto dirigente 
(Diretor Financeiro) e a gerentes de escalões inferiores (Tesoureiro e Controlador). 
O organograma a seguir apresenta uma estrutura organizacional dando destaque à 
área financeira da companhia. O Tesoureiro e o Controlador estão subordinados ao 
Diretor Financeiro. O Tesoureiro é responsável pela gestão de fluxos de caixa, tomada 
de decisões de investimento e elaboração do planejamento financeiro. O Controlador 
gerencia as questões fiscais, a contabilidade de custos e financeira e, em algumas 
companhias, os sistemas de informação. (ROSS et al, 2001)
Figura 5. Estrutura organizacional.
Diretor Financeiro
Tesoureiro
Gerente de Caixa Gerente de Crédito
Controlador
Gerente de 
Planejamento Fiscal 
e Gerente de Custos
Fonte: Ross (2001) – simplificada.
65
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
O objetivo mais importante do Administrador Financeiro deve ser o de criar valor 
aos acionistas (proprietários da companhia) e isso significa maximizar o valor da 
companhia que ele trabalha. Esse objetivo sempre foi o mesmo e não mudou ao 
longo dos anos. O que mudou, porém, foi sua forma de se relacionar com o restante das 
áreas da empresa e sua forma de gestão como um todo.
Na era industrial, e ainda precisamos dizer que até hoje em alguns lugares essa “tradição” 
ainda não foi completamente abandonada, o administrador financeiro sempre atuou 
como o xerife da companhia, tomando decisões vistas pelo restante da empresa como 
aleatórias e, nem sempre, transparentes. 
Com o passar do tempo e a evolução dos processos de gestão e do conhecimento o 
papel desse profissional foi sofrendo algumas alterações uma vez que deixou de ser de 
completamente “divorciado” dos outros à aliado para o acompanhamento do processo 
evolutivo da empresa e, consequentemente, permitindo às áreas um processo decisório 
mais estratégico e consciente.
Para atingir esse objetivo, surge uma questão: de que maneira o Administrador 
Financeiro cria valor para os acionistas?
Ross et al. (2001) respondem a esta pergunta. Simplificadamente, o Administrador 
Financeiro cria valor para a companhia procurando comprar ativos que produzam mais 
caixa do que custam; e procurando vender obrigações, ações e outros instrumentos 
financeiros que proporcionem mais caixa do que custam.
No entanto, os administradores têm outros objetivos como, por exemplo, o interesse 
em sua própria satisfação pessoal, no bem-estar de seus empregados e no bem da 
sociedade em geral.
Quando o Administrador Financeiro pensa apenas em sua própria satisfação pessoal, 
surge o que se denomina de problema de agência que é um conflito de interesse potencial 
que surge entre os acionistas e os administradores financeiros.
Existem muitas maneiras de forçar o Administrador Financeiro a agir de acordo com os 
interesses dos proprietários da companhia, incluindo, sobretudo:
Remuneração Variável
A remuneração na forma variável (bônus) força o Administrador Financeiro a ter como 
meta principal a criação de valor para a companhia. Assim, as companhias tendem a 
oferecer a maior parcela da remuneração na forma variável atrelada à criação de valor 
para a companhia.
66
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Imposição de Restrições
Um dos problemas defrontados nas companhias são os custos de agência, que se dão 
quando os administradores e os acionistas têm objetivos diferentes. Tais conflitos têm 
maior propensão de ocorrer quando os administradores têm capital de giro disponível 
em demasia.
Burrough (1990) mostra que os administradores costumam utilizar o caixa em demasia 
à sua disposição com a finalidade de financiar certas vantagens, tais como: escritórios 
melhores, jatinhos corporativos, restaurantes de luxo, os quais fazem pouco no sentido 
de maximizar o preço das ações de uma companhia.
Jensen em artigo publicado em 1986, no Journal of Finance sob o título “Empirical 
Test of the Impact of Managerial Self-Interest on Corporate Capital Structure” afirma 
que um dos benefícios trazidos pelo endividamento está na imposição de restrições à 
administração. 
Para Jensen, com a utilização de mais Capital de Terceiros, a administração torna-se mais 
determinada a ser eficiente, tendo em vista que as necessidades mais altas de recursos 
para pagamentos dos passivos exigíveis forçam os administradores a tornarem-se 
mais disciplinados.
Faz-se importante ressaltar que um bom “time financeiro” depende intensamente de 
seus três pilares, igualmente.
A gestão financeira é uma delas, porém há que se cobrar eficiência e eficácia das outras 
duas pontas: atividades transacionais (atividades de rotina tais como Contas a Pagar, 
a Receber, operações fiscais etc.), e as de Controle (Contabilidade, Auditoria Interna e 
Externa etc.).
Atuando de forma sinérgica entre as atividades faz com que o administrador/gestor 
não precise destinar grande parte de seu tempo às rotinas burocráticas e possa usar sua 
capacidade para agregar valor à companhia o que, ainda nos dias de hoje e, sem dúvida, 
será sempre seu papel maior.
Passando para uma parte mais técnica e conceitual, o que caracteriza uma Série Não 
Uniforme é ela ter valores não uniformes ou períodos não uniformes entre os valores. 
A maioria das situações em cálculos financeiros envolve séries não uniformes. Podemos 
citar alguns exemplos, tais como: o desconto de duplicatas, as operações de venda, os 
fluxos diários de caixa das companhias, os projetos de investimento e os pagamentos 
parcelados de uma maneira geral (como, por exemplo, compras de veículos ou 
eletrodomésticos).
67
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Vamos analisar o exemplo que se segue, a fim de compreender a dinâmica do cálculo 
das séries não uniformes.
Exemplo: uma indústria de vidros desconta as seguintes duplicatas em um banco 
comercial que cobra uma taxa de 2% ao mês.
Tabela 15.
Duplicata Valor Vencimento
23 R$12.000,00 30 dias
26 R$10.000,00 60 dias
42 R$27.500,00 120 dias
Fonte: Autor.
Segue o diagrama de fluxo de caixa desta operação abaixo:
Figura 6. Diagrama de fluxo.
12.000 10.000 0 27.500 
0 1 2 3 4 
Uma forma de calcular o valor destas duplicatas que venceriam no futuro, porém, 
sendo descontadas antecipadamente, aplicando-se uma taxa de juros determinada, é 
aplicando-se a fórmula do Valor Presente (PV, do inglês Present Value). 
PV =
FV
(1+i)n
Onde:
PV = Valor Presente.
FV = Valor Futuro.
i = taxa de juros.
n = número de períodos (expresso em dias, meses, anos).
Calculandoo valor presente (PV) de cada uma das duplicatas, temos:
PV1 =
12.000
= 11.764,71
1,02
68
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
PV2 =
10.000
= 9.611, 69
(1,02 )2
PV3 =
27.500
= 25.405,75
(1,02 )4
∑PV = 46.782,14
A aplicação da fórmula do Valor Presente é uma forma de pegar valores futuros, aplicar 
taxas de juros e corrigir esse dinheiro para os dias atuais.
Precisamos, porém, considerar situações mais complexas de cálculo como, por exemplo, 
as que contemplam várias parcelas.
A fórmula completa a ser considerada é:
PV =
FV
(1+i)n + M [(1+i)
n -1]
[(1+i)n+1 – (1+i)n]
Onde:
PV = Valor Presente.
FV = Valor Futuro.
i = taxa de juros.
n = número de períodos (expresso em dias, meses, anos).
M = mensalidade (ou outro pagamento periódico).
PV ─ Present Value, VP ─ Valor Presente e VA ─ Valor Atual são sinônimos e, portanto, 
sempre que você ouvir qualquer uma dessas expressões estamos falando a respeito da 
fórmula das séries não uniformes. 
69
CAPÍTULO 2
Análise de investimentos
Analisar projetos de investimentos utilizando indicadores econômicos e financeiros 
permite a comparação entre diferentes fluxos de caixa e a determinação do grau 
de viabilidade de projetos. Por meio de técnicas é possível fazer a classificação de 
oportunidades de investimentos em vários níveis de atratividade e, com isso, facilitar o 
processo de tomada de decisões.
As análises econômico-financeiras são abordagens quantitativas que utilizam Técnicas 
da Matemática, Ciências Econômicas e Pesquisa Operacional. Há registro na literatura 
de diversos modelos de técnicas e métodos. Este capítulo versará sobre os indicadores 
mais frequentemente utilizados na classificação de projetos de investimentos em 
condições de certeza, bem como as respectivas considerações sobre as vantagens e 
desvantagens de cada um.
Assim, serão abordadas as técnicas do Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna 
de Retorno (TIR) e o método do Tempo de Retorno ou Payback. Ressalta-se também 
que esses métodos de análise geralmente levam em consideração a taxa de desconto 
denominada Taxa Mínima de Atratividade (TMA).
Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é a taxa de juros que reflete o patamar mínimo 
de retorno esperado por investidores, que quando não atingido ou não superado, indica 
que uma determinada seleção de investimento não deverá ser escolhida para receber a 
aplicação de recursos. 
A TMA é formada levando-se em consideração três componentes básicos: o custo de 
oportunidade, o risco do negócio e a liquidez.
Geralmente essa taxa de juros está atrelada à rentabilidade das aplicações de pouco 
risco. Assim, ao se fazer um investimento, busca-se alternativas cujos prováveis 
dividendos sejam superiores aos de outras opções. A taxa de juros que o dinheiro 
investido irá proporcionar deverá ser superior a uma taxa prefixada, da qual utilizamos 
como referência. A esta taxa denominamos Taxa Mínima de Atratividade.
Na condição de Custo de Oportunidade, a TMA pode ser considerada também a taxa de 
juros que remuneraria um determinado capital investido caso ele tivesse sido aplicado 
70
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
em uma alternativa diferente da oportunidade selecionada. Dessa forma, a TMA passa 
a ser o valor da diferença entre duas ou mais taxas de juros, que se refiram a diferentes 
alternativas de investimento como, por exemplo, caderneta de poupança, fundo de 
investimento etc.
Assim, se há uma determinada aplicação bancária com pequeno índice de risco e que 
paga 18% a.a., deixar o capital parado equivale a incorrer em um custo de oportunidade 
de 18% ao ano que este dinheiro deixa de render. O custo de oportunidade depende 
das alternativas em estudo e acaba sendo o percentual que se paga por não se preferir a 
oportunidade de maior rendimento.
Para Lapponi (2000), existem três tipos de taxas de juros que são analisadas pelos 
investidores em projetos:
 » taxa mínima requerida, que é a TMA de um projeto, em que o investidor 
estipula a taxa para aceitar ou rejeitar um determinado projeto;
 » taxa esperada, taxa esta originária da projeção dos fluxos de caixa do 
projeto;
 » taxa realizada, que identifica a medida exata da rentabilidade do 
investimento.
Como se trata de projeção futura de aplicação de recursos, a TMA serve de parâmetro 
para cotejamento entre as taxas obtidas pelos projetos durante os períodos de análise.
Outra questão importante a ser levada em consideração na composição da TMA é a 
liquidez, ou seja, a velocidade com que se poderá sair daquela posição de mercado para 
assumir outra mais rentável, caso seja preferível ou necessário.
Para alternativas em que exista o uso de capital próprio e de terceiros enquanto fonte 
de financiamento, indica-se como TMA o Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) 
conforme será visto posteriormente.
Payback Simples
Trata-se do mais antigo método formal para avaliação de projetos de investimento. 
É também o meio mais simples de se usar a aritmética para a análise de um investimento. 
O nome Payback vem do inglês e, em tradução livre, significaria pagar de volta. 
71
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Representa o número de anos necessários para recuperar o investimento original, que 
será compensado pelos fluxos de caixa positivos esperados pelo investidor. 
Em algum momento em uma linha do tempo, após um determinado número de anos a 
partir do primeiro desembolso, espera-se que o investimento original seja totalmente 
recuperado. Em outras palavras, quando o lucro (resultado) do investimento pagará 
(retornará) o que foi investido.
Trata-se de um tipo de cálculo do ponto de equilíbrio. Isso porque indicará em que 
momento as receitas e as despesas do projeto se equivalem. Quanto mais rápido isso 
acontecer, melhor. É claro que projetos de grande envergadura tais quais projetos de 
infraestrutura (por exemplo: construção de um novo terminal de embarque para cargas 
secas no porto) tendem a ter prazos de Payback mais dilatados por envolverem valores 
mais consideráveis.
A apuração do Payback Simples é feita em três passos.
1o passo: desenhar o Fluxo de Caixa em uma linha do tempo;
2o passo: lançar as expectativas de investimentos e de retornos ano a ano;
3o passo: identificar o período em que a soma dos retornos iguala ou supera o total do 
investimento.
Exemplo 1 – Uma empresa pretende efetuar um investimento de R$10.000,00 no 
momento inicial de um projeto com taxa de juros de 12% a.a. O retorno projetado é o 
seguinte:
1o Ano: R$1.000,00.
2o Ano: R$2.500,00.
3o Ano: R$2.500,00.
4o Ano: R$2.500,00.
5o Ano: R$3.500,00.
6o Ano: R$4.500,00.
72
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Determine o Payback Simples:
Quadro 2. Payback.
Período Valor Valor Acumulado
0 R$ (10.000,00) R$ (10.000,00)
1 R$ 1.000,00 R$ (9.000,00)
2 R$ 2.500,00 R$ (6.500,00)
3 R$ 2.500,00 R$ (4.000,00)
4 R$ 2.500,00 R$ (1.500,00)
5 R$ 3.500,00 R$ 2.000,00
6 R$ 4.500,00 R$ 6.500,00
Fonte: Autor.
Figura 7. Payback Simples.
1.000 2.500 2.500 2.500 3.500 4.500 
 10.000 
No exemplo, a inversão de sinal no valor acumulado ocorre entre o 4o e 5o ano. Dessa 
maneira, diz-se que o Payback Simples deste investimento é entre o 4o e 5o ano.
O Payback Simples é popular porque até mesmo pessoas sem conhecimento em finanças 
podem calculá-lo e o compreendem com facilidade. No entanto, pode levar o investidor 
a tomar uma decisão errada, visto que não leva em consideração o valor do dinheiro no 
tempo (o que é uma inconsistência teórica) e também não informa quanto iráretornar 
nem a rentabilidade do retorno.
Este método é bastante simples, mas deve ser evitado por aqueles que possuem 
conhecimentos de Matemática Financeira. Estes devem priorizar o Payback Descontado.
Exercício resolvido (1)
Os fluxos de caixa líquidos de um projeto de investimento estão indicados no quadro a 
seguir. Quantos anos precisaremos esperar até que os fluxos de caixa acumulados desse 
investimento se igualem ou superem seu custo?
73
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Tabela 16. Fluxos de caixa.
Período (anos) Fluxo
0 -50.000
1 30.000
2 20.000
3 10.000
4 5.000
Fonte: Autor.
Primeiro e Segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 8. Diagrama de Fluxo de Caixa.
 30.000 
 20.000 
 10.000 
 5.000 
 50.000 
Terceiro passo: calcular o número de anos necessários para se recuperar o investimento 
inicial.
Conforme indicado no Diagrama de Fluxo de Caixa, o investimento inicial é de $ 50.000. 
Depois do primeiro ano, a empresa recupera $ 30.000, deixando $ 20.000 a descoberto. 
O Fluxo de Caixa no segundo ano é exatamente igual a $ 20.000; ou seja, o investimento 
“se paga” em exatamente 2 anos. 
Portanto, o Payback Simples é de 2 anos. Se exigíssemos um período de recuperação do 
investimento de 2 anos ou menos, o investimento seria aceitável.
Exercício resolvido (2)
Os fluxos de caixa líquidos de um projeto de investimento são aqueles indicados 
no quadro a seguir. Quantos anos precisaremos esperar até que os Fluxos de Caixa 
acumulados desse investimento se igualem ou superem seu custo?
74
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Tabela 17. Fluxos de Caixa.
Período (anos) Fluxo
0 -60.000
1 20.000
2 90.000
Fonte: Autor.
Primeiro e Segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 9. Diagrama de Fluxo de Caixa.
 90.000 
 20.000 
 60.000 
Conforme indicado no Diagrama de Fluxo de Caixa, o investimento inicial é de $60.000. 
Depois do primeiro ano a empresa recupera $20.000, deixando $40.000 a descoberto. 
O Fluxo de Caixa no segundo ano é exatamente igual a $90.000, ou seja, o investimento 
“se paga” em algum momento do segundo ano.
Nesse caso, o tempo de recuperação do investimento não é exato. O Payback Simples 
se deu entre o 1o e 2o ano. Se exigíssemos um período de recuperação do investimento 
de dois anos ou menos, o investimento seria aceitável.
Exercício resolvido (3)
Se o período de corte é de dois anos, quais dos projetos a seguir deverão ser aceitos?
Tabela 18. Projeto.
Ano A B C D E
0 -100 -200 -200 -200 -50
1 30 40 40 100 100
2 40 20 20 101
3 50 10 10 -200
4 60
Fonte: Autor.
Resposta: Deverão ser aceitos os projetos D e E. 
75
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Exercício resolvido (4)
A Companhia Alfa pretende investir $525.000 hoje em um novo projeto de expansão. O 
projeto gerará fluxos anuais de caixa de $75.000 durante 15 anos. Qual é o período de 
Payback Simples do projeto? Supondo que a Cia Alfa deseje um período de recuperação 
do investimento de 13 anos, deve, o projeto, ser aceito?
Primeiro e Segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 10. Diagrama de Fluxo de Caixa.
 75.000 
 
 525.000 
Terceiro passo: calcular o número de anos necessários para se recuperar o investimento 
inicial. O Projeto da companhia Alfa precisa de sete anos para recuperar os $525.000 
mil de investimento inicial. Veja o quadro seguinte:
Tabela 19. Diagrama.
Período Retorno Retorno Acumulado
1o ano 75.000,00 75.000,00
2o ano 75.000,00 150.000,00
3o ano 75.000,00 225.000,00
4o ano 75.000,00 300.000,00
5o ano 75.000,00 375.000,00
6o ano 75.000,00 450.000,00
7o ano 75.000,00 525.000,00
8o ano 75.000,00 600.000,00
Fonte: Autor.
Resposta: o projeto deve ser aceito, pois o período de Payback (7 anos) é inferior ao 
período desejado de recuperação do investimento (13 anos).
Payback descontado
É similar ao Payback Simples. A diferença reside no fato de neste método o Fluxo de 
Caixa ser descontado. Assim, os valores recebidos ao longo da linha do tempo, serão 
76
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
ajustados a valor presente. Considera-se, portanto, o custo de capital ou uma taxa de 
desconto.
Assim, o Payback Descontado é o número de anos necessários para recuperar o 
investimento original considerando-se Fluxos de Caixa líquidos descontados pelo custo 
de Capital do Projeto.
Pode-se calcular o Payback Descontado em quatro passos:
 » 1o passo: desenhar o Fluxo de Caixa em uma linha do tempo;
 » 2o passo: lançar as expectativas de investimentos e de retornos ano a ano;
 » 3o passo: descontar cada parcela a valor presente com auxílio da taxa de 
desconto;
 » 4o passo: identificar o período em que a soma dos retornos a valor presente 
se iguala ou supera o total do investimento.
Exemplo 2 – Utilizando-se novamente o exemplo 1, teremos um resultado diferente 
para caso façamos o cálculo considerando o Payback Descontado.
Vejamos:
Figura 11. Payback Descontado.
 1.000 2.500 2.500 2.500 3.500 4.500 
 
 10.000 
Tabela 20.
Período Valor Valor Presente Valor Acumulado
0 10.000,00 R$ (10.000,00) R$ (10.000,00)
1 1.000,00 R$ 892,86 R$ 9.107,14
2 2.500,00 R$ 1.992,98 R$ 7.114,16
3 2.500,00 R$ 1.779,45 R$ 5.334,71
4 2.500,00 R$ 1.588,80 R$ 3.745,91
5 3.500,00 R$ 1.985,99 R$ 1.759,92
6 4.500,00 R$ 2.279,84 R$ 519.92
Fonte: Autor.
77
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Para o Payback Descontado, só acontecerá a inversão de sinal no valor acumulado entre 
5o e o 6o ano. E esse resultado é mais confiável do que o resultado do Payback Simples. 
É comum e frequente que haja diferenças entre os resultados do Payback Simples e do 
Payback Descontado. 
Isso evidencia a importância da correção dos valores dos Fluxos de Caixa a partir de 
uma taxa de desconto. Outro detalhe é a correção dos valores ao valor presente que 
torna o Payback Descontado teoricamente consistente.
Há, porém, algumas desvantagens no uso do Payback Descontado. O método não 
informa a rentabilidade e o valor do retorno, como também não leva em consideração 
os Fluxos de Caixa positivos ou negativos após o período de Payback. Apesar de tais 
limitações, o Payback dá uma estimativa de tempo no qual o Capital estará preso a um 
projeto.
Exercício resolvido (5)
Utilizando o mesmo enunciado do Exercício Resolvido (4), considere uma taxa anual 
de desconto apropriada para o projeto igual a 10%. Calcule o período de Payback 
Descontado do projeto.
Primeiro e Segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano. O Diagrama de Fluxo de Caixa é igual ao do 
EXERCÍCIO RESOLVIDO (4).
Terceiro passo: descontar cada parcela a valor presente com auxílio da taxa de desconto 
e calcular o número de anos necessários para se recuperar o investimento inicial.
O Projeto da companhia Alfa precisa entre doze e treze anos para recuperar os $525.000 
mil de investimento inicial, tendo em vista que o Payback Descontado é o número de 
anos necessários para recuperar o investimento original considerando-se Fluxos de 
Caixa líquidos descontados pelo custo de Capital do Projeto.
Veja o quadro que segue:
Tabela 21.
Período RetornoNominal Retorno Real Retorno Acumulado
1o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^1 = 68.181,82 68.181,82
2o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^2 = 61.983,47 130.165,29
3o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^3 = 56.348,61 186.513.90
4o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^4 = 51.226,01 237.739,91
78
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Período Retorno Nominal Retorno Real Retorno Acumulado
5o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^5 = 46.569,10 284.309,91
6o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^6 = 42.335,54 326.644,55
7o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^7 = 38.486,86 365.131,41
8o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^8 = 34.988,05 400.119,46
9o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^9 = 31.807,32 431.926,79
10o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^10 = 28.915,75 460.842,53
11o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^11 = 26.287,04 487.129,58
12o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^12 = 23.897,31 511.026,89
13o ano 75.000,00 75.000,00/(1+0,10)^13 = 21.724,83 532.751,72
Fonte: Autor.
Resposta: o projeto deve ser aceito, pois o Payback Descontado ocorreu entre o 12o e 13o 
anos, inferior ao período desejado de recuperação do investimento (13 anos). 
Exercício resolvido (6)
Suponha que um investimento exige um gasto inicial de $5 milhões e tenha Fluxos de 
Caixa esperados de $1 milhão, $3,5 milhões e $2 milhões para os três primeiros anos, 
respectivamente. Qual é o Payback Descontado deste investimento se a taxa de retorno 
exigida é 10%?
Tabela 22.
Período Fluxo
0 ano -5.000.000
1o ano 1.000.000
2o ano 3.500.000
3o ano 2.000.000
Fonte: Autor 
Primeiro e Segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 12.
 3.500.000 
 2.000.000 
 1.000.000 
 5.000.000 
79
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Terceiro passo: descontar cada parcela a valor presente com auxílio da taxa de desconto 
e calcular o número de anos necessários para se recuperar o investimento inicial.
O Projeto precisa entre dois e três anos para recuperar os $5.000.000 de investimento 
inicial, tendo em vista que o Payback Descontado é o número de anos necessários para 
recuperar o investimento original considerando-se Fluxos de Caixa líquidos descontados 
pelo custo de Capital do Projeto, conforme poderemos ver no quadro que se segue:
Tabela 23.
Período
Retorno 
Nominal
Retorno Real Retorno Acumulado
1o ano 1.000.000 1.000.000/(1,1)^1 = 909.090,91 909.090,91
2o ano 3.500.000 3.500.000/(1,1)^2 = 2.892.561,98 3.801.652,89
3o ano 2.000.000 2.000.000/(1,1)^3 = 1.502.629,60 5.304.282,49
Fonte: próprio autor da pesquisa
Resposta: O projeto tem o período de Payback Descontado entre o 2o e 3o anos.
Valor Presente Líquido (VPL) ou Valor Líquido 
Atual (VLA)
A partir do reconhecimento das limitações e desvantagens das técnicas de Payback, 
surgiram outros métodos mais eficazes para a análise de investimentos. Destacamos 
aqui a ferramenta do Valor Presente Líquido (VPL). O método é baseado no Fluxo 
de Caixa descontado e reflete o Valor Presente dos retornos (entradas de caixa) de 
um investimento menos o Valor Presente dos custos (saídas de caixa) deste mesmo 
investimento.
VPL = VP das entradas de caixa (Receitas Líquidas) – VP das saídas 
(custos ou investimentos)
São três os passos para se calcular o VPL.
 » 1o passo: lançar todas as entradas e as saídas de caixa ao longo de uma 
linha do tempo.
 » 2o passo: calcular o valor presente de cada Fluxo de Caixa sejam eles fluxos 
positivos ou negativos, descontando pelo custo de Capital do Projeto ou 
pela Taxa de Desconto definida para o projeto.
 » 3o passo: somar os Fluxos de Caixa descontados. O resultado é o VPL do 
projeto.
80
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
No caso de um VPL ser positivo, o projeto é considerado viável. Significa que está 
recebendo mais dinheiro do que foi investido.
Se for negativo o VPL, o projeto deve ser rejeitado. Significa que estamos colocando 
mais dinheiro em termos de investimento do que se têm retorno.
Se o VPL é nulo, significa que os Fluxos de Caixa do projeto são somente suficientes 
para pagar o custo do Capital investido.
Ao compararmos projetos mutuamente excludentes de VPL positivo, o de VPL mais 
elevado deve ser escolhido. Quando os valores forem negativos, o VPL de menor valor 
em módulo deverá ser elegido.
Exemplo – Um projeto demanda um investimento no momento inicial de R$25.000,00. 
O sistema apresentará durante 4 meses consecutivos o Fluxo de Caixa positivo de 
R$8.000,00 livre de taxas e impostos. Ao fim do 4o mês não haverá valor residual ou 
valor de revenda para o projeto. O custo de Capital para o levantamento dos $25.000,00 
juntos aos bancos de investimento é 2% a.m. Qual é o Valor Presente Líquido deste 
projeto?
Figura 13. Valor Presente Líquido.
R$ 
 25.000 
VPL =
(25.000)
+
8.000
+
8.000
+
8.000
+
8.000
(1+2%)0 (1+2%)1 (1+2%)2 (1+2%)3 (1+2%)4
VPL = (25.000)+7.843,14+7.869, 35+7.538, 58+7.390.76
VPL = 5.461, 83
O resultado mostra que este projeto gera fluxos de caixa suficientes para “pagar” o 
custo do projeto a 2% a.m. e deixa um resultado líquido (VPL) de $5.461,83 para os 
investidores. O VPL denota que é viável este projeto de investimento.
81
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Utilizando a calculadora HP 12C
Tabela 24. Calculadora.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
25.000 CHS g CF0 -25.000,00
8.000 g CFj 8.000,00
8.000 g CFj 8.000,00
8.000 g CFj 8.000,00
8.000 g CFj 8.000,00
2 i 2,00
f NPV 5.461,83
Fonte:Autor.
Obs.: o comando g Nj pode ser utilizado para não se repetir por 4 vezes a entrada do 
Fluxo de Caixa R$8.000,00. Nesse caso, teríamos a seguinte sequência de passos.
Utilizando a calculadora HP 12C
Tabela 25. Calculadora.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
25000 CHS g CF0 -25.000,00
8000 g CFj 8.000,00
4 g Nj 4,00
2 i 2,00
f NPV 5.461,83
Fonte: Autor.
Exercício resolvido (7)
Determine o VPL, considerando uma taxa de desconto de 8% ao ano, do Projeto Y, cujo 
Fluxo de Caixa é mostrado a seguir:
82
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Tabela 26. Fluxo de Caixa.
ANO FLUXO DE CAIXA
0 – 1.000.000
1 200.000
2 200.000
3 200.000
4 400.000
5 500.000
Fonte: Autor.
Primeiro e segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 14. Fluxo de Caixa.
 500.000 
 400.000 
 200.000 
 1.000.000 
Terceiro passo: utilizando a fórmula (1):
VPL = -1.000.000 + 200.000/(1,08)1 + 200.000/(1,08)2 + 200.000/(1,08)3 + 400.000/ 
(1,08)4 + 500.000 /(1,08)5 = 149.722,94
Utilizando a HP 12C
Tabela 27. Fluxo de Caixa.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
1000000 CHS g CF0 -1.000.000,00
200000 g CFj 200.000,00
3 g Nj 3,00
400000 g CFj 400.000,00
500000 g CFj 500.000,00
8 i 8,00
f NPV 149.722,94
Fonte: Autor.
Resposta: O VPL é igual a 149.722,94
83
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Exercício resolvido (8)
Determine o VPL, considerando uma taxa de desconto de 12% ao ano, dos Projetos A e 
B, cujos Fluxos de Caixa são mostrados a seguir:
Tabela 28. Fluxo de Caixa.
ANO PROJETO A PROJETO B
0 -40.000 -50.000
1 10.000 12.000
2 10.000 12.000
3 13.000 16.000
4 13.000 16.000
5 13.000 16.000
Fonte: Autor. 
Primeiro e segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa elançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 15. Fluxo de Caixa.
Projeto A 13.000 
 10.000 
 
 
 
40.000 
Projeto B 16.000 
 12.000 
 
 
 
 50.000 
Terceiro passo: utilizando a fórmula (1):
VPLA= -40.000/(1,12)
0 + 10.000/(1,12)1 + 10.000/(1,12)2 + 13.000/(1,12)3 + 13.000/
(1,12)4 +13.000/(1,12)5 = 1.791,94
VPLB= -50.000/(1,12)
0 + 12.000/(1,12)1 + 12.000/(1,12)2 + 16.000/(1,12)3 + 16.000/
(1,12)4 + 16.000/(1,12)5 = 916,22
84
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Utilizando a HP 12C – Projeto A
Tabela 29. Projeto A.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
40000 CHS g CF0 -40.000,00
10000 g CFj 10.000,00
2 g Nj 2,00
13000 g CFj 13.000,00
3 g Nj 3,00
12 i 12,00
f NPV 1.791,94
Fonte: Autor.
Utilizando a HP 12C – Projeto B
Tabela 30. Projeto B.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
50000 CHS g CF0 -50.000,00
12000 g CFj 12.000,00
2 g Nj 2,00
16000 g CFj 16.000,00
3 g Nj 3,00
12 i 12,00
f NPV 916,22
Fonte: Autor.
Respostas: O VPL do projeto A é igual a 1.791,94; e
O VPL do projeto B é igual a 916,22.
Alternativas com vidas úteis diferentes
Projetos com diferentes vidas úteis não são diretamente comparáveis, uma vez que estão 
sujeitos a conflitos em decorrência das disparidades de tamanho e de tempo. A melhor 
abordagem para esse problema é a técnica do Mínimo Múltiplo Comum (MMC).
A técnica do mínimo múltiplo Comum (mmC)
Sob o ponto de vista econômico, projetos com durações estimadas desiguais não são 
diretamente comparáveis. O artifício para resolver esse impasse é adotar o MMC dos 
85
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
diferentes horizontes de planejamento das alternativas de investimento em análise. 
Assim será possível compará-los em uma base temporal uniforme.
Neste caso, a comparação de duas alternativas de investimento, com horizontes de 
planejamento de 3 e 4 anos, respectivamente, resulta em uma base temporal de 12 anos 
que é o MMC entre 3 e 4. Para efeitos de comparação, repete-se o projeto de 3 anos por 
4 vezes em uma linha do tempo de 12 anos. O mesmo se aplica ao projeto de 4 anos que 
será repetido 3 vezes em um horizonte de 12 anos.
Em seguida, calcula-se os VPL de cada projeto, já que, agora, todos estão com seus 
tempos de duração equalizados.
Exemplo – Compare as alternativas K e L pelo método do VPL. Adote uma taxa de juros 
comum aos dois sistemas de 12% a.a.
A alternativa K possui um horizonte de planejamento de 3 anos. A alternativa L possui 
um horizonte de planejamento de 4 anos. O MMC entre K e L é de 12 anos.
Figura 16.
 5.000
3.000
10.000
 
 Alternativa
Alternativa L
 K 
 12.000 
 
Solucionando a alternativa K: para se atender ao horizonte de comparação de 12 anos, 
repete-se 4 vezes o fluxo da alternativa K.
Figura 17.
 5.000 
 
 
 Alternativa K 3 6 9 12 
 12.000 12.000 12.000 12.000 
86
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Havia um único valor de investimento e agora existem 4. Havia 3 fluxos positivos de 
5.000 e agora existem 12. 
Deve-se, neste ponto, simplificar o Fluxo de Caixa para que se tenha um único valor 
associado a cada ano. O Fluxo de Caixa resultante é:
Figura 18.
 5.000 5.000 5.000 5.000 
 
 
 Alternativa L 3 6 9 12 
 12.000 7.000 7.000 7.000 
Para uma taxa de juros de 12% a.a., temos o seguinte valor presente líquido:
( )
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( ) ( )0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
12.000 7.000 7.000 7.0005.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000VPL =
1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12 1,12
+ + + + + + + + + + + +
VPL = (12.000) + 4.464.29 + 3.985,97 + (4.982,46) + 3.177,59 + 2.837,13 + (3.546,42) 
+ 2.261,75 + 2.019,42 + (2.524,27) + 1.609,87 + 1.437,38 + 1.283,38
VPL = 23,61
Solucionando a alternativa L: o diagrama já simplificado da alternativa L é como o 
apresentado a seguir.
Figura 19.
 3.000 3.000 3.000 
 
 
 Alternativa L 4 8 12 
7.000 7.000 
Utilizando a calculadora HP 12C
Tabela 31.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
10000 CHS g CF0 -10.000,00
3000 g CFj 3.000,00
3 g Nj 3,00
70000 CHS g CFj -7.000,00
3000 g CFj 3.000,00
3 g Nj 3,00
87
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
70000 CHS g CFj -7.000,00
3000 g CFj 3.000,00
4 g Nj 4,00
f IRR -1.810,89
Fonte: próprio autor da pesquisa
Comparando os VPL de K e L têm-se que a melhor opção é o VPL de K= 23,61. O VPL 
de L é negativo e essa alternativa deverá ser rejeitada.
Taxa Interna de Retorno (TIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de desconto que iguala o valor presente dos 
Fluxos de Caixa positivos ao valor presente de seus custos. É a taxa de desconto que faz 
o VPL do projeto ser zero. Assim, o VPL de um projeto descontado à TIR é 0 (zero).
O cálculo da TIR, diferentemente do cálculo do VPL, é feito por tentativa e erro 
(iteração). Quando auxiliado por calculadora financeira ou planilha eletrônica, passa a 
ser um processo rápido, eficaz e simples.
A ideia por detrás da TIR é similar à do VPL. Define-se enquanto taxa de referência o 
Custo de Capital a ser investido. Se a TIR de um projeto for superior à referência, haverá 
um excedente (após a remuneração deste capital) que será revertido para os acionistas. 
Portanto, quando uma empresa implementa um projeto com TIR superior ao Custo de 
Capital, aumenta a riqueza de seus acionistas. Por outro lado, implementar um projeto 
com TIR inferior ao Custo de Capital impõe perda aos acionistas.
Exemplo – Um projeto demanda um investimento único inicial de R$20.000,00. Tal 
projeto fornece um Fluxo de Caixa, livre de taxas e impostos, de $6.000,00 ao mês, 
durante 5 meses, após este período não há valor residual ou de revenda para o projeto. 
Calcule a taxa Interna de Retorno (TIR).
Figura 20.
 R$ 
 
 
 
 R$ 20.000,00 
 
VPL =
(20.000)
+
6.000
+
6.000
+
6.000
+
6.000
+
6.000
(1+TIR%)0 (1+TIR%)1 (1+TIR%)2 (1+TIR%)3 (1+TIR%)4 (1+TIR%)5
88
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
0 =
(20.000)
+
6.000
+
6.000
+
6.000
+
6.000
+
6.000
(1+TIR%)0 (1+TIR%)1 (1+TIR%)2 (1+TIR%)3 (1+TIR%)4 (1+TIR%)5
Utilizando a calculadora HP 12C
Tabela 32.
Digitar visor
ON
f CLEAR REG 0,00
20000 CHS g CF0 -20.000,00
6000 g CFj 6.000,00
5 g Nj 5,00
f IRR 15,24
Fonte: Autor.
O maior inconveniente apresentado pela TIR é que poucas calculadoras e poucas 
planilhas eletrônicas resolvem o problema de mais de uma inversão de sinal que 
venha a ocorrer em um projeto. Não é incomum que os projetos passem a ter novos 
investimentos ao longo de uma mesma linha do tempo. O que acaba ocorrendo é o 
sistema passar a apresentar uma TIR diferente para cada inversão de sinal.
Exercício resolvido (9)
Calcule a taxa interna de retorno dos projetos com os seguintes fluxos de caixa:
Quadro 3. Fluxo de Caixa.
Fluxos de Caixa($)
Ano Projeto A Projeto B
0 -4.000 -8.000
1 3.000 6.000
2 2.000 4.000
Primeiro e segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 21.Diagrama de Fluxo de Caixa.
Projeto A
3.000 2.000 
 
 
 
 – 4.000 
89
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
Projeto B
 6.000 4.000 
 
 
 
 – 8.000 
Cálculo da TIR – utilizando a Hp 12c – Projeto A
Tabela 33.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
4000 CHS g CF0 -4.000,00
3000 g CFj 3.000,00
2000 g CFj 2.000,00
f IRR 17,54
Fonte: próprio autor da pesquisa
Cálculo da TIR – utilizando a HP 12C – Projeto B
Tabela 34.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
8000 CHS g CF0 -8.000,00
6000 g CFj 6.000,00
4000 g CFj 4.000,00
f IRR 17,54
Fonte: Autor.
Resposta: A taxa interna de retorno dos dois projetos é igual a 17,54%.
Exercício resolvido (10)
A empresa WAM tem uma oportunidade de investimento com o seguinte Fluxo de 
Caixa:
90
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
Tabela 35. Fluxo de Caixa.
Ano Fluxo de Caixa ($)
0 -12.000
1 4.000
2 5.000
3 4.500
Calcule a TIR do projeto. Supondo que a taxa mínima de atratividade do projeto é 8%, 
deve o projeto ser aceito pela WAM?
Primeiro e segundo passos: montar o Diagrama de Fluxo de Caixa e lançar as expectativas 
de investimentos e de retornos ano a ano.
Figura 22. Diagrama de Fluxo de Caixa.
4.000 5.000 4.500 
 
 
 
12.000 
Cálculo da TIR – utilizando a HP 12C
Tabela 36.
Digitar Visor
ON
f CLEAR REG 0,00
12000 CHS g CF0 -12.000,00
4000 g CFj 4.000,00
5000 g CFj 5.000,00
4500 g CFj 4.500,00
f IRR 6,01
Fonte: Autor.
Resposta: A TIR do projeto é igual a 6,01%. Com uma taxa mínima de atratividade 
de 8%, o projeto deve ser rejeitado pela WAM. Em outras palavras, investimentos só 
devem ser feitos em projetos nos quais a TIR tenha retorno maior do que a TMA (taxa 
mínima de atratividade). 
Para cada um dos exercícios a seguir, faça o Diagrama de Fluxo de Caixa e 
solucione o problema utilizando calculadora científica, calculadora financeira 
ou planilha eletrônica. Quem fizer com calculadora financeira, deve apresentar 
91
FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS │ UNIDADE III
a sequência de teclas digitadas e o resultado. Quem fizer com calculadora 
científica, deve apresentar a fórmula utilizada, a substituição dos valores na 
fórmula e o resultado. Quem utilizar planilha eletrônica, deve apresentar a 
sintaxe da equação e o resultado.
1. Imagine que a Companhia Sigma invista hoje $1 milhão em um novo 
projeto de construção. O projeto gerará fluxos anuais de caixa de 
$160.000 durante 25 anos. A taxa anual de desconto apropriada para o 
projeto é igual a 9%.
a. Qual é o período de Payback Simples do projeto? Supondo que a Cia. 
Sigma deseje um período de recuperação do investimento de 10 anos, 
deve o projeto ser aceito?
b. Qual é o período de Payback Descontado do projeto?
c. Qual é o VPL do projeto?
2. Calcule a Taxa Interna de Retorno do projeto com os seguintes Fluxos de 
Caixa:
Tabela 37. Fluxos de Caixa.
Fluxos de Caixa($)
Ano Projeto A Projeto B
0 -3.000 -6.000
1 2.500 5.000
2 1.000 2.000
3. Para o fluxo abaixo, quais serão os VPL correspondentes às taxas de 
desconto de 11% e 22%, respectivamente? Quando se dá o Payback 
Descontado para essas taxas de desconto?
Tabela 38. Fluxos de Caixa.
Ano Fluxos de Caixas ($)
0 5.000
1 -2.500
2 -2.000
3 -1.000
4 -1.000
92
UNIDADE III │ FINANÇAS – MÉTODOS DE ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS
4. Defina cada um dos critérios de investimento. Em sua definição, indique 
a regra de aceitação ou de rejeição de uma alternativa de investimento de 
acordo com cada critério.
a. Período de Payback.
b. Taxa Interna de Retorno.
c. Valor Presente Líquido.
93
UNIDADE IVFINANÇAS – CUSTO 
DE CAPITAL
CAPÍTULO 1
Capital de Terceiros, Capital Próprio, 
Métodos WACC e CAPM
O capital de terceiros vis-à-vis ao capital próprio: Vantagens e desvantagens da dívida 
─ uma abordagem simplificada.
Em uma abordagem simplificada, dívida representa algo que precisa ser devolvido, 
resultado da obtenção de dinheiro emprestado. Daí surge à ideia de que a dívida é uma 
obrigação para com terceiros.
Quando as companhias tomam dinheiro emprestado, prometem fazer pagamentos 
regulares e programados de juros, bem como devolver o principal.
Vantagens da dívida
A principal vantagem na utilização da dívida é o tratamento fiscal diferenciado, no que 
diz respeito aos juros pagos. Os juros pagos sobre o saldo devedor podem ser deduzidos 
na Demonstração de Resultado de Exercícios (DRE), na forma de despesa do exercício, 
reduzindo, portanto, o lucro líquido apurado. Esse fator torna relevante a determinação 
do grau de endividamento da companhia, de modo a se obter o benefício fiscal.
Outra vantagem da dívida foi apontada por Shah apud Ross et al (2001), em artigo 
recente, em que examinou o efeito de anúncios de alterações de estrutura de capital 
sobre o preço das ações de algumas companhias. 
O estudo inferiu forte correlação positiva entre um anúncio que implica aumento do 
endividamento e o preço das ações da companhia. Quando a companhia altera sua 
estrutura de capital elevando o percentual da dívida em relação ao capital próprio há 
evidências que o valor das ações sobe.
94
UNIDADE IV │ FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL
Duas conclusões importantes podem ser extraídas do estudo de Shah:
 » o aumento do preço das ações, na ocasião do anúncio de aumento do 
endividamento é consequência da principal vantagem com o uso de 
Capital de Terceiros, qual seja: a existência de benefício fiscal;
 » a adição de Capital de Terceiros pode sinalizar fluxos futuros de caixa de 
valor mais elevado.
Desvantagens da dívida
Entre as desvantagens da dívida a literatura aponta como principal o denominado custo 
de abrir falência. A dívida, conforme conceituada anteriormente, é uma obrigação 
da companhia para com terceiros. Caso a dívida não seja paga, os credores poderão 
reclamar legalmente a posse dos ativos da companhia. Essa ação dos credores contra a 
companhia poderá resultar em liquidação e em falência gerando, por conseguinte, uma 
série de custos e despesas relacionadas.
Segundo Ross et al (2001), o aspecto fiscal favorece o uso de Capital de Terceiros, mas 
o aspecto inadimplência favorece o uso de Capital Próprio. As características do Capital 
de Terceiros e do Capital Próprio, em termos de controle, são diferentes, mas não 
significa que uma alternativa seja superior a outra.
Alavancagem Financeira
A alavancagem financeira diz respeito à utilização de dívida na estrutura de capital da 
companhia. É importante notar que a alavancagem financeira é muitas vezes importante 
para aumentar o volume de investimentos e a competitividade das companhias, mas, às 
vezes, pode ter um efeito adverso causando o denominado Risco Financeiro9 como se 
notou na crise da Ásia, em 1997.
Cláudia Nessi Zonenschain, em artigo publicado em 1998, no periódico do BNDES, 
aborda os efeitos positivos e negativos da utilização da alavancagem financeira na crise.
a. Efeitos Positivos da Alavancagem Financeira ─ Em relação aos efeitos 
positivos, Zonenschain aborda o modelo adotado pelas companhias do 
Japão e da Alemanha, que se beneficiaram com a alavancagem financeira, 
aumentando a competitividade, na medida em que repassaram aos preços 
o custo inferior derivado da vantagem fiscal, ou utilizaram o diferencial 
para investir em tecnologia e qualidade. 
9 Risco Financeiro – é o aumento do risco dos acionistas, em decorrência da alavancagem financeira.
95
FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL │ UNIDADE IV
b. Efeitos Negativos da Alavancagem Financeira ─ Em relação aos efeitos 
negativos, Zonenschain abordao caso da crise a qual reascendeu 
a discussão sobre os padrões de financiamento mostrando que a 
alavancagem financeira pode trazer, também, instabilidades e problemas. 
A crise asiática foi atribuída, pela maior parte dos analistas, ao excesso de 
alavancagem financeira, fruto do seu padrão de financiamento (baseado 
em crédito).
Zonenschain, observando a crise da Ásia, inferiu que o modelo de financiamento por 
meio de dívida, que permitiu que uma série de países, como Japão e Alemanha, obtivesse 
taxas de crescimento elevadas por muitos anos seguidos – parte do dinheiro da dívida 
foi utilizada para financiar o forte desenvolvimento tecnológico e socioeconômico dos 
mesmos – trouxe consigo a instabilidade financeira que mais tarde faria com que o 
próprio modelo de financiamento fosse contestado.
Zonenschain, C. N. (1998). Estrutura de Capital das Empresas no Brasil. BNDES.
O Custo Médio Ponderado de Capital (WACC)
As operações de uma empresa podem ser financiadas por vários tipos de capital, 
denominados componentes da estrutura do capital. Tipicamente, têm-se as ações 
ordinárias e preferenciais (Capital Próprio) e a dívida (Capital de Terceiros).
Por uma questão de risco, define-se para cada componente do capital uma diferente 
Taxa de Retorno, que é denominada custo do componente de capital, e o custo de capital 
a ser utilizado nas análises de investimento de capital deve ser a média ponderada dos 
custos dos vários componentes de capital empregados. Esta média ponderada é o Custo 
Médio Ponderado de Capital.
A fórmula do Custo Médio Ponderado de Capital (Weighted Average Capital Cost – 
WACC) é a seguinte:
WACC = Re ⋅
E
+Rd ⋅
D
×(1- Tc )
D+E D+E
Onde:
Re representa a taxa de retorno do Capital Próprio; 
Rd a taxa de retorno do Capital de Terceiros; 
Tc é a alíquota marginal de imposto de renda. 
96
UNIDADE IV │ FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL
Os valores de E/(D+E) e de D/(D+E) determinam os pesos de Capital Próprio e de 
Capital de Terceiros. Estas proporções são o índice de quociente dívida/capital próprio 
(ou debt/equity ratio) e medem as contribuições relativas de capital de credores 
(terceiros) e acionistas (proprietários).
O WACC é um custo marginal, sendo o valor médio ponderado o novo capital a ser 
investido. Não se trata, portanto, do custo do capital já investido. O WACC é a melhor 
estimativa de como a empresa deverá, na média, captar dinheiro no futuro. 
É a taxa de desconto que deve ser aplicada para se calcular o valor presente de um projeto 
ou negócio. É, também, a taxa referencial com a qual a TIR deverá ser comparada. 
Neste caso, busca-se situações em que a TIR seja superior ao WACC.
Os pesos E/(D+E) e D/(D+E) dos componentes do capital podem ser determinados a 
partir do balanço patrimonial, dos custos de mercado ou pelo objetivo de estrutura de 
capital da empresa, que é uma estimativa de sua estrutura de capital ótima.
Basicamente se busca dois objetivos na montagem desta estrutura: maximizar o 
valor de suas ações ou minimizar seu custo de capital. Dessa maneira, define-se mais 
Capital de Terceiros ou mais Capital Próprio em busca de um desses dois fins. A soma 
de E/(D+E) e D/(D+E) sempre será de 100%.
A Rd é a taxa de juros exigida pelos credores. Não será o custo de dívida da corporação, 
pois os pagamentos de juros são dedutíveis para fins de Imposto de Renda. Com esta 
dedução, o governo paga uma parte das despesas de juros correspondente à alíquota de 
Imposto de Renda. É um benefício fiscal que torna a dívida mais atraente que o Capital 
Próprio e tem de ser descontado do custo de dívida da corporação.
Consideram-se as principais fontes de Capital Próprio das empresas a emissão de ações 
ordinárias e a retenção de lucros. A emissão de ações preferenciais é bastante limitada 
pela legislação brasileira. Da mesma maneira, as emissões e as ofertas públicas de novas 
ações ordinárias são evitadas, tem-se, desta forma, a retenção de lucros como principal 
fonte de capital próprio novo para as corporações.
Como os lucros retidos para reinvestimento têm um custo bastante significativo para 
os acionistas, a empresa deverá compensar o custo de oportunidade com uma taxa de 
retorno pelo menos igual à taxa que se obteria sobre investimentos alternativos de risco 
equivalente.
97
FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL │ UNIDADE IV
Portanto, Re é o custo do capital próprio novo captado por meio de retenção de lucros 
e a taxa de retorno que os acionistas esperam obter sobre investimentos de risco 
equivalente. O cálculo do custo de capital próprio Re é mais complexo que os dos custos 
de dívida.
O Modelo de Precificação de Ativos (CAPm)
No início dos anos 1960, os pesquisadores Willian Sharpe e John Lintner desenvolveram 
estudos sobre o retorno de investimentos em ambiente de risco. Como resultado surgiu 
o Modelo de Precificação de Ativos (CAPM). O método CAPM descreve a relação entre 
a taxa de retorno exigida pelos acionistas (Re) e o risco de uma ação ordinária, medido 
por seu coeficiente de risco beta (b). A equação do CAPM é:
Re = Rf + b (Rm - Rf)
Onde: 
Rf é a taxa (de retorno) livre de risco, sendo geralmente, a taxa de retorno dos títulos 
de longo prazo do Tesouro dos EUA; 
Rm é a taxa de retorno esperada de uma carteira com todas as ações negociadas no 
mercado, ou de uma ação média correspondente a todo o mercado. Na prática, o 
desempenho do mercado é medido por índices como o Dow Jones ou o Ibovespa no 
Brasil.
O coeficiente b de uma ação quantifica seu risco, ou sua volatilidade, em relação ao 
mercado, pois o prêmio de risco da ação é o produto de seu b e o prêmio de risco do 
mercado, (Rm-Rf). A diferença entre a taxa de retorno exigida de um ativo e a taxa 
livre de risco Rf é o prêmio de risco deste ativo.
O risco total de um investimento possui dois componentes: 
 » o risco diversificável ─ deve-se a eventos aleatórios que são particulares 
de cada empresa, com seus sucessos e seus fracassos, e pode ser eliminado 
pela diversificação da carteira de ações do investidor. Em uma carteira 
bem diversificada, os sucessos em uma empresa compensam fracassos 
em outra. Portanto, a diversificação serve como medida de mitigação 
deste tipo de risco.
98
UNIDADE IV │ FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL
 » o risco de mercado ─ deve-se a fatores que afetam sistematicamente 
a maioria das empresas e, portanto, causam movimentos gerais no 
mercado: inflação, altas taxas de juros, recessões. Uma vez que a maioria 
das ações é afetada por esses fatores, não é possível eliminar o risco de 
mercado por meio de diversificação.
Em termos práticos, uma ação de risco médio, que tende a acompanhar os movimentos 
do mercado, tem, por definição, b igual a 1. E uma ação com b superior a 1 tem risco 
maior que a média do mercado, ou seja, espera-se que os movimentos da ação, para 
cima ou para baixo, amplifiquem os resultados médios do mercado. 
Já um b inferior a 1 tende a amortecer os efeitos do mercado. Quanto mais elevado for 
o b de uma ação, maior será seu risco. E, consequentemente, a taxa de retorno exigida 
pelos acionistas também será mais alta.
Muitas empresas calculam e publicam os seus b. Uma importante base de dados 
aberta ao público é o site “Damodaran Online” disponível em: <http://www.
damodaran.com do Prof. Aswath Damodaran, da New York University>.
O CAPM é uma ferramenta importante, mas possui limitações. Isso se deve à necessidade 
de se fazer estimativas sobre o b futuro de uma empresa e do Rm. O uso de valores 
históricos nem sempre constituem indicadores seguros para o futuro. No caso de não 
se fazer a diversificação dos investimentos, pode-se, também, chegar a um resultado 
incorreto de Re, visto que o risco diversificável não foi eliminado ou minimizado pela 
diversificação.
Exemplo1 – Sabendo que a taxa livre de risco é de 6% a.a., o retorno do mercado é de 
10% a.a. e o coeficiente beta da Empresa XWK é 1,5, calcule o retorno (Re):
Re = Rf + b (Rm - Rf)
Re = 6 + 1,5 [10 - 6)
Re = 12% a.a.
Exemplo 2 – Se a Empresa XWK possuir o quociente Capital de Terceiros em 1/3 e seu 
custo de Capital de Terceiros for de 8% a.a., qual será o WACC? Suponha I.R =38%
WACC = Re ⋅
E
+ Rd ⋅
D
⋅ (1- TC )
D+E D+E
WACC = 12 ⋅
2
+ 8 ⋅
1
 (1- 0,38 )
3 3
WACC=9, 653% a.a
99
FINANÇAS – CUSTO DE CAPITAL │ UNIDADE IV
1. Suponha que as ações da Cia. Alfa tenha um beta de 0,95. O risco da 
carteira de mercado é de 15% ao ano e a taxa livre de risco é de 10% 
ao ano. Qual é o custo do capital próprio da Companhia? (Calcule pelo 
método CAPM).
2. No problema anterior, se a Cia. Alfa tiver um grau de endividamento 
de 50% (Capital de Terceiros/Capital Total) e seu custo de Capital de 
Terceiros for de 7% ao ano antes do I.R., qual será o seu custo médio 
ponderado de capital (WACC). Suponha a alíquota de I.R. de 35%.
100
Para (não) Finalizar
Sua caminhada não termina aqui. Seu esforço e sua dedicação no estudo dos assuntos 
aqui abordados merecem ser destacados.
Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras é um tema muito amplo e que 
oferece um vasto campo de informações voltadas para o atendimento às necessidades 
dos profissionais financeiros. 
Procure estar sempre atualizado. Seu sucesso profissional depende muito de seu 
interesse pelos estudos.
Deixo-lhe uma valiosa contribuição: o texto, a seguir, cuja autoria desconheço, o qual 
sintetiza a real razão de nossa existência.
Ficar velho é obrigatório, crescer é opcional
No primeiro dia de aula, nosso professor se apresentou aos alunos e nos 
desafiou a que nos apresentássemos a alguém que não conhecêssemos 
ainda.
Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu 
ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, 
sorrindo radiante para mim, com um sorriso que iluminava todo o seu 
ser. 
Ela disse: Hei, bonitão! Meu nome é Rosa. Tenho 87 anos de idade. 
Posso te dar um abraço? 
Eu ri e respondi entusiasticamente: – É claro que pode! 
Ela me deu um gigantesco apertão. 
Por que você está na faculdade em tão tenra e inocente idade? – 
perguntei. 
Ela respondeu brincalhona: – Estou aqui para encontrar um marido 
rico, casar, ter casal de filhos e, então, me aposentar e viajar. 
101
PARA (NÃO) FINALIZAR
Está brincando – eu disse. Eu estava curioso em saber o que a havia 
motivado a entrar neste desafio com a sua idade e ela disse: Eu sempre 
sonhei em ter estudo universitário e agora estou tendo um! 
Após a aula nós caminhamos para o prédio da União dos Estudantes 
e dividimos um milkshake de chocolate. Nos tornamos amigos 
instantaneamente. Todos os dias, nos próximos três meses, nós teríamos 
aula juntos e falaríamos sem parar.
Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela “máquina do tempo” 
compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. 
No decurso de um ano, Rosa tornou-se um ícone no Campus Universitário 
e fazia amigos facilmente, onde quer que fosse. Ela adorava vestir-se 
bem e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela 
estava curtindo a vida! 
No fim do semestre, nós convidamos Rosa para falar no banquete do 
futebol. Jamais esquecerei do que ela nos ensinou. 
Ela foi apresentada e se aproximou do pódio. Quando ela começou a ler 
a sua fala preparada, deixou cair três das cinco folhas no chão. Frustrada 
e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente: – 
Desculpe-me, estou tão nervosa! Parei de beber por causa da Quaresma 
e esse uísque está me matando! Eu nunca conseguirei colocar meus 
papéis em ordem de novo, então me deixe apenas falar para vocês sobre 
aquilo que eu sei. 
Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou: – Nós não 
paramos de amar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos 
porque paramos de amar. Existem somente quatro segredos para 
continuarmos jovens, felizes e conseguindo sucesso. Você precisa rir e 
encontrar humor em cada dia. Você precisa ter um sonho. 
Quando você perde seus sonhos, você morre. Nós temos tantas pessoas 
caminhando por aí que estão mortas e nem desconfiam! Há uma enorme 
diferença entre ficar velho e crescer. Se você tem 19 anos de idade e ficar 
deitado na cama por um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você 
ficará com 20 anos de idade. Se eu tenho 87 anos e ficar na cama e não 
fizer coisa alguma, eu ficarei com 88 anos. 
Qualquer um consegue ficar mais velho. Isso não exige talento nem 
habilidade. A ideia é crescer através de sempre encontrar oportunidade 
102
PARA (NÃO) FINALIZAR
na novidade. Isto não precisa nenhum talento ou habilidade. A ideia 
é crescer sempre encontrando a oportunidade de mudar. Não tenha 
remorsos. 
Os velhos geralmente não se arrependem daquilo que fizeram, mas 
sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que 
têm medo da morte são aquelas que têm remorsos. Ela concluiu seu 
discurso cantando, corajosamente, “A Rosa”. Ela desafiou a cada um de 
nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. 
No fim do ano, Rosa terminou o último ano da faculdade que começou 
todos aqueles anos atrás. Uma semana depois da formatura, Rosa 
morreu tranquilamente em seu sono. 
Mais de 2 mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo 
à maravilhosa mulher que ensinou, através do exemplo, que nunca é 
tarde demais para ser tudo aquilo que você pode ser.
Figura 23.
Fonte disponível em: <http://elidebemcomavida.blogspot.com/2013/05/dicas-para-envelhecer-com-saude.html>.
103
Referências
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publicacoes/artigos/6755-o-que-e-e-como-definir-o-capital-social-de-minha-
empresa>.

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