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Roteiro de aula crimes hediondos

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�����Rede CNEC de Ensino Superior
Faculdade Cenec Rio das Ostras
Credenciado pela Portaria MEC Nº. 2.302, de 26 de agosto de 2003
LEIS PENAIS ESPECIAIS
PROFESSORA: CAMILA DE CASTRO BARBOSA BISSOLI DO BEM
	24. LEIS PENAIS ESPECIAIS
	Carga Horária: 80 horas
	EMENTA: Crimes contra a incolumidade pública. Crimes contra a fé pública. Crimes contra a administração pública. Crimes hediondos e assemelhados. Violência doméstica e familiar. Lei de Drogas. Criminalidade econômica e organizada.
	OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 1) Analisar os crimes em espécies em perfeita sintonia com a parte geral, ministrada nos períodos anteriores. 2) Compreender a lei substantiva no que concerne a punição pela prática de atos ilícitos. 3) Estudar os crimes, tendo por escopo principal, a compreensão do tipo objetivo, tipo subjetivo, objeto jurídico, objeto material, sujeito ativo e passivo e classificação doutrinária. 4) Analisar a lei substantiva, contextualizando-a no cenário jurídico nacional, visando assim o estudo dos preceitos legais à luz da doutrina e da jurisprudência. 5) Colaborar para o desenvolvimento da capacidade crítica e criativa dos alunos, por meio da aplicação dos conhecimentos fornecidos em sala de aula. Através de tarefas teóricas e práticas.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Conhecer os tipos penais constantes na Lei dos crimes hediondos, de drogas, de trânsito, interceptação telefônica, Maria da Penha, Estatuto do Desarmamento, crime organizado, tortura, Juizado Especial Criminal, crimes contra a criança e o adolescente e crimes de responsabilidade;
Definir materialmente os crimes constantes na legislação penal especial em cotejo com os princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito com vistas à dignidade humana
	METODOLOGIA: Aulas expositivas e discursivas. Apresentação de casos práticos. Pesquisa doutrinária e jurisprudencial.
PROCEDIMENTOS DE ENSINO
Aulas expositivas e dialogadas
Perguntas e respostas para controle da compreensão e estímulo à reflexão do aluno
Uso de casos concretos para análise e discussão dirigida, a mesma técnica para temas controversos, fixação da idéia-chave
RECURSOS DE ENSINO
Textos e capítulos de livros, jornais, jurisprudência e periódicos jurídicos
Decisões jurisprudenciais, artigos doutrinários, casos concretos
	SISTEMA DE AVALIAÇÃO: Provas discursivas, com questões teóricas e objetivas. Casos práticos a serem solucionados com o auxílio da legislação pertinente. Trabalhos.
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS
Desenvolvimento do raciocínio lógico pela análise de situações práticas no Direito Penal Especial visando o entendimento dos institutos sobre os aspectos jurídico e sociais.
Desenvolvimento da oralidade com argumentos jurídicos na sustentação e defesa de casos concretos que envolvam a legislação penal especial
ATIVIDADES EXTRACLASSE (Trabalho Acadêmico Efetivo)
- Pesquisa de doutrina na Biblioteca. Exercícios ou trabalhos fora de sala de aula. Resolução de problemas jurídicos. Pesquisa na internet sobre legislação ou jurisprudência. Elaboração de petições e peças processuais. 
	PROGRAMA DA DISCIPLINA
	UNIDADE I - CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
 1.1. crimes contra a paz pública
UNIDADE II - CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
 2.1. Moeda falsa
 2.2. Falsidade documental
 2.3. Falsidade de documento público e particular
 2.4. Falsidade ideológica
 2.5. Outras falsidades
UNIDADE III - CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 3.1. Crimes praticados por funcionário público
 3.2. Crimes praticados por particulares
 3.3. Crimes contra administração da Justiça
UNIDADE IV - CRIMES HEDIONDOS E ASSEMELHADOS
 5.1 Introdução
 5.2 Crimes hediondos definidos pela Lei
 5.2 Formas de tratamento mais gravosa dada aos crimes hediondos
 5.2.1 Anistia, graça ou indulto
 5.2.2 Liberdade provisária
 5.2.3 Regime de cumprimento de pena
 5.2.4 Apelação em liberdade
 5.2.5 Prisão temporária
 5.3 Estabelecimento de segurança máxima
 5.4 Livramento condicional
 5.5 Delação premiada ou eficaz
 5.6 Quadrilha ou bando
 5.7 Derrogação da majoração prevista no art. 9º
UNIDADE V – LEI DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
 13.1 Introdução
 13.2 Alterações no Código Penal e na Lei de Execuções Penais
 13.3 Da violência doméstica e familiar contra a mulher
 13.4 Do atendimento pela autoridade policial
 13.5 Do procedimento
UNIDADE VI – LEI DE DROGAS
 4.1 Introdução
 4.2 Dos crimes e das penas
 4.2.1 Do usuário
 4.2.2 Do tráfico
 4.2.3 Condutas equiparadas ao tráfico
 4.2.4 Outras condutas incriminadas
 4.3 Causa de aumento de pena
 4.2.4 Delação eficaz
 4.2.5 Do critério de fixação de pena
 4.2.6 Da redução ou isenção d pena
UNIDADE VII – CRIMINALIDADE ECONÔMICA E ORGANIZADA
 7.1 Introdução ao estudo dos crimes econômicos
 7.2 Aspectos atuais controvertidos do Direito penal econômico
 7.3 Crimes contra a ordem financeira
 7.4 Crimes contra a ordem tributária
 7.5 Lavagem de Dinheiro
 7.6 Lei do Crime Organizado
 7.7 Crimes contra as Relações de Consumo
	BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
	GRECO, Rogério. Curso de direito penal. São Paulo: Impetus. 2001
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
DELMANTO, Celso; e outros. Código Penal Comentado. 6. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.
	BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
	JESUS, Damásio. Código Penal Anotado São Paulo: Saraiva, 2007.
MIRABETE, Julio Fabrini. Manual de direito penal. São Paulo: Atlas. 2007
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
Crimes Hediondos
Lei 8.072, de 25 de julho de 1990.
Considerações iniciais:
O princípio constitucional da proporcionalidade, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana, é que determina a existência dos crimes hediondos. Tal princípio possui duas faces a primeira diz que a transformação de uma conduta em infração penal cria uma limitação à sociedade, todavia junto com esse ônus traz a proteção a bens jurídicos relevantes, que é o bônus, segundo o princípio da proporcionalidade o ônus nunca pode ser maior que o bônus para a sociedade, caso contrário a conduta não pode ser penalizada. Sua outra faceta é que a resposta punitiva estatal deve ser proporcional à gravidade do mal infligido ao corpo social.
Sendo assim, é possível classificar as infrações penais de acordo com a natureza e quantidade de sanção a ela aplicada, conforme se demonstra:
Infrações de lesividade insignificante: não podem ser tidas como infração penal.
Infrações de menor potencial ofensivo: são os crimes punidos com até 2 anos de prisão e todas as contravenções, tais crimes são beneficiados pelas medidas despenalizadoras da Lei 9.099/95.
Infrações de grande potencial ofensivo: o conceito é subsidiário, aplicado a todos os crimes que não são nem hediondos e nem de menor potencial ofensivo.
Infrações hediondas: são os crimes mais graves aos quais se aplica um regime mais severo previsto na própria lei de crimes hediondos.
Existem três critérios para classificar os crimes hediondos: o critério legal, no qual a lei indica através de rol taxativo quais são os crimes hediondos; o critério judicial, no qual a lei não enumera os crimes hediondos, devendo o juiz de acordo com as circunstâncias do caso concreto, reconhecer ou não a hediondez do crime; e o critério misto, no qual na lei haveria um rol taxativo, todavia poderia o juiz reconhecer a hediondez de crimes que não constassem neste rol.
No Brasil, prevaleceu o sistema legal, sendo os crimes hediondos definidos taxativamente pela Lei nº 8.072/90(Lei dos Crimes Hediondos) em seu art. 1º.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V e VI);      (Redação dada pela Lei nº 13.104, de 2015)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);  (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;   (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);      (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);       (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);       (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);       (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);       (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);      (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);      (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).     (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
VII-A – (VETADO)       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).       (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).     (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.        (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Os crimes militares não são alcançados pela Lei de Crimes Hediondos.
A tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e o terrorismo não são considerados crimes hediondos, mas sim equiparados a estes, conforme se denota da Constituição Federal e da própria Lei de Crimes Hediondos.
Art. 5º (...)
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Constituição Federal)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (...) (Lei de Crimes Hediondos).
Crimes hediondos, constantes do rol legal taxativo.
2.1 – Homicídio simples.
A 1ª parte do inciso I da lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de homicídio simples crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Lembrando que o homicídio simples está tipificado pelo art. 121, caput, do Código Penal.
Homicídio simples
Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
A primeira observação é que não basta cometer homicídio simples, faz-se necessário que se trate de atividade de grupo de extermínio, o que, segundo Damásio, o classifica como delito hediondo condicionado.
O grupo de extermínio precisa ser composto por pelo menos duas pessoas com a finalidade específica de exterminar um determinado grupo de pessoas, podendo ser ocasional o liame entre essas pessoas que compõem o grupo a ser exterminado. Ressalte-se que por permissão legal será considerado grupo de extermínio, ainda que somente uma pessoa execute a ação.
Indaga-se se pode existir homicídio simples hediondo privilegiado. Para Capez não, uma vez que os requisitos do §1º do art. 121 do Código Penal são incompatíveis com a frieza e premeditação imprescindíveis no grupo de extermínio.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
2.2 – Homicídio qualificado.
Já a 2ª parte do inciso I da lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de homicídio qualificado, tentado ou consumado crime hediondo. Lembrando que o homicídio qualificado está tipificado pelo art. 121, §2º, do Código Penal.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
As qualificadoras do homicídio, segundo Capez, “dizem respeito aos motivos determinantes do crime e aos meios e modos de execução, reveladores de maior periculosidade ou extraordinário grau de perversidade do agente, conforme a exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal.”.
O homicídio privilegiado-qualificado é hediondo? Admitiu-se que somente quando presentes circunstâncias objetivas do homicídio qualificadoe circunstâncias subjetivas do homicídio privilegiado poder-se-á tipificar o homicídio como privilegiado-qualificado. Neste caso não se pode considerar a hediondez do delito por força do art. 67 do Código Penal, além disso defende-se que se o homicídio privilegiado-qualificado fosse hediondo deveria estar previsto no rol da Lei de Crimes Hediondos.
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
2.3 – Lesão corporal de natureza gravíssima.
O inciso I-A da lei de Crimes Hediondos prevê serem os crimes de lesão corporal gravíssima e de lesão corporal seguida de morte hediondos quando praticado contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Lembrando que os referidos crimes estão tipificados no art. 129, §caput, do Código Penal.
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
(...)
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesão corporal seguida de morte
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
A primeira observação é que não basta cometer a lesão gravíssima ou seguida de morte, faz-se necessário que os sujeitos passivos sejam aqueles listados no dispositivo legal.
O dispositivo foi inserido na Lei de Crimes Hediondos em 2015.
2.4 – Latrocínio.
O inciso II da lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de latrocínio crime hediondo. Lembrando que o latrocínio está previsto no Código Penal em seu art. 157, §3º, 2ª parte.
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
O latrocínio é um crime complexo, formado pelo crime de roubo + homicídio.
Trata-se de crime qualificado pelo resultado, sendo que a morte da vítima tanto pode advir de dolo ou culpa que configurará o delito.
2.5 – Extorsão qualificada pela morte.
O inciso III da lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de extorsão qualificada pelo resultado morte crime hediondo. Lembrando que o delito de extorsão qualificado pelo resultado morte está previsto no Código Penal em seu art. 158, §2º.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
A diferença entre o crime de roubo e o crime de extorsão é que no roubo a vítima pratica um ato que o agente poderia praticar em seu lugar, enquanto na extorsão a vítima pratica um ato que o ladrão não poderia cometer em seu lugar.
2.6 – Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada.
O inciso IV da lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de extorsão mediante sequestro e na forma qualificada crime hediondo. Lembrando que o delito de extorsão mediante sequestro e na forma qualificada está previsto no Código Penal em seu art. 159.
Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Trata-se de mais um crime complexo resultado da prática do crime de sequestro ou cárcere privado + extorsão.
Este tipo qualificado pelo resultado morte possui a maior pena do Código Penal.
O crime de sequestro não está incluso no rol dos crimes hediondos.
A lei de Crimes Hediondos ao aumentar a pena prevista para os crimes de extorsão mediante seuqestro e suas qualificadoras, esqueceu-se de incluir a pena pecuniária (multa) o que é uma injustiça.
2.7 – Estupro.
O inciso V da Lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de estupro crime hediondo. Lembrando que o delito de estupro está previsto no Código Penal em seu art. 213, §§ 1º e 2º.
Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
A Lei 12.015/09 estabeleceu uma nova figura penal provocando modificações na Lei de Crimes Hediondos.
A nova lei substituiu a mulher, único sujeito passivo da figura anterior, por alguém, podendo agora qualquer pessoa ser vítima do crime de estupro, bem como qualquer pessoa (homem ou mulher) ser o sujeito ativo do crime.
Além disso, acrescentou à conjunção carnal qualquer ato libidinoso, motivo pelo qual foi revogado o crime de atentado violento ao pudor.
Ao alterar a Lei dos Crimes Hediondos a nova lei considerou a hediondez de todas as formas qualificadas de estupro, o que não era previsto anteriormente pela lei, causando alguma polêmica.
2.8 – Estupro de vulnerável.
O inciso VI da Lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de estupro de vulnerável crime hediondo. Lembrando que o delito de estupro de vulnerável está previsto no Código Penal em seu art. 217-A, §§ 1º, 2º, 3º e 4º.
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Trata-se de um novo tipo penal também criado pela Lei 12.015/09. Surgiu em face da expressa revogação da causa de aumento de pena prevista no art. 224, que estabelecia situações de violência presumida.
Antes discutia-se se o crime de estupro com violência presumida seria considerado hediondo, com a edição da lei tal discussão foi superada.
2.9 – Epidemia com resultado morte.
O inciso VII da Lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de epidemia com resultado morte crime hediondo. Lembrando que o delito de epidemia com resultado morte estáprevisto no art. 267, §1º no Código Penal.
Epidemia
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
Epidemia é surto de doença infecciosa que atinge diversas pessoas.
Trata-se de crime preterdoloso, com dolo no antecedente e culpa no consequente.
Basta a morte de uma pessoa para a aplicação da qualificadora e a tipificação como crime hediondo.
A forma culposa do delito não se insere no rol dos crimes hediondos.
2.10 – Falsificação, corrupção, adulteração,ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
O inciso VII-B da Lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais crime hediondo. Lembrando que o referido delito está previsto no art. 273 no Código Penal.
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições:
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;
V - de procedência ignorada;
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
Delmanto critica a gravidade do delito com relação aos produtos cosméticos e de limpeza, acusando tal dispositivo de ferir o princípio da proporcionalidade.
Considera-se que todas as formas qualificadas do delito devem ser consideradas hediondas, uma vez que se a forma menos graves o foram as mais garaves também devem o ser sob pena de se ferir o princípio da proporcionalidade.
2.11 – Favorecimento de prostituição.
O inciso VII da Lei de Crimes Hediondos prevê ser o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou de vulnerável crime hediondo. Lembrando que o referido delito Código Penal em seu art. 218-BA, §§ 1º, 2º e 3º.
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.       (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Trata-se de um tipo penal também criado pela Lei 12.015/09, reconhecido como hediondo apenas em 2014.b 
2.12 – Genocídio.
O parágrafo único do art. 1º da Lei de Crimes Hediondos prevê ser também o crime de genocídio em sua forma tentada ou consumada crime hediondo, nos termos dos arts. 1º, 2º e 3º da Lei 2.889/56.
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior:
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:
Pena: Metade das penas ali cominadas.
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida pela imprensa.
2.13 – Tráfico ilícito de entorpecentes.
O art. 2º da Lei de Crimes Hediondos faz presumir ser o crime de tráfico de drogas equiparado ao hediondo.
Por tráfico de drogas deve se entender que são todas as condutas descritas nos arts. 33, caput e §1º, e 34 a 37, da lei 11.343/07, uma vez que o art. 44 prevê medidas mais severas a elas, assemelhadas às previstas na Lei de Crimes Hediondos. Ressalte-se que há uma corrente minoritária que nega que as condutas previstas nos arts. 35 a 37 não seriam considerados crimes hediondos por não serem tráfico de drogas.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. 
(...)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordocom determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.
(...)
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. 
2.14 – Terrorismo.
O art. 2º da Lei de Crimes Hediondos faz presumir ser o terrorismo equiparado ao hediondo.
Tal crime está previsto genericamente no art. 20 da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), todavia há críticas no sentido de que o crime não está previsto com todos os seus elementos.
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.
2.15 – Tortura.
Por fim, o art. 2º da Lei de Crimes Hediondos também faz presumir serem os crimes de tortura equiparados ao hediondo.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
3 – Formas de tratamento mais gravosa dada aos crimes hediondos.
O art. 2º da Lei de Crimes Hediondos prevê um tratamento mais duro aos crimes hediondos, nos termos que passa a expor:
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
3.1 – Anistia, graça ou indulto.
Os três institutos tratam da renúncia do Estado ao direito de punir, estão previstos no art. 107 do Código Penal.
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
(...)
II - pela anistia, graça ou indulto;
A anistia é lei penal de efeito retroativo que retira as consequências de alguns crimes praticados, a lei de anistia é de iniciativa exclusiva da União e privativa do Congresso Nacional, devendo ser sancionada pelo Presidente da República.
A graça em sentido estrito e o indulto vêm sendo reconhecido pela doutrina como espécies de um mesmo gênero, a graça em sentido amplo. Tais espécies têm como função extinguir ou comutar penas, atingindo apenas os efeitos penais da condenação, permanecendo íntegros, pois, seus efeitos civis. Ambas são tidas como indulgência soberana, tendo competência privativa do Presidente da República. Os institutos se diferenciam por ser a graça benefício individual concedido perante provocação da parte, enquanto indulto é coletivo e concedido espontaneamente.
A Constituição Federal em seu art. 5º, XLIII considerou que os crimes hediondos são insuscetíveis de graça ou anistia, deixando de fora de seu rol o indulto, por este motivo a constitucionalidade do inciso I do art. 2º da Lei de Crimes Hediondos foi bastante questionada, todavia tal discussão foi superada e o dispositivo considerado constitucional. A justificativa é simples, primeiro por se tratar a Constituição Federal de dispositivo genérico, razão pela qual não se pode exigir que ela esgote temas, segundo porque o termo graça em sentido amplo abrange também o indulto, terceiro porque seria incompatível conceder a clemência do indulto aos crimes hediondos.
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
A comutação penal, prevista no art. 84, XII da Constituição Federal também é inadmitida em crimes hediondos, segundo entendimento do STF.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
3.2 – Liberdade provisória.
No regime da lei original a liberdade provisória não era admitida, entretanto com a entrada em vigor da Lei 11.464/07 a liberdade provisória passa a ser admitida em casos de crimes hediondos sendo vedada apenas a fiança nestes casos. Há de se ressaltar que recentemente o pleno do STF julgou inconstitucional o dispositivo que vedava a liberdade provisória nos delitos de tráfico de drogas.
Como se trata de norma de natureza processual a modificação produz seus efeitos em todos os processos em andamento.
3.3 – Regime de cumprimento de pena.
 Anteriormente em casos de crimes hediondos somente se admitia o cumprimento da pena em regime fechado, entretanto a questão era bastante polêmica, por este motivo a Lei 11.464/07 que alterou a Lei de Crimes Hediondos considerou que os condenados pela prática de crimes hediondos poderão progredir o regime de cumprimento de pena, entretanto deverão iniciar o cumprimento em regime fechado e deverão cumprir mais tempo para conseguir a concessão do benefício daprogressão.
Para ter direito à progressão de regime o condenado deverá cumprir os requisitos do art. 112 da Lei de Execuções Penais.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Interessante também ressaltar o disposto na súmula 715 do STF que dispõe:
STF Súmula nº 715 - Pena Unificada - Limite de Trinta anos de Cumprimento - Consideração para a Concessão de Outros Benefícios – A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
3.4 – Apelação em liberdade.
A antiga redação do art. 594 do Código de Processo Penal previa que o réu só poderia apelar em liberdade, o que era alvo de muitas polêmicas, porém não o é mais haja vista a revogação do mencionado dispositivo.
A Lei de Crimes Hediondos seguindo esta tendência também foi alterada, permitindo que o réu apelasse em liberdade desde que o juiz assim permitisse em sentença fundamentada. Apenas uma ressalva deve ser feita neste ponto, ao contrário do que prevê a lei em estudo a regra é a liberdade até o trânsito em julgado da sentença e não a prisão.
3.5 – Prisão temporária.
A prisão temporária, instituto previsto pela Lei 7.960/89, é prisão de natureza cautelar a ser determinada no curso da investigação criminal e tem duração certa de 5 dias prevista por aquela lei. Entretanto no caso de investigação de prática de crimes hediondos a prisão temporária terá duração de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período.
4 – Estabelecimento de segurança máxima.
A Lei de Crimes Hediondos em seu art. 3º prevê a construção de presídios de segurança máxima para abrigar os presos de alta periculosidade condenados pela prática de crimes hediondos, esta disposição já era prevista no art.86, § 1º da Lei de Execução Penal. Necessário ressaltar que em conformidade com o §3º do mesmo dispositivo mencionado acima, somente à autoridade judicial caberá determinar onde o condenado deverá cumprir sua pena.
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra     unidade, em estabelecimento local ou da União.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. 
5 – Livramento condicional.
O livramento condicional está previsto no art. 83 e seguintes do código Penal, consiste na antecipação provisória da liberdade do condenado à pena privativa de liberdade desde que cumpridos determinados requisitos objetivos e subjetivos.
Requisitos do livramento condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
Soma de penas
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. 
Especificações das condições
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. 
Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
A lei dos crimes hediondos alterou o regime do livramento condicional para os condenados pelos crimes praticados pela lei, aumentando o prazo de cumprimento da pena e não permitindo o benefício para os reincidentes específicos.
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
"Art. 83. ..............................................................
........................................................................
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."
A reincidência específica para a maioria da doutrina e jurisprudência neste caso significa eincidir em crimes hediondos.
Trata-se de lei penal que não beneficia o réu, por aumentar o tempo de cumprimento da pena para a concessão de benefício e o proibi-lo em caso de reincidência específica, portanto não retroage o comando.
6 – Delação premiada ou eficaz.
A lei em estudo prevê a figura de delação eficaz ao acrescentar §4º ao art. 159 do Código Penal.
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
"Art. 159. ..............................................................
........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua penareduzida de um a dois terços."
Trata-se de causa obrigatória de diminuição de pena específica para o crime de extorsão mediante sequestro, com os seguintes requisitos:
Prática de um crime de extorsão mediante sequestro;
Cometido em concurso;
Delação feita por um dos coautores do crime;
Eficácia da delação.
Para ser eficaz a delação é necessária a libertação do ofendido e o nexo causal entre a libertação e a delação.
A lei penal é benéfica podendo, pois, retroagir.
A delação eficaz tem base no seguinte binômio: denúncia da extorsão mediante sequestro e libertação do sequestrado.
7 – Quadrilha ou bando.
A lei de Crimes Hediondos criou um novo tipo de quadrilha ou bando, com fins específicos de praticar crimes hediondo, tortura, terrorismo e tráfico de drogas.
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
Nos casos de quadrilha ou bando para fins de tráfico de drogas aplicar-se-á a Lei 11.343/07, por ser específica e posterior.
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Além de aumentar a pena para o crime de quadrilha ou bando com fim específico a lei cria a figura da traição benéfica no parágrafo único do art. 8º que é causa obrigatória de diminuição de pena caso seus requisitos sejam cumpridos.
Os requisitos da traição benéfica são:
Crime de quadrilha ou bando;
Formado com a finalidade específica de praticar crimes de tortura, terrorismo, tráfico de drogas e hediondo;
Delação do bando à autoridade;
Delação feita por um dos coautores;
Eficácia da traição.
O que deve ser denunciado é o próprio crime de quadrilha ou bando.
Para Capez a causa obrigatória de diminuição de pena só aproveita ao crime de quadrilha ou bando, uma vez que se a intenção da lei fosse que abrangesse também os crimes praticados pela quadrilha ou bando não havia criado a delação eficaz na extorsão mediante sequestro.
8 – Derrogação da majoração prevista no art. 9º.
No art. 9º a lei cria uma figura de majoração da pena, entretanto este dispositivo se refere ao art. 224 do Código Penal que foi revogado pela lei 12.015/09.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
A discussão que se impõe é se a causa de aumento de pena também foi revogada, com relação ao crime de estupro o STJ já se manifestou reconhecendo a derrogação e dizendo que ela somente será aplicada ao crime de estupro de vulnerável se o estupro for cometido com violência.
Quanto aos demais crimes o entendimento ainda é diverso e não há ainda muita jurisprudência a respeito.
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