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História da Computação colossus e apple I

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COLOSSUS
Durante a Segunda Guerra, o exército alemão nazista contava com outra arma temida: a máquina Lorenz (Enigma) Um codificador de mensagens que permitia a criação de recados criptografados que eram transmitidos via rádio em códigos diferentes dos tradicionais Morse. As mensagens enviadas pela Lorenz demoravam cerca de seis semanas para serem decodificadas pelos Aliados – um esforço inútil, pois as tropas inimigas já estariam em outro lugar e com outros planos por isso era preciso inventar um aparelho ainda mais moderno, potente e inteligente que o alemão. Nascia aí um dos centros de inteligência mais importantes da Segunda Guerra Mundial – e, dentro dele, o Colossus.
A Government Code and Cypher School (GC&CS) funcionava na Bletchley Park, uma mansão em Londres. Alí, as mais brilhantes mentes, como  Alan Turing, Tommy Flowers, Bill Tutte e Max Newman, pesquisavam avanços para a computação. Vários projetos foram desenvolvidos na mansão e, em janeiro de 1944 surgiu o Colossus.
Basicamente, o Colossus é uma máquina formada por oito grandes “gabinetes” de 2,3 metros de altura, divididas em duas seções de 5,5 metros de comprimento. Separadamente, há um leitor com espaço para duas fitas contendo o sinal de rádio impresso em papel. Na primeira delas, está a mensagem a ser “traduzida”. Na segunda, uma repetição da sequência pseudoaleatória de codificação, que é aplicada à mensagem. Cada vez que ambas as fitas eram totalmente lidas, a segunda era movida levemente, para que os códigos fossem aplicados com pequenas alterações. Cada teste recebia uma “pontuação” e a rodada de melhor desempenho era aquela verificada pelos engenheiros.
Em um dos gabinetes fica o painel de controle, em que o algoritmo contendo a sequência pseudoaleatória é configurado manualmente. Por não possuir um programa instalado, era necessário acertar os pinos e alavancas a cada nova operação. A leitura é feita a 48 km/h por sensores fotoelétricos – e o primeiro modelo lia incríveis 5 mil caracteres por segundo. Por fim, um painel de luzes e uma impressora mostram os resultados obtidos. Em vez de seis semanas, o Colossus reduzia esse trabalho para seis horas.
Ele também não é dotado de memória para armazenar dados. Para eliminar esse obstáculo, 2.400 válvulas eletrônicas com fios quentes no centro funcionam como um contador da pontuação obtida pelo Colossus, avisando o próprio sistema se o algoritmo já foi calculado.
Ao todo, foram produzidas 10 unidades do Colossus porém seu impacto no desenvolvimento da indústria do computador foi muito limitado por duas razões: Ele foi projetado somente para descodificar mensagens, não era um computador de uso geral. Em segundo, a existência da máquina foi mantida secreta até décadas após a guerra e seus protótipos foram desmontados. A reconstrução para exibição e estudo foi possível apenas 50 anos depois, graças a um projeto que criou réplicas com partes de terminais telefônicos usados. 
APPLE IFigura 1 Os gabinetes em visão lateral. (Fonte da imagem: Codes and Ciphers)
O Apple I, lançado em 11 de abril de 1976, foi um dos primeiros computadores pessoais, e talvez foi o que marcou o início do fim dos grandes computadores empresariais e o começo da história dos pequenos computadores pessoais. Naquele tempo, o mercado dos computadores era apenas para grandes empresas, com fábricas como a IBM construindo mainframes gigantescos e caríssimos. Por outro lado, um bando de hackers estava envolvidos na construção circuitos eletrônicos que viriam a dar origem aos computadores pessoais.
Ao contrário de outros computadores amadores de sua época, que eram vendidos como kits, o Apple I era constituído por uma placa de circuito totalmente montada, com aproximadamente 60 chips. Contudo, os usuários precisavam adicionar equipamentos para fazê-lo funcionar: um case, transformadores de energia, interruptor, teclado e vídeo. Além disso, foi o primeiro computador pessoal a utilizar um teclado. Outros, como o Altair 8800, se comunicavam com o usuário através de chaves e leds.
Jobs deu a ideia de vender o computador, que possuía, inclusive, uma encomenda de 50 deles para uma loja local de Cupertino, na Califórnia. O primeiro ponto de venda do computador foi a garagem da casa dos pais de Jobs. Para dar início ao projeto, Jobs vendeu seu único meio de transporte, um VW Microbus. Wozniak se desfez da sua calculadora HP-65 por US$ 500. Mais tarde, o Apple I foi exibido no Homebrew Computer Club, em Palo Alto, na Califórnia.
 Infelizmente, o Apple I tinha uma falha - não havia nenhuma maneira de guardar a informação digitada no computador. Um programa de 3000 linhas que fosse digitado nele era perdido tão logo o computador fosse desligado. Para corrigir este problema, Wozniak criou uma interface de conexão com um gravador de fitas K7, que permitia que os programas em BASIC fossem gravados e lidos. Essa interface era vendida por US$ 75.
Em abril de 1977, seu preço foi caiu para US$ 475. A máquina continuou a ser vendida até agosto do mesmo ano, apesar da introdução do Apple II em abril de 1977. Em outubro, a Apple abandonou o Apple I. Como Wozniak era a única pessoa que poderia responder a maioria das perguntas de suporte ao cliente sobre o computador, a empresa ofereceu descontos aos proprietários do Apple I para a compra do Apple II, além de persuadir os compradores a devolverem o computador inicial. O material que retornou foi destruído pela Apple, contribuindo para a sua raridade hoje em dia.
O Apple I foi inovativo porque permitia a comunicação direta com um teclado e monitor, ao contrário de outros computadores da época, que necessitavam um hardware externo para fazer este tipo de comunicação. O sucesso do Apple I (bem como suas limitações) levaram Wozniak a trabalhar na criação do que viria a ser o micro que romperia de vez os paradigmas da construção de computadores: o Apple II.
Figura 2 Apple I. (Fonte da imagem: What's Up, Famecos?)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLOSSUS. “História”; Colossus Oficina dos Neurônios. Disponível em <http://www.colossus.pt/?id=2>. Acesso em 04 de março de 2018.
FERNANDES, Cláudio. "Máquina Enigma"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiag/maquina-enigma.htm>. Acesso em 04 de março de 2018.
ANDRÉ. “Apple I”; História da Computação. Disponível em <http://historiacomputacao.blogspot.com.br/2008/02/apple-i.html>. Acesso em 04 de março de 2018.
HISTORY. “Hoje na História: Lançado o computador Apple I, de fabricação manual”. Disponível em <https://seuhistory.com/hoje-na-historia/lancado-o-computador-apple-i-de-fabricacao-manual>. Acesso em 04 de março de 2018.
KLEINA, Nilton. “Colossus: herói de guerra e um dos primeiros computadores do mundo”. Disponível em <https://www.tecmundo.com.br/historia/40576-colossus-heroi-de-guerra-e-um-dos-primeiros-computadores-do-mundo.htm>. Acesso em 04 de março de 2018.
INTRODUÇÃO
Hoje em dia colocamos nossa vida inteira dentro de uma máquina, por meio de fotos, e-mails e tantos outros arquivos e programas aos quais temos acesso por meio de um computador, é quase impossível ficar sem essa tecnologia. Mas, como era no começo? Como surgiram os primeiros computadores? De grandes máquinas para uso em operações militares até computadores menores, para uso pessoal, muitos modelos foram lançados.
Este trabalho trás as histórias de dois importantes projetos para a história da computação, o Colossus e o Apple I. Ambos foram pioneiros em seus segmentos e contribuíram para os avanços na área.

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