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Agravo em execução

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE ...
Processo nº. ...
RECORRENTE: PEDRO
PEDRO, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado e procurador, que a esta subscreve nos autos supramencionados, com endereço profissional em ..., onde recebe notificações e intimações, com fundamentos no Art. 197, da Lei 7.210/1984 não se conformando com a respeitável decisão que negou o pedido de desconto dos dias trabalhados bem como o livramento condicional respeitosamente a presença de Vossa Excelência interpor, tempestivamente, o presente:
AGRAVO EM EXECUÇÃO
Requer que o presente recurso seja recebido e encaminhado a superior instância para o devido processamento e julgamento, com os fatos e fundamentos anexos.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
25 de Fevereiro de 2018
Advogado
OAB/... Nº ...
RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO
Processo nº. ...
RECORRENTE: PEDRO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Colenda Câmara,
DOS FATOS
	Pedro foi condenado a 6 anos de reclusão por tráfico de drogas e 9 anos pela prática de roubos tentados. Praticou falta grave após cumprir 2 anos de prisão. Primário, trabalhou 240 dias durante o cumprimento de pena, depois de cumprido o castigo pela falta grave, conforme demonstrado em atestados que constam do processo. Após o cumprimento de 6 anos e 10 meses de prisão, pediu que fossem descontados dias de pena pelo trabalho e, comprovado o bom comportamento, que fosse deferido o livramentos condicional. 
	O juiz negou o benefício, argumentando que, pela prática de falta grave, não mereceria o desconto dos dias de trabalho. Justificando que a falta grave teria interrompido a contagem dos dias de cumprimento de pena para a obtenção do benefício e que não teria sido alcançado o requisito objetivo do livramento. Argumentou, por fim, que Pedro cumpre pena em regime fechado, e conceder o livramento condicional seria o mesmo que permitir a progressão per saltum, vedada pela súmula 491 do STJ.
DO DIREITO
	Observa-se, que no decorrer do cumprimento da pena o interno praticou uma falta grave, que já fora castigado por tal, conforme demonstrado em atestados que constam do processo. Entretanto, tal falta não deve influenciar na contagem de tempo para aquisição do Livramento Condicional, eis que o nosso ordenamento jurídico não prevê nenhum tipo de interrupção da contagem de prazo no caso de Livramento Condicional, tal entendimento encontra-se hoje sumulado pelo STJ.
	Súmula nº 441 “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de Livramento Condicional”.
	De acordo com o art. 83, V do Código Penal, nos casos de condenação por crimes hediondos, o condenado deve cumprir pelo menos 2/3 de pena no regime fechado, se o apenado não for reincidente específico em crimes hediondos, poderá fazer jus ao livramento condicional. 
	Pedro cumpriu 6 anos e 10 meses de prisão, além dos 240 dias que trabalhou, que de acordo com a Lei de Execução Penal em seu artigo 126, o Recorrente faz jus ao instituto da remição, onde deverá ter os dias trabalhados descontados da pena restante.
	
DOS PEDIDOS
Por todas estas razões expostas requer:
a) o conhecimento e provimento do presente Agravo em Execução, uma vez atendidos todos os pressupostos exigidos à sua espécie;
b) a reforma da decisão agravada com o objetivo de não interromper a contagem dos dias de cumprimento de pena, pela falta grave;
c) a remição da pena do Agravante em 80 (oitenta) dias;
d) a concessão do livramento condicional.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
25 de Fevereiro de 2018
Advogado
OAB/... Nº ...

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