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ATUALIZADO EM 19/12/2017
DIREITO DO CONSUMIDOR[1: Essa FUC tem como base o material produzido pelo site Foca no Resumo (https://focanoresumo.com/). ]
INTRODUÇÃO
- Direito fundamental. Cláusula pétrea. Norma principiológica. Cláusulas gerais. Princípio da ordem econômica. Microssistema jurídico multidisciplinar. Normas de ordem pública. Normas de interesse social. - Consumo = CONSUMIDOR + FORNECEDOR + PRODUTO OU SERVIÇO. 
	CONSUMIDOR*[2: *A banca FCC, em 2016, na prova da DPE-BA, propôs o seguinte enunciado: “Sebastião juntou dinheiro que arrecadou ao longo de 20 anos trabalhando como caminhoneiro para adquirir um caminhão, zero quilômetros, que passou a utilizar em seu trabalho, realizando fretes no interior do Estado da Bahia. Ainda no prazo de garantia, o veículo apresentou problemas e ficou imobilizado. Sua esposa, Raimunda, microempresária do ramo da costura, adquiriu uma máquina bordadeira de valor elevado de uma grande produtora mundial, que depois de poucas semanas de funcionamento, também apresentou parou de funcionar.” E considerou correta a seguinte alternativa: “ambos podem ser considerados consumidores, ainda que não se configurem como usuários finais dos produtos adquiridos, uma vez que, embora o Código de Defesa do Consumidor adote a teoria finalista, em casos semelhantes, o Superior Tribunal de Justiça já admitiu a mitigação desta teoria diante da prova da hipossuficiência e do desequilíbrio na relação, caracterizando hipótese de consumo intermediário.”]
	FORNECEDOR
	PRODUTO OU SERVIÇO
	- PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA
- ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTOS E SERVIÇOS
- DESTINATÁRIO FINAL (TEORIA FINALISTA MITIGADA: VULNERABILIDADE técnica, jurídica, fática, informacional ou HIPOSSUFICIÊNCIA). Retira o bem do mercado e coloca fim na cadeia de produção. Conceito econômico de consumidor.
- Consumidor equiparado: coletividade lesada na relação de consumo.
	- Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, entes despersonalizados
- Produtor, montador, criador, construtor, transformador, importador, exportador, distribuidor, comerciante, prestador de serviços
- Habitualidade
	Produto móvel ou imóvel, material ou imaterial
Serviço atividade fornecida mediante remuneração
*Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou incorporadora. STJ. 3ª Turma. REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 592).
*Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de mercadorias vinculado a contrato de compra e venda de insumos. STJ. 3ª Turma.REsp 1.442.674-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600)
*Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a atender necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional, o serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários. Ex: João contratou a empresa “Dinheiro S.A Corretora de Valores” para que esta intermediasse operações financeiras no mercado de capitais. Em outras palavras, João contratou essa corretora para investir seu dinheiro na Bolsa de Valores. A relação entre João e a corretora é uma relação de consumo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/3/2017 (Info 600)
*A condição de consumidor do promitente-assinante não se transfere aos cessionários do contrato de participação financeira. Ex: João firmou contrato de participação financeira com a empresa de telefonia. João cedeu os direitos creditícios decorrentes do contrato para uma empresa privada especializada em comprar créditos, com deságio. A empresa cessionária, ao ajuizar demanda contra a companhia telefônica pedindo os direitos decorrentes deste contrato, não poderá invocar o CDC. As condições personalíssimas do cedente não se transmitem ao cessionário. STJ. 3ª Turma. REsp 1.608.700-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/3/2017 (Info 600).
*#OUSESABER: Em regra, os contratos do Sistema Financeiro de Habitação, SFH devem obediência ao CDC. Contudo, se nos contratos de financiamento imobiliário integrantes do SFH estiver presente cláusula que vincule os contratos ao Fundo de Compensação de Variação Salarial, FCVS, não haverá relação consumerista, conforme decidido no REsp 489701 / SP.
- PrincípiosVULNERABILIDADE (todo consumidor é vulnerável),DEVER GOVERNAMENTAL, HARMONIZAÇÃO DOS INTERESSES(desenvolvimento econômico e tecnológico + defesa do consumidor), GARANTIA DE ADEQUAÇÃO, EQUILÍBRIO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO, BOA-FÉ OBJETIVA, EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO DOS CONSUMIDORES, INCENTIVO AO AUTOCONTROLE (necessidade de o Estado incentivar os próprios fornecedores a tomarem medidas e providências tendentes a solucionar eventuais conflitos), COIBIÇÃO E REPRESSÃO DOS ABUSOS DE MERCADO, RACIONALIZAÇÃO E MELHORIA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, ESTUDO DAS MODIFICAÇÕES DO MERCADO, ACESSO À JUSTIÇA (implícito). 
- Boa-fé objetivaestabelece um DEVER DE CONDUTAentre fornecedores e consumidores no sentido de agirem com lealdade e confiança. É um conjunto de padrões éticos de comportamento, aferíveis objetivamente, que devem ser seguidos pelas partes em todas as fases da relação contratual. 
	FUNÇÃO INTERPRETATIVA
	FUNÇÃO DE CONTROLE
	FUNÇÃO INTEGRATIVA
	O juiz deve sempre prestigiar, diante de convenções e contratos, a TEORIA DA CONFIANÇA, segundo a qual as partes agem com lealdade na busca do adimplemento contratual. O juiz deve interpretar as cláusulas contratuais de modo a desconsiderar a malícia da parte que se vale de evasivas para criar convenções duvidosas, a fim de obter vantagens incomuns; bem como as cláusulas lacunosas ou imprecisas deverão ser interpretadas de acordo com o que, normalmente, são entendidas pelos indivíduos.
	Visa EVITAR O ABUSO DO DIREITO SUBJETIVO, limitando condutas e práticas comerciais abusivas. Quando não houver lealdade no exercício do direito subjetivo, de forma a frustrar a confiança criada em outrem, o ato será abusivo e considerado ilícito.
Art. 187 do CC: também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
	Insere deveres anexos, cuja violação é chamada de “VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO”, são eles:
a)Dever anexo de informação;
b)Dever anexo de cooperação (o fornecedor deverá cooperar para que o consumidor possa alcançar suas expectativas, facilitando os meios para que o mesmo possa adimplir o contrato)
c)Dever anexo de proteção (o fornecedor deve preservar a integridade pessoal e patrimonial do consumidor que, quando violados, geram danos materiais e morais – ex.: quando o fornecedor disponibiliza estacionamento para os veículos dos clientes, assume o dever, derivado do princípio da boa-fé objetiva, de proteger os bens e a pessoa do usuário).
- BOA-FÉ OBJETIVA E CONTRATOS DE PLANO DE SAÚDEo STJ entende que a cláusula que exclui tratamento de doenças infectocontagiosas de notificação compulsória, como a AIDS, é nula porque é abusiva. Plano de saúde não pode limitar sessões de radioterapia e quimioterapia. É abusiva a cláusula que prevê o não custeio de prótese, imprescindível para o êxito do procedimento cirúrgico coberto pelo plano, sendo indiferente se a prótese é ou não importada. Deve ser invalidada a cláusula de exclusão de transplante. 
- A doença preexistente só pode ser oposta pela seguradora ao segurado mediante a realização de prévio exame médico ou prova inequívoca de sua má-fé. 
- É ilegal a estipulação que prevê a submissão do segurado a novo período de carência, de duração equivalente ao prazo pelo qual perdurou a mora, após o adimplemento do débito em atraso.
- O STJ NÃO ADMITE O PRAZO DE CARÊNCIA NOS CASOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. 
- É abusiva a cláusula prevista em contrato de plano de saúde que suspendeo atendimento em razão do atraso do pagamento de uma única parcela. 
- Injusta recusa de cobertura = dano moral. 
- É abusiva cláusula que prevê a rescisão unilateral do plano de saúde. Contudo, é possível a rescisão, sem necessidade de ação judicial, dos contratos de consumidores que estejam com mensalidades em atraso há mais de 2 meses, desde que notificados previamente. 
- O STJ admite a validade de reajustes em razão da mudança de faixa etária, desde que atendidas certas condições:
	a)Previsão no instrumento negocial;
	b)Respeito aos limites e demais requisitos estabelecidos na Lei 9.656/98;
	c)Observância ao princípio da boa-fé objetiva. 
- O plano de saúde tem o dever de informar a cada consumidor, individualmente, sobre o descredenciamento de médicos e hospitais (dever de informação).
*#OUSESABER: O que é contrato cativo de longa duração? Conforme ensina a doutrinadora Cláudia Lima Marques, trata-se de uma série de novos contratos ou relações contratuais que utilizam os métodos de contratação de massa (através de contratos de adesão ou de condições gerais dos contratos) para fornecer serviços especiais de mercado, criando relações jurídicas complexas de longa duração, envolvendo uma cadeia de fornecedores organizados entre si e com uma característica dominante: a posição de "catividade" ou dependência dos clientes". Um exemplo que pode ser citado são os contratos de seguro em geral, mormente os de plano de saúde. Tal expressão já foi utilizada expressamente pelo STJ, no informativo 441. 
	JURISPRUDÊNCIA DO STJ (PLANOS DE SAÚDE)
	SÚMULA 302: É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE QUE LIMITA NO TEMPO A INTERNAÇÃO HOSPITALAR DO SEGURADO.
	É POSSÍVEL A EXCLUSÃO DE ALGUMAS MOLÉSTIAS, CONTANTO QUE SEJA EM DATA POSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.656/98 OU QUE A MOLÉSTIA SEJA PREEXISTENTE À CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE SEGURO DE SAÚDE.
	A CLÁUSULA É ABUSIVA QUANDO A RECUSA DO TRATAMENTO SE REFERE À MOLÉSTIA GRAVE OU QUE IMPLIQUE RISCO DE MORTE.
	O PLANO DE SAÚDE PODE ESTABELECER AS DOENÇAS QUE TERÃO COBERTURA, MAS NÃO O TIPO DE TRATAMENTO UTILIZADO PARA A CURA DE CADA UMA DELAS.
	É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL DE SEGURO DE SAÚDE QUE ESTABELECE LIMITAÇÃO DE VALOR PARA O CUSTEIO DE DESPESAS COM TRATAMENTO CLÍNICO, CIRÚRGICO E DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR.
	É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL QUE EXCLUI DE COBERTURA A COLOCAÇÃO DE “STENT”, QUANDO ESTE É NECESSÁRIO AO BOM ÊXITO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO COBERTO PELO PLANO DE SAÚDE.
*Não se aplica o CDC às relações entre as operadoras de planos de saúde constituídas sob a modalidade de autogestão e seus filiados. Assim, os planos de saúde de autogestão podem ser considerados como uma exceção à Súmula 469 do STJ: "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde." A operadora de plano privado de assistência à saúde na modalidade de autogestão é pessoa jurídica de direito privado sem finalidades lucrativas que, vinculada ou não à entidade pública ou privada, opera plano de assistência à saúde com exclusividade para um público determinado de beneficiários. A constituição dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia, sensivelmente, essas pessoas jurídicas quanto à administração, forma de associação, obtenção e repartição de receitas, dos contratos firmados com empresas que exploram essa atividade no mercado e visam ao lucro. Em razão disso, não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por entidade de autogestão, por inexistência de relação de consumo. STJ. 2ª Seção. REsp 1.285.483-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/6/2016 (Info 588).
*#OUSESABER: A jurisprudência é pacífica, inclusive no STJ, no sentido de que o CDC não incide nos contratos de locação de imóvel por não se tratar de relação de consumo e nem prestação de serviço, caracterizando-se, objetivamente, como uma cessão de uso remunerado. Todavia, no âmbito doutrinário, cumpre destacar as ilações da doutrinadora Cláudia Lima Marques no sentido da possibilidade de subsunção do CDC para as hipóteses em que o locador é um profissional na atividade locatícia, sendo viável juridicamente qualificá-lo como prestador de serviços de moradia.
*Em 1999, João aposentou-se pelo INSS. Em 2000, voltou a trabalhar para uma empresa e passou a usufruir do plano de saúde coletivo empresarial no qual a empregadora pagava metade e ele a outra metade das mensalidades. Em 2009, João foi demitido sem justa causa, mas continuou no plano, assumindo o pagamento integral das mensalidades. Em 2015, João faleceu e Maria continuou no plano, não mais na condição de dependente, mas sim na de beneficiária principal. Em 2017, contudo, o plano enviou uma carta para Maria comunicando que havia cessado a sua condição de segurada no plano de saúde coletivo. O argumento utilizado pelo plano de saúde para cessar a condição de segurada de Maria foi o de que a sua situação se enquadrava no art. 30 da Lei nº 9.656/98. Maria não concordou e afirmou que, quando João faleceu, ele estava aposentado, de forma que deveria incidir a regra do art. 31 da Lei nº 9.656/98. A manutenção de Maria no plano ocorreu com base no art. 30 ou no art. 31 da Lei nº 9.656/98? Aplica-se o disposto no art. 31 da Lei nº 9.656/98 ao aposentado – e ao grupo familiar inscrito, na hipótese de seu falecimento – que é contratado por empresa e, posteriormente, demitido sem justa causa. No caso concreto, Maria terá direito de continuar no plano por tempo indeterminado (regra do caput do art. 31) ou por prazo determinado (regra do § 1º do art. 31)? Por prazo determinado. A lei somente assegura ao aposentado a sua manutenção como beneficiário, sem qualquer restrição temporal, quando houver contribuído para os planos de assistência à saúde pelo prazo mínimo de 10 anos (regra do caput do art. 31). A vigência do contrato de seguro saúde iniciou-se em 2000, quando João foi contratado pela empresa X. Em 2009 João foi demitido sem justa causa e continuou como beneficiário do plano de saúde, assumindo o ônus integral do pagamento das mensalidades, o que fez até a data de seu óbito, em 2015. Desta feita, tem-se que o tempo de filiação original ao plano foi de 9 anos (2000 a 2009), mostrando-se, impossível, portanto, a aplicação do art. 31, caput, da Lei, que exige tempo de contribuição mínimo de 10 anos. Maria alegou que, com a morte de João, ela o teria sucedido no plano de saúde, devendo, portanto, somar o tempo que João contribuiu (9 anos) com o tempo que ela também pagou o plano (2 anos, ou seja, de 2015 a 2017). Logo, somando esses dois períodos, haveria mais que 10 anos de contribuição ao plano. Essa tese foi aceita pelo STJ? NÃO. O art. 31 da Lei expressamente exige que o APOSENTADO tenha contribuído por prazo mínimo de 10 anos, não prevendo a possibilidade de haver a soma do período de contribuição do aposentado com seus eventuais sucessores. João contribuiu por 9 anos para o plano coletivo de assistência à saúde. Logo, a manutenção do contrato em favor de Maria deve se dar por 9 anos. O termo inicial para a contagem desses 9 anos de manutenção do contrato não pode ser considerado a data do óbito de João (2015) mas sim a data em que ocorreu a cessação do vínculo empregatício (2009), considerando que foi neste momento que nasceu o direito à manutenção do titular, bem como de sua dependente no plano de saúde. STJ. 3ª Turma. REsp 1.371.271-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/2/2017 (Info 597).
*É indevido cobrar reajuste de ex-empregado demitido sem justa causa que opta por permanecer vinculado ao plano de saúde em que se encontrava antes da demissão, na condição de beneficiário, pelo prazo que lhe assegura o art. 30, § 1º, da Lei nº 9.656/98, nas mesmas condições de cobertura assistencial e mediante o pagamento integral das mensalidades, só lhe podendo ser atribuído algum aumento que também tenha sido estipulado aos empregados em atividade. Em 2011, a ANS editou a Resolução ANS 279/2011, prevendo que "a manutenção da condição de beneficiário no mesmo plano privadode assistência à saúde em que se encontrava quando da demissão ou exoneração sem justa causa ou aposentadoria observará as mesmas condições de reajuste, preço, faixa etária e fator moderador existentes durante a vigência do contrato de trabalho" (art. 16). Vale ressaltar, no entanto, que, mesmo antes da Resolução ANS 279/2011, os empregados demitidos sem justa causa já possuíam esse direito de permanecerem pagando o mesmo valor. Isso porque esse direito decorre diretamente do art. 30 da Lei nº 9.656/98 (e não da Resolução, que só veio confirmar essa conclusão). STJ. 3ª Turma. REsp 1.539.815-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/2/2017 (Info 599)
* Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos. A exigência de menção da CID nas requisições de exames e demais serviços de saúde decorre do fato de que as operadoras de planos de saúde estão obrigadas a prestar apenas os serviços previstos no contrato. Logo, é importante essa informação para que os pagamentos e as requisições de exames não se voltem para tratamentos que ultrapassem as obrigações contratuais do plano de saúde. STJ. 3ª Turma. REsp 1.509.055-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/8/2017 (Info 610).
- Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, o Poder Público manterá assistência jurídica integral e gratuita para o consumidor carente. 
	MODIFICAÇÃO
	REVISÃO
	PRESTAÇÕES DESPROPORCIONAIS
(não há o elemento subjetivo do CC "necessidade" ou "inexperiência").
	FATOS SUPERVENIENTES EXCESSIVAMENTE ONEROSOS.
TEORIA DA BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO
(não exige a imprevisibilidade do fato superveniente nem extrema vantagem para o credor).
- Restitutio in integrum o consumidor deve ser ressarcido integralmente. 
- Dano moral in re ipsa provada a ofensa, o dano moral presume-se. Responsabilidade do agente por força do simples fato da violação. Em regra, o simples inadimplemento contratual não gera dano moral, salvo quando ocasionar transtornos consideráveis, com repercussão na esfera íntima da vítima (dor, vexame, sofrimento, humilhação que, de forma anormal, interfira no comportamento psicológico do indivíduo).
Importante!!! Não configura dano moral in re ipsa a simples remessa de fatura de cartão de crédito para a residência do consumidor com cobrança indevida. Para configurar a existência do dano extrapatrimonial, é necessário que se demonstre que a operadora de cartão de crédito, além de ter incluído a cobrança na fatura, praticou outras condutas que configurem dano moral, como por exemplo: a) reiteração da cobrança indevida mesmo após o consumidor ter reclamado; b) inscrição do cliente em cadastro de inadimplentes; c) protesto da dívida; d) publicidade negativa do nome do suposto devedor; ou e) cobrança que exponha o consumidor, o submeta à ameaça, coação ou constrangimento. STJ. 4ª Turma. REsp 1.550.509-RJ, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 3/3/2016 (Info 579).
- Esse entendimento é mais compatível com a dinâmica atual das formas de pagamento por meio de cartões e internet, os quais facilitam a circulação de bens, mas, por outro lado, ensejam fraudes, as quais, quando ocorrem, devem ser coibidas, propiciando-se o ressarcimento do lesado na exata medida do prejuízo. A banalização do dano moral, em caso de mera cobrança indevida, sem repercussão em direito da personalidade, aumentaria o custo da atividade econômica, o qual oneraria, em última análise, o próprio consumidor.
	SÚMULAS DO STJ
	420INCABÍVEL, EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA, DISCUTIR O VALOR DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
	402O CONTRATO DE SEGURO POR DANOS PESSOAIS COMPREENDE DANOS MORAIS, SALVO CLÁUSULA EXPRESSA DE EXCLUSÃO.
	388A SIMPLES DEVOLUÇÃO INDEVIDA DE CHEQUE CARACTERIZA DANO MORAL.
	387É LÍCITA A CUMULAÇÃO DAS INDENIZAÇÕES DE DANO ESTÉTICO E DANO MORAL.
	385DA ANOTAÇÃO IRREGULAR EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, NÃO CABE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, QUANDO PREEXISTENTE LEGÍTIMA INSCRIÇÃO, RESSALVADO O DIREITO AO CANCELAMENTO.
	370CARACTERIZA DANO MORAL A APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO.
	362A CORREÇÃO MONETÁRIA DO VALOR DA INDENIZAÇÃO DO DANO MORAL INCIDE DESDE A DATA DO ARBITRAMENTO.
	326NA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, A CONDENAÇÃO EM MONTANTE INFERIOR AO POSTULADO NA INICIAL NÃO IMPLICA SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
	281A INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL NÃO ESTÁ SUJEITA À TARIFAÇÃO PREVISTA NA LEI DE IMPRENSA.
	227A PESSOA JURÍDICA PODE SOFRER DANO MORAL.
	37SÃO CUMULÁVEIS AS INDENIZAÇÕES POR DANO MATERIAL E DANO MORAL ORIUNDOS DO MESMO FATO.
	532 Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.
#NOVIDADE #SÚMULA #DEFENSORIA #MAGISTRATURA
Súmula 563-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.[3: *Tal temática foi objeto de questionado na prova da DPE-BA, realizada pela FCC, em 2016, e foi considerada correta a seguinte alternativa: “aplica-se o CDC às entidades abertas de previdência complementar e aos serviços remunerados prestados uti singuli, mas não se aplica às entidades fechadas de previdência complementar e nem aos serviços públicos uti universi.”]
INFORMATIVO 571 – STJ
O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação jurídica entre participantes ou assistidos de plano de benefício e entidade de previdência complementar fechada, mesmo em situações que não sejam regulamentadas pela legislação especial. A súmula 321 do STJ só vale para entidades ABERTAS de previdência privada. Para entidades fechadas não se aplica o CDC. Súmula 321-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015 (Info 571)
O STJ cancelou a Súmula 321, que possuía a seguinte redação:
Súmula 321-STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.
O entendimento da Súmula 321 foi substituído pelo enunciado 563.
- O dano moral coletivo (não é pacífico) prescinde da prova da dor, sentimento ou abalo psicológico sofridos pelos indivíduos. Como transindividual, manifesta-se no prejuízo à imagem e moral coletivas e sua averiguação deve pautar-se nas características próprias as interesses difusos e coletivos. Ex.: banco paga dano moral coletivo por manter caixa preferencial em 2º andar de agência.
	INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA OPE JUDICIS
	INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
OPE LEGIS
	VEROSSIMILHANÇA ou HIPOSSUFICIÊNCIA
(* art. 6º, VIII)
	- Arts. 12, §3º, e 14, §3º O FORNECEDOR DEVE PROVAR AS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE NO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO.
- Art. 38 QUEM PATROCINA A PUBLICIDADE DEVE PROVAR A VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES VEICULADAS. 
- TODO CONSUMIDOR É VULNERÁVEL, MAS NEM TODO CONSUMIDOR É HIPOSSUFICIENTE. 
	VULNERABILIDADE
	HIPOSSUFICIÊNCIA (inversão do ônus da prova)
	Conceito de direito material.
	Conceito de direito processual.
	PRESUNÇÃO ABSOLUTA: o consumidor é a parte vulnerável na relação de consumo.
	PRESUNÇÃO RELATIVA: precisa ser comprovada no caso concreto diante do juiz.
- A inversão do ônus da prova é REGRA DE INSTRUÇÃO: a decisão que determina a inversão do ônus da prova deve ser proferida na FASE DE SANEAMENTO ou, pelo menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura de oportunidade para manifestar-se nos autos. 
- É nula a cláusula de eleição de foro inserida em contrato de adesão quando gerar maior ônus para a parte hipossuficientedefender-se ou invocar a jurisdição, propondo a ação de consumo em local distante daquele em que reside (STJ). 
- Responsabilidade SOLIDÁRIA: o consumidor pode intentar a ação contra todos na cadeia de responsabilidade (todos que foram responsáveis por colocar o produto no mercado). Exceção: responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante que fizer a pesagem ou a medição do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais. 
- Não cabe denunciação da lide (procrastinação do feito). Só cabe CHAMAMENTO AO PROCESSO DO SEGURADOR. 
- Responsabilidade solidária das operadoras de saúde por erro médico: se a escolha do profissional ou hospital é do consumidor (com reembolso), não há responsabilidade da operadora (seguro-saúde). Contudo, se o profissional ou hospital é credenciado do plano, há responsabilidade solidária (o hospital, o médico e a operadora do plano de saúde).
- Importante!!! A franqueadora pode ser solidariamente responsabilizada pelos danos causados pela franqueada aos consumidores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.426.578-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/6/2015 (Info 569). A franquia, aos olhos do consumidor, consiste em uma mera intermediação ou revenda de bens ou serviços do franqueador, que é fornecedor no mercado de consumo, ainda que de bens imateriais. Os arts. 14 e 18 do CDC, ao falarem em fornecedores, preveem a responsabilização solidária de todos aqueles que participarem da introdução do produto ou serviço no mercado, inclusive daqueles que apenas organizem a cadeia de fornecimento pelos eventuais defeitos ou vícios apresentados. Cabe às franqueadoras a organização da cadeia de franqueados do serviço, atraindo para si a responsabilidade solidária pelos danos decorrentes da inadequação dos serviços prestados em razão da franquia. 
 - Os produtos e serviços oferecidos não poderão acarretar riscos à saúde e à segurança dos consumidores, salvo aqueles que, pela sua própria natureza, apresentam em si um RISCO INERENTE (riscos “normais e previsíveis”). 
- Em qualquer hipótese, o consumidor tem direito à informação. 
- A periculosidade pode ser INERENTE (insegurança normal e previsível), ADQUIRIDA (defeito de fabricação, de concepção ou por insuficiência de informação) ou EXAGERADA (não compensam os benefícios, de forma que não podem ser colocados no mercado). 
- Princípio da prevençãoo fornecedor conhece a periculosidade do produto, devendo tomar todas as medidas para que não ocorram danos à saúde e à segurança. 
- Princípio da precauçãose o fornecedor não comprovar que o produto ou serviço não oferece riscos, não deve introduzi-los no mercado. 
- Quando se descobre que o produto foi posto no mercado com algum defeito de fabricação, o fornecedor deve comunicar os consumidores, chamando de volta os produtos imprestáveis (recall), mas isso não o isenta da obrigação de indenizar. 
*#JURISEMTESES #STJ #EDIÇÃO95:
- A embriaguez do segurado, por si só, não exime o segurador do pagamento de indenização prevista em contrato de seguro de vida, sendo necessária a prova de que o agravamento de risco dela decorrente influiu decisivamente na ocorrência do sinistro.
- A ausência de habilitação para dirigir caracteriza-se como mera infração administrativa, não configurando, por si só, o agravamento intencional do risco por parte do segurado, apto a afastar a obrigação de indenizar da seguradora.
- A oferta de seguro de vida por companhia seguradora vinculada à instituição financeira, dentro de agência bancária, implica responsabilidade solidária da empresa de seguros e do banco perante o consumidor.
- É possível, excepcionalmente, atribuir ao estipulante a responsabilidade pelo pagamento da indenização securitária, como nas hipóteses de mau cumprimento de suas obrigações contratuais ou de criação nos segurados de legítima expectativa de ser ele o responsável por esse pagamento.
- É devida a indenização do seguro de vida aos beneficiários do policial (militar, civil ou federal) que falece, dentro ou fora do horário ou do local de serviço, desde que no estrito cumprimento de suas obrigações legais.
- O simples atraso no pagamento das prestações do contrato de seguro de vida não determina a suspensão ou a resolução automática da cobertura, exigindo-se a prévia constituição do segurado em mora pela seguradora, mediante notificação ou interpelação, mostrando-se indevida a negativa de pagamento da indenização correspondente.
- O suicídio cometido nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida é risco não coberto, ressalvado o direito do beneficiário ao ressarcimento do montante da reserva técnica já formada.
- É desnecessário o prévio requerimento administrativo para liquidação de sinistro no contrato de seguro de vida.
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO
	FATO (ACIDENTE DE CONSUMO)
	VÍCIO
	A utilização do produto ou serviço pode gerar acidentes de consumo. 
	Os produtos ou serviços não correspondem às expectativas geradas pelo consumidor.
	O prejuízo é extrínseco: não há uma limitação da inadequação do produto em si, mas uma inadequação que gera danos além do produto.
	O prejuízo é intrínseco: o bem só está em desconformidade com o fim a que se destina.
	Ex.: curto-circuito no aparelho de som, que pega fogo.
	Ex.: a caixa de um aparelho de som não funciona.
	Garantia da incolumidade físico-psíquica do consumidor, protegendo sua SAÚDE E SEGURANÇA.
	Garantia da incolumidade econômica do consumidor.
	O produto tem um DEFEITO, que é um vício acrescido de um problema extra: gera um dano ao consumidor.
	O produto tem um VÍCIO que o torna inadequado.
	PRESCRIÇÃO.
	DECADÊNCIA.
	NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É DIFERENCIADA(art. 13).
	COMERCIANTE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA (o art. 14 fala em “fornecedores”).
	NO FATO DO SERVIÇO, A RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS É SUBJETIVA.
	A responsabilidade é objetiva, não havendo diferenciação.
* A comprovação de graves lesões decorrentes da abertura de air bag em acidente automobilístico em baixíssima velocidade, que extrapolam as expectativas que razoavelmente se espera do mecanismo de segurança, ainda que de periculosidade inerente, configura a responsabilidade objetiva da montadora de veículos pela reparação dos danos ao consumidor. STJ. 3ª Turma. REsp 1.656.614-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/5/2017 (Info 605).
*Determinada loja adota a seguinte prática: se o produto vendido apresentar algum vício (popularmente conhecido como "defeito"), o consumidor poderá solicitar a troca da mercadoria na própria loja, desde que faça isso no prazo de 3 dias corridos, contados da data da emissão da nota fiscal. Por outro lado, se o consumidor detectar o vício somente após esse prazo, ele deverá procurar a assistência técnica credenciada e lá irão verificar a existência do vício e a possibilidade de ele ser reparado ("consertado"). Essa prática é válida? Sim. É legal a conduta de fornecedor que concede apenas 3 (três) dias para troca de produtos defeituosos, a contar da emissão da nota fiscal, e impõe ao consumidor, após tal prazo, a procura de assistência técnica credenciada pelo fabricante para que realize a análise quanto à existência do vício. A loja conferiu um "plus", ou seja, uma providência extra que não é prevista no CDC, não sendo, contudo, vedada porque favorece o consumidor. Vale ressaltar que a política de troca da loja (direito de troca direta do produto em 3 dias) não exclui a possibilidade de o consumidor realizar a troca, na forma do art. 18, § 1º, I, do CDC, caso o vício não seja sanado no prazo de 30 dias. Em outras palavras, a loja concede uma opção extra, além daquelas já previstas no art. 18, § 1º. STJ. 3ª Turma. REsp 1.459.555-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/2/2017 (Info 598).
*Para a responsabilização do fornecedor por acidente do produto não basta ficar evidenciado que os danos foram causados pelo medicamento. O defeito do produtodeve apresentar-se, concretamente, como sendo o causador do dano experimentado pelo consumidor. Em se tratando de produto de periculosidade inerente (medicamento com contraindicações), cujos riscos são normais à sua natureza e previsíveis, eventual dano por ele causado ao consumidor não enseja a responsabilização do fornecedor. Isso porque, neste caso, não se pode dizer que o produto é defeituoso. STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 4/4/2017 (Info 603)
*O fornecimento de bem durável ao seu destinatário final, por removê-lo do mercado de consumo, põe termo à cadeia de seus fornecedores originais. A posterior revenda desse mesmo bem por seu adquirente constitui nova relação jurídica obrigacional com o eventual comprador. Assim, os eventuais prejuízos decorrentes dessa segunda relação não podem ser cobrados do fornecedor original. Não se pode estender ao integrante daquela primeira cadeia de fornecimento a responsabilidade solidária de que trata o art. 18 do CDC por eventuais vícios que o adquirente da segunda relação jurídica venha a detectar no produto. Ex: a empresa “Via Autos” alienou um carro para João que, depois de dois anos utilizando o veículo, vendeu o automóvel para Pedro. Em seguida, Pedro percebeu que o hodômetro do carro havia sido adulterado para reduzir a quilometragem. Pedro não poderá exigir a responsabilização da “Via Autos” pelo vício do produto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.517.800-PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 2/5/2017 (Info 603).
	RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO
	RESPONSABILIDADE PELO FATO DO SERVIÇO
	Art. 12: o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
	Art. 14: o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por infomações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
	§1º o produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação.
	§1º o serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I – o modo de seu fornecimento;
II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
	§2º o produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
	§2º o serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
	§3º o fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
	§3º o fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
	
	§4º a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. 
	Art. 13: O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I – O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II – O produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III – Não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único: Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. 
	
- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É DIFERENCIADA (art. 13). Já no FATO DO SERVIÇO, não há essa distinção, pois o art. 14 fala em “FORNECEDOR”. 
- No fato do SERVIÇO há responsabilidade diferenciada para o PROFISSIONAL LIBERAL (subjetiva), enquanto que no fato do produto não há essa diferenciação.
	FORNECEDOR REAL
	FORNECEDOR APARENTE
	FORNECEDOR PRESUMIDO
	- FABRICANTE
- PRODUTOR
- CONSTRUTOR
	- DETENTOR DO NOME, MARCA OU SIGNO APOSTO NO PRODUTO FINAL
	- IMPORTADOR
- COMERCIANTE DE PRODUTO ANÔNIMO
	O consumidor prova...
	O fornecedor prova... (EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE)
	DANO (ACIDENTE DE CONSUMO)
+
NEXO CAUSAL
	- O PRODUTO NÃO FOI COLOCADO NO MERCADO
- NÃO HÁ DEFEITO
- CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU TERCEIRO
Atenção: É ÔNUS DO FORNECEDOR PROVAR AS EXCLUDENTES (INVERSÃO OPE LEGIS).
- Embora não mencionadas no CDC, o STJ tem admitido a CULPA CONCORRENTE para reduzir a indenização e o CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR para excluir a responsabilidade. 
	FORTUITO INTERNO
	FORTUITO EXTERNO
	É fato imprevisível e inevitável, que se liga à organização da empresa, relacionando-se com os RISCOS DA ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELO FORNECEDOR. NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE!
	É fato imprevisível e inevitável, mas estranho à organização do negócio, não guardando NENHUMA LIGAÇÃO COM A ATIVIDADE DO FORNECEDOR. EXCLUI A RESPONSABILIDADE!
- Súmula 187 do STJ: a responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com passageiro, não é elidida por culpa de terceiro contra o qual tem ação regressiva. Fortuito interno. Ainda que o acidente seja causado por terceiro ou em decorrência de má conservação das estradas, há responsabilidade do transportador, por guardar conexão com a atividade de transporte. É uma obrigação de resultado (o transportador assume a obrigação de levar o passageiro com segurança ao destino contratado). 
- Súmula 479 do STJ: as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados no âmbito de operações bancárias. Fortuito interno. 
- Exemplos de fortuitos externos nos transportes: roubo de mercadoria transportada, explosão de bomba em estação ferroviária, bala perdida, arremesso de pedra que atinge passageiro, assalto em posto. Quanto a este último, o dever de segurança de posto de combustível frente aos seus consumidores diz respeito à qualidade do produto, ao correto abastecimento e à adequação das instalações. O assalto configura fortuito externo (exclusão da responsabilidade objetiva). A prevenção de delitos é, em última análise, da autoridade pública competente. É dever do Estado, a proteção da sociedade (art. 144 da CF). 
- Teoria do risco de desenvolvimento é o risco que não pode ser identificado quando da colocação do produto no mercado, mas em função de avanços científicos e técnicos, é descoberto posteriormente, geralmente depois de algum tempo de uso do produto. Prevalece que NÃO EXCLUI A RESPONSABILIDADE, porque o fornecedor é sempre responsável pelos efeitos nefastos de seu produto, ainda que este apresente inteira conformidade com as exigências da tecnologia e da ciência da época da fabricação. 
- Teoria da perda de uma chance é a possibilidade de se responsabilizar o autor do dano decorrente da perda de uma oportunidade de obter uma vantagem ou de evitar um prejuízo. Exige-se o DANO REAL, ATUAL E CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não de mera possibilidade. Ocorre a perda da possibilidade de se buscar posição mais vantajosa que muito provavelmente se alcançaria, não fosse o ato ilícito praticado. Ex.: candidato a Vereador que deixa de ser eleito por reduzida diferença de 8 votos após atingido por notícia falsa publicada por jornal. Para se responsabilizaradvogados por condutas negligentes, deve-se analisar as REAIS POSSIBILIDADES DE ÊXITO DO PROCESSO. Não é o só fato de o advogado ter perdido o prazo para a contestação ou para a interposição de recursos, que enseja sua automática responsabilização. 
- Não se paga como indenização o valor do resultado final que poderia ter sido obtido, mas sim uma quantia a ser arbitrada pelo juiz, levando em consideração o caso concreto.
- A aplicação da teoria da perda de uma chance no caso de erro médico possui algumas diferenças da aplicação tradicional às demais hipóteses:
	TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE CLÁSSICA
	TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE POR ERRO MÉDICO
	Ocorre quando o agente frustrou a oportunidade da pessoa de auferir uma vantagem.
	Ocorre quando o médico, por conta de um erro, fez com que a pessoa não tivesse um tratamento de saúde adequado que poderia tê-la curado e evitado a sua morte.
	Há sempre certeza quanto à autoria do fato que frustrou a oportunidade. Existe incerteza quanto à existência/extensão dos danos.
	Aqui, a extensão do dano já está definida (a pessoa morreu), e o que resta saber é se esse dano teve como concausa a conduta do réu.
- NO FATO DO PRODUTO, A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE É DIFERENCIADA. 
RESPONSABILIDADE DO		- CONSERVAÇÃO INADEQUADA DE PRODUTOS PERECÍVEIS
COMERCIANTE		- FABRICANTE, PRODUTOR, CONSTRUTOR E IMPORTADOR ANÔNIMOS
- A responsabilidade do comerciante é subsidiária ou solidária? Na subsidiária, haveria a obrigação de executar antes os obrigados principais, o que não ocorre. Se acontecer quaisquer das hipóteses acima, a responsabilidade será direta do comerciante, seja porque no não conservou adequadamente os produtos perecíveis (exclusiva), seja porque o fornecedor é anônimo. Na solidária, o consumidor poderia demandar tanto o comerciante como os outros fornecedores, o que também não se verifica: se o fornecedor for identificado, a demanda será necessariamente contra eles. Na hipótese da conservação inadequada, a responsabilidade é exclusiva. 
- A possibilidade de DIREITO DE REGRESSO abrange os ACIDENTE DE CONSUMO (FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO). Lembrar que é vedada a denunciação da lide. 
- NO FATO DO SERVIÇO, A RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS É SUBJETIVA. 
	OBRIGAÇÃO DE MEIO
	O profissional se obriga a empenhar todos os esforços possíveis para a prestação de determinados serviços, não existindo compromisso com a obtenção de um resultado específico.
Responsabilidade SUBJETIVA PURA.
	OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
	O profissional garante a consecução de um resultado final específico. Ex.: na cirurgia estética, o cirurgião se compromete a alcançar um resultado específico (STJ).
Responsabilidade SUBJETIVA COM CULPA PRESUMIDA (INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM DESFAVOR DO PROFISSIONAL LIBERAL).
Ex.: basta à vítima demonstrar o dano para que a culpa se presuma. O cirurgião que deverá provar que não agiu com culpa e que os eventos danosos decorreram de fatores externos e alheios à sua atuação durante a cirurgia.
- Se o causador do dano foi um médico sem nenhum vínculo com o hospital, o médico responde sozinho (subjetiva). Se o dano foi causado por um médico do corpo do hospital, respondem solidariamente o hospital (objetiva) e o médico (subjetiva). Se o dano foi causado por um serviço de atribuição do hospital (ex.: higienização), a responsabilidade é objetiva do hospital. 
- Súmula 465 do STJ: RESSALVADA A HIPÓTESE DE EFETIVO AGRAVAMENTO DO RISCO, A SEGURADORA NÃO SE EXIME DO DEVER DE INDENIZAR EM RAZÃO DA TRANSFERÊNCIA DO VEÍCULO SEM A SUA PRÉVIA COMUNICAÇÃO.
- Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento (bystanders: pessoas estranhas à relação de consumo, mas que sofreram prejuízos em razão do acidente). Só se aplica à responsabilidade pelo FATO do PRODUTO ou SERVIÇO. 
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO
- Aqui, são sujeitos passivos todos os “FORNECEDORES”, coobrigados e solidariamente. 
- Não há responsabilidade diferenciada para o comerciante.
- OS VÍCIOS DO PRODUTO PODEM SER DE QUALIDADE OU QUANTIDADE. 
			
			 Torna o produto IMPRÓPRIO ou INADEQUADO ao consumo
VÍCIOS DE QUALIDADE DIMINUEM O VALOR DO PRODUTO
			 Produtos com FALHA NA INFORMAÇÃO
- Produtos impróprios prazo de validade vencido, deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos, em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, ou que se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
- NO VÍCIO DE QUALIDADE, O FORNECEDOR TEM O DIREITO DE CONSERTAR O VÍCIO EM 30 DIAS. 
	VÍCIOS DE QUALIDADE
	O fornecedor dispõe de 30 DIAS para consertar o vício.
As partes podem convencionar 
(entre 7 E 180 DIAS).
Contratos de adesãocláusula convencionado em separado. 
	O vício não foi sanado em 30 dias:
- SUBSTITUIÇÃO
- RESTITUIÇÃO
- ABATIMENTO
Obs.: em qualquer hipóteses, pode caber PERDAS E DANOS.
	Não precisa esperar 30 dias:
- Comprometer a QUALIDADE
- Comprometer as CARACTERÍSTICAS
- Diminuir o VALOR
- PRODUTO ESSENCIAL
- PRODUTOS IN NATURAserá responsável perante o consumidor oFORNECEDOR IMEDIATO, EXCETO QUANDO IDENTIFICADO CLARAMENTE SEU PRODUTOR. Quando também conhecido o produtor, ambos serão responsáveis. A regra continua sendo a responsabilidade solidária.Obviamente, o fornecedor não poderá se valer do prazo de 30 dias para sanar o vício. 
- Quanto aos VÍCIOS DE QUANTIDADE, o consumidor poderá imediatamente (NÃO INCIDE O PRAZO DE 30 DIAS) optar por: 
ABATIMENTO proporcional do preço
COMPLEMENTAÇÃO do peso ou medida
SUBSTITUIÇÃO do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo
RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos
- Aqui também há RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Exceção: responsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante quando fizer a pesagem ou a medição do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
- RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO SERVIÇO
						 inadequados para os fins que deles se esperam
				Serviços impróprios não atendem a normas regulamentares
 VÍCIOS DE QUALIDADE	Diminuição do valor
				Falha na informação
- Não há exceção quanto à responsabilidade objetiva para os profissionais liberais (só no fato do serviço).
- Quando verificado o VÍCIO DO SERVIÇO, o consumidor poderá imediatamente (não incide o prazo de 30 dias) optar por:
REEXECUÇÃO dos serviços, sem custo adicional e quando cabível
RESTITUIÇÃO imediata da quantidade paga, com correção monetária + perdas e danos
ABATIMENTO proporcional do preço
- NÃO HÁ TRATAMENTO EXPRESSO COM RELAÇÃO AOS VÍCIOS DE QUANTIDADE DOS SERVIÇOS (DIFERENTE DO VÍCIO DO PRODUTO, QUE PODE SER DE QUANTIDADE OU QUALIDADE). Nesses casos, a doutrina aplica, por analogia, as regras para os vícios de quantidade dos produtos (art. 19): abatimento proporcional do preço, execução do serviço na parte faltante, a restituição imediata da quantia paga.
	FATO
	VÍCIO
	- Responsabilidade OBJETIVA
- Inversão do ônus da prova ope legis
- Vítimas equiparadas a consumidores
PRODUTO
- Fabricante, produtor, construtor e importador
- RESPONSABILIDADE DIFERENCIADA DO COMERCIANTE
SERVIÇO
- Fornecedor
- RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS
	- Responsabilidade OBJETIVA
- Perdas e danos
PRODUTO
- Fornecedores
- Qualidade direito de consertar em 30 dias (ou 7 a 180). 
- Quantidaderesponsabilidade exclusiva do fornecedor imediato ou comerciante quando fizer a pesagem ou a medição do produto e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões. Não incide o prazo de 30 dias. 
SERVIÇO
- Não incide o prazo de 30 dias. 
- Só são citados os vícios de qualidade, mas quanto aos de quantidade, usa-se, por analogia, as regras para os vícios de quantidade dos produtos. 
INFORMATIVO 573 - STJ
Não tem direito à reparação de perdas e danosdecorrentes do vício do produto o consumidor que, no prazo decadencial, não provocou o fornecedor para que este pudesse sanar o vício. STJ. 3ª Turma. REsp 1.520.500-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
- O fornecedor deve utilizar componentes ORIGINAIS, ADEQUADOS e NOVOS ou que mantenham as ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO FABRICANTE. 
-A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade (teoria do risco da atividade econômica). O fornecedor não poderá se eximir de sua responsabilidade ao argumento de que desconhecia o vício de adequação, que tanto por ser quanto à qualidade, quantidade ou informação dos produtos e serviços. A DEMONSTRAÇÃO DE BOA-FÉ NO SISTEMA CONSUMERISTA NÃO É CAPAZ DE ELIDIR A RESPONSABILIDADE PELO DANO CAUSADO AO CONSUMIDOR. Conhecendo o vício ou não, com boa-fé ou não, o fornecedor será responsabilizado. 
- A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do devedor. A “cláusula de não indenizar” não tem validade perante o CDC. 
- Serviços públicos obrigação de fornecer serviços ADEQUADOS, EFICIENTES, SEGUROS e, quanto aos ESSENCIAIS, CONTÍNUOS. Responsabilidade OBJETIVA. 
	JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE SERVIÇOS PÚBLICOS
	Possibilidade de corte no fornecimento de serviços públicos essenciais (principalmente energia elétrica e água) em decorrência de inadimplência do consumidor, desde que tenha aviso prévio.
	No tocante às pessoas jurídicas de direito público, pode haver a interrupção 
desde que preserve as unidades públicas provedoras de necessidades inadiáveis da comunidade.
	Só é admitida a interrupção do serviço caso o inadimplemento seja atual, não servindo como meio de compelir o consumidor a pagar débitos pretéritos.
	Em casos especiais, como a miserabilidade do consumidor, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, não tem permitido a interrupção do serviço.
	Súmula 356: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DE TARIFA BÁSICA PELO USO DOS SERVIÇOS DE TELEFONIA FIXA.
	Súmula 407: É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA TARIFA DE ÁGUA, FIXADA DE ACORDO COM AS CATEGORIAS DE USUÁRIOS E AS FAIXAS DE CONSUMO.
	O fornecimento das faturas discriminadas será sem ônus para o assinante consumidor, bastando que seja requerida uma única vez, marcando para a concessionária o momento a partir do qual o consumidor pretende obter suas faturas com detalhamento.
	Não se admite a interrupção em relação às contas de energia elétrica contestadas em juízo por suposta fraude em medidor.
	Súmula 412: A AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO DE TARIFAS DE ÁGUA E ESGOTO SUJEITA-SE AO PRAZO PRESCRICIONAL ESTABELECIDO NO CÓDIGO CIVIL.
	Súmula 595-STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 25/10/2017, DJe 06/11/2017.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
	FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO 
(ACIDENTE DE CONSUMO)
	VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO (DEFEITO)
	Prazo PRESCRICIONAL de 5 ANOS, iniciando-se sua contagem a partir do CONHECIMENTO DO DANO E DE SUA AUTORIA.
Art. 27 do CDC: prescreve em 5 anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
	Prazo DECADENCIAL. 
Produto ou serviço não durável30 DIAS.
Produto ou serviço durável90 DIAS. 
Início da contagemENTREGA EFETIVA DO PRODUTO OU DO TÉRMINO DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS. 
Nos vícios ocultos, a contagem inicia-se no MOMENTO EM QUE FICAR EVIDENCIADO O DEFEITO. 
Obstam a decadência:
I – A reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
III – A instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
- O LIMITE TEMPORAL PARA O SURGIMENTO DO VÍCIO OCULTO É A VIDA ÚTIL DO PRODUTO OU SERVIÇO. 
- Quanto a “obstam a decadência”, não se sabe se se trata de suspensão ou interrupção, ou, ainda, de outra modalidade. Frise-se que a interpretação que entende como suspensão é prejudicial ao consumidor, devendo ser descartada. 
- Súmula 477 do STJ: a decadência do art. 26 não é aplicável à prestação de contas para obter esclarecimentos sobre cobranças de taxas, tarifas e encargos bancários. 
- Súmula 412 do STJ: a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no CC. Contudo, parece que a posição majoritária do STJ é no sentido de INTERPRETAR O ART. 27 DE FORMA AMPLA, APLICANDO O PRAZO DE 5 ANOS SEMPRE QUE HOUVER AÇÃO CONDENATÓRIA EM RELAÇÃO DE CONSUMO.
- Ao contrário do CC (o prazo se inicia com a violação do direito), no CDC o prazo começa a correr do conhecimento do dano e de sua autoria.
*ACIDENTE AÉREO. VOO DOMÉSTICO. Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional? 2 anos, com base no art. 29 da Convenção de Varsóvia. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866) Obs: esse prazo prescricional é aplicado não apenas para ações de indenização em caso de extravio de bagagem, incidindo também em outros casos envolvendo responsabilidade civil relacionado com transporte aéreo internacional. #IMPORTANTE
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
	Integrantes dos Grupos Societários e Controladas
	Responsabilidade SUBSIDIÁRIA
	Consorciadas
	Responsabilidade SOLIDÁRIA
	Coligadas
	Só respondem por CULPA
- O CDC ADOTOU A TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. 
	TEORIA MAIOR DA DESCONSIDERAÇÃO
	TEORIA MENOR DA DESCONSIDERAÇÃO
	INSOLVÊNCIA + CONFUSÃO PATRIMONIAL OU DESVIO DE FINALIDADE
	Basta a INSOLVÊNCIA da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
	OBJETIVA
Confusãopatrimonial
	SUBJETIVA
Desvio de finalidade
	
	Art. 55 do CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do MP quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
A Lei do CADE também contempla a teoria maior.
	DIREITO DO CONSUMIDOR
Art. 28, §5º do CDC: também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
DIREITO AMBIENTAL
Art. 4º da Lei 9.605/1998: poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
- O CDC foi o primeiro dispositivo a se referir à desconsideração da personalidade jurídica. Posteriormente, foi inserida em outras leis (CADE, meio ambiente, CC). Ratio do sistema protetivo dos consumidores: PODE HAVER DESCONSIDERAÇÃO SEMPRE QUE A PERSONALIDADE FOR OBSTÁCULO AO RESSARCIMENTO DOS DANOS SOFRIDOS PELO CONSUMIDOR. Mais recentemente, o CC estabeleceu a desconsideração no art. 50. 
- No CC, a desconsideraçãonão pode ser aplicada de ofício (exige-se requerimento da parte ou do MP).Como as normas consumeristas são de ordem pública, o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica das empresas DE OFÍCIO, se verificar alguma das hipóteses do art. 28. 
- Para o STJ, o juiz poderá decretar a desconsideração no próprio processo de execução, não sendo preciso que haja ação específica para tal.
- Desconsideração inversa da personalidade jurídicaafasta-se a autonomia patrimonial da sociedade para atingir o patrimônio da empresa, de modo a responsabilizar a pessoa jurídica por obrigações do sócio. Tem ampla aplicação nos casos de divórcio (quando o marido transfere seus bens para a empresa). Fundamento na interpretação teleológica.
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
- Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
- A oferta, por si só, já é suficiente para criar um vínculo entre fornecedor e consumidor, surgindo uma OBRIGAÇÃO PRÉ-CONTRATUAL (princípio da vinculação contratual da publicidade). Uma vez feita a oferta, não será possível revogá-la, pois o vínculo já foi estabelecido. 
- Os exageros (puffing) não obrigam os fornecedores, por faltar-lhes a precisão. 
- Dever geral de informaçãoa oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores. Nos produtos refrigerados, serão gravadas de forma indelével. 
- Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por PERÍODO RAZOÁVEL DE TEMPO, na forma da lei.
- Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação comercial.
- É PROIBIDA A PUBLICIDADE DE BENS E SERVIÇOS POR TELEFONE, QUANDO A CHAMADA FOR ONEROSA AO CONSUMIDOR QUE A ORIGINA. Ex.: quando o consumidor liga pro SAC, o fornecedor não pode oferecer produtos. 
- OS FORNECEDORES SÃO RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS PORATOS DE SEUS PREPOSTOS OU REPRESENTANTES AUTÔNOMOS. 
	OPÇÕES DO CONSUMIDOR QUANDO O FORNECEDOR NÃO CUMPRIR A OFERTA OU PUBLICIDADE
	Exigir o cumprimento forçado da obrigação
	Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente
	Rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada
- Publicidadedeve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal (princípio da identificação obrigatória da publicidade).Ex.: o telespectador deve saber quais produtos serão apresentados como merchandising. 
- O CDC não proíbe o teaser (“aí vem o filme mais esperado do ano”). É o anúncio do anúncio. 
- O fornecedor deve manter em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem (princípio da transparência da fundamentação).Os exageros (puffing), desde que não sejam capazes de induzir o consumidor a erro, não sofrem a incidência desse princípio. Ex.: “o melhor carro do mundo”. 
- Todos aqueles que tiveram algum proveito com a publicidade enganosa respondem, solidariamente, perante o consumidor.
- “Publicidade chamariz”: atrair o consumidor de maneira enganosa a adquirir algum produto e serviço. Ex.: um fornecedor anuncia determinado produto a preço altamente competitivo, mas, no momento em que o consumidor vai à loja adquirir o produto é informado que já havia esgotado o estoque. Assim, outros produtos similares mais caros serão oferecidos. 
	PUBLICIDADE ENGANOSA
	PUBLICIDADE ABUSIVA
	Qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.A publicidade é enganosa por OMISSÃO quando deixar de informar sobre DADO ESSENCIAL do produto ou serviço. 
Todas as informações passadas ao consumidor devem ser verdadeiras.
	É abusiva, dentre outras, a PUBLICIDADE DISCRIMINATÓRIA DE QUALQUER NATUREZA, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
- O ANUNCIANTE É OBJETIVAMENTE RESPONSÁVEL PELOS DANOS QUE SEU ANÚNCIO VIER A CAUSAR, SENDO IRRELEVANTE AVERIGUAR A INTENÇÃO (MÁ-FÉ OU BOA-FÉ). Em contrapartida, A AGÊNCIA DE PUBLICIDADE SÓ SERÁ RESPONSÁVEL QUANDO TIVER AGIDO COM DOLO OU CULPA. 
- O CDCestipulou a imposição de contrapropaganda que será divulgada pelo responsável da mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente, no mesmo veículo, local, espaço e horário. 
- O ÔNUS DA PROVA DA VERACIDADE E CORREÇÃO DA INFORMAÇÃO OU COMUNICAÇÃO PUBLICITÁRIA CABE A QUEM AS PATROCINA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA OPE LEGIS. 
É enganosa a publicidade televisiva que omite o preço e a forma de pagamento do produto, condicionando a obtenção dessas informações à realização de ligação telefônica tarifada. STJ. 2ª Turma. REsp 1.428.801-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
* O art. 54, § 3º do CDC prevê que, nos contratos de adesão, o tamanho da fonte não pode ser inferior a 12. Essa regra do art. 54, § 3º NÃO se aplica para ofertas publicitárias. Assim, as letras que aparecem no comercial de TV ou em um encarte publicitário não precisam ter, no mínimo, tamanho 12. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.678-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 23/5/2017 (Info 605) #IMPORTANTE
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
- Teoria do abuso do direitotambém comete ATO ILÍCITO o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu FIM ECONÔMICO OU SOCIAL, pela BOA-FÉ ou pelos BONS COSTUMES (art. 187 do CC).
- O ATO ABUSIVO DECORRE DO DIREITO SUBJETIVO LÍCITO ATRIBUÍDO AO TITULAR QUE, AO EXERCÊ-LO, O TORNA ILÍCITO. O PARÂMETRO PARA AFERIR OS LIMITES DO ABUSO DO DIREITO É O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. JÁ O ATO ILÍCITO NÃO COMPORTA CONTROLE DE ABUSIVIDADE, POIS JÁ É CONTRÁRIO À LEI DESDE A ORIGEM.
	ATO ILÍCITO
	SUBJETIVO
	OBJETIVO OU ABUSO DO DIREITO
	Art. 186: aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
BASEADO NA CULPA. 
- Ação ou omissão (conduta) 
- Culpa lato senso (dolo, negligência, imprudência e imperícia)
- Dano
- Violação culposa de direito alheio
- Nexo de causalidade
Nem sempre gera responsabilidade civil. 
	Art. 187: também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seuFIM ECONÔMICO OU SOCIAL, pelaBOA-FÉou pelosBONS COSTUMES.
BASEADO NA CONFIANÇA(DISSOCIADO DA CULPA). 
É inicialmente lícito, mas torna-se ilícito depois. 
Subespécies: 
- Venire contra factum proprium
- Supressio (Verwirkung) e surrectio (erwirkung)
- Tu quoque
- Duty to mitigate the loss
- Substancial performance (adimplemento substancial)
- Violação positiva do contrato(adimplemento fraco)
- Venire contra factum propriumé abusivo contradizer seu próprio comportamento, após ter produzido, em outra pessoa, uma legítima expectativa. Cada um dos comportamentos individualmente considerados é válido, o ilícito estána conduta considerada de modo global. 
- Quando a conduta, a teor do art. 187 do CC, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, comete ato ilícito objetivo.
- A fábrica de extrato de tomates Cica fornecia aos produtores rurais sementes (factum proprium) para, posteriormente, adquirir a safra para industrialização, porém, posteriormente, recusou-se a comprar a produção (venire). O TJRS condenou a fábrica a indenizar os danos sofridos pelos agricultores em razão da ofensa à boa-fé objetiva, mais especificamente pela quebra da confiança.
- Supressioo não exercício de um direito pelo decurso de tempo pode gerar a expectativa na outra parte de que o direito não mais será exercido. Deste modo, caso venha a ser exercido, será considerado abusivo e, portanto, ilícito, já que frustrou a confiança gerada na outra parte de que não seria mais exercido. A configuração da supressionão depende da análise de dolo ou má-fé do titular do direito, pois o objetivo do instituto não é punir a inércia do sujeito, mas sim proteger a outra parte, em virtude da boa-fé objetiva, pela confiança criada na relação. 
- Não é suficiente o simples retardamento no exercício do direito, é indispensável que em virtude do retardamento tenha surgido na outra parte a confiança, em termos objetivos, de que não mais haveria o seu exercício. 3 requisitos: a omissão no exercício do direito; o transcurso de um determinado período, geralmente variável e indícios objetivos de que esse direito não mais seria exercido. 
- Surrectioa prática reiterada de certos atos pode gerar no beneficiário a expectativa de continuidade. A surrectio gera a aquisição do direito subjetivo em razão de um comportamento continuado. Supressio e surrectio são dois lados da mesma moeda (quando uma parte perde um direito, sofre supressio; consequentemente, outra parte ganha algo, ocorrendo a surrectio). Ex.: quando o fornecedor aceita que o pagamento do financiamento concedido ao consumidor seja efetuado em lugar diferente do previsto no contrato, por um longo período, gerará a confiança no consumidor de que o fornecedor não exercitará mais seu direito contratual. Em razão da inércia do titular, nasce esse novo direito, aquisição do direito subjetivo em razão de um comportamento continuado. 
- Adimplemento substancial do contratopossibilidade de rejeição judicial da resolução do acordo contratual quando o inadimplemento tem significância diminuta relativamente às parcelas contratuais regularmente cumpridas no âmbito global do contrato. O STJ, que parecia somente admitir a teoria quando faltava apenas uma prestação, em julgado recente, considerou a análise global do contrato e não simplesmente a falta de uma única parcela. 
- Tu quoqueninguém pode invocar normas jurídicas após descumpri-las. Ex.: exceção do contrato não cumprido. Se a parte não executou a sua prestação no contrato, não poderá exigir da outra parte a prestação. Assim, não poderá invocar a regra que descumpriu em seu benefício. 
- Violação positiva do contratoo princípio da boa-fé objetiva, em sua função integrativa, insere deveres anexos ao contrato, como o dever de informação, de cooperação, de proteção etc. A violação desses deveres é chamada de violação positiva do contrato. 
- Agora, vamos ao rol de práticas abusivas. 
1) VENDA CASADA é proibido condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos. 
- Tem-se aceitado como JUSTA CAUSA a justificar os LIMITES QUANTITATIVOS, principalmente em promoções, ao argumento de que se um consumidor adquirir todo o estoque, justamente porque não há limitação de quantidade, outro ficará sem aproveitar a promoção. Atenção: A JUSTA CAUSA SÓ PODE SER UTILIZADA NOS LIMITES QUANTITATIVOS, NÃO NA VENDA CASADA. 
- O STJ considerou que não ofende o direito do consumidor a cobrança de tarifa mínima, tanto de água, como de telefonia, ainda que o consumidor não tenha utilizado o serviço ou tenha utilizado a menor, o que seria, de certa forma, uma imposição de limite mínimo. Há justa causa: necessidade da concessionária manter disponibilizado o serviço ao consumidor, de modo contínuo e ininterrupto.
2) RECUSA DE ATENDIMENTO é proibido recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medidade suas disponibilidades de estoque e, ainda, de conformidade com os usos e costumes. Ex.: o taxista não pode negar a corrida ao consumidor por ser pequena a distância a ser percorrida. A recusa de venda é crime contra as relações de consumo (art. 7º, I, da Lei 8.137/90).
3)FORNECIMENTO DE PRODUTO NÃO SOLICITADO é proibido enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço. Os serviços prestados e os produtos enviados serão considerados amostras grátis. 
4)APROVEITAMENTO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDORé proibido prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços. Ex.: é abusiva a negativa do plano de saúde em cobrir as despesas de intervenção cirúrgica de gastroplastia necessária à garantia da sobrevivência do segurado. 
5)VANTAGEM EXCESSIVA é proibido exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva. É excessiva avantagem que ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares do caso.
6) NECESSIDADE DE ORÇAMENTO PRÉVIO E AUTORIZAÇÃO DO CONSUMIDOR é proibido executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes. Se o consumidor não autorizar o serviço e esse for realizado, será considerado amostra grátis de acordo com o parágrafo único do artigo. 
7)REPASSE DE INFORMAÇÃO DEPRECIATIVA, REFERENTE A ATO PRATICADO PELO CONSUMIDOR NO EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOSé proibido repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos. A ideia é evitar que o consumidor seja constrangido ao defender seus direitos.
8)DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TÉCNICASé proibido colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conmetro. 
9)RECUSA DE VENDA INDIRETA é proibido recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais. Aqui, o fornecedor se recusa a vender o produto ou prestar serviço diretamente ao consumidor, impondo intermediários. 
10)ELEVAÇÃO DE PREÇOS SEM JUSTA CAUSA é proibido elevar, sem justa causa, o preço de produtos ou serviços. A mudança de valores, além de ser previamente avisada, deve ser feita de forma amena e gradativa, não causando impacto surpreendente no consumidor.
- Pode-se cobrar preços diferentes nas vendas com cartão de crédito em relação ao pagamento a vista? Para a 1ª e a 2ª Turmas do STJ pode. Para a 3ª Turmaa prática é abusiva: o custo pela disponibilização de pagamento por meio do cartão de crédito é inerente à própria atividade econômica desenvolvida pelo empresário, destinada à obtenção de lucro, em nada referindo-se ao preço de venda do produto final. Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a divisão de gastos advindos do próprio risco do negócio (de responsabilidade exclusiva do empresário), o que, além de refugir da razoabilidade, destoa dos ditames legais, em especial do sistema protecionistado consumidor.
11)NECESSIDADE DE PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO é proibido deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. 
12)APLICAÇÃO DE REAJUSTE DIVERSO DO PREVISTO EM LEI OU NO CONTRATO é proibido aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
- O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor ORÇAMENTO PRÉVIOdiscriminando o valor da mão de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem com as datas de início e término dos serviços.SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O VALOR ORÇADO TERÁ VALIDADE PELO PRAZO DE 10 DIAS, contado de seu recebimento pelo consumidor. Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes. O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
- No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
- Cobrança de dívidas na cobrança de débitos, O CONSUMIDOR INADIMPLENTE NÃO SERÁ EXPOSTO A RIDÍCULO, EM SERÁ SUBMETIDO A QUALQUER TIPO DE CONSTRANGIMENTO OU AMEAÇA.
- O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao DOBRO DO QUE PAGOU EM EXCESSO, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese deENGANO INJUSTIFICÁVEL. Engano justificável devolução simples (não em dobro). 
- O STJ acrescenta outra condição: má-fé ou má-fé ou culpa. Cláudia Lima Marques critica: o CDC só falou em “ausência de engano justificável”, o STJ não deveria ter acrescentado outra condição. 
	COBRANÇA DE QUANTIA INDEVIDA
	PAGAMENTO EFETIVO DA QUANTIA INDEVIDA
	INEXISTÊNCIA DE ENGANO JUSTIFICÁVEL
	MÁ-FÉ (4ª TURMA) OU MÁ-FÉ E CULPA (2ª TURMA)
- A cobrança não pode ter sido oriunda de CLÁUSULA POSTERIORMENTE DECLARADA NULA (o fornecedor exerceu seu direito regularmente quando cobrou o convencionado na cláusula), de POSICIONAMENTO CONTROVERTIDO NOS TRIBUNAIS ou de MÁ INTERPRETAÇÃO DA LEI. 
- Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente.
- Súmula 322 do STJ: para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em conta corrente, não se exige a prova do erro.
* Não há abusividade na cláusula contratual que estabeleça o repasse dos custos administrativos da instituição financeira com as ligações telefônicas dirigidas ao consumidor inadimplente. Ex: João resolveu tomar um empréstimo junto ao banco. No contrato, há uma cláusula prevendo que se o contratante atrasar o pagamento das parcelas do empréstimo e, em razão disso, a instituição financeira tiver que fazer ligações telefônicas ao devedor para cobrar o débito, o consumidor deverá pagar, além dos juros e da multa, os custos com as ligações telefônicas. Tal cláusula, em princípio, é válida. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.699-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/9/2017 (Info 611).
- Banco de dados o consumidorterá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
- Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a 5 anos. 
*Importante!!! O termo inicial do prazo de permanência de registro de nome de consumidor em cadastro de proteção ao crédito (art. 43, § 1º, do CDC) inicia-se no dia subsequente ao vencimento da obrigação não paga, independentemente da data da inscrição no cadastro. Assim, vencida e não paga a obrigação, inicia-se no dia seguinte a contagem do prazo de 5 anos previsto no §1º do art. 43, do CDC, não importando a data em que o nome do consumidor foi negativado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.117-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. para acórdão Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/4/2016 (Info 588).
*O que acontece se o órgão mantenedor do cadastro restritivo (ex: SERASA) enviar a notificação para um endereço errado, ou seja, um endereço que não seja o do consumidor? Neste caso, o consumidor terá que ser indenizado, mas quem pagará a indenização? O consumidor deverá propor a ação contra o credor (ex: loja onde foi feita a compra) ou contra o órgão mantenedor do cadastro e que enviou a notificação? Depende: • Se o credor informou o endereço certo para o órgão mantenedor do cadastro e este foi quem errou: a responsabilidade será do órgão mantenedor. • Se o credor comunicou o endereço errado do consumidor para o órgão mantenedor do cadastro e este enviou exatamente para o local informado: a responsabilidade será do credor. Veja, no entanto, uma situação diferente julgada pelo STJ: É passível de gerar responsabilização civil a atuação do órgão mantenedor de cadastro de proteção ao crédito que, a despeito da prévia comunicação do consumidor solicitando que futuras notificações fossem remetidas ao endereço por ele indicado, envia a notificação de inscrição para endereço diverso. Neste caso concreto, o consumidor informou ao órgão mantenedor do cadastro que seu endereço estava errado no banco de dados e pediu para ser comunicado no endereço certo em futuras notificações. Apesar disso, o órgão mandou novamente para o endereço errado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.620.394-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 15/12/2016 (Info 597).
- A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. 
- O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de 5 dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. 
- Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados ENTIDADES DE CARÁTER PÚBLICO. 
- Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. 
	JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE OS ARQUIVOS DE CONSUMO
	Súmula 404: É DISPENSÁVEL O AVISO DE RECEBIMENTO NA CARTA DE COMUNICAÇÃO AO CONSUMIDOR SOBRE A NEGATIVAÇÃO DE SEU NOME EM BANCOS DE DADOS E CADASTROS.
- Basta a prova do envio da comunicação ao endereço do consumidor. Não precisa ser via AR.
	AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA DA INSCRIÇÃO = DANO MORAL.
Mas se há outras inscrições anteriores e a dívida é devida, a falta de comunicação de nova inscrição não gera danos morais. Somente há suspensão do registro até que seja cumprido o requisito da comunicação.
	A COMUNICAÇÃO TEM QUE SER ANTES DA INSCRIÇÃO.
	Súmula 359: CABE AO ÓRGÃO MANTENEDOR DO CPC A NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR ANTES DE PROCEDER À INSCRIÇÃO. Assim, a comunicação é obrigação do órgão, não do credor.
	A RESPONSABILIDADE PELA RETIRADA DO NOME DO CONSUMIDOR É DO FORNECEDOR, quando quitada a dívida.
	É preciso distinguir duas situações: uma, quando, por iniciativa do credor, o registro negativo consta em cartório de protesto de títulos; e outra, no caso de inclusão em órgãos cadastrais. Na primeira situação, quando se tratar de PROTESTO DE TÍTULOS (necessário para a cobrança judicial de cártula), a responsabilidade por dar baixa no cartório

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