Buscar

CCJ0041-WL-D-AMMA-05-Atos Juridicionais e Atos de Comunicação Processual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

AULA Nº 5 – ATOS JURISDICIONAIS E 
ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
PROCESSO PENAL II
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Atos Processuais 
Os atos decisórios: Sentença. Conceito. Sentença 
absolutória e condenatória. Requisitos. Sentenças 
executáveis, não executáveis e condicionais. 
Sentenças simples e sentenças subjetivamente 
complexas. 
Correlação entre acusação e sentença. Emendatio 
libelli e mutatio libelli
Decisões definitivas ou com força de definitivas
Decisões interlocutórias simples e mistas.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Comunicação dos Atos Processuais 4.1 Citação. 
Conceito. Formas de citação. Espécies. Revelia. 
Efeitos. 4.2 Intimação. Notificação. Conceito. 
Finalidade. Formas. Contagem do prazo.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
SENTENÇA
Os atos jurisdicionais podem ser classificados da seguinte 
maneira:
(a) despacho de mero expediente ou despacho ordinatório: 
trata-se de ato que apenas provê a marcha processual, sem 
ter qualquer carga decisória.
(b) decisão interlocutória: trata-se de ato que decide uma 
questão incidente que não se confunde com o julgamento do 
mérito do conflito de interesses, podendo ser subdividido da 
seguinte forma.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(b.1) decisão interlocutória mista não terminativa: divide duas 
grandes fases do procedimento (ex. pronúncia).
(b.2) decisão interlocutória mista terminativa: extingue a 
relação jurídica processual (ex. impronúncia, rejeição da 
denúncia).
(b.3) decisão interlocutória simples: é decisão residual que 
não se adéqua às classificações acima (ex. decretação da 
prisão preventiva, concessão da liberdade provisória)
(c) sentença: trata-se de ato que decide o conflito de 
interesses, admitindo-se a seguinte classificação.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(c.1) condenatória própria: julga procedente a pretensão 
punitiva estatal, ou seja, conclui que o direito de punir deve 
prevalecer em detrimento ao direito de liberdade
(c.2) condenatória imprópria: parte da doutrina confere tal 
classificação para o ato do juiz que homologa a transação 
penal (art. 76 da Lei 9099/95) porque, neste caso, não se 
julga procedente a pretensão punitiva estatal, mas se aplica 
uma pena restritiva de direito ou uma pena de multa ao autor 
do fato.
(c.3) absolutória própria: julga improcedente a pretensão 
punitiva estatal, ou seja, conclui que o direito de liberdade 
deve prevalecer em detrimento ao direito de punir.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(c.4) absolutória imprópria: julga improcedente a pretensão 
punitiva estatal, mas reconhece a inimputabilidade do 
acusado, ou seja, o réu não é condenado mas é obrigado a 
submeter-se a uma medida de segurança (internação em 
hospital de custódia ou tratamento ambulatorial).
(c.5) subjetivamente simples: é proferida por um órgão 
monocrático.
(c.6) subjetivamente plúrima: é proferida por um órgão 
colegiado, cujos integrantes analisam os mesmos aspectos.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(c.7) subjetivamente complexa: é proferida por um órgão 
colegiado, cujos integrantes analisam aspectos distintos.
(c.8) suicida: a doutrina italiana chama de sentença suicida 
aquela em que a parte dispositiva contradiz completamente a 
fundamentação.
(c.9) vazia: a doutrina italiana chama de sentença vazia 
aquela sem fundamentação, o que, no sistema brasileiro, 
significa sentença nula, a teor do art. 93, IX, da CF.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
PARTES DA SENTENÇA
O art. 381 do CPP indica as partes da sentença.
(a) relatório (incisos I e II)
(b) fundamentação (incisos III e IV)
(c) dispositivo (inciso V)
(d) autenticação (inciso VI)
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(a) relatório
A doutrina afirma que no relatório deve constar a “história 
relevante” do processo, ou seja, apenas os atos processuais 
mais significativos devem ser destacados no relatório.
Em regra, a denúncia ou queixa-crime é transcrita no relatório 
e, em seguida, passam a ser indicadas as principais 
ocorrências.
Registre-se que o art. 81, § 3º, da Lei 9099/95, dispensa 
expressamente o relatório na sentença proferida pelo juiz do 
Juizado Especial Criminal. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(b) fundamentação
Trata-se de parte importantíssima porque todas as provas 
devem ser examinadas pelo juiz e todas as teses sustentadas 
pelas partes, sem exceção, devem ser enfrentadas.
A fundamentação é tão importante que o princípio da 
motivação das decisões judiciais, previsto no art. 93, IX, da 
CF, expressamente exige a fundamentação, sob pena de 
nulidade.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A fundamentação deve ser elaborada de forma lógica.
De início, devem ser enfrentadas as questões preliminares 
(ex. competência do juízo, inépcia da denúncia ou queixa; 
nulidade por cerceamento de defesa); superadas as 
preliminares, devem ser enfrentadas as questões prejudiciais 
(ex. propriedade da coisa quando a acusação é relativa ao 
crime de apropriação indébita); superadas as prejudiciais, 
deve ser enfrentado o mérito do conflito de interesses, 
abordando-se primeiramente as questões de fato, ou seja, 
estabelecendo-se qual a conduta praticada pelo agente, e 
depois abordando-se as questões de direito, ou seja, 
estabelecendo-se qual a resposta penal que melhor se 
adéqua ao caso concreto.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(c) dispositivo
Em se tratando de sentença absolutória, a parte dispositiva é 
muito simples, bastando que o juiz esclareça que o direito de 
liberdade deve prevalecer em detrimento ao direito de punir 
(ex. “Isso posto, julgo improcedente a pretensão punitiva 
estatal, para absolver o réu José da Silva, com base no art. 
386 do CPP”).
Mas, se a sentença for condenatória, a questão é diferente.
É que, no caso de condenação, o juiz deve observar o critério 
trifásico previsto no 58 do CP e, depois, deve analisar alguns 
aspectos que serão abaixo abordados. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Por isso, é conveniente dividir a parte dispositiva da sentença 
condenatória nos seguintes tópicos.
(1) fixação da pena base: o juiz deve examinar a pena 
abstrata prevista para o crime e, obedecendo os seus limites 
mínimo e máximo, ele deve fixar a pena base de acordo com 
as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP (ex. no caso de 
furto simples, a pena abstrata, segundo o art. 155, caput, do 
CP, é de um a quatro anos de reclusão; se o réu tiver maus 
antecedentes, se a sua conduta social for reprovável, se a 
sua personalidade for distorcida, o juiz deve fixar a pena em 
dois anos de reclusão).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(2) fixação da pena intermediária: considerando a pena base 
fixada, o juiz deve, obedecendo os limites mínimo e máximo 
da pena abstrata, avaliar a presença das circunstâncias 
atenuantes (arts. 65 e 66 do CP) e das circunstâncias 
agravantes (arts. 61 e 62 do CP), podendo diminuir, manter 
ou aumentar a pena (ex. no caso de furto simples, tendo sido 
fixada a pena base em dois anos de reclusão, se o réu tiver 
confessado a prática do crime, deve incidir a circunstância 
atenuante do art. 65, III, d, do CP; logo, o juiz deve fixar a 
pena intermediária em um ano e seis meses de reclusão).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(3) fixação da pena definitiva: considerando a pena 
intermediária fixada, o juiz deve, ignorando os limites mínimo 
e máximo da pena abstrata, avaliar a presença de causas de 
diminuição de pena (ex. tentativa, conforme o art. 14, 
parágrafo único, do CP) e a presença de causas de aumento 
de pena (ex. roubo com arma, conforme o art. 157, § 2º, do 
CP), podendo diminuir, manter ou aumentar a pena (ex. no 
caso de furto simples tentado, o juiz deve aplicar a causa de 
diminuição de pena do art. 14, parágrafo único, do CP, 
diminuindo a pena em um terço; logo, o juiz deve fixar a pena 
definitivaem um ano de reclusão).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(4) fixação da pena total: este tópico só tem aplicação no 
caso de concurso de crimes; após fixar a pena de cada um 
dos crimes, o juiz deve considerar os arts. 69, 70 e 71 do CP 
(ex. no caso de dois furtos simples tentados praticados em 
concurso material, o juiz somaria as penas de um ano de 
reclusão fixada para cada crime e, assim, chegaria à pena 
total de dois anos de reclusão).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(5) fixação do regime de cumprimento de pena: considerando 
a pena total, o juiz deve aplicar as normas do art. 33 do CP, 
para fixar o regime inicial de cumprimento de pena (ex. no 
caso de dois furtos simples tentados praticados em concurso 
material, sendo a pena total de dois anos de reclusão, o juiz 
fixaria o regime inicialmente aberto para o cumprimento da 
pena privativa de liberdade.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(6) substituição das penas: após fixada a pena e definido o 
regime de seu cumprimento, o juiz deve examinar as 
possibilidades dos arts. 43 e segs. do CP, a fim de evitar, na 
medida do possível, o encarceramento do réu (ex. no caso 
dos furtos, com pena de dois anos de reclusão e regime 
inicial aberto, o juiz substituiria a pena privativa de liberdade 
por uma pena restritiva de direitos).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(7) suspensão condicional da pena ou sursis penal: se não for 
possível a substituição de penas, os arts. 77 e segs. do CP 
permitem que o juiz suspenda condicionalmente a pena, 
também como forma de evitar o encarceramento do réu (ex. 
no caso dos furtos, com pena de dois anos de reclusão e 
regime inicial aberto, não sendo possível a substituição da 
pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direito, 
caberia a suspensão condicional da pena por dois anos, 
submetendo-se o réu a determinadas condições, sendo certo 
que, ao final, seria declarada extinta a punibilidade).
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(8) situação prisional do réu: ao proferir a sentença de 
condenação, o juiz deve definir se o réu poderá ou não apelar 
em liberdade; o art. 594 do CPP deve ser interpretado à luz 
do princípio da inocência previsto no art. 5º, LVII, da CF; por 
isso, em regra, o réu condenado pode recorrer em liberdade, 
só sendo obrigatória a sua prisão cautelar quando presente 
algum dos fundamentos do art. 312 do CPP.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(d) autenticação
A autenticação da sentença é muito importante porque a falta 
assinatura do juiz torna inexistente o ato, razão pela qual a 
sentença não produzirá qualquer efeito. A sentença sem a 
assinatura do juiz é mero trabalho intelectual, sem o status de 
ato processual. É um não ato.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
CITAÇÃO
Caso concreto da semana 04
Proposta ação penal aonde se imputa a prática de crime de 
estupro a réu preso em outra unidade da federação, o juiz 
natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a 
citação do denunciado para que o mesmo compareça a 
audiência de interrogatório designada para 30 dias após. A 
citação foi realizada considerando que o réu está em local 
incerto e não sabido, aplicando assim a Súmula 351, STF. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Na data marcada, o réu não comparece e o juiz decreta a 
revelia, nomeando Defensor Público para defesa. Com base 
nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-
se em compasso com o ordenamento jurídico? Fundamente a 
sua resposta. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Exercício suplementar da semana 04
Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa 
incorreta:
a) No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado 
poderá ser citado por hora certa, na forma estabelecida no 
Código de Processo Civil;
b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a 
citação far-se-á por carta ou qualquer meio hábil de 
comunicação;
c) Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso 
do prazo prescricional;
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
d) O processo seguirá sem a presença do acusado que, 
citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de 
comparecer sem motivo justificado;
e) A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do 
respectivo serviço, respeitando assim à hierarquia militar bem 
como a inviolabilidade do quartel.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A citação é o chamado inicial (art. 363). A intimação ocorre 
quando o intimando é chamado para tomar ciência de um ato 
que já ocorreu. A notificação ocorre quando o notificando é 
chamado para tomar ciência de um ato que ainda ocorrerá. 
Os arts. 351 a 369 do CPP tratam da citação
A citação por mandado ocorre quando o réu é citado na 
comarca em que o processo foi ajuizado. Nesse sentido, arts. 
351, 352 e art. 357 do CPP. O oficial de justiça vai à casa do 
réu e efetiva a citação. O mandado judicial de citação deve 
conter os requisitos intrínsecos previstos no art. 352, CPP. Os 
requisitos extrínsecos da citação estão previstos no art. 357, 
CPP.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A citação por carta precatória ocorre quando o réu citado em 
comarca distinta daquela em que o processo foi ajuizado. 
Nesse sentido, arts. 353 a 356 do CPP. O juízo que expede a 
precatória é chamado de deprecante. O juízo que recebe a 
precatória é chamado de deprecado.
A citação por carta rogatória é realizada quando o réu for 
citado em outro país. Nesse sentido, arts. 368 e 369 do CPP. 
O juízo que expede a rogatório é chamado de rogante. O 
juízo que recebe a rogatória é chamado de rogado.
A citação por requisição só ocorre no caso do réu ser militar, 
conforme o art. 358 do CPP.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Antes da Lei 10792 o réu preso também era requisitado ao 
diretor do presídio. No entanto, o art. 360, CPP determina que 
o réu preso deve ser pessoalmente citado. Contudo, vale 
mencionar que o art. 570, CPP prevê a substituição da 
citação pela presença do acusado.
A citação por carta de ordem não tem previsão no CPP. 
Ocorre quando o réu tem prerrogativa da função, ou seja, 
quando ele é denunciado nos tribunais. O relator do processo 
determina que o juiz de primeiro grau providencie a citação.
A citação por hora certa é prevista no art. 362 do CPP (trazido 
pela Lei 11.719/2008), o qual se refere expressamente aos 
arts. 227 a 229 do CPC.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A citação por edital é a última opção do legislador. Nesse 
sentido, arts. 361 a 365 do CPP. Como o réu não foi 
localizado, a citação é veiculada no Diário Oficial. Só é 
possível a citação por edital se forem esgotados todos os 
meios para a citação pessoal. No mínimo, todos os endereços 
do réu constantes no processo devem ser diligenciados – de 
acordo com a jurisprudência do STF.
Convém destacar que, mesmo após a Lei 9271/96, é possível 
que o réu seja condenado à revelia. Mas isso só ocorre 
quando ele é citado pessoalmente, conforme o art. 367 do 
CPP. 
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Quanto ao art. 366 do CPP, existem algumas questões 
importantes.
A primeira questão refere-se à aplicação da norma no tempo.
A redação do art. 366 do CPP anterior à Lei 9271/96 era no 
seguinte sentido: se o réu, citado por edital, não comparecer 
nem constituir advogado, será decretada a sua revelia; será 
nomeado advogado dativo e o processo seguirá normalmente 
até a prolação da sentença.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Evidentemente, se o fato criminoso imputado ao réu ocorrer 
após a vigência da Lei 9271/96, será aplicada a atual redação 
do art. 366 do CPP. Mas, indaga-se: e se o fato criminoso 
tiver ocorrido antes da vigência da Lei 9271/96, ou seja, 
enquanto estava em vigor a antiga redação do art. 366 do 
CPP? Será aplicada a antigaou a atual redação do art. 366 
do CPP?
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A segunda questão refere-se à suspensão do prazo 
prescricional.
O art. 366 do CPP, quando o réu é citado, não comparece 
nem constitui advogado, determina a suspensão do processo 
e do prazo prescricional. A questão é a seguinte: até quando 
o prazo prescricional ficará suspenso?
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Formaram-se alguns entendimentos:
(a) o prazo prescricional deve ficar suspenso indefinidamente 
porque o legislador não fixou prazo (esta corrente é criticada 
porque, em regra, todos os crimes prescrevem, salvo aqueles 
referidos na constituição federal; se prevalecer tal 
entendimento, estaria sendo criada uma situação de 
imprescritibilidade pela legislação infraconstitucional).
(b) o prazo prescricional deve ficar suspenso por trinta anos, 
voltando a fluir em seguida; neste caso, é feita uma ligação 
sem sentido com o maior tempo que alguém pode ficar preso, 
conforme o art. 75 do CP.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(c) o prazo prescricional deve ficar suspenso por vinte anos, 
voltando a fluir em seguida; neste caso, é feita uma ligação 
com o maior prazo prescricional previsto no art. 109 do CP. 
Entendimento de Marcellus Polastri.
(d) o prazo prescricional deve ficar suspenso de acordo com a 
pena máxima prevista para o crime imputado ao réu, voltando 
a fluir em seguida; neste caso, deve ser considerada a pena 
máxima do crime e aplicado o art. 109 do CP para, então, ser 
descoberto o tempo em que ficará suspenso o prazo de 
prescrição;
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
(e) o prazo prescricional deve ficar suspenso de acordo com a 
pena mínima prevista para o crime imputado ao réu, voltando 
a fluir em seguida; neste caso, deve ser considerada a pena 
mínima do crime e aplicado o art. 109 do CP para, então, ser 
descoberto o tempo em que ficará suspenso o prazo de 
prescrição.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Notificação e intimação
Tratam-se de atos de comunicação que são utilizados no 
decorrer do processo para que o mesmo tenha andamento, 
como forma de chamar as partes e terceiros necessários à 
prática do ato, ou mesmo dar-lhes ciência de atos já 
praticados.
A notificação visa ato futuro e a intimação visa ato 
passado.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
A intimação do MP ou do defensor público ou dativo será 
sempre pessoal (art. 370, par. 4º), sendo que a ciência 
também será pessoal, apesar de se considerar como tal a 
entrega no protocolo da instituição, que terá o dever de fazer 
o encaminhamento ao destinatário.
PROCESSO PENAL II
Aula Nº 5
Contagem dos prazos
Existem os prazos penais e os prazos processuais. No 
primeiro caso (ex. prazo de prisão, prazo que acarreta a 
extinção da punibilidade etc), deve ser considerado o primeiro 
dia, conforme o art. 10 do CP. No segundo caso (ex. prazo 
para alegações finais, prazo recursal), não deve ser 
considerado o primeiro dia, conforme o art. 798, § 1º, do CPP.

Outros materiais