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GE703 – Aula 01 Gravimetria Prof. Emilson Pereira Leite DGRN/IG/UNICAMP A força gravitacional entre duas massas é proporcional a cada massa (m1, m2) e inversamente proporcional ao quadrado da distância (r) que as separa. 2 21 r mm GF 2 1 r m Gg Lei da Gravitação Universal gmF 2 g é a aceleração gravitacional devido à massa m1. Isaac Newton Como medir g? (1) Gravímetros absolutos (queda livre) Um objeto é solto dentro de um recipiente no qual é simulado vácuo. Medições muito precisas de tempo e distância. Ex: g = 9,78645389 m/s2 Precisão ~ 1 Gal Gravímetro absoluto FG5 (Microg-Lacoste) Princípio: queda-livre Gravímetros absolutos (pêndulos) (2) Gravímetros relativos (massa-mola) Medida baseada no deslocamento de uma massa presa a uma mola, devido a atração gravitacional. Precisão ~0,01 mGal Gravímetro diferencial LaCoste & Romberg Gravímetro diferencial digital CG-5 (Scintrex) Conversão de unidades A unidade adotada para aceleração da gravidade é o Gal, em homenagem a Galileu Galilei. 1 Gal = 1 cm s-2 = 10-2 m/s2 Na maioria das vezes, por conta dos valores numéricos muito pequenos, utiliza-se também o miliGal (mGal) 1 mGal = 1 Gal x 10-3 m s-2 = 10-5 m/s2 Alguns autores utilizam a “gravity unit” (g.u.): 1 g.u. = 0,1 mGal Variações no valor de g 1-Variações temporais Deriva instrumental Efeito de maré 2-Variações espaciais Latitude Topografia Deriva do instrumental Deriva temporal e efeito de maré Atenção: medidas realizadas no mesmo ponto! Variação devido a atração luni-solar Variação devido à deriva do gravímetro Variação da gravidade com a latitude 1 - variação da distância ao centro da Terra Variação da gravidade com a latitude 2 - aceleração centrífuga devido ao movimento de rotação da Terra Gravidade sobre a superfície elipsoidal A uma latitude de 45°, g varia de cerca de 0,81 mGal/km. Para se obter uma precisão de 0,01 mGal, deve-se conhecer a posição com uma precisão de cerca de 12 metros. O desenvolvimento de uma expressão para o potencial gravitacional sobre um elipsóide de referência leva a uma fórmula para calcular a aceleração de gravidade na sua superfície: 2 2978032,7(1 0,0053024 0,0000058 2 ) ( 80, (1984)) sen sen mGal fórmula do GRS Moritz Variação da gravidade com a topografia 1 – Correção ar-livre (CA) Reduz as observações à uma superfície de referência comum (superfície elipsoidal ou superfície geoidal) levando em conta a altitude: CA = +0,3086h mGal. (para precisão de 0,01 mGal, deve-se conhecer h com precisão de 3 cm). 2 – Correção Bouguer (CB) Corrige o efeito das massas topográficas que não foi removido com a correção ar-livre (-0,04193..h). Para = 2,67 g/cm3, CB = -0,1119h mGal. 3 – Correção topográfica (TC) Corrige o efeito de variações topográficas significativas em relação ao platô de Bouguer. Correção Ar-Livre (CA) Taxa de variação da aceleração da gravidade na direção radial: . . . Aproximação da anomalia de gravidade observada no ponto B devido à diferença de topografia (h) entre os pontos A e B e o excesso de massa abaixo de B. Este excesso de massa é confinado dentro de um modelo de uma placa com espessura h e densidade . Correção de Bouguer B 𝐶𝐵 = 2𝜋𝐺𝜌ℎ = −0,04193 𝜌 ℎ Efeitos da latitude e da topografia podem mascarar a anomalia gravimétrica do alvo Efeitos da latitude e da topografia podem mascarar a anomalia gravimétrica do alvo Principais tipos de anomalias Anomalia ar-livre: Anomalia Bouguer: 0,3086 ( )A obsg g h mGal 0,3086 0,04193 ( )B obsg g h h mGal Anomalia ar-livre da América do Sul Anomalia Bouguer da América do Sul Mais correções... Correção Isostática • A correção isostática remove o efeito gravitacional da variação da superfície de compensação isostática devido à carga topográfica. • São utilizados modelos matemáticos que permitem calcular o valor de g devido a Isostasia, a partir de modelos isostáticos como os de Airy e Pratt, esquematizados no slide anterior. • Esta correção normalmente só é efetuada para trabalhos em grande escala. Gravímetro em movimento • Quando o levantamento gravimétrico é conduzido em um navio ou aeronave, ocorre alteração na componente vertical da aceleração centrífuga devido ao movimento de rotação da Terra. Isto precisa ser eliminado das medidas. • A alteração na componente vertical é função da velocidade (V) e da direção (α) do gravímetro; do raio médio da Terra (R); da velocidade angular na superfície (ω); e da latitude . ( ) Densidade da rocha = ρ1 Densidade do minério = ρ2 ρ2 ρ1 Anomalia de densidade (Δρ = Δm/ΔV) g Anomalia de gravidade Unidade típica: mGal = 10-5m/s2 Como g pode ser relacionado à geologia? Material Densidade (g/cm3) Ar ~0 Água 1 Sedimentos 1,7 – 2,3 Arenito 2,0 – 2,6 Xisto 2,0 – 2,7 Calcário 2,5 – 2,8 Granito 2,5 – 2,8 Basalto 2,7 – 3,1 Rochas Metamórficas 2,6 – 3,0 Densidade dos materiais terrestres: Alguns exemplos Anomalias geológicas locais e regionais Separação regional-residual Efeito da profundidade Anomalia de corpos simples Aqui foi feita uma modelagem direta usando o modelo esférico, variando os parâmetros até que a curva calculada ficasse próxima da curva real. Aqui foi feita uma modelagem direta usando o modelo de cilindro horizontal, variando os parâmetros até que a curva calculada ficasse próxima da curva real. Modelo de cilindro vertical. Pode ser usado, por exemplo, para modelar necks de rochas intrusivas ou domos salinos. Modelo tabular infinito. Pode representar uma camada geológica horizontal. A fórmula de cálculo é idêntica àquela do Platô de Bouguer: basta substituir h por D-d. Placa fina com mergulho Placa horizontal fina de extensão finita Placa horizontal semi-infinita (base para modelo de falha) Aproximação para uma falha Utilizamos como modelos 2 planos horizontais semi-infinitos em profundidades z1 e z2. O termo α é o ângulo de mergulho do plano da falha. Então, para falha vertical (α = 0)temos: Aproximação para uma falha No caso de corpos irregulares, aproxima-se o seu contorno por um polígono de n lados e calcula-se a atração gravitacional de cada lado. Os métodos são bem antigos, mas eles constituem a base dos algoritmos disponíveis nos softwares modernos de modelagem geofísica! Isolando anomalias de interesse Separação regional-residual Regional removido Mapa original Remoção de ruído (alta frequência) Mapa final com ruído removido Aplicações da gravimetria Exemplo de um depósito de sulfetos maciços. Esse tipo de depósito é composto de minerais como calcopirita, esfalerita e galena. O depósito exibe uma forte anomalia positiva. Neste exemplo foi realizada uma inversão dos dados gravimétricos a fim de determinar a geometria e posição do corpo anômalo. Exploração mineral Exploração mineral Corpos de minérios normalmente tem alta densidade e portanto produzem anomalia Bouguer positiva. Neste exemplo, o depósito de minério de ferro coincidiu com a perfuração mais profunda perto do centro do perfil. Dados do campo magnético fornecem informações adicionais de que o alvo é umcorpo de minério. Detecção do tamanho e geometria de aterros sanitários abandonados Detecção de vazios Dwain K., 1984, Microgravimetric and gravity gradient techniques for detection of subsurface cavities. Geophysics, 49: 1084-1096. Exploração de hidrocarbonetos Localizar e delimitar estruturas capazes de armazenar óleo e gás. Domos salinos causam arqueamento das camadas sedimentares sobrejacentes. Petróleo pode se acumular nos flancos, assim como em anticlinais ou em falhas de supra-embasamento. Grand Saline Salt Dome, Texas, USA Crateras de impacto de meteoros Chicxulub, no golfo do México, foi descoberta a partir de dados de anomalias gravimétricas. O formato anelar do baixo gravimétrico é causado por uma bacia preenchida com rochas sedimentares de baixa densidade que foram formadas sobre a cratera após o impacto. Crateras de impacto de meteoros Wilkes Land, na Antartida. ~500 km de diâmetro!!
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