Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instabilidade Atmosférica Leonardo F. Peres leonardo.peres@igeo.ufrj.br METEOROLOGIA GERAL 1. Introdução � Importância das Nuvens: � Liberação de calor quando se formam �Balanço de energia – reflexão/absorção da radiação solar (visível) e absorção da radiação terrestre (infravermelho) �Ciclo hidrológico – precipitação �Ajudam a saber o que aconteceu, o que está acontecendo e o que acontecerá 1. Introdução � Sabemos que muitas nuvens se formam quando o ar sobe se expandindo e se resfriando. � Por que o ar sobe em algumas ocasiões e em outras não? Por que e como em alguns dias há formação de nuvens e em outros não? � Por que o tamanho e a forma das nuvens varia tanto quando o ar sobe? Por que em algumas vezes a atmosfera produz nuvens stratus e em outras produz nuvens cumulus e cumulonimbus? � Isso está ligado ao conceito de estabilidade atmosférica 2. Estabilidade Atmosférica � Aplicando o mesmo conceito na atmosfera: � O ar estará em equilíbrio estável quando, sendo levantado ou abaixado de um ponto, tende a retornar a sua posição original. � O ar estará em equilíbrio instável, quando ligeiramente empurrado verticalmente, se move para mais longe de sua posição original, favorecendo assim as correntes verticais de ar. � Mas como determinar se o ar está estável ou instável? 2. Estabilidade Atmosférica � Para determinar quando uma parcela de ar irá subir ou descer, é necessário comparar a temperatura de uma parcela de ar (Tp) com a temperatura do ambiente (Te) a uma certa altitude: � Se Tp > Te, a parcela de ar irá? � Se Tp = Te a parcela de ar irá? � Se Tp < Te a parcela de ar irá? 2. Estabilidade Atmosférica 2. Estabilidade Atmosférica � Portanto, para se determinar a estabilidade, quais são as duas peças de informações que precisamos? Precisamos saber o perfil vertical da temperatura do ambiente (Te) e o perfil vertical da temperatura da parcela de ar (Tp). � Perfis verticais da temperatura atmosférica/temperatura do ambiente (Te) são coletados normalmente as 12 UTC todos os dias em estações específicas determinadas pelos serviços nacionais de meteorologia pelo lançamento de balões de radiossonda 2. Estabilidade Atmosférica � Perfil vertical da temperatura do ambiente (Te) � Variação da temperatura com a vertical no ar em repouso � Varia sempre, de lugar para lugar, de dia para dia 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � A medida que a parcela de ar sobe, ela irá se expandir e resfriar adiabaticamente � Adiabático – um processo onde a temperatura da parcela muda devido a uma expansão ou compressão, nenhum calor é adicionado ou retirado da parcela � A parcela expande porque uma pressão mais baixa do lado de fora permite que as moléculas de ar empurrem as paredes da parcela para fora � Isto tira energia das moléculas de ar, elas usam alguma de sua energia interna neste processo � Portanto, a parcela também resfria visto que a a temperatura é proporcional a energia interna molecular 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � 1 Lei da Termodinâmica – Conservação de Energia - ∆U = Q + W, onde ∆U – variação da energia interna, Q – calor, W – trabalho � Adiabático – não há troca de calor com o meio (Q = 0), de forma que ∆U = W. � Como, numa expansão, o trabalho é negativo (o sistema perde energia), a sua energia interna diminui e consequentemente a sua temperatura. Numa compressão, por outro lado, a temperatura aumenta. 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Pela definição, um processo adiabático não envolve nenhum fluxo de calor, ou seja, não ocorre troca de energia nem por radiação, nem por condução, nem por convecção. � Alguns processos podem ser considerados adiabáticos quando � 1. são tão rápidos que não há, praticamente, tempo para a troca de calor. Isso ocorre, por exemplo, quando o ar se comprime (num compressor, numa bomba manual) e, como conseqüência, é aquecido. Contrariamente, um botijão de gás que é esvaziado rapidamente, congela; o ar numa garrafa de refrigerante apresenta uma névoa logo após abertura: o ar expandiu, esfriou e o vapor de água condensou em conseqüência. � 2. envolvem volumes de matéria tão grandes que a interface com o meio é relativamente pequena, não dando, praticamente, oportunidade para troca de calor. Esse é o caso, por exemplo, quando grandes massas de ar sobem ou descem na atmosfera terrestre, resultando em variações de pressão e de temperatura. 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � A medida que a parcela de ar desce, ela irá comprimir e aquecer adiabaticamente � A parcela comprime porque ela está se movendo para uma região onde a pressão externa é mais alta � Devido a compressão da parcela, as moléculas de ar ganham energia interna, Portanto, a temperatura da parcela aumenta 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � A medida que uma parcela sobe, ela se resfria, mas a que taxa??? � A taxa de mudança de temperatura com a altura é chamada de taxa de variação (lapse rate) � A unidade da taxa de variação é °C /km 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Vamos primeiro considerar uma parcela de ar não saturado (UR<100%) � taxa de aquecimento e de resfriamento se mantém constante em 10C/1 Km � Taxa a a só se aplica para ar não saturado � taxa adiabática seca ou gradiente adiabático seco � Ar seco para nós é ar não saturado � gradiente adiabático seco é um valor teórico de referência 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Qual será a temperatura da parcela em 1km? � Qual será a temperatura da parcela em 2km? 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Para uma parcela de ar saturada, isto é UR=100% e Tp=Td (temperatura da parcela de ar igual a temperatura do ponto de orvalho), ela se resfria a uma taxa chamada de taxa adiabática úmida ou gradiente adiabático úmido/saturado, que é de 6C/Km 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Qual será a temperatura da parcela em 3km? � Qual será a temperatura da parcela em 4km? 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Por que a parcela de ar resfria a uma taxa mais lenta (6 °C km-1) quando ela está saturada do que quando não está saturada (10°C km-1)??? 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � Se o ar está saturado e continuar a subir, a temperatura acaba atingindo o ponto de orvalho, haverá condensação e liberação de calor latente com conseqüente atenuação da taxa de resfriamento na parcela. � Parcela saturada contendo gotículas líquidas que desce na atmosfera, será comprimida e aquecida, havendo evaporação com esfriamento que se contrapõe ao aquecimento devido a compressão. 2. EstabilidadeAtmosférica � Determinando a Temperatura da Parcela de Ar – Resfriamento/Aquecimento Adiabático � taxa adiabática úmida ou gradiente adiabático úmido/saturado, que é de 6C/Km � Varia bastante, pois é função da quantidade de água � Um ar mais quente saturado possui mas vapor d’água que um ar frio saturado 2. Estabilidade Atmosférica �Determinando a Estabilidade Atmosférica �Comparação entre: �A temperatura do ambiente (Te) a uma certa altitude (obtido com radiossonda) - Varia sempre, de lugar para lugar, de dia para dia �Gradientes adiabáticos seco e úmido (valores teóricos de referência) 2. Estabilidade Atmosférica �Determinando a Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Estável �Absolutamente Instável �Condicionalmente Instável 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Estável 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Estável 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Estável �Ge < Gau < Gas �Gas =Gradiente adiabático seco �Gau =Gradiente adiabático úmido �Ge =Gradiente do ambiente 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Estável � Ar resiste ao movimento vertical ascendente. Se forçado a subir irá se espalhar horizontalmente; � Formação de nuvens de camadas finas com topos planos: Cirrostratus, altostratus, nimbostratus e stratus; 2. Estabilidade Atmosférica � Condições para a estabilidade: � Gradiente do ambiente é pequeno – diferença de T entre o ar abaixo e acima é pequena; � Estabiliza quando o ar acima esquenta ou quando o ar próximo a superfície resfria: � substituição do ar acima por ar mais quente (advecção quente). � Resfriamento do ar mais abaixo pelo resfriamento radiativo noturno, adveção fria e movimento do ar sobre uma superfície fria. 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Instável 2. Estabilidade Atmosférica �Absolutamente Instável 2. Estabilidade Atmosférica Fogos florestais aquecem o ar causando instabilidade próximo a superfície �Absolutamente Instável �Ge > Gas > Gau �Gas =Gradiente adiabático seco �Gau =Gradiente adiabático úmido �Ge =Gradiente do ambiente 2. Estabilidade Atmosférica � Absolutamente Instável � Dificilmente profundas camadas da atmosfera são absolutamente instáveis. � Normalmente limitada a uma camada bem rasa próxima a superfície em dias quentes. � Convecção se torna espontânea. 2. Estabilidade Atmosférica �Condicionalmente Instável 2. Estabilidade Atmosférica Condicionalmente instável A atmosfera é estável se o ar que sobe não está saturado �Condicionalmente Instável �Gas > Ge > Gau �Gas =Gradiente adiabático seco �Gau =Gradiente adiabático úmido �Ge =Gradiente do ambiente 2. Estabilidade Atmosférica �Causas de Instabilidade � Gradiente do ambiente é grande – diferença de T entre o ar abaixo e acima é alta; � Desestabiliza quando o ar acima resfria ou quando o ar próximo a superfície esquenta: � Resfriamento ar acima: 1) vento traz ar mais frio (advecção fria), 2) Nuvens ou o ar emitindo radiação infravermelha para o espaço. � Aquecimento do ar mais abaixo: 1) aquecimento diurno da superfície, 2) advecção quente, 3) movimento do ar sobre uma superfície quente. 2. Estabilidade Atmosférica �Estabilidade � Muda durante o curso do dia 2. Estabilidade Atmosférica � Nível de Convecção Livre (exemplo condicionalmente instável) � O nível da atmosfera onde uma parcela de ar, após ser levantada, se torna mais quente que o ar do ambiente. Esta parcela de ar pode portanto subir por conta própria e a atmosfera é instável 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a estabilidade � Para determinar a estabilidade, é preciso calcular a taxa de variação do ambiente utilizando uma sondagem � taxa de variação = DT/DZ = T2-T1/Z2-Z1 2. Estabilidade Atmosférica � Determinando a estabilidade � Camada 1, 2, 3, 4, 5 e 6? 2. Estabilidade Atmosférica 3. Desenvolvimento de Nuvens 3. Desenvolvimento de Nuvens 3. Desenvolvimento de Nuvens 3. Desenvolvimento de Nuvens � Nuvens e Topografia � Na base da montanha: T=20C e Td=12C � Atmosfera condicionalmente estável (8C/km) � Temperatura decresce primeiro de acordo com o gradiente adiabático seco (10C/km) e a temperatura do ponto de orvalho decresce com uma taxa de 2C/km 3. Desenvolvimento de Nuvens � Nuvens e Topografia � Quando T=Td, o ar se torna saturado (1000m) e este ponto é chamado de nível de condensação � Temperatura e temperatura do ponto de orvalho decrescem de acordo com o gradiente adiabático úmido (6C/km) 3. Desenvolvimento de Nuvens � Nuvens e Topografia � No topo T=Td=-2C, maior que a temperatura do ambiente (-4C). A parcela de ar é portanto instável e continuaria a subir. � Suponha que este ar seja forçado a descer a base da montanha e que a nuvem permaneça no outro lado. � A temperatura do ar que desce aumenta de acordo com o gradiente adiabático seco (10C/km) e Td a 2C/km 3. Desenvolvimento de Nuvens � Nuvens e Topografia � Na base T=28C e Td=4C. A temperatura é maior no lado direito como resultado do calor latente sendo convertido em calor sensível durante a condensação que ocorre no lado esquerdo. Se não houvesse condensação a temperatura no topo seria bem menor que -2C ( -10C). � A menor temperatura de ponto de orvalho (portanto um ar mais seco) é resultado da condensação do vapor d’água. Posteriormente este vapor permanece do lado esquerdo em forma líquida como gotas de nuvem e precipitação
Compartilhar