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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE METEOROLOGIA PRESSÃO ATMOSFÉRICA E VENTOS POR MARIA GERTRUDES ALVAREZ JUSTI DA SILVA1 RIO DE JANEIRO, RJ 1 Tradução com finalidade didática de: AHRENS, A. D. Essentials of Meteorology: an invitation to the atmosphere. West Publishing Company, New York, 1993. Cap. 6, p 131- 155. SETEMBRO, 2001 Pressão Atmosférica e Ventos Pressão Atmosférica Medidas de Pressão Atmosférica Barômetros Leituras de Pressão Cartas de Superfície e de Altitude Porque os Ventos Existem Leis de Movimento de Newton Forças que Influenciam o Vento Força do Gradiente de Pressão Força de Coriolis Ventos nos Níveis Superiores Vento Geostrófico Os Ventos em Torno das Altas e Baixas Pressões Ventos em Superfície Vento e Movimentos Verticais na Atmosfera Medindo e Determinando os Ventos A Influência do Vento Predominante Instrumentos para Medida do Vento Resumo Termos Chave Questões de Revisão Por que os ventos existem? Como podemos saber qual a direção do vento olhando uma carta sinótica? O capítulo 1 deste livro já respondeu a primeira destas perguntas: o ar se move em resposta às diferenças horizontais de pressão. Isto acontece quando nós abrimos um recipiente dentro do qual existe vácuo - o ar se desloca da região de alta pressão no exterior para a região de baixa pressão dentro do recipiente. Na atmosfera, o vento se forma na tentativa de igualar diferenças na pressão do ar. Isto significa que a direção do vento é sempre diretamente da alta para a baixa pressão? Não exatamente, porque o movimento do ar é controlado também por outras forças. Neste capítulo vamos tratar das forças que influenciam o movimento na atmosfera tanto na superfície quanto em altitude. Pressão Atmosférica No capítulo 1 nós aprendemos vários conceitos importantes sobre a pressão atmosférica. Um deles é que a pressão do ar é simplesmente o efeito do peso do ar que está acima de um dado nível na atmosfera. Na medida em que subimos na atmosfera existem cada vez menos moléculas de ar sobre nós; portanto a pressão do ar sempre diminui com o aumento da altitude. Outro conceito que já vimos é o de que a nossa atmosfera está concentrada junto à superfície, fazendo com que a pressão atmosférica decresça com a altitude rapidamente no começo e mais lentamente em altas altitudes. Mantenha estes conceitos em mente na medida em que for lendo o restante desta seção. Para ajudar a eliminar algumas das complexidades da atmosfera, os cientistas constroem modelos. A figura 6.1 mostra um modelo simples da atmosfera ¾ uma coluna de ar, estendendo-se para cima na atmosfera. Nesta coluna os pontos representam moléculas de ar. Nosso modelo assume várias coisas: 1. Que as moléculas de ar não estão mais concentradas na superfície e, portanto, a densidade do ar permanece constante desde a superfície até o topo da coluna; 2. A largura da coluna não varia. Suponha que de alguma maneira forcemos o ar a entrar na coluna da Figura 6.1. O que aconteceria? Se a temperatura na coluna não se alterasse, a adição do ar tornaria a coluna de ar mais densa e o peso adicional deste ar na coluna aumentaria a pressão do ar na superfície. Do mesmo modo, se uma grande quantidade de ar fosse removida da coluna, a pressão do ar na superfície mudaria pela variação da quantidade de ar sobre a superfície. Suponha que as duas colunas de ar na Figura 6.2a estão localizadas a uma mesma elevação e tem idênticos valores de pressão à superfície. Esta condição, naturalmente, significa que existe o mesmo número de moléculas (a mesma massa de ar) em cada coluna sobre ambas as cidades. Além disso, suponha que a pressão do ar à superfície em ambas as cidades permaneça a mesma, enquanto o ar sobre a cidade 1 é resfriado e o ar sobre a cidade 2 é aquecido (Figura 6.2b). Na medida em que a coluna 1 se resfria, as moléculas se movem mais devagar e se juntam ¾ neste caso o ar se torna mais denso. No ar mais aquecido, acima da cidade 2, as moléculas se movem mais rapidamente e se afastam umas das outras ¾ o ar se torna menos denso. Se a largura das colunas não se altera (e se assumirmos que exista uma barreira invisível entre as colunas) então, para manter a pressão na superfície sem variar, o total de moléculas sobre cada cidade deve permanecer o mesmo. No ar mais denso e frio sobre a cidade 1, a coluna se contrai, enquanto que a coluna se expande e fica mais alta no ar menos denso e mais quente sobre a cidade 2. Nós agora temos uma coluna de ar menor e mais fria sobre a cidade 1 e uma coluna mais alta e mais quente de ar sobre a cidade 2. Desta situação nós podemos concluir que necessita-se de uma coluna menor de ar mais frio e denso para exercer a mesma pressão a superfície que uma coluna maior de ar quente e menos denso. Este conceito tem uma grande aplicabilidade e significância em Meteorologia. A pressão atmosférica decresce com a altura mais rapidamente em uma coluna de ar frio. No ar frio sobre a cidade 1 (Fig. 6.2b), mova-se para cima e observe quão rapidamente se passa através das moléculas mais agrupadas. Isto significa uma rápida mudança de pressão. No ar mais quente e menos denso, a pressão não decresce tão rapidamente com a altura, simplesmente porque se cruza com menos moléculas quando se atravessa a mesma distância na vertical. Na Figura 6.2c mova-se para cima na coluna quente até chegar na letra H. Agora mova-se na coluna mais fria a mesma distância até chegar na letra L. Note que existem mais moléculas de ar sobre a letra H na coluna mais quente do que sobre a letra L na coluna mais fria. O fato de que o número de moléculas sobre um nível ser um indicador da pressão atmosférica nos leva a um importante conceito: ar quente em altitude normalmente está associado com altas pressões atmosféricas e ar frio em altitude está associado com baixos valores de pressão atmosférica. Na Fig. 6.2c, a diferença horizontal na temperatura cria uma diferença horizontal de pressão. A diferença de pressão estabelece uma força (chamada de força do gradiente de pressão) que causa o movimento do ar da pressão mais alta na direção da pressão mais baixa. Conseqüentemente, se removermos a barreira invisível entre as duas colunas e permitir que o ar em altitude se mova horizontalmente, o ar irá se mover da coluna 2 na direção da coluna 1. Na medida que o ar em altitude saia da coluna 2, o peso do ar na coluna decrescerá e, deste modo, haverá uma diminuição da pressão em superfície. Do mesmo modo, a acumulação de ar na coluna 1 causará um aumento na pressão do ar em superfície. Resumindo, aquecimento ou resfriamento de uma coluna de ar pode estabelecer variações horizontais na pressão que causarão movimentos no ar. A acumulação de ar sobre a superfície provocará um aumento da pressão do ar, enquanto que um decréscimo na quantidade de ar sobre a superfície provocará uma diminuição na pressão do ar em superfície. Medindo a Pressão do Ar Até este ponto nós descrevemos a pressão do ar como o peso da atmosfera sobre um dado nível. Podemos também definir a pressão atmosférica como a força exercida pelas moléculas de ar sobre uma dada área. Bilhões de moléculas de ar empurram continuamente o corpo humano. Esta força é exercida igualmente em todas as direções. Nós não somos esmagados por esta força porque bilhões de moléculas dentro do corpo humano exercemuma força para fora de mesma intensidade. Mesmo que não sintamos o constante bombardeamento das moléculas de ar, nós podemos detectar pequenas mudanças nele. Por exemplo, se subirmos rapidamente nosso ouvido sentirá um estalo. Esta experiência acontece porque as colisões do ar no exterior do ouvido diminuem na medida em que a pressão atmosférica decresce. O estalo surge na medida em que as colisões do ar no exterior e no interior do ouvido se equilibram. Os instrumentos que detectam e medem as mudanças de pressão são chamados de barômetros, que literalmente significa um instrumento que mede "bares". Em Meteorologia, o bar é uma unidade de pressão que descreve a força sobre uma dada área. Porque o bar é uma unidade relativamente grande, e porque as mudanças da pressão a superfície são geralmente pequenas, a unidade de pressão mais comumente usada nas cartas sinóticas ou mapas de tempo é o milibar (mb), onde um milibar é igual a um bar dividido por 1000. Uma outra unidade usada na aviação é a polegada de mercúrio (Hg). No nível do mar, o valor médio ou padrão para a pressão atmosférica é 1013,25hPa = 1013,25mb = 29,92in.Hg = 76cm Hg A unidade de pressão no sistema MKS é o Newton por metro quadrado, denominada de Pascal (Pa), por causa da característica da ordem de grandeza das variações de pressão se usa o hectoPascal (hPa) que é 100 vezes o valor do pascal. Barômetros - Porque medimos a pressão atmosférica com um instrumento chamado de barômetro, a pressão atmosférica é também referida como a pressão barométrica. Evangelista Torricelli, um aluno de Galileu, inventou o barômetro de mercúrio em 1643. Aquele barômetro, similar aos usados hoje em dia, consistia de um longo tubo de vidro aberto de um lado e fechado de outro (Figura 6.4). Removendo o ar do tudo e cobrindo a parte aberta, Torricelli imergiu uma pequena parte em um recipiente contendo mercúrio. Ele removeu a cobertura e o mercúrio subiu no tubo até que atingiu aproximadamente a altura de trinta polegadas acima do nível do mercúrio na cuba. Torricelli concluiu corretamente que a coluna de mercúrio no tubo estava equilibrando o peso do acima da cuba e, portanto, seu peso seria uma medida da pressão atmosférica. O tipo mais comum de barômetro doméstico – o barômetro aneróide – não contém nenhum fluido. Dentro deste instrumento existe uma pequena caixa metálica chamada de cápsula aneróide. Antes que esta cápsula seja completamente fechada (selada), o ar é parcialmente removido de dentro dela, de tal modo que pequenas mudanças na pressão exterior do ar causam expansão ou contração na cápsula aneróide. O tamanho da cápsula é calibrado para representar diferentes pressões e qualquer mudança em seu tamanho é amplificada por alavancas e transmitida a um braço indicador que aponta a pressão atmosférica medida (Figura 6.5). Pode-se notar que os barômetros aneróides geralmente têm palavras descritivas relacionadas com o tempo escritas sobre sua escala de valores de pressão. Esses adjetivos indicam a condição de tempo mais provável quando a agulha do instrumento está indicando um valor particular de pressão na escala. Geralmente, quanto mais alta a leitura, mais provavelmente teremos tempo claro, e quanto mais baixa a leitura, o mais provável é a ocorrência de tempo inclemente. Isto ocorre porque áreas de alta pressão na superfície estão associadas com ar descendente na atmosfera e portanto bom tempo, enquanto que áreas de baixa pressão à superfície estão associadas com ar ascendente e geralmente com nuvens e até precipitação. Os altímetros e barógrafos são dois tipos de barômetros aneróides. Os altímetros são barômetros aneróides que medem pressão, mas que são calibrados para mostrar valores de altitude. Os barógrafos são barômetros aneróides registradores. Basicamente, o barógrafo consiste de uma pena atada a um braço indicador que marca continuamente e registra a pressão em um gráfico de papel. Este gráfico é fixado em um cilindro de metal que gira vagarosamente comandado por um mecanismo de relojoaria (Figura 6.6). Leituras de Pressão - O simples procedimento de ler a altura da coluna de mercúrio para obter a pressão atmosférica na verdade não é tão simples assim. Sendo um fluido, o mercúrio é sensível às mudanças de temperatura; ele irá expandir quando aquecido e irá se contrair quando resfriado. Conseqüentemente, para obter leituras corretas de pressão sem a influência da temperatura, todos os barômetros de mercúrio são corrigidos para que suas leituras se refiram a mesma temperatura. Como a Terra não é uma esfera perfeita, a força da gravidade não é constante. Embora pequena, as diferenças de gravidade, influenciam a altura da coluna de mercúrio, e isso deve ser considerado quando se faz leitura de um barômetro. Finalmente, cada barômetro tem seu próprio “erro de construção” chamada erro instrumental, que é causado, em parte, pela tensão superficial do mercúrio sobre o tubo de vidro. Depois de ser corrigida em relação à temperatura, à gravidade e ao erro instrumental, as leituras do barômetro em um lugar e altura em particular passa a ser chamada de pressão da estação. A Figura 6.7a dá a pressão da estação medida em quatro locais separados de uns poucos quilômetros. As diferentes pressões ao nível da estação para as quatros cidades são devidas principalmente ao fato das cidades estarem situadas em diferentes altitudes. Este fato torna ainda mais claro o fato de que as mudanças de pressão são muito maiores quanto nos deslocamos na vertical do que quando nos deslocamos horizontalmente. Uma pequena diferença na vertical entre dois pontos de observação pode levar a grandes variações de pressão ao nível da estação. Deste modo, para monitorar as variações horizontais de pressão, as leituras do barômetro devem ser corrigidas em relação à altitude. As correções de altitude são feitas de tal modo que uma leitura de barômetro obtida em uma determinada elevação possa ser comparada com leituras de outros barômetros feitas em outras altitudes. Observações de pressão ao nível da estação são normalmente ajustadas para o nível médio do mar – o nível que representa a média da superfície do oceano, e estas leituras são conhecidas como pressão ao nível do mar. Perto da superfície da terra, a pressão decresce em média cerca de 10 milibares para cada 100 metros de aumento na altitude. Note na Figura 6.7a que a cidade A tem uma pressão ao nível da estação de 952 mb. Note também que a cidade A está 600 metros acima do nível do mar. Somando- se 10 milibares por cada 100 metros a esta pressão da estação tem-se uma pressão ao nível do mar de 1012 mb (Figura 6.7b). Depois que todas as pressões estejam corrigidas para o nível do mar (Figura 6.7b), nós seremos então capazes de ver as variações da pressão ao nível médio do mar – uma coisa que seria impossível de se ver olhando os valores da pressão ao nível da estação, como na Figura 6.7a. Quando mais dados de pressão são adicionados (Figura 6.7c), a carta pode ser analisada e as configurações de pressão podem ser visualizadas. Isóbaras (linhas que ligam pontos com mesmo valor de pressão) são traçadas em intervalos de 4 mb, sendo o valor de 100 mb o valor básico. Note que as isóbaras não passam por todos os pontos, mas, em muitos casos entre esses pontos, com valores exatos sendo interpolados a partir dos valores dados na carta. Por exemplo, siga a linha de 1008 mb a partir do topo da carta para sul, observe que não há pressão plotada com valor de 1008 mb. A isóbara de 1008 mb, entretanto, passa mais próximo a estação cuja pressão ao nível do mar é de 1007 mb do que da estação com pressão de 1010 mb. Com suas isóbaras,a carta inferior (Figura 6.7c) é chamada de carta de pressão ao nível médio do mar ou simplesmente carta de superfície. Cartas de Superfície e de Altitude A Figura 6.8a representa uma carta de superfície simplificada que mostra áreas de alta e baixa pressão e setas que indicam a direção do vento – a direção de onde vem o vento. As letras H grandes no mapa indicam os centros de alta pressão, que são também chamadas de anticiclones. As letras L grandes representam os centros de baixa pressão, também conhecidos como depressões ou ciclones de latitudes médias porque eles se formam nas latitudes médias, fora dos trópicos. As linhas sólidas são isóbaras com unidades em milibares. Note que o vento em superfície tende a se deslocar cruzando as isóbaras na direção das baixas pressões. De fato, como observado rapidamente no Capítulo 1, no hemisfério norte, o vento gira no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e convergindo na direção dos centros de baixas pressões e na direção dos ponteiros do relógio e divergindo dos centros de altas pressões. A Figura 6.8b mostra uma carta de altitude para o mesmo dia da carta de superfície da Figura 6.8a. A carta de ar superior é uma carta de pressão constante porque ela é construída para mostrar variações de altura ao longo de uma superfície de pressão constante (superfície isobárica). Por isso essas cartas são também conhecidas como cartas isobáricas. Esta carta isobárica mostra variações de altura ao nível de pressão de 500 milibares (que está a cerca de 5600 metros ou 18000 pés acima do nível do mar). Por isso, este mapa é chamado de carta de 500 milibares. As linhas sólidas no mapa são linhas de contorno (ou isoípsas) – linhas que ligam pontos de igual valor de elevação acima do nível do mar. Embora as linhas de contorno sejam linhas de altura, elas ilustram os contorno de pressão do mesmo modo que as isóbaras. Conseqüentemente, linhas de contorno mostrando baixas alturas representam regiões de baixa pressão, e linhas de contorno com altas alturas representam regiões de alta pressão. Note na carta de 500 milibares (Figura 6.8b) que as linhas de contorno tipicamente decrescem em valor de sul para norte. A razão para isso é que, no hemisfério norte, encontramos normalmente ar mais quente ao sul e ar mais frio ao norte. (Lembre da nossa discussão anterior que ar frio em altos níveis está associado com baixas pressões e ar quente nos níveis altos está associado com altas pressões). As linhas no entanto não são retas; elas se envergam evidenciando cristas (altas alongadas) onde o ar é mais quente, e indicando depressões ou cavados (baixas alongadas) onde o ar é mais frio. As setas na carta de 500 milibares mostram a direção do vento. Note que, diferentemente dos ventos em superfície que cruzam as isóbaras na Figura 6.8a, o vento na carta de 500 milibares tende a fluir paralelamente as linhas de contorno em uma direção mais ou menos de oeste para leste. Observe que quando as linhas de contorno estão mais próximas umas das outras, o vento (como indicado pelo comprimento das setas) são mais fortes. Onde as linhas estão mais afastadas os ventos são mais fracos. Vamos ver mais à frente porque isto acontece. As cartas de ar superior e de superfície são ferramentas valiosas para os meteorologistas. As cartas de superfície descrevem onde os centros de altas e baixas pressões estão localizados, assim como os ventos e o tempo associado com esses sistemas. As cartas de altitude, por outro lado, são extremamente importantes na previsão do tempo. Os ventos em altos níveis não só determinam o movimento dos sistemas de pressão em superfície como vimos anteriormente, eles determinam se os sistemas em superfície irão se intensificar ou se enfraquecer. Nesse momento nosso interesse está principalmente no movimento do ar. Conseqüentemente, agora que conhecemos as cartas de superfície e de altitude, vamos usá-las para estudar porque existem os ventos da maneira que são, tanto em superfície como em altitude. Porque Ventos Fluem Quando pensamos no movimento do ar devemos lembrar de Isaac Newton (1642-1727) que formulou várias leis fundamentais do movimento. Leis do Movimento de Newton – A primeira lei do movimento de Newton afirma que um objeto em repouso permanecerá em repouso e um objeto em movimento permanecerá em movimento (e se deslocará em velocidade constante e em linha reta) a menos que uma força seja exercida sobre ele. Por exemplo, para que um corpo inicie seu movimento, para acelerar este movimento, para desacelerar ou mesmo para mudar sua direção, necessita-se de uma ação ou força externa. Isto nos leva à segunda lei de Newton que diz: a força exercida sobre um objeto é igual a sua massa vezes a aceleração produzida. Em forma simbólica, esta lei pode ser escrita como maF = Por esta relação podemos ver que quando a massa de um objeto é constante, a força agindo sobre um objeto está diretamente relacionada à aceleração que é produzida. Uma força em sua forma mais simples é um empurrão ou um puxão. Aceleração é um aumento da velocidade, sua diminuição ou a mudança de direção do objeto. (Mais precisamente, aceleração é a mudança de velocidade sobre um período de tempo). Já que mais do que uma força pode agir sobre um objeto, a segunda lei de Newton se refere à força líquida, total ou resultante. Um objeto irá sempre acelerar na direção da força resultante que atua sobre ele. Portanto, para determinar a direção do vento, devemos identificar e examinar todas as forças que afetam o movimento horizontal do ar. Entre elas estão: · a força do gradiente de pressão · a força de Coriolis · o atrito Vamos estudar primeiro as forças que influenciam o fluxo do ar em níveis altos. Depois veremos que forças atuam sobre o vento junto ao solo. Forças que Influenciam o Vento – Nós já sabemos que as diferenças de pressão atmosférica causam o movimento do ar, ou o vento. Como o ar é um gás invisível, pode ser mais fácil ver como as diferenças de pressão causam o movimento se examinarmos um fluido visível, tal como a água. Na Figura 6.9 os dois tanques estão conectados por um cano. O tanque A está cheio em 2/3 de seu volume e o tanque B está cheio pela metade. Como a pressão da água no fundo dos tanques é proporcional ao peso da água, a pressão no fundo do tanque A é maior do que a pressão no fundo do tanque B. Além disso, como a pressão do fluido é exercida igualmente em todas direções, existe uma maior pressão do tanque A para o tanque B do que do tanque B para o tanque A. Já que a pressão é força por unidade de área, deve existir uma força líquida dirigida do tanque A na direção do tanque B. Esta força provoca o fluxo da água da esquerda para a direita, da pressão mais alta para a mais baixa. Quanto maior a diferença de pressão, maior será a força, e mais rápido se moverá a água. De um modo similar, as diferenças na pressão atmosférica provocam o movimento do ar. Força do gradiente de pressão – A Figura 6.10 mostra uma região de pressões mais altas no mapa do lado esquerdo e pressões mais baixas na direita. As isóbaras mostram como a pressão horizontal está mudando. Se calcularmos de quanto a pressão está mudando sobre uma determinada distância, nós teremos o gradiente de pressão: Diferença de pressão Gradiente de pressão = -------------------------------- Distância Na Figura 6.10, o gradiente de pressão entre os pontos 1 e 2 é de 4 milibares por 100 quilômetros. Suponha que a pressão na Figura 6.10 esteja mudando e que as isóbaras estejam ficando mais próximas. Estacondição irá produzir uma rápida mudança na pressão sobre uma área relativamente pequena ou um forte gradiente de pressão. Já, se a pressão estiver mudando de tal forma que as isóbaras fiquem mais afastadas umas das outras, a diferença de pressão será menor sobre uma área relativamente maior. Esta condição seria a de um gradiente de pressão menos intenso ou que esteja enfraquecendo. Note pela Figura 6.10 que quando existem diferenças horizontais na pressão do ar existe uma força líquida atuando sobre o ar. Esta força é chamada de força do gradiente de pressão (FGP) que se dirige diretamente das altas para as baixas pressões formando ângulos retos com as isóbaras. A magnitude desta força está diretamente relacionada com o gradiente de pressão. Fortes gradientes de pressão correspondem a grandes forças do gradiente de pressão e vice-versa. A Figura 6.11 mostra a relação entre o gradiente de pressão e a força do gradiente de pressão. O que provoca o vento é a força do gradiente de pressão. Por causa dela, isóbaras muito próximas em uma carta sinótica indicam fortes gradientes de pressão, forças intensas e ventos fortes. Por outro lado, isóbaras muito espaçadas indicam fracos gradientes de pressão, forcas pouco intensas e ventos fracos. Se a FGP fosse a única a atuar sobre o ar, nós sempre veríamos o vento se dirigindo das altas para as baixas pressões. No entanto, assim que o ar começa a se deslocar o vento é desviado de seu curso pela força de Coriolis. Força de Coriolis – a força de Coriolis descreve uma força aparente que surge devido à rotação da terra. Para entender como ela atua, considere duas pessoas jogando bola sentadas em lados opostos de uma plataforma redonda (Figura 6.12 - plataforma A). Se a plataforma não girar, cada vez que a bola for arremessada, ela se moverá em uma linha reta até a outra pessoa. Suponha que a plataforma comece a girar no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio – na mesma direção que a terra gira quando se olha do pólo norte. Se olharmos o jogo de cima, nós veremos que a bola se move em uma linha reta exatamente como antes. Entretanto, para as pessoas que estão participando do jogo, a bola parece desviar-se para a sua direita cada vez que é arremessada, sempre caindo à direita do ponto pretendido por quem arremessa (Figura 6.12, plataforma B). Isto acontece porque enquanto a bola se move segundo uma linha reta, a plataforma gira embaixo dela; no momento em que a bola alcança o outro lado, o jogador se moveu. Para qualquer pessoa na plataforma, parece como se existisse uma força fazendo com que a bola seja desviada para a direita. Esta força aparente é chamada de força de Coriolis nome de Gaspard Coriolis, um cientista francês do século dezenove que trabalhou matematicamente com este problema. (Porque ela é uma força aparente devida à rotação da terra, ela é conhecida como efeito Coriolis). Esse efeito ocorre também na terra que gira. Todos os objetos que se movem, tais como correntes oceânicas, aviões, projéteis de artilharia e moléculas sofrem este efeito. A força de Coriolis faz com que o vento se desvie para a direita de seu curso no hemisfério norte e para a esquerda de seu curso no hemisfério sul. Na medida em que a velocidade do vento cresce, a força de Coriolis também cresce; portanto, quanto mais forte for o vento maior será a deflexão. Além disso, a força de Coriolis aumenta de um valor zero no equador para um valor máximo nos pólos. Este fato está ilustrado na Figura 6.13 onde três aviões estão voando ao longo de um curso reto, cada um em uma latitude diferente, sem que haja qualquer força externa agindo sobre eles. O destino de cada avião é para leste e eles estão marcados na Figura 6.13a. Cada avião viaja em uma linha reta para um observador posicionado em um ponto fixo no espaço. A terra gira por baixo dos aviões, fazendo com que os pontos de destino nas latitudes de 300 e 600 mudem levemente suas direções (Figura 6.13b). Para um observador situado na terra, entretanto, parece que é o avião que parece se desviar. A quantidade de desvio é maior mais perto do pólo e é nula no equador. Portanto, a força de Coriolis tem um efeito maior no avião que está em maiores latitudes (maior desvio) do que sobre o avião sobre baixas latitudes (menores desvios). Sobre o equador, o efeito não existe. O mesmo é verdadeiro sobre o efeito sobre o vento. Em suma, para um observador preso à terra, objetos movendo-se em qualquer direção (norte, sul, leste ou oeste) são desviados para a direita de seus cursos no hemisfério norte e para a esquerda de seus cursos no hemisfério sul. A grandeza do desvio dependerá: · da rotação da terra · da latitude · da velocidade do objeto Além disso, a força de Coriolis age em ângulos retos em relação ao vento, somente influenciando a direção do vento e nunca a sua intensidade. A “força” de Coriolis comporta-se como uma força real, tendendo continuamente a puxar o vento para a direita no hemisfério norte e para sua esquerda no hemisfério sul. Além disso, este efeito está presente em todos os movimentos relativos à superfície da terra. Na maioria das nossas experiências diárias, a força de Coriolis é tão pequena que é negligenciável, contrariamente à crença popular, ela não faz a água girar na direção horária ou ao contrário quando ela escoa em uma pia (o formato da pia desempenha um papel muito mais determinante neste fato). A força de Coriolis também é mínima em ventos de menor escala, tais como aquelas brisas que sopram na região costeira no verão. Este efeito é significativo somente quando o movimento atinge uma vasta área. Ventos em Altitude Agora sabemos que a força do gradiente de pressão é a força por trás do vento e que a força de Coriolis influencia somente a direção do vento. Vamos examinar esses dois fatores para ver como eles produzem o fluxo observado no ar superior. Vamos observar o vento acima da camada de atrito – uma camada com aproximadamente 1000 metros de espessura acima do solo. Vento Geostrófico – a Figura 6.14 mostra parte de uma carta no hemisfério norte, com as variações horizontais de pressão a uma altitude logo acima da camada de atrito. As isóbaras igualmente espaçadas indicam uma força do gradiente de pressão constante (FGP) dirigido de sul para norte como indicado pela seta vermelha à esquerda. Por que, então, na carta o vento é de oeste? Podemos responder a esta pergunta colocando uma parcela de ar na posição 1 no diagrama e acompanhando seu comportamento a partir de então. Na posição 1, a FGP age imediatamente sobre a parcela, acelerando para norte na direção das baixas pressões. Entretanto, no instante em que o ar começa a se mover, a força de Coriolis (FC) desvia o ar para a direita, curvando a trajetória. Na medida que aumenta a velocidade da parcela de ar (posições 2, 3 e 4), a grandeza da força de Coriolis aumenta (mostrado pelo aumento das setas azuis na figura), fazendo o vento se curvar cada vez mais para a direita. Eventualmente, a velocidade do vento aumenta até um ponto onde a força de Coriolis equilibra a FGP. Neste ponto (posição 5) o vento não acelera mais porque a força resultante é zero. Neste ponto o vento flui em linha reta, paralelamente às isóbaras a uma velocidade constante2. Este fluxo é chamado de vento geostrófico. Note que o vento geostrófico flui no hemisfério norte deixando as pressões mais baixas à sua esquerda e as pressões mais altas à sua direita. Quando o vento é puramente geostrófico, as isóbaras são retas e igualmente espaçadas e o 2 A princípio pode parecer estranho que o vento flua a uma velocidadeconstante sem força resultante atuando sobre ele. Mas quando nos lembramos que a força resultante é necessária somente para acelerar o vento ( maF = ) a coisa faz mais sentido. Por exemplo, necessita-se de uma força líquida razoável para empurrar um carro e mantê-lo andando tirando-o da inércia. Mas na medida que o carro se move, necessita-se apenas de uma força grande o suficiente para equilibrar a força de atrito e mantê-lo andando. Não há força resultante atuando sobre o carro, embora ele continue andando a uma velocidade constante. vento é constante. Na atmosfera, raramente as isóbaras são retas ou igualmente espaçadas e o vento normalmente muda sua velocidade na medida que vai fluindo. Deste modo, o vento geostrófico é, em geral, somente uma aproximação do vento real. Entretanto, a aproximação é suficientemente boa para nos ajudar a entender mais claramente o vento em altos níveis. A velocidade do vento geostrófico está diretamente relacionada com o gradiente de pressão. Na Figura 6.15, podemos ver o vento fluir paralelamente às isóbaras do mesmo modo que a água de um rio flui paralelamente às suas margens. Na posição 1, o vento está fluindo com baixa velocidade; na posição 2, o gradiente de pressão aumenta e a velocidade do vento se intensifica. Na carta de ar superior (Figura 6.16), note que, como esperávamos, o vento tende a ser paralelo às isóbaras ou linhas de contorno. Além disso, onde elas estão mais próximas entre si, o vento é mais forte, e onde as linhas estão mais afastadas, os ventos são mais fracos. Quando o vento em grandes meandros, seguindo uma trajetória mais ou menos na direção norte-sul o fluxo do vento é chamado de meridional. Onde o vento flui na direção leste-oeste o fluxo é chamado de zonal. Como os ventos em altos níveis nas latitudes médias geralmente fluem de oeste para leste, os aviões que voam nesta direção recebem um vento favorável em sua calda, o que explica porque um vôo de São Francisco para Nova York leva trinta minutos a menos do que o vôo de retorno. Se o fluxo em altos níveis for zonal, as nuvens, as tempestades e os anticiclones em superfície tendem a se mover mais rapidamente de oeste para leste. Entretanto, onde o fluxo em altos níveis for meridional, como será visto no Capítulo 8, as tempestades em superfície tendem a se mover mais vagarosamente, geralmente se intensificando em grandes sistemas de tempestades. Como pode ser visto a partir da Figura 6.16, se conhecermos as linhas de contorno ou a configuração das isóbaras nas cartas de altos níveis, nós conheceremos também a direção e a velocidade relativa do vento, mesmo em regiões onde não forem feitas medidas diretas. Similarmente, se conhecermos a direção e a intensidade do vento, poderemos estimar a orientação e o espaçamento das linhas de contorno ou as isóbaras, mesmo se não tivermos uma carta de altitude. (É possível estimar o fluxo do vento e a configuração de pressão observando-se o movimento das nuvens. Ver seção Focus que ilustra este fato). Observe novamente a carta de altitude (Figura 6.16) e note que, em muitos lugares, o vento não pode ser considerado geostrófico porque ele se curva na medida que segue a configuração curva das linhas de contorno ou isóbaras. Um vento que flui a uma velocidade constante paralelamente às linhas curvas acima do nível de atrito é chamado de vento de gradiente . A Figura 6.17 ilustra os ventos de gradiente. A Figura 6.17 ilustra que os ventos de gradiente fluem no sentido anti-horário em torno de uma área de baixa pressão e no sentido horário em torno de áreas de alta pressão (hemisfério norte). Ventos em torno dos Centros de Altas e Baixas Pressões – Porque as baixas são chamadas também de ciclones, o fluxo anti-horário do ar em torno delas é freqüentemente chamado de fluxo ciclônico. Do mesmo modo, o fluxo horário do ar em torno das altas é chamado de fluxo anticiclônico. Observe o fluxo ciclônico do vento nos níveis altos na Figura 6.17a. (hemisfério norte). O vento gira para a esquerda no sentido anti-horário em torno do sistema. Vamos ver porque isso acontece. Suponha uma parcela de ar inicialmente colocada em repouso na posição 1. A força do gradiente de pressão acelera o ar na direção do centro de baixa do sistema e a força de Coriolis desvia o movimento do ar para a direita até que o ar se mova paralelamente às isóbaras na posição 2. O vento de gradiente na posição 3 está agora fluindo a uma velocidade constante, mas paralelo às isóbaras curvas. Sabemos que um objeto tem uma aceleração quando muda sua velocidade ou sua direção (ou ambos). Portanto, o vento de gradiente fluindo em torno do centro de baixa pressão está sendo continuamente acelerado porque está mudando continuamente sua direção. Esta aceleração, chamada de aceleração centrípeta, tem direção que forma um ângulo reto com o vento, apontando para o centro de baixa pressão. Lembre-se que, pela segunda Lei de Newton, se um objeto está acelerando, deve existir uma força resultante agindo sobre ele. Neste caso, a força resultante sobre o vento deve ser dirigida na direção do centro da baixa, de tal modo que o ar continuará seu movimento anti-horário em um movimento circular. Esta força dirigida para o centro é chamada de força centrípeta e resulta de uma falta de balanço entre a força de Coriolis e a força do gradiente de pressão. Observe novamente a posição 3 da Figura 6.17a e veja que a força do gradiente de pressão (FGP) é maior do que a força de Coriolis (FC) dirigida para fora do sistema. A diferença entre essas forças – a força resultante – é a força centrípeta dirigida para o centro do sistema. Na Figura 6.17b, o vento flui no sentido horário em torno do centro de alta pressão. Para manter o vento girando em torno do círculo, a força de Coriolis dirigida para o centro deve ser maior do que a magnitude da força do gradiente de pressão dirigida para fora do sistema, de tal modo que a força centrípeta (a força resultante) está dirigida para dentro. No hemisfério sul, a força do gradiente de pressão inicia o movimento do ar e a força de Coriolis o desvia para a esquerda, fazendo com que o vento flua no sentido horário em torno das baixas e no sentido anti-horário em torno das altas. Isto significa que os ventos em altitude nas latitudes médias do hemisfério sul fluirão de leste para oeste? Isso será respondido mais à frente. Ventos em Superfície Os ventos em cartas de superfície não fluem exatamente paralelamente às isóbaras; em vez disso, cruzam as isóbaras, movendo-se das altas para as baixas pressões. O ângulo no qual os ventos cruzam as isóbaras varia, mas em média é cerca de 300. A razão para isso acontecer é o atrito. Na Figura 6.18a, o vento em altitude está fluindo em um nível acima do atrito causado pelo solo. A este nível (tipicamente acima de 1000m) o vento é aproximadamente geostrófico e flui paralelamente às isóbaras com a força do gradiente de pressão à sua esquerda equilibrada pela força de Coriolis à sua direita. Junto à superfície da terra, entretanto, o mesmo gradiente de pressão não produzirá a mesma velocidade do vento e o vento não fluirá na mesma direção como ele faz em níveis mais altos. Perto da superfície, o atrito reduz a velocidade do vento, que por seu turno reduz a força de Coriolis. Conseqüentemente, a fraca força de Coriolis não mais vai equilibrar a força do gradiente de pressão e o vento fluirá cruzando as isóbaras na direção das baixas pressões. A força do gradiente de pressão agora é equilibrada pela soma da força de atrito com a força de Coriolis. Portanto, no hemisfério norte encontramos vento à superfície fluindo no sentido anti-horário e para dentronos sistemas de baixa; o vento fluirá no sentido horário e no sentido para fora nas altas pressões (Figura 6.18b). No hemisfério sul, o vento flui no sentido horário e para dentro em torno das baixas em superfície e no sentido anti-horário e para fora em torno dos sistemas de altas pressões. Veja a carta de superfície e o movimento do vento para o hemisfério sul (Figura 6.19). Ventos e o Movimento Vertical Até agora vimos que os ventos em superfície fluem convergindo para o centro de baixa pressão e divergindo em torno do centro de alta pressão. Na medida que ele converge para o centro da área de baixa pressão (Figura 6.20), ele tem que ir para algum lugar. Como o ar que converge não pode penetrar no solo, ele sobe vagarosamente. Acima da baixa em superfície (em torno de 6.000 metros) o ar começa a divergir para compensar a convergência do ar em superfície. Assim que o fluxo de ar divergente em altos níveis equilibra o fluxo convergente de ar na superfície, a pressão no centro da baixa não muda. Entretanto, a pressão à superfície mudará se o fluxo divergente em ar superior e a convergência em superfície não estiverem em equilíbrio. Por exemplo, se a divergência em altos níveis exceder a convergência em superfície, a pressão no centro da baixa irá decrescer, e as isóbaras em torno da baixa ficarão mais próximas umas das outras. Este processo aumenta o gradiente de pressão (e, portanto, a força do gradiente de pressão) o que, por seu lado, aumenta o vento em superfície. O vento em superfície se move para fora do centro de alta pressão (diverge). Para substituir o ar que sai em superfície, o ar nos níveis mais acima convergem e descem vagarosamente (Figura 6.20). Novamente, na medida que o ar que converge equilibra o ar que diverge em superfície, a pressão no centro da alta não vai mudar. (A convergência e a divergência do ar são muito importantes no desenvolvimento e no enfraquecimento dos sistemas de pressão à superfície e serão analisadas em maior profundidade no capítulo 8). A taxa na qual o ar ascende acima da baixa pressão ou descende sobre a alta pressão é pequena quando comparada ao vento na horizontal e que giram em torno destes sistemas. Em geral, os movimentos verticais são da ordem de uma polegada por segundo, ou cerca de uma milha por dia. A pressão decresce rapidamente com a altitude, portanto existe uma forte FGP apontando para cima. Por que o ar não escapa para o espaço? O ar não se perde para o espaço porque há um balanço quase perfeito da FGP com a força da gravidade que aponta para baixo. Quando essas duas forças estão em equilíbrio perfeito, diz-se que o ar está em equilíbrio hidrostático. Quando o ar está em equilíbrio hidrostático, não existe força resultante atuando sobre ele e, portanto, não existe aceleração líquida. Na maior parte das vezes a atmosfera se aproxima do balanço hidrostático, mesmo quando o ar se eleva ou descende vagarosamente com velocidades constantes. Entretanto, isto não acontece em tempestades severas e tornados, onde o ar mostra apreciáveis acelerações verticais. De qualquer maneira, isso ocorre sobre distancias verticais relativamente pequenas, considerando a extensão vertical total da atmosfera. Medidas e Determinação do Vento Caracterizamos o vento através de sua direção, velocidade e de suas rajadas. Porque o ar é invisível, nós não podemos ver o vento, mas sim as coisas que são movidas por ele. Podemos, então, determinar a direção do vento olhando o movimento dos objetos na medida que o ar passa por eles. Por exemplo, o movimento das folhas, a direção da fumaça perto do solo e o movimento das bandeiras nos mastros podem indicar a direção do vento. Em presença de uma brisa suave, um método fácil e efetivo para determinar a direção do vento é erguer um dedo molhado no ar. A umidade vai evaporar rapidamente do lado da direção de onde vem o vento, resfriando a pele. Já sabemos que a direção do vento é o sentido de onde vem o vento – um vento de norte significa que ele flui de norte para sul. Perto de grandes corpos de água ou em lugares montanhosos, a direção do vento pode ser expressa de outra maneira. Por exemplo, o vento fluindo da água para a terra é denominado de brisa marítima, enquanto que o vento que flui da terra para o mar é denominado de brisa terrestre (Figura 6.21). O ar movendo-se montanha à cima é chamado de brisa de vale; e o ar movendo-se montanha à baixo é chamado de brisa de montanha . A direção do vento pode ser dada em graus (os 3600 de um círculo). Essas direções são expressas pelos números mostrados na Figura 6.22. Por exemplo: uma direção de 3600 significa vento de norte; um vento de leste tem direção de 900; um vento de sul tem direção de 1800; e o vento calmo é expresso com direção zero. É comum expressar a direção do vento em ponto da rosa dos ventos, tais como N, NW, NE e assim pó diante. A Influência dos Ventos Predominantes – em muitos locais, os ventos fluem mais freqüentemente de uma direção do que de outras. Vento predominante é o nome dado à direção do vento mais freqüentemente observada durante um período de tempo. Os ventos predominantes podem afetar grandemente o clima de uma região. Por exemplo, a nebulosidade, os nevoeiros e a precipitação são mais freqüentes quando os ventos predominantes são de vale (sobem a montanha) do que quando os ventos predominantes na região são de montanha (descem a montanha). Quando os ventos predominantes vêm do mar no verão eles carregam umidade, ar mais frio e nevoeiro para a região costeira, enquanto ventos predominantes vindos do continente carregam ar mais seco e mais quente para os mesmos locais. No planejamento de cidades, o vento predominante pode ajudar a decidir onde devemos construir os centros industriais e as fábricas. Naturalmente devem ser construídos de tal modo que os ventos não carreguem poluentes para a área povoada. As pistas principais dos aeroportos devem ser alinhadas com o vento predominante da região para facilitar o pouso e decolagem das aeronaves. Em lugares altos os ventos fortes predominantes podem envergar e fixar os galhos das árvores na direção para onde fluem os ventos, produzindo “arvores com galhos esculpidos” como os mostrados na Figura 6.23. O vento predominante pode ser um fator significativo na construção das casas. A metade nordeste dos Estados Unidos tem vento predominante de noroeste durante o inverno e de sudoeste durante o verão. Deste modo, as casas construídas no nordeste dos Estados Unidos devem ter janelas viradas para sudoeste para fornecer ventilação durante o verão e poucas, ou nenhuma, viradas para noroeste sujeitas aos frios ventos de inverno. O lado noroeste das casas deve ser isolado e protegido por quebra-ventos (por exemplo, barreiras de árvores). O vento predominante pode ser representado por uma rosa dos ventos, que indica a porcentagem de tempo que o vento flui de uma determinada direção. Podem ser barras saindo do centro do círculo apontando na direção do vento tendo comprimento que indica a porcentagem de tempo que o vento esteve naquela direção (ver Figura 6.24). Instrumentos que Medem o Vento – Um instrumento muito antigo, mas muito útil, para a determinação da direção do vento é o catavento. A maioria dos cataventos é constituída de uma seta longa com uma cauda, que pode se mover livremente em torno de um mastro vertical (Figura 6.25). A seta sempre aponta para o vento e, portanto, dá sempre a sua direção. Nos aeroportos é usada perto das pistas uma espécie de bolsa alongada em forma de cone aberta em ambos os lados de tal modo que ela se estende horizontalmente na medida que o vento passa através dela.Este instrumento permite ao piloto saber a direção do vento junto à pista quando está se aproximando. Este tipo de instrumento é chamado no Brasil de biruta. O instrumento que mede a velocidade do vento é o anemômetro. A maioria dos anemômetros é constituída com três (ou mais) conchas hemisféricas (anemômetros de conchas) montadas em um suporte vertical. O vento faz as conchas girarem. A taxa na qual elas giram é diretamente proporcional à velocidade do vento. O giro das conchas geralmente é transmitido por um sistema de engrenagens até um mostrador que transforma o movimento em leitura de velocidade do vento. Existem instrumentos feitos para medir tanto a intensidade como a direção do vento, como o mostrado na Figura 6.26. Seu formato faz com que as pás sempre estejam voltadas para a direção do vento. Os instrumentos descritos até agora são instalados junto ao solo e só fornecem a direção e a velocidade do vento em locais particulares. O vento, no entanto, é muito influenciado pelas condições locais, tais como a presença de edifícios, árvores, etc. Além disso, a velocidade do vento aumenta muito com o aumento da altitude sobre o solo. Existem, portanto, normas para a instalação dos anemômetros, de tal modo que fiquem distante de obstáculos em alturas que forneçam um valor representativo do vento que possa ser comprado com outras observações. Para fins sinóticos os anemômetros devem estar a 10 m do solo. Informações do vento são obtidas também durante observações efetuadas por radiossondagens. Um balão levando uma radiossonda (instrumento desenhado para fazer medidas verticais de temperatura, pressão e umidade) ascende desde a superfície e um equipamento adequado no solo, acompanha sua trajetória medindo sua distância do ponto de observação e os ângulos horizontais e verticais. A partir destas informações, um computador determina e imprime os perfis verticais do vento desde a superfície até o nível em que o balão estourar, tipicamente na estratosfera, por volta de 30 quilômetros. Em regiões remotas do mundo onde as observações de ar superior são raras, os satélites têm sido usados para se obter a direção e a intensidade do vento. As observações mais úteis têm sido fornecidas pelos satélites de órbitas geoestacionárias posicionados sobre locais específicos. Os satélites observam o movimento das nuvens. A direção deste movimento mostra a direção do vento e a distância percorrida pela nuvem durante um certo intervalo de tempo indicam a velocidade do vento. Mais recentemente o radar Doppler tem sido empregado para obter um perfil vertical de velocidade e direção do vento até alturas de 10 km acima do solo. Tal perfil é chamado de sondagem do vento, e o radar, de perfilador de vento. O radar Doppler é como um radar convencional que emite pulsos de radiação em microondas que são refletidas por um alvo, neste caso as irregularidades na temperatura e umidade causadas pela turbulência associada aos vórtices que se movem junto com o vento. O radar Doppler trabalha com o princípio de que quando os vórtices se aproximam ou se afastam da antena receptora, o pulso que retorna terá freqüências diferentes. Este tipo de perfilador que usa o radar Doppler é tão sensível que ele pode transferir de volta energia destes vórtices em uma configuração vertical com valores de direção e velocidade do vento. Resumo Este capítulo nos deu uma visão de como e porque os ventos fluem. Em altitude onde existem variações de temperatura, ocorre uma mudança correspondente de pressão. A diferença na pressão estabelece uma força, a força do gradiente de pressão (FGP), que inicia o movimento do ar na direção das altas para as baixas pressões. Na medida em que o ar é colocado em movimento, a força de Coriolis desvia o ar em movimento para a direita de seu curso pretendido no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. Acima da camada de atrito, o vento desvia-se o suficiente para fluir paralelamente às isóbaras ou linhas de contorno. Quando o vento flui em uma trajetória retilínea, e existe um equilíbrio entre a força do gradiente de pressão e a força de Coriolis, o vento é chamado de geostrófico. Quando o vento flui paralelamente às isóbaras (ou linhas de contorno) curvilíneas, o vento é chamado de vento de gradiente. A interação das forças faz com que os ventos no hemisfério norte girem no sentido horário em torno de regiões de altas pressões e no sentido anti-horário em torno de áreas de baixas pressões. No hemisfério sul, o vento flui no sentido anti-horário em torno das altas e no sentido horário em torno das baixas. O efeito do atrito é diminuir a intensidade do vento. Isso faz com que o ar na superfície flua cortando as isóbaras das altas pressões na direção das baixas pressões. Conseqüentemente, em ambos os hemisférios, o vento em superfície diverge dos centros de altas pressões e converge para os centros de baixas pressões. No final do capítulo foram revisados os métodos e os instrumentos usados para determinar a velocidade e a direção do vento. Termos Chaves Os seguintes termos foram listados na ordem em que aparecem no texto. Defina cada um. Isto o ajudará a revisar o material apresentado neste capítulo. Pressão atmosférica Milibar Hectopascal Pressão atmosférica padrão Barômetro Barômetro de mercúrio Barômetro aneróide Pressão ao nível da estação Pressão ao nível médio do mar Isóbara Anticiclone Ciclone de latitude média Carta isóbarica Linhas de contorno Isoípsas Crista Cavado Gradiente de pressão Força do gradiente de pressão Força de Coriolis Vento geostrófico Vento de gradiente Equilíbrio hidrostático Brisa marítima Brisa terrestre Vento predominante Rosa dos ventos Catavento Anemômetro Anemômetro de conchas Biruta Perfilador de vento Questões de Revisão 1. (a) Explique porque a pressão atmosférica sempre diminui com o aumento da altitude. (b) Por que a pressão do ar diminui mais rapidamente em uma coluna de ar frio? 2. Qual é a pressão atmosférica padrão em milibares, em hectopascais, em centímetros de mercúrio e em polegadas de mercúrio? 3. Uma pressão ao nível do mar de 1040 milibares seria considerada alta ou baixa? 4. De que maneiras um barômetro aneróide difere de uma brômetro de mercúrio? 5. Explique como a pressão ao nível do mar difere da pressão ao nível da estação. 6. O que são isóbaras? 7. (a) Defina o termo gradiente de pressão. (b) O que significa um alto gradiente de pressão? 8. Qual é o nome da força que inicialmente causa o movimento do ar? 9. Explique porque, em um mapa, isóbaras próximas umas das outras produzem ventos fortes, e isóbaras afastadas umas das outras produzem ventos fracos. 10. O que a força de Coriolis faz com o movimento do ar (a) no hemisfério Norte? (b) no hemisfério Sul? 11. Explique como cada um dos fatores seguintes influencia a força de Coriolis: (a) velocidade do vento; (b) latitude. 12. O que é um vento geostrófico? 13. Quais são as forças que afetam o movimento horizontal do ar? 14. Descreva como o vento flui em torno de áreas de alta pressão e áreas de baixa pressão em altitude e próximo à superfície (a) no hemisfério Norte; e (b) no hemisfério Sul. 15. Se as nuvens estão se movendo de norte para sul, o centro de baixa pressão em altitude estaria a leste ou a oeste de você? 16. Por que em uma carta de superfície, o vento tende a cruzar as isóbaras e fluir das altas para as baixas pressões? 17. Já que existe sempre uma força do gradiente de pressão direcionada para cima, porque o ar não escapa para o espaço? 18. Quais as maneiras que você conhece para determinar a velocidade e a direçãodo vento? 19. A direção de um vento em altitude é relatada como sendo de 225o. De que direção (na rosa-dos- ventos) o vento está soprando? 20. Explique como uma rosa dos ventos pode ser usada para a determinação do vento predominante. Figura 6.1 - Modelo da atmosfera onde a densidade do ar permanece constante com a altura. A pressão do ar na superfície está relacionada com o número de moléculas acima deste nível. Quando se adiciona ar a esta coluna, mantendo a mesma temperatura, a pressão na superfície aumenta. Quando se retira ar, a pressão diminui. Figura 6.2 – Necessita-se de uma coluna menor de ar frio para exercer a mesma pressão do que uma longa coluna de ar aquecido. Por isso, ar frio em altos níveis está associado com baixas pressões e ar quente em altos níveis está associado com altas pressões. A diferença de pressão em cima cria uma força que faz o ar se mover da região de pressão mais alta para a região de pressões mais baixas. A remoção do ar da coluna 2 causa uma queda de pressão na superfície, enquanto que a adição de ar na coluna 1 faz com que a pressão na superfície aumente. Figura 6.5 – Barômetro aneróide. Figura 6.4 – Barômetro de mercúrio. A altura da coluna de mercúrio é a medida da pressão atmosférica. Figura 6.6 – Barógrafo. Figura 6.7 – O diagrama superior (a) mostra quatro cidades (A, B, C e D) com várias altitudes acima do nível do mar, todas com diferentes pressões ao nível da estação. O diagrama do meio (b) representa a pressão ao nível médio do mar em quatro estações plotadas em uma carta de superfície. O diagrama inferior (c) mostra as isóbaras desenhadas na carta (linhas escuras) em intervalos de 4 mb. Figura 6.8 – (a) Carta de superfície mostrando áreas de altas e baixas pressões. As linhas sólidas são isóbaras e as setas representam a direção do vento. (b) Carta de ar superior (para o mesmo dia da carta de superfície) do nível de 500 mb, que está a cerca de 5600 metros acima do nível do mar. As linhas sólidas são linhas de contorno ou isoípsas em metros. As setas mostram a direção do vento. O comprimento das setas é uma representação relativa da velocidade do vento. Figura 6.9 – Quanto mais alto o nível da água, maior a pressão do fluido no fundo do tanque A e maior a força resultante dirigida para a região de menor pressão no fundo do tanque B. A força resultante faz a água se mover do tanque A para o tanque B. Figura 6.10 – O gradiente de pressão entre os pontos 1 e 2 é de 4 milibares por 100 quilômetros. A força resultante dirigida para da alta para a baixa pressão é a força do gradiente de pressão (FGP). Figura 6.11 – Quanto mais próximas as isóbaras, maior o gradiente de pressão. Quanto maior o gradiente de pressão, mais intensa é a força do gradiente de pressão (FGP). As setas representam a grandeza relativa da força, que é sempre dirigida das altas para as baixas pressões. Figura 6.12 – Na plataforma A que não gira, a bola arremessada se move em uma trajetória retilínea. Na plataforma B, que gira no sentido ainti-horário, a bola continua a se mover segundo uma reta. Entretanto, a plataforma está girando enquanto a bola se desloca; deste modo para alguém na plataforma B, a bola parece ter se desviado para a direita do alvo pretendido. Figura 6.13 – Exceto no equador, um objeto se movendo livremente parecerá desviar de seu alvo na medida em que a Terra gira embaixo dele. O desvio (força de Coriolis) é maior nos pólos e decresce até zero na direção do equador. Figura 6.14 – Acima da camada de atrito, o ar inicialmente em repouso irá acelerar até fluir paralelamente às isóbaras, com uma velocidade estável, quando a força do gradiente de pressão (FGP) equilibrar a força de Coriolis (FC). O vento fluindo nestas condições é chamado de vento geostrófico. Figura 6.15 – As isóbaras numa carta de ar superior são como as margens de um rio. Quando elas estão muito espaçadas, o fluxo é mais lento; quando elas estão mais próximas, o fluxo é mais forte e rápido. O aumento na velocidade do vento na carta resulta na intensificação da força de Coriolis (FC), que equilibra a intensa força do gradiente de pressão FGP). Figura 6.16 – Carta de altitude mostrando a direção e velocidade do vento. As linhas da carta representam linhas de contorno ou isoípsas. Figura 6.17 – Ventos e forças atuantes em trono de áreas de baixas e altas pressões acima da camada de mistura no hemisfério norte. Figura 6.18 – O efeito da camada de atrito é diminuir a velocidade do vento, perto do solo, fazendo o vento cruzar as isóbaras e fluir na direção da baixa pressão. Este fenômeno produz um fluxo convergente em torno das baixas pressões e um fluxodivergente em torno das altas pressões. Esta carta de ar superior é traçada baseando-se em observação de nuvens. As nuvens em altos níveis movendo-se de sudoeste (a) indicam as isóbaras e (b) os ventos em altos níveis. Quando estendida horizontalmente, a carta de ar superior aparece como em (c), onde a baixa pressão está a noroeste e a alta pressão à sudeste. Carta de ar superior que se estende para ambos os hemisférios. As linhas sólidas pretas na carta são isóbaras. Parte da fazenda na Califórnia que tem 7000 turbinas de vento . Figura 6.19 – Carta de superfície mostrando as isóbaras e o vento em 20 de dezembro de 1971, na América do Sul. A caixa à direita mostra o fluxo idealizado do ar em torno de sistemas de pressão em superfície no hemisfério sul. Figura 6.20 – Ventos e movimento vertical do ar associados às baixas e altas pressões no hemisfério norte. Figura 6.21 – A brisa marítima flui do mar para o continente enquanto a brisa terrestre flui do continente para o mar. Figura 6.22 – A direção do vento pode ser expressa em graus em torno de um círculo. Figura 6.23 – O efeito de um vento predominante forte em uma região pode ser o de esculpir as folhas das árvores como se fossem bandeiras. Figura 6.24 – Esta rosa dos ventos representa a porcentagem do tempo que o vento flui a partir de diferentes direções em um dado lugar durante o mês de janeiro nos últimos dez anos. O vento predominante é de NW e a direção com menor freqüência de ventos é de NE. Figura 6.25 – Catavento e anemômetro de conchas. Figura 6.26 – Anemômetro.
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