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Alexander Von Humboldt

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Universidade Estadual Júlio De Mesquita Filho “Unesp” 
 
 
 
 
 
Seminário de geografia 
Cosmos. Ensaio de uma descrição física do mundo. (Alexander Von 
Humboldt). 
 
 
 
 
 
Ana Luiza Isler 
Bruna Luísa De Abreu Cora 
Gabrielle Ferreira 
Maíra Pradelli 
Mariana Lombardi 
Thayná Bonacorsi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Araraquara, setembro 2015. 
Considerações sobre os diferentes graus de prazer de que oferecem o aspecto 
da natureza e o estudo de suas leis. 
Se os estudos dos fenômenos físicos forem considerados não apenas e estritamente 
vinculados às necessidades materiais e providenciais da vida, mas sim a partir de suas 
influências gerais sobre os processos intelectuais da humanidade, o resultado da 
investigação que Humboldt desenvolve permite evidenciar que existe uma conexão entre 
as forças da natureza, assim como uma mútua dependência entre tais forças. 
Humboldt afirma que tal perspectiva nos proporciona uma noção abrangente (a conexão 
entre as forças da natureza e suas íntimas interdependências), que aliadas a observação, a 
meditação, atingem todas as dimensões do pensamento do ser humano. 
A história nos concede várias teorias e caminhos para descobrir como o ser humano 
trabalhou para conhecer a invariabilidade das leis naturais e a conquista (progressiva e 
gradativa) do mundo físico pela inteligência. O autor discorre então sobre dois períodos 
históricos emblemáticos em que o homem prezou pelo estudo das leis naturais, sendo o 
período primitivo, berço das primeiras reflexões, e o período da civilização avançada. 
O primeiro período compreende a simplicidade das épocas antigas, e tem como destaque 
a descoberta do homem no que diz respeito a percepção da ordem expressa pela sucessão 
regular dos corpos celestes e o desenvolvimento progressivo da organização; o período 
da civilização avançada é marcado pelo resultado do conhecimento exato dos 
fenômenos físicos e geográficos. 
É importante ressaltar que a partir do momento em que o homem não se limitou 
apenas a observação de fenômenos, mas os articulou sob determinadas condições, 
recolhendo e registrando fatos para investigação, a partir de então a Filosofia da Natureza 
adota um caráter mais sério, e se pauta pelo raciocínio ao invés de adivinhações. 
Para Humboldt, a Natureza, submetida à ação do pensamento e da razão, 
é considerada uma unidade na diversidade de fenômenos, é a harmonia entre coisas 
criadas que diferem por sua forma, constituição e forças. O mais importante a 
ser pontuado quando se tem em perspectiva um estudo racional da Natureza, 
é fundamentalmente apreender a sua unidade e a harmonia que existem nessa acumulação 
de coisas e forças das quais se constitui a Natureza. 
A simultaneidade de ideias e sentimentos oriundas do observador dão ao cenário da 
Natureza um caráter único. Sendo assim, tentar decompor os mais variados aspectos a 
magia do mundo físico exprime grandes riscos. 
A singularidade da Natureza encontra-se na conexão das impressões, emoções e 
sentimentos. Dessa forma, para compreende-la é necessário seguir uma análise que 
abranja a individualidade das formas e a multiplicidade de forças. 
 Humboldt expõe em sua obra um empirismo racional e aborda uma geografia física que 
busca se desvincular da abstração e que visa descrever os espaços celestes e os corpos 
nele presentes. Ademais, busca detectar as concepções históricas presentes no 
desenvolvimento dos grandes fenômenos da Natureza. 
O objeto de estudo da sua ciência empírica é chegar ao conhecimento racionalmente 
construído e distante das observações, apreendendo a harmonia entre coisas de diferentes 
formas, constituições e forças. Neste ínterim, explicar os movimentos inerentes à força 
que regem a matéria e a história das sociedades. 
 
 
 Limites e métodos de exposição da descrição física do mundo. 
Para o estudo do mundo visto de forma externa, ou seja, da parte física, é necessário o 
estudo da Física Geral e da História. 
A física trata das propriedades gerais dos corpos e a abstração e generalização dos 
fenômenos sensíveis. 
Uma das primeiras obras que estabelecem as bases da física geral é a de Aristóteles, onde 
afirma que todos os fenômenos da natureza dependem de uma força vital e única que dá 
movimento a tudo no universo. 
A Geografia física estuda o magnetismo, sua distribuição, intensidade e direção, sem 
englobar as leis que regem as atrações e repulsões dos polos e os meios para produzir 
correntes eletromagnéticas permanentes e passageiras. Também trata da parte física dos 
continentes, desde sua extensão até a distribuição de suas massas continentais através dos 
hemisférios, o que traz uma diversidade imensa de clima, vegetação, fauna e mudanças 
meteorológicas da atmosfera. Indica o processo de formação das cadeias montanhosas, 
que levantadas em diferentes épocas, formam sistema individuais e ás vezes paralelos 
entre si, analisando a altura de seus picos e a distância até suas costas mais próximas. 
Descreve as rochas e seus movimentos e mudanças, vulcões e suas mudanças através dos 
séculos, e por último, estuda a água e suas diversas formas e fontes, mostrando como 
percorre seus diversos trajetos e suas longas distâncias. 
Consideramos aqui a os fenômenos em sua mútua dependência, e suas relações nos 
diferentes lugares do planeta e sua constituição física no geral. 
Alexander Von Humboldt associava o ser humano e a vida em sociedade às características 
físicas, biológicas e naturais para explicar a dinamicidade e as relações espaço-temporais. 
O precursor da denominada Geografia Física, Humboldt é extremamente claro em suas 
visões sobre o mundo. Por conhecer diversos lugares do planeta, fala sobre eles com 
extrema naturalidade e os usa para validar seus argumentos. 
Humboldt foi profundamente influenciado pelo racionalismo francês e pelo idealismo 
filosófico alemão, sendo um profundo adepto dos ideais positivistas que se encontravam 
em voga durante a sua época. Tais influências tornaram-no um cientista adepto ao 
empirismo, pensamento filosófico caracterizado por considerar apenas as experiências e 
propenso a elaborar teorias universais, cujo objetivo era formular princípios que 
pudessem se encaixar sobre toda e qualquer realidade. Como se percebe neste trecho: 
“Por medio de la reflexión sobre las observaciones concretas, através del 
espíritu que compara y combina, llegamos a descobrir em la individualidade 
las formas orgânicas, es decir, em la Historia Natural de lasaPlantas y de los 
animales, los caracteres generales que presenta la distribuici´ón de los seres 
según los climas, la inducción es la que nos revela la leyes numéricas según 
las cuales se regulan la proporción que cada grupo natural significa com 
respecto al total de las espécies y la latitude o localización geográfica de las 
áres donde cada forma orgânica alcanza el máximo desarrollo”. 
(HUMBOLDT , 164). 
A defesa e importância da reflexão e da observação, da criação de um método e de leis 
fixas para a Geografia. Esse modo de observação e pesquisa – as generalizações e suas 
perspectivas, para Humboldt, conferem a mais elevada descrição física do mundo; sem 
se esquecer que a impressão que a paisagem produz em nós tem relevante impacto sobre 
a já dita descrição. 
O denominado Sistemas da Natureza é alvo de críticas de Humboldt. Este sistema, mesmo 
geniais, como relata, não descrevem o objeto com relação à latitude ou longitude, nível 
do mar, nem influências climáticas que sofrem de fatores gerais. O propósito da Geografia 
Física é reconhecer a unidade na imensa variedade de fenômenos e descobrir, pelo livreexercício do pensamento e pela observação, e assim combinando as suas variações e 
regularidades de fenômenos. Existe para enfatizar a conexão entre as leis de distribuição 
real dos seres no espaço com as regras da classificação ideal em famílias naturais, com 
base nas semelhanças de organização interna e evolução progressiva. Completa e 
definida, então, a chamada Geografia Física: 
“El objeto de la Geográfia Fíisica es, por el contrario como hemos dicho antes, 
reconhecer la unidad em la inmensa variedade de los fenómenos y descobrir, 
por el libre ejercicio del pensamiento mediante la combinación de 
observaciones, la regularidad de los fenómenos dentro de sus aparentes 
variaciones” (HUMBOLDT, 164 – 165). 
A redução da unidade de um princípio racional não acontece através da reflexão, apenas 
pelos sentidos. E pode duvidar-se que no campo da Filosofia e da Natureza se chegue a 
conseguir isso. Os fenômenos e os Cosmos em sua imensidão parecem se opor a tal fim; 
porém quando o problema parecia não ter solução, uma tendência fazia a compreensão 
do mundo, deixaria de ser o objeto eterno e sublime de toda a observação da natureza. 
Estando no campo das concepções científicas. 
 Um conjunto de atos, observados e combinados entre si não exclue a pretensão 
de agrupar fenômenos através de sua ligação racional, generalizar o que é suscetível nas 
observações concretas, ou chegar, a final, a cobertura de leis. A Concepção do Universo 
foi fundada com uma única razão, a ciência do Cosmos, nos princípios da filosofia, como 
um objeto mais elevado. Sendo, Humboldt, contra os desejos e conselhos de famosos 
pensadores, que levavam a vida com o que já lhes era familiar. A filosofia da natureza 
perdeu seu interesse durante um longo período, para focar nos estudos das ciências físicas 
e matemáticas. A Idade Média nunca tinha visto um interesse tão grande em símbolos e 
fórmulas até então. Os resultados obtidos por investigações baseadas na experiência, não 
podem estar em contradição com uma verdadeira filosofia da natureza. Com a existência 
dessa contradição, o defeito está no vazio da especulação, ou em exageradas pretensões 
do empirismo, que pretende ter comprovado pela experiência mais do que a experiência 
é capaz de provar. 
 
 
Resultados particulares da observação do domínio dos fenômenos terrestres. 
Para dominar os materiais, objetos presentes em um trabalho é necessário dominar tais 
objetos, ou seja, colocar os fenômenos em ordem de forma que sua interdependência 
possa ser facilmente apreciada e para que a interpretação desses objetos se torne clara é 
preciso subordinar os conceitos particulares. 
Humboldt divide a esfera terrestre em Natureza inorgânica (magnitude, forma e densidade 
terrestre. Calor interno, atividade eletromagnética, construção mineral, influência do 
interior na superfície, continentes e ilhas e a atmosfera) e Natureza orgânica (geografia 
das plantas e animais, divisão da espécie humana – raças e tribos – formas de vida cuja 
descrição é objeto da História Natural). 
Segundo o autor essa divisão é datada da antiguidade e a ordem dos fatos foi dividida da 
seguinte forma: de um lado, os fenômenos elementares e a transformação das substâncias; 
de outro, a vida das plantas e animais. Na ausência de meios para aumentar a capacidade 
de percepção a distinção entre animais e vegetais era meramente intuitiva, ou seja, se 
baseava na capacidade dos animais de alimentarem a si próprios e nos mecanismos de 
locomoção dos mesmos. 
Para Humboldt, a intuição e percepção de ideias difundida por Aristóteles revelou a 
aparente solução de continuidade entre o animado e inanimado, entre a substância 
elementar e a planta, e levou-o a ver que vida tende a subir na escala dos seres. Segundo 
ele a história dos organismos levando em conta a fauna e flora antigas, está intimamente 
ligada a geologia, com a sobreposição de camadas e da idade dos territórios. Antes o autor 
não acreditava que uma obra como Cosmos devesse tomar como partida a divisão entre 
natureza orgânica e inorgânica mas torna-la uma base fundamental de classificação. 
A divisão levantada por Humboldt expressa uma melhor ligação entre os fenômenos de 
possuem um lugar de destaque no universo, sendo assim, o autor não se atenta ao ponto 
de vista morfológico. 
Segundo o autor, seu objetivo “desenhar” uma imagem da natureza que possa abranger o 
conjunto de todas as forças que a compõem. 
 
Sobre o autor. 
Alexander Von Humboldt. 
 Geógrafo, filósofo, historiador, explorador e naturalista alemão nascido em Berlim, 
no ano de 1769, que deu início, em fins do século, a memoráveis expedições 
naturalísticas e é considerado o fundador da geografia física moderna. 
 A partir dos vinte anos começou a viajar pelo mundo. Desenvolveu o conceito 
de meio ambiente geográfico: as características da fauna e da flora de uma região 
estão intimamente relacionadas com a latitude, tipo de relevo e condições 
climáticas existentes. 
 Baseado em experimentos próprios a partir dos resultados do geógrafo 
Galvani, publicou uma célebre obra Experiências sobre a irritação nervosa e 
muscular (1796). Partiu de Madri (1799), e com o botânico francês Aimé Goujaud 
Bonpland, para as colônias espanholas da América. Explorador e profundo 
conhecedor da América, no mesmo ano ele e o francês desembarcaram na 
Venezuela e viajaram pelo rio Amazonas, Orinoco, Atabapo e Negro, em busca 
de um rio que ligasse as bacias do Amazonas e do Orinoco. Proibido por ordem 
do governo português, que não desejava estrangeiros em seus domínios, foi 
impedido de prosseguir viagem pelo território brasileiro. 
 De volta a América espanhola escalou o Chimborazo para estudar a atmosfera. 
Percorreu Cuba, Colômbia, Equador, Peru, México e pelos Estados Unidos, onde 
fez análises geológicas das costas do Pacífico. Depois de percorrer cerca de 
65.000km e recolheu mais de sessenta mil espécies de plantas, voltou à Europa 
com esse rico material que estudaria pelo resto da vida, dando inestimável 
contribuição para o desenvolvimento das ciências naturais. Iniciou a publicação 
da colossal obra Voyage de Humboldt et Bonpland aux régions équinoxiales du 
nouveau continent, fait en 1799-1804 (1805-1834), em trinta volumes. Outra 
grande obra sua foi Cosmos, Entwurf einer physischen Weltbeschreibung (1845-
1862), em cinco volumes, concluídos aos 86 anos do autor e síntese de seus 
conhecimentos. 
 
Gastou a maior parte da fortuna que herdou nas suas viagens e na publicação de 
suas obras. Foi o primeiro a empregar isotermas para representar regiões de 
temperaturas iguais, a demonstrar a diminuição de intensidade magnética do pólo 
ao equador e a situar o equador magnético no Peru. Em sua época, foi um dos 
maiores pesquisadores das camadas da terra, do vulcanismo e das correntes 
marítimas, entre as quais a que ganhou seu nome. 
 
Seus estudos sobre a distribuição das plantas e a descrição de novos animais, 
foram fundamentais para o desenvolvimento da fitogeografia, à zoologia e às 
ciências humanas, além dos estudos arqueológicos, históricos e etnográficos 
sobre o continente americano. Juntamente com Bonpland, denominou a floresta 
amazônica de hiléia. Realizou também trabalhos sobre combinação de gases e 
sobre correntes elétricas com Gay-Lussac e foi o grande protetor de Liebige 
Deixou muitos outros escritos quando morreu em Berlim, com a avançada idade 
de 90 anos.

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