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�� Universidade Federal do Rio de Janeiro/Faculdade de Letras Departamento de Letras Vernáculas – Morfologia da L. Port. (LEV200) Prof.: Carlos Alexandre Gonçalves - 1º semestre de 2011 MORFEMA = entidade abstrata que pode se realizar de várias formas ou não ser identificado com algo no nível fonológico. Ex: Há palavras monomórficas (1 morfe) com uma estrutura polimórfica (mais de um morfema) Morfe = flor - Morfemas ={FLOR} + {SINGULAR} Morfe = peru - Morfemas ={PERU} + {MASC} + {SINGULAR} MORFE = segmento/sequência significativo(a) recorrente que representa um dado morfema. Ex: pedra-s - morfe s, morfema {PLURAL} canta-s - morfe s, morfema {P2} ALOMORFE = Um MORFEMA pode ser representado por vários MORFES denominados ALOMORFES. “Morfes alternantes que podem representar o mesmo morfema em contextos diferentes” (Laroca, p.35) “... diferença de significantes, não de significado: o morfe é outro, o morfema é o mesmo” (Carone, 26) Os alomorfes podem ser: - Fonologicamente condicionados = as variantes (alomorfes) ocorrem em função da combinação de uma forma com contextos fonéticos específicos e mutuamente exclusivos. Quando esse fenômeno ocorre, diz-se que as variantes combinatórias estão em distribuição complementar. Ex: Morfema = {Futuro do pretérito do indicativo] ( Morfes = -ria- ~ -rie-. Cantaria x Cantarias x Cantaria x Cantaríamos x Cantaríeis x Cantariam -rie- só aparece diante de -is-; nos demais contextos, temos -ria-. Aqui, poderíamos dizer que ocorre um processo de assimilação, que, nesse caso, consiste na alteração da vogal baixa por influência da alta seguinte. Há outras mudanças morfofonêmicas (= alterações produzidas no sistema fonêmico, com repercussão no sistema mórfico, como afirma Zanotto, p.40): 1) Crase de vogais iguais: enunciação numa única vogal de duas vogais iguais em juntura fechada Ex: Variação da VT - Pret. Perf. 3ª conj. ( part + i + i = parti part + i+ ia > partia 2) Supressão ou elisão ou sinalefa (vogal átona final que cai em contato com outra vogal diferente): - A vogal temática ocorre na maioria dos tempos, mas pode ficar ausente em função da aplicação dessa regra fonológica. Vejamos: Pres. P1 = am + a+ o > amo vend + e + o > vendo part + i + o > parto Pres. Subj. = am + a + e = ame gato + inho = gatinho gato + a = gata OBS: Alguns autores consideram um caso de alomorfe zero, mas há outros que defendem que a VT deva sempre ser postulada. 3) Ditongação: inserção de semivogal para desfazer hiatos: le ~ lei: le + o = leio; (clare- ~ (clarei- (clare(ar) + DNP de P1 -o- = clare+o = clareio. Europeu + a > europe-a > européia - Morfologicamente condicionados - a presença de uma ou outra variante depende do morfema particular com o qual se combina ou com a classe temática do vocábulo: Ex: /va ~ ia/ _ { 2ª e 3ª conj. Do Pret. Imperf.}cantava x vendia x partia DNP1 ( ~-o- / _ {Presente} (eu) cantaria( x cantasse( x cantava( x canto DNP1 ( ~-i- / _ {Pret. Perf. e Fut. do Ind.} (eu) cantaria( x cantasse( x cantava( x cantarei x cantei - Variantes ditas “livres” = sem condicionante fonológico e/ou morfológico. Embora não haja condicionamento linguístico, podemos depreender, em estudos descritivos, com base em dados empíricos, a atuação de fatores extralinguísticos, como, por exemplo, diferenças regionais, históricas, sociais etc. São casos em geral chamados de raízes doublets. Ex: estrela x estelar; ordem x ordin-ário x orden-ar
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