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arte e direito 2

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TEXTO - LARENZ
O QUE FALTOU DA AULA PASSADA : 
3. A TRIPLA MIMESIS
Mimesis - imitação
Rickert vai retomar para conceituar arte - essa imitação acontece três vezes entre a vida imitada e o leitor da obra, o interprete, quem compreende a imitação.
3.1. PREFIGURAÇÃO
A capacidade que a vida tem de se reptir em padrões e de ser compreendida por nós a partir desses padrões.
Falo de tradição e experiência comum, conhecimento causal do homem comum. As coisas se repetem.
A primeira mimesis ocorre no proprio campo da vida - é a prefiguração
David Hume - ao mesmo tempo que nós acreditamos na liberdade, temos uma grande capacidade de previsão do comportamento do outro.
Vai discutir os padrões que nós seguimos, mesmo que tenhamos uma liberdade. Nós podemos surpreender e não seguir os padrões sociais, mas em regra eles serão seguidos.
Porque existem os padrões se existe liberdade ao mesmo tempo? Duas coisas existem para manter esse padrão: A CULTURA E A RACIONALIDADE. Nem todo mundo é racional o tempo todo e se não é racional, eu também consigo prever comportamento irracional? SIM.
A cultura e a racionalidade, isso torna a liberdade humana previsível e essa previsibilidade é o que dá a prefiguração das histórias. A propria vida nos dá a prefiguração das histórias porque existe a cultura e a racionalidade.
Esse tipo de qualidade nos permite julgar a qualidade / coerência e a verossimelhança da obra. 
Você nunca vai conseguir um desenho perfeito da vida, a vida vai te dar alguns padrões, mas não vai se esgotar. A vida fornece ao artista e ao criados de narrativa em geral certos padrões que ele tem que organizar. 
A prefiguração nao esgota toda a vida - ela vai dar padrões, mas sempre pdoe sair ao contrário do previsto.
O autor vai colher esses padroes de comp. pré existentes e que pode ser conhecido pela observação e vai passar para a segunda parte - configuração
3.2. CONFIGURAÇÃO
Contribuição do autor para a Mimesis e que tá cristalizada no texto.
De varios padrões disponíveis na vida, o autor escolhe organizar de uma certa forma e essa certa forma está no texto, vai depender do objetivo que ele pretende alcançar.
É o que está no texto. A existência do que está no texto é a prova de uma mente criativa e que organizou dentre os vários padroes disponíveis, um certo tipo de padrão.
3.3. REFIGURAÇÃO
Como o leitor atribue sentidos ao texto.
É a terceira mimesis.
O problema: Estamos abrindo mão de uma interpretação verdadeira e objetiva para as obras? Os textos podem ter qualquer interpretação?
Tango de um cantor argentino que foi regravado por Raul Seixas, Gil e Caetano: "O mundo é, foi e será uma porcaria eu já sei..." - ele faz um quadro bastante pessimista da vida e o texto refere o séc. XX como uma porcaria ainda maior, se referindo especificamente à 2ª GM, Guerra Fria, Ditatura, as bombas atômicas. Esse tango é de 1935 - se você fosse a se apegar so ao que é o mundo do autor, seria "as guerras" e o que isso significa? que os outros sentidos que nós trouxemos está errado? Depende do conhecimento que o leitor tem sobre os padrões que estão sendo ali representados e por isso diferentes leitores vão ativar padrões diferentes. 
Guerra Fria, ditaduras militares... está errado? Os sentidos que se atribuem ao texto, além do que o autor quis ou poderia querer, valem também e porque eles valem?
A obra muda e ao mesmo tempo é objetiva - o que permanece na obra e o que muda na obra? O que permanece são os seus signos, mas não o seu significado. o SIgnificado vai mudar porque existe a mudança da realidade e da cultura (os sentidos que a obra vai carregando a medida que a sociedade muda, se a sociedade muda, os sentidos podem também mudar - HISTÓRIA EFEITUAL).
A interpretação é passível de mudança. Os tempos vão mudando, a sociedade também e os significados atrelados a obra vão mudando também por conta do olhar diferente de quem estará o interpretando.
"História dos efeitos, história efeitual" - Haberman - é um problema para os positivistas que querem objetivar o texto e prometem uma segurança. A obra continua sendo a mesma, mas essa permânencia da obra não é absoluta.
Intérprete - tradutor / interpretação artística como reprodutor de uma obra / o intérprete de textos como uma pessoa, por exemplo, que interpreta a Const.
Para Gadamer - toda interpretação é aplicação, não existe interpretação sem aplicação. 
É relevante o que o autor quer mostrar? é sempre importante, mas o autor não manda na obra, ele não vai ser o dono da obra.
ARTE E DIREITO - segunda parte 
A NARRATIVA E A FICÇÃO JURÍDICA
Se a vida tem padrões, nós temos que estudar os padrões narrativos do texto. 
1. INTRODUÇÃO
2. ESTRUTURAS NARRATIVAS
Existem várias escolas de pensamento na teoria da literatura e começaremos pelo Estruturalismo.
Estrutura - elementos de sustentação.
Essas escolas, inspiradas em um autor russo chamado Propp ou em Bremond vão buscar essas estruturas - eles procurar estruturas que servem para qualquer tipo de narrativa e serve para a narrativa jurídica também, porque todas são baseadas em um padrão de ação e uma certa sequência de ação, que é um conceito básico do Direito.
2.1. NUM UNIVERSO FICCIONAL
Universo criado que não precisa respeitas as leis da realidade.
Cada obra da narrativa constitue um mundo que tem suas leis e podem ser as nossas ou não.
Vamos escolher o universo ficcional 007.
Cassino Roialle - o primeiro da sequência atual que está no cinema.
Eco vai dizer que toda obra com essa personagem de 007 dmeonstra 3 tipos de relação bastante invariáveis e fáceis de identificar.
Identificar a personagem de James Bond - orfão, agente secreto, britânico...
Bond é conhecido pela sua fidelidade, bom gosto para mulheres, gosto pelo luxo.
·	Relação de James Bond com o inimigo
Quem é o inimigo de Bond? Organizações terroristas (o Bond de hoje), sempre combate a ameaça a pátria.
Soviéticos ou chineses ou coreanos.
Traço étinico - o outro, etnicamente diferenciado, vai ser seu inimigo. Sempre o estrangeiro racioalmente diferenciado será seu inimigo.
Ele é a representação étnica de sua pátria - raça anglo-sacsonica.
Um moniqueísmo de fundo racista - o autor original de James Bond é racista? Não necessariamente, mas trabalha com esses padrões existentes na G. fria.
Bond é quase invunerável ao inimigo, ele consegue resistir a ameaça do inimigo.
Cassino Royale - Bond ainda está incorporando esse papel e não é tão vulnerável assim.
·	Com o comando
Quem é o comando? A organização, o serviço secreto britânico - "M"
Relação de james com o comando - fidelidade quase absoluta, Bond não cumpre todas as ordem de M. Fidelidade quase absoluta, porque quando desobedece ao comando é pra proteção absoluta da pátria.
Dilema do bom policial - como alcançar um objetivo de proteção da coletividade sem violar a lei e descumprir as ordens.
As vezes o comando impõem a Bond restrições que Bond considera inviáveis e que deve ser desrespeitada para alcançar seu objetivo.
·	Com o par romântico
normalmente a Bondgirl é fisicamente bonita e de personalidade descartável, Bond usa para obter informação e nem sempre salva do perigo essa Bondgir, colocando-a muitas vezes em perigo e a conduzindo a morte.
Relação bem machista de objetificação das mulheres.
Vesper é a grande excessão, ele realmente se apaixona por ela - no começo da sequencia do universo de Bond ele está mais aberto ao amor. 
Padrão de usar as mulheres e descartar.
Qualquer narrativa conseguimos identificar estruturas. 
2.2. NUM GÊNERO
Grande diversidade de obras que têm uma unidade temática.
Narrativa policial - Todorov
Narrativa quem tem um grande sucesso no séc. XIX e tem vários motivos para isso.
O que Todorov identificou que é comum em todas as narrativas policiais e que serve também para entender a narrativa judicial - toda narrativa policial tem duas histórias: A história do crime a história da investigação.
Com esse avanço do racionalismo, diminuição do espaço do mistério e do sobrentural, a narrativa policial é uma das últimasmoradas do mistério. No sec. XX estamos acostumados com a narrativa maravilhosa, porque as certezas da razão foram abaladas. No auge do racionalismo, o que continuava saciando a nossa sede de mistério encontrava lugar na narrativa policial, narrativa de um mistério a ser desvendado. 
Essa estrutura básica tem muitas variações: Todorov identifica duas dessas variações que decorre da posição da personagem principal.
Sherlock Holmes - diferente de Bond. SH desvenda os mistérios insoluveis - é a personagem que vai desfazer o sobrenatural, vai buscar uma explicação racional, vai banir o mistério, o sobrenatural.
literatura fantástica - exitação entre o maravilhoso e o estranho
Sherlock vai afastar o estranho.
Em Bond a investigação é a descoberta do plano criminoso, evitar que ocorra e em Sherlock é para descobrir o que já ocorreu. 
2.3. UNIVERSAIS
Reuter
Ex: oposição de forças, jornada do protagonista.
Modelo de Todorov - INTRIGA MÍNIMA COMPLETA - pra ele as narrativas começam em um equilíbrio que é quebrado e seguido por um período de desequilíbrio rumo a um outro equilibrio e nessa jornada temos períodos de degradação e melhora e o equilíbrio final não necessariamente será igual ao inicial.
MODELO QUINÁRIO - modelo de Reuter - temos o estado inicial que é alterado por uma força pertubadora, que instaura uma dinâmica (sucessão de várias forças/ações), que se encerra com uma força equilibradora e que termina no Estado final. 
A força equilibradora é aquela que consegue interromper a dinâmica.
Modelos que são parecidos - os dois tem a noção de início, meio e fim, o caráter circular, ideia de sucessão de ações. 
Modelo quinário -para o modelo quinário, se o bem ou o mal vence não faz diferença, importa é que se feche um circulo.
Grande diferença é que há a ênfase na ideia de força no modelo quinário - essa ideia de força remete a ideia tanto científica, como jurídica, remete a ideia de causa, relação entre causa e efeito (nexo de causalidade). Quem dá causa a um efeito responde pelo efeito? Nem sempre, mas como regra sim. As vezes você deu causa a um efeito por um erro e as vezes você responde não porque você causou o efeito, mas porque você tinha o dever de evitar.
Nas narrativas é crucial saber o que está provocando força, principalmente a que começa e termina o efeito.
3. A NARRATIVA JURÍDICA
4. A FICÇÃO JURÍDICA 
4.1. POR CRIAÇÃO LEGAL
4.2. POR DESENVOLVIMENTO JURISPRUDENCIAL

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