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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Final dos anos 1970 e início dos anos 1980 → agravamento das carências sociais e afrouxamento do regime autoritário → Movimento da Reforma Sanitária (movimento popular de caráter reivindicatório). REFORMA SANITÁRIA: Proposta: construção de uma nova política de saúde efetivamente democrática, tomando por base a equidade, a justiça social, a descentralização, a universalização e a unificação como elementos essenciais para a reforma do setor. 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), com a incorporação ao sistema previdenciário aos trabalhadores rurais, empregados domésticos e outras categorias de trabalhadores. 1975: criação do Sistema Nacional de Saúde (lei 6229), como resultado da V Conferência Nacional de Saúde. 1977: criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social, promove pequena abertura para ações de atenção integral na rede pública, incluindo planejamento e participação popular na gestão do sistema (tudo muito incipiente). 1978: acontece a Conferência Internacional de Saúde de Alma-Ata, garantindo cuidados na atenção primária para todos, aumento do acesso e participação da comunidade. 1980: realização da VII Conferência Nacional de Saúde, construção do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). 1986: realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, constitui-se como marco para a saúde pública no Brasil, pelo seu caráter democrático. Grande participação popular (em torno de 1000 delegados de diversos segmentos, como usuários, trabalhadores, partidos políticos, universidades, parlamentos e gestores. E cerca de 4000 participantes). 1988: constituição da base para o texto da Assembleia Nacional Constituinte. o SUS: pela primeira vez se contempla explicitamente a saúde (Art. 196 a 200). o Artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.” 1990: o 19 de Setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde nº 8080: dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e da outras providências. O SUS é um conjunto de ações e serviços de saúde por órgãos e instituições públicas (federal, estadual e municipal) e instituições privadas (complementar) e administração direta e indireta e de fundações mantidas pelo poder público. o 28 de Dezembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde nº 8142: dispõe sobre a participação da comunidade, por meio de Conselhos e Conferências, na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS: Princípios Doutrinários: 1. Universalidade: Todos tem direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde. 2. Equidade: Justiça social, tratar desigualmente os desiguais, alocar recursos onde as necessidades são maiores, considerar diferenças entre grupos de indivíduos. “O SUS deve disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um.” 3. Integralidade: Considerar a pessoa como um todo, indivisível. Integralidade do corpo, das ações de promoção, proteção e recuperação e do sistema (prestação de assistência integral, sistema composto pelas unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade) Princípios Organizativos: 1. Regionalização/Hierarquização: reorganizar a rede de serviços de saúde em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejamento a partir de critérios epidemiológicos, com definição da população a ser atendida. I. Hierarquização: tem como base a concepção de Unidade Básica de Saúde como porta de entrada do sistema. A rede básica responderia pela resolução de 80% dos problemas, sendo o restante referido ao sistema de atenção secundária e terciária. Fluxos de encaminhamento (referência) e de retorno de informações ao nível básico do serviço (contrarreferência). II. Regionalização: organização centrada nos distritos sanitários. Os distritos contribuem para a organização de um sistema com maiores perspectivas de proporcionar uma atenção mais resolutiva e equânime. “No nível municipal, o SUS poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.” (Lei 8080) 2. Descentralização: transferência ou redistribuição das responsabilidades de gestão e quanto às ações e aos serviços de saúde entre os vários níveis de governo, cada esfera de governo deve ser capaz de assumir responsabilidade para melhorar a saúde da população. A realidade local é o determinante principal para o estabelecimento de políticas de saúde (municipalização). Contribui para uma organização mais racional do sistema e dinamiza o controle à medida que aproximam as decisões da população-alvo. Comando único: direção única em cada esfera de governo. 3. Participação Popular: espaço amplo e democrático, troca de saberes, participação da comunidade na gestão e controle do SUS. Através de suas entidades representativas, participarão do processo de formulação de políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Esta participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de saúde. Outra forma de participação são as Conferências de Saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde. A implementação do SUS foi complicada pelo apoio estatal ao setor privado, pela concentração de serviços de saúde nas regiões mais desenvolvidas e pelo subfinanciamento crônico. Apesar dessas limitações, o SUS conseguiu melhorar amplamente o acesso à atenção básica e de emergência, atingir uma cobertura universal de vacinação e assistência pré-natal e investir fortemente na expansão dos recursos humanos e de tecnologia, incluindo grandes esforços para fabricar os produtos farmacêuticos mais essenciais ao país. Alguns dos desafios futuros do SUS são a reforma de sua estrutura de financiamento, com vistas a assegurar a universalidade, igualdade e sustentabilidade no longo prazo, a renegociação dos papéis público e privado, a adequação do modelo de atenção para atender às rápidas mudanças demográficas e epidemiológicas do país e a promoção da qualidade do cuidado e da segurança dos pacientes. Em última análise, os desafios enfrentados pelo SUS são políticos, pois não podem ser resolvidos na esfera técnica, só poderão ser solucionados com os esforços conjuntos dos indivíduos e da sociedade. NORMAS OPERACIONAIS DO SISTEMA: A implantação do SUS foi um processo orientado por normas operacionais do SUS, instituídas por portarias do Ministério da Saúde. Definiram as competências de cada esfera de governo; Definiram condições para os estados e municípios assumirem as novas atribuições no processo de implantação do SUS; Definiram critérios para os estados e municípios se habilitarem a receber repasses de recursos do FNS para seus respectivos fundos de saúde; Repasse de recursos condicionado ao cumprimento de requisitos e ao compromisso de assumir responsabilidades referentes à gestão do sistema de saúde. Norma Operacional Básica do SUS: o NOB-SUS 01/93: Descentralização da gestão das ações e serviços de saúde. Recebimento de recursos fundo a fundo, para isso estados e municípios deveriam se habilitar em condições de gestão de acordo com a capacidade das secretarias de saúde. Nacional/União → Ministro de Saúde (MS) → Gestor → Comissão Tripartite (CIT) → Comissão Intergestora → Conselho Nacional → Colegiado Participativo Estado → Secretaria Estadual de Saúde (CONASS) → Gestor → Comissão Bipartite (CIB) → Comissão Intergestora → Conselho Estadual → Colegiado Participativo → Gestão Parcial ou Semi-plena: PARCIAL: A SES assume a responsabilidade pela programação integrada com seus municípios, abrangendo manutenção de serviços e investimentos, gestão dos recursos próprios e dos transferidos pela união. SEMI-PLENA: Respeitadas prerrogativas e responsabilidades dos municípios, a SES assume completa responsabilidade sobre a gestão da prestação de serviços. Município → Secretaria Municipal de Saúde (Conasems) → Gestor → Não possui comissão intergestora → Conselho Municipal → Colegiado Participativo → Gestão Incipiente, Parcial ou Semi-plena: INCIPIENTE: A SMS assume imediata ou progressivamente a responsabilidade sobre a contratação e autorização do cadastramento de prestadores; programação e autorização da utilização das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) e dos procedimentos ambulatoriais prestados por unidade; controle e avaliação dos serviços ambulatoriais e hospitalares; demonstra disposição em gerenciar as unidades ambulatoriais do município; incorporação à rede de serviços ações básicas de saúde, nutrição, educação, vigilância epidemiológica e sanitária; ações de vigilância do ambiente e processo de trabalho, assistência e reabilitação do acidentado do trabalho. PARCIAL: A SMS assume todas as responsabilidades anteriores e assume o gerenciamento das unidades ambulatoriais. SEMI-PLENA: A SMS assume completa responsabilidade sobre a gestão da prestação de serviços (planejamento, cadastramento, contratação, controle e pagamento dos prestadores ambulatoriais e hospitalares, públicos e privados; assume o gerenciamento de toda rede pública existente no município; recebe mensalmente o total dos recursos financeiros para custeio correspondentes aos tetos ambulatorial e hospitalar.) Os municípios sem condições técnicas e materiais para NENHUMA modalidade, entram para o programa de capacitação sob responsabilidade estatal. o NOB-SUS 01/96: Consolidar pleno exercício do poder municipal no SUS. Redefinir as responsabilidades das três esferas de governo (União e Estado são co-responsáveis pela saúde da população. Município é o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu território). Reordenação do serviço de atenção. Transferências fundo-a-fundo (regular e automática). Acompanhamento, controle e avaliação da qualidade do serviço. Vínculo dos serviços com usuários. Implantação do PAB – Piso de Atenção Básica: estipulação de um valor fixo, per capita, a ser repassado aos municípios, para que eles organizem a atenção básica de saúde. Condição da gestão Municipal → Plena da Atenção Básica e Plena do Sistema Municipal: PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA: prestação dos serviços relacionados aos procedimentos cobertos pelo PAB (assistência farmacêutica básica, saúde da família, agentes comunitários, carência nutricional, vigilância sanitária e epidemiológica) e gerência de unidades ambulatoriais. PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL: recursos para assistência básica e assistência especializada ambulatorial e hospitalar. Condição da gestão Estadual → Avançada do Sistema Estadual e Plena do Sistema Estadual: AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL: contratação, controle, auditoria e pagamento do conjunto dos serviços de assistência especializada e dos prestadores de serviços incluídos no PAB dos municípios não habilitados. PLENA DO SISTEMA ESTADUAL: contratação, controle, auditoria e pagamento do conjunto dos serviços sob gestão estadual. Programação Pactuada Integrada – PPI: envolve as atividades de assistência ambulatorial e hospitalar, de vigilância sanitária e epidemiologia e controle de doenças, constituindo um instrumento essencial de reorganização do modelo da atenção e da gestão do SUS, de alocação de recursos e de explicitação do pacto estabelecido entre as três esferas do governo. Traduz as responsabilidades de cada município com a garantia de acesso da população aos serviços de saúde, quer pela oferta existente no próprio município, quer pelo encaminhamento a outros municípios, sempre por intermédio de relações entre gestores municipais, mediadas pelo gestor estadual. Observa os princípios da integralidade das ações de saúde e da direção única em cada nível de governo, traduzindo todo um conjunto de atividades relacionadas a uma população especifica e desenvolvida num território determinado. Norma Operacional de Assistência à Saúde do SUS: o NOAS-SUS 2001-2002: Objetivos: a integralidade, equidade e cuidado à saúde; promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção. Estratégias: regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade; ampliar as responsabilidades dos municípios na atenção básica (Piso de Atenção Básica Ampliada); elaboração do Plano Diretor de Regionalização e diretrizes para a organização regionalizada da assistência; criar mecanismos para o fortalecimento da gestão do SUS; atualizar os critérios de habilitação dos estados e municípios. PISO DE ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA: Identificação de áreas estratégicas mínimas, relacionadas a problemas de saúde de abrangência nacional. Saúde da mulher, da criança, bucal, controle da hipertensão, diabetes, tuberculose e eliminação da hanseníase. PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO – PDR: instituir o PDR como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada estado, baseado na definição de prioridades coerentes com as necessidades de saúde da população e garantia de acesso a todos os níveis de atenção. Fundamenta-se na conformação de sistemas funcionais e resolutivos na assistência à saúde, como organização do território em regiões/microrregiões de saúde, módulos assistenciais, redes hierarquizadas de serviço, fluxos de referência e contrarreferência intermunicipais. Garantir a integralidade. Elaborado para garantir acesso dos cidadãos, o mais próximo possível de suas residências, a um conjunto de ações e serviços mínimos (assistência pré-natal, parto e puerpério; acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; cobertura universal PNI- vacina; ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; tratamento dos problemas mais comuns na infância; atendimento aos casos agudos de maior incidência; acompanhamento os portadores de doenças crônicas de alta prevalência; tratamento clinico e cirúrgico de pequenas urgências ambulatoriais; tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais frequentes; controle das doenças bucais mais comuns; suprimento/dispensação dos medicamentos da farmácia básica). Elaborado para garantir acesso dos cidadãos aos serviços necessários à resolução de seus problemas de saúde, em qualquer nível de atenção, diretamente ou mediante o estabelecimento de compromissos entre gestores para o atendimento de referências intermunicipais. Conceitos-chave para a organização da assistência no âmbito estadual, que deverão ser observados no PDR: REGIÃO DE SAÚDE: base territorial de planejamento da atenção à saúde, não necessariamente coincidente com a divisão administrativa do estado, definida pela SES; pode conter um ou mais módulos. MÓDULO ASSISTENCIAL: módulo territorial com resolubilidade correspondente a um conjunto mínimo de serviçosde média complexidade, constituído por um ou mais municípios. MUNICÍPIO-SEDE DO MÓDULO ASSISTENCIAL: município existente em um módulo assistencial que apresente a capacidade de ofertar a totalidade dos serviços correspondentes ao primeiro nível de referência intermunicipal, com suficiência para sua população e para a população de outros municípios a ele adscritos. MUNICÍPIO-POLO: município que, de acordo com a definição da estratégia de regionalização de cada estado, apresente papel de referência para outros municípios, em qualquer nível de atenção. Atualização dos critérios de habilitação dos municípios: os municípios passam a assumir, no mínimo, a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (PAB-A), devendo organizar as ações neste nível de atenção. NORMA CONTEÚDO NORMATIVO NOB-SUS 01/93 Criação do CIT e CIB. Condições de gestão de municípios: incipiente, parcial ou semi- plena; estados: parcial ou semi-plena. NOB-SUS 01/96 Instituição PAB fixo e variável. Condições de gestão de municípios: plena da atenção básica ou plena do sistema municipal; estados: avançada ou plena do sistema estadual. Criação do PPI. NOAS-SUS 2001/2002 Ou 01/01 01/02 PAB-Ampliado. Condições de gestão de municípios: plena da atenção básica ampliada ou plena do sistema municipal; estados: avançada ou plena do sistema estadual. PDR: regiões e microrregiões de saúde, módulos assistenciais. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS): São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas, por meio de sistema de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. São sistemas organizados por meio de um conjunto coordenado de pontos de atenção de saúde, no intuito de prestar assistência continua e integral a uma população definida. A estrutura operacional da RAS é definida com base populacional de referência. Características principais: - Poliárquica: formação de relações horizontais entre os pontos de atenção, tendo APS como centro de comunicação. - Responsabilização por atenção continua e integral. - Compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos. - Cuidado multiprofissional. - Centralidade nas necessidades da saúde da população. ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: É um conjunto de intervenções de saúde no âmbito individual e coletivo que envolve: promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. É desenvolvida por meio de exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios (território-processo) bem delimitados, das quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância das populações. É o contato preferencial do usuário com o sistema de saúde. Orienta-se pelos princípios de universalidade, acessibilidade ao sistema, continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade e participação social. A APS deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, integralidade e inserção sócio-cultural, e buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento das doenças e a redução dos danos ou sofrimentos que possam estar comprometendo suas possibilidades de viver de modo saudável. o FUNÇÕES: - Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população. - Organização: visa organizar os fluxos e contra-fluxos dos usuários pelos diversos pontos de atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde. - Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuários em qualquer ponto de atenção à saúde em que estejam. o PRINCÍPIOS: - Primeiro Contato: a APS deve ser a porta/ponto de entrada de fácil acesso ao usuário para o sistema de serviços de saúde. Melhores resultados de saúde, custos totais mais baixos, redução na morbidade e mortalidade. - Longitudinalidade: lidar com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos no decorrer de um período de anos. Menor utilização do serviço, melhor atenção preventiva, atenção mais oportuna e adequada, menos doenças preveníveis, melhor reconhecimento dos problemas dos usuários, menos hospitalizações, custos totais mais baixos. - Integralidade: exige que a APS reconheça as necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las. Assegura que os serviços sejam ajustados às necessidades de saúde da população. - Coordenação: sua essência é a disponibilidade de informação a respeito dos problemas de saúde e dos serviços prestados. - Centralização na Família/Abordagem Familiar: remete ao conhecimento pela equipe de saúde dos membros da família e dos seus problemas de saúde. É implementada a partir da Estratégia da Saúde da Família mediante a implantação de equipes multiprofissionais nas unidades básicas de saúde. - Orientação Comunitária: utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas avaliativas de forma complementar, para ajustar os programas para que atendam às necessidades específicas de saúde de uma população definida. Também diz respeito ao envolvimento da comunidade na tomada de decisão em todos os níveis de atenção. ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE: Microrregião. Média complexidade. Especialistas cumprem um papel de interconsultor e suporte à APS. ATENÇÃO TERCIÁRIA À SAÚDE: Macrorregião. Alta complexidade. Devem ser alocados de acordo com a necessidade de micro e macrorregiões. Devem cumprir a função de responder às condições agudas ou aos momentos de agudização das condições crônicas, conforme o estabelecido em diretrizes clínicas baseadas em evidências. SISTEMAS LOGÍSTICOS E DE APOIO A RAS: Os sistemas necessariamente devem ser transversais a todas as redes temáticas e os níveis de atenção. Sua articulação é fundamental para proporcionar atenção integral a população dentro de padrões razoáveis de custo/efetividade. o LOGÍSTICOS: sistema de acesso regulado; registro eletrônico em saúde; sistema de transporte em saúde. o APOIO: sistema de apoio diagnóstico e terapêutico; sistema de assistência farmacêutica; teleassistência; sistema de informação em saúde. RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS GESTORAS NA ATENÇÃO BÁSICA: o FEDERAL (MINISTÉRIO DA SAÚDE): - Elaborar diretrizes da política nacional de atenção à saúde; - Co-financiar o sistema de saúde; - Ordenar a formação de recursos humanos; - Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da saúde; - Manter as bases de dados nacionais. o ESTADUAL (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE): - Acompanhar a implantação e execução das ações de saúde em seu território; - Regular as relações inter-municipais; - Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu território; - Co-financiar as ações de saúde; - Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da saúde em seu território. o MUNICIPAL (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE): - Garantir os serviços de atenção básica à saúde e prestar serviços em sua localidade, em parceria com as esferas federal e estadual; - Criar políticas de saúde e colaborar com a aplicação das políticas estaduais e federais; - Aplicar recursos próprios (mínimo 15%) e os repassados pela União e Estado; - Administrar os serviços de saúde, mesmo os mais complexos. SAÚDE DA FAMÍLIA: É entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento deum número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A Estratégia da Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS, importante movimento com o intuito de reordenar o modelo de atenção no SUS. Busca maior racionalidade na utilização dos demais níveis assistenciais e tem produzido resultados positivos nos principais indicadores de saúde das populações assistidas. Equipes Saúde da Família: o Compostas: no mínimo, 01 médico da família, 01 enfermeiro, 01 auxiliar de enfermagem e 06 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta com 01 dentista, 01 auxiliar em saúde bucal e 01 técnico em saúde bucal. o Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil de uma determinada área, e estas passam a ter corresponsabilidade no cuidado à saúde. o O atendimento ocorre, principalmente, nas unidades de atendimento básico, nas residências e na mobilização da comunidade. O atendimento caracteriza-se como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde: por ter um território definido sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco nos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção de saúde; por estabelecer vínculos de compromisso e de corresponsabilidade com a população; por estimular a organização das comunidades para exercer o controle social das ações e serviços de saúde; por utilizar sistemas de informação para o monitoramento e tomada de decisões; por atuar de forma intersetorial por meio de parcerias estabelecidas com diferentes segmentos sociais e institucionais, de forma a intervir em situações que transcendem a especificidade do setor de saúde e que tem efeitos determinantes sobre as condições de vida e saúde dos indivíduos-famílias-comunidade. Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF): Foi criado visando apoiar a inserção da Estratégia da Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primária bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização. O NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os usuários. Tem como responsabilidade atuar e reforçar 9 diretrizes na atenção à saúde: - Interdisciplinaridade; - Intersetorialidade; - Educação Popular; - Território; - Integralidade; - Controle Social; - Educação Permanente em saúde; - Promoção da saúde; - Humanização. Deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em conjunto com os profissionais das ESF. NASF 1: no mínimo 05 profissões de nível superior vinculado de 08 a 20 ESF, como psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional da educação física, nutricionista, terapeuta ocupacional, médico ginecologista/homeopata/acupunturista/pediatra/psiquiatra. Excepcionalmente, nos municípios com menos de 100000 habitantes dos estados da região norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 05 ESF e no máximo, 20 ESF. NASF 2: no mínimo 03 profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes vinculado à no mínimo 03 ESF, como psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional da educação física, nutricionista, terapeuta ocupacional. Fica vedada a implantação de duas modalidades de forma concomitante nos municípios e no Distrito Federal. O NASF está dividido em 9 áreas estratégicas, sendo elas: - Atividade física/práticas corporais; - Práticas integrativas e complementares; - Reabilitação; - Alimentação e nutrição; - Saúde mental; - Serviço social; - Saúde da criança/do adolescente/do jovem; - Saúde da mulher; - Assistência farmacêutica.
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