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SIMULADA III SEMANA 4

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Aluna: SANDRA 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DE CURITIBA/PR 
 
 PROCESSO Nº 
 JORGE, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, movidos pelo membro do Ministério Público, vem a presença de Vossa Excelência, por conduto do seu advogado devidamente constituído conforme instrumento procuratório anexo, com endereço profissional em (endereço completo), propor: 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
 Com fundamento nos artigos 403, parágrafo 3º, do Código de Processo Penal, mediante os fatos e fundamentos ora expostos. 
 1 - DOS FATOS 
 Segundo denúncia do Ministério Público Estadual, o denunciado encontra-se incurso pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.07 2/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. Ocorre que o denunciado praticou conjunção carnal com a vítima após terem se conhecido em u m bar. Na ocasião, pela aparência da jovem e pelo ambiente que que se encontrava, ele acreditou que ela era maior de idade, de forma que não sabia estar cometendo um crime. O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, local de residência do réu. Na audiência de instrução e julgamento, a própria vítima admitiu que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos. As testemunhas de defesa, amigos de Jorge, disseram que o comportamento e a vestimenta de Analisa eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze anos), e que Jorge não estava embriagado quando conheceu Analisa. A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. Em síntese, são os fatos.
 2 - DO MÉRITO 
2.1 – DA ABSOLVIÇÃO 
 O acusado tinha motivos que bastem para crer que a vítima era maior de idade, de forma que este é um caso de erro sobre elementos do tipo na forma do artigo 20, parágrafo 1º, do Código Penal, onde , uma vez que se a situação de fato fosse conforme as circunstâncias que ele acreditava ser, a ação seria legítima. Uma vez que o crime de estupro de vulnerável não possui a modalidade de culpa, requer a absolvição d o réu, conforme o artigo 386, VI, do Código de Processo Penal.
2.2 – DA DESCLASSIFICAÇÃO 
 Vez que a forma “ato libidinoso” passou a ser levada em conta como conjunta a conjunção carnal, e que lendo o último termo já se pode entender a prática de qualquer ato, não há que se falar em dois crimes nesta situação, ficando então desconstituído o concurso material do artigo 69, d o Código Penal. Conforme esta novatio legis in mellius, só se pode alegar um crime de estupro de vulnerável do artigo 217-A, do Código Penal.
2.3 – DA INAPLICABILIDADE DA AGRAVANTE 
 Não há que se alegar a agravante da embriaguez preordenada do artigo 61, II, alínea I do Código Penal, pois o agente não se embriagou visando cometer o crime. Não se pode aplicar aqui a teoria da actio libera in causa, posto que ele nem sequer sabia estar cometendo um crime até depois do fato, descobrir a idade da vítima. Conforme depoimento das testemunhas, o acusado não estava embriagado, e pode-se alegar ainda que se em algum momento ingeriu bebida alcoólica foi apenas por estar em uma saída com os amigos, afim de se divertir, sem pretender nenhum ato ilícito. 
 
 
2.4 – DA APLICAÇÃO DE PENA MÍNIMA
 O réu é primário. Tem bons antecedentes e residência fixa, além de não representar perigo para a sociedade - e assim o sendo - pede-se que, em sendo condenado, seja aplicada a pena mínima e o regime semiaberto (vez que cabe para condenação de 8 anos). Se visado o artigo 2º da Lei de Crimes Hediondos 8072/90, que requer que se inicie o cumprimento em regime fechado, é preciso então lembrar que a súmula vinculante 26, do STF, dispõe que aquele artigo é inconstitucional, de forma que é possível sim o início em regime diferente do fechado, de acordo com as circunstâncias do caso.
 3 – DOS PEDIDOS 
a - Que seja o réu absolvido ante o permissivo do artigo 386, VI, do Código de Processo Penal;
 b - Que seja o crime desqualificado para crime único do artigo 217 -A, do Código Penal, ante a presença do novatio in mellius;
 c- Uma vez sendo prolatada sentença condenatória, que seja declarada a inaplicabilidade da agravante;
 d- Caso seja condenado, que seja ao réu aplicada pena mínima e declarado o regime semi-aberto como de cumprimento inicial d a pena, com base no artigo 33, dó Código Penal, e na Súmula Vinculante 26, do STF;
 e - Procedência dos pedidos dessa peça processual. 
 Termos em que, 
Pede deferimento. 
29 de abril de 2014, Curitiba/PR
Advogado OAB/UF

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