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TRABALHO CIVIL VI PARA AV2 2016

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ATIVIDADE ESTRUTURADA AV2
Semana 14: INVENTÁRIO E PARTILHA
(OAB---PR 2005 adaptada) Antônio, viúvo desde janeiro de 2000, é pai de Bruno, Cláudio, Daniela e Ernesto. Em 15 de janeiro de 2001, Antônio realizou testamento público, na forma da lei, no qual dispôs o seguinte: a seu filho Bruno deixa metade da denominada Parte disponível se seu patrimônio; a Fábio, seu melhor amigo, deixa o terreno situado na Rua dos Anzóis, n. 77, Bairro Ribeirinho, na Cidade de Rio Claro; a sua filha Daniela deixa joias da família. Declara que todas as disposições testamentárias se referem à parte disponível da herança. Declara, ainda, deserdado o filho Cláudio, sob fundamento de que este não se casou Com a mulher por ele indicada, filha de grande amigo da família. Nessa data, o terreno da Rua Anzóis valia 60 mil reais, as joias valiam 8 mil reais e o patrimônio total era de 300 mil reais. Antônio morre em 12 de janeiro de 2004. Sabendo---se que o valor total do patrimônio de Antônio na data de sua morte era de 160 mil reais, já incluídos aí o terreno situado na Rua dos Anzóis, que na data da morte de Antônio valia 70 mil reais, e as joias de família que na mesma Data valiam 10 mil reais, em consulta feita por Daniela responda: 
a). Qual o valor ou fração da herança caberá a Cada filho do falecido?
RESP: A cada um dos filhos caberá 1/8 do valor total da herança, ou seja1/4 da legítima. A legítima é de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), cada um receberá R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
 b). É válida a deserdação de Cláudio? Por quê?
RESP: Não, porque não ter casado com quem o pai desejava não é caso de indignidade e nem é caso de deserdação, apesar de ser um ato manifesto da vontade do autor da herança e encontra-se elencado no rol do Art. 1814, 1962 e 1963 do Código Cívil, senão vejamos:
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.
c). Todas as disposições testamentárias serão juridicamente eficazes?
RESP: Não serão eficazes naquele valor que o Antônio deixou, porque o valor do patrimônio listado na época diminuiu. Segundo entendimento jurisdicional; havendo herdeiros necessários o testador só poderá indispor da metade da herança, conforme Art. 1789 CC 
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
d). Os legados deverão ou não ser entregues aos respectivos legatários? Explique e fundamente completamente sua resposta.
RESP: Legado é coisa certa e tem que ser cumprido, contudo não pode ultrapassar a legítima. O autor do inventário teve o valor de seu patrimônio reduzido e se faz necessário nova partilha, sobre valores em espécie, porque os bens móveis e imóveis (os legados) permaneceram aos herdeiros já destinados.
O patrimônio na morte era de R$ 160.000,00 – total;
 R$ 70,000,00 – terreno;
 R$ 10.000,00 – jóias;
O restante R$ 80.000,00 (oitenta mil) será dividido:
 R$ 20.000,00 – para Bruno; 
 R$ 20.000,00 – para Cláudio
 R$ 20.000,00 – para Ernésto;
 e R$ 20.000,00 – para Daniela. 
 
 Feita essa análise, Daniela lhe apresenta algumas outras dúvidas. Para prestar informações completas ao seu cliente e considerando hipoteticamente que as cidades antes indicadas estão localizadas em seu Estado, pesquise as seguintes informações:
 1- Que prazo está sendo adotado para a abertura do inventário: os trinta dias previstos no Código Civil ou os sessenta dias previstos no Código de Processo Civil (ambos contados da abertura da sucessão)? 
RESP: A sucessão se abre no último domicílio do falecido. O prazo previsto para inventários segundo o código civil é de 30 dias a contar da abertura da sucessão, já no Novo CPC, o processo de inventário deve ser instaurado dentro de 2 meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esse prazo.
2- Não observado o prazo para abertura da sucessão há alguma penalidade prevista em seu Estado? Identifique-a em caso afirmativo.
RESP: De acordo com a Lei Estadual Nº 3633/2001, se o inventariante não for aberto após 60 dias após o óbito, há incidência de multa no valor de 10% do imposto devido na transição de “causa mortis”.
 3- Qual é o prazo para encerramento do processo de inventário?
RESP: o processo ultima-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar o prazo.
 4- No caso analisado, qual o foro competente para a propositura da ação? Explique sua resposta.
RESP: No último domicílio do falecido, apesar do caso não citar explicitamente, deduz-se Rio Claro.
 5- Qual o valor da causa? Identifique as custas processuais e taxas judiciárias incidentes ao caso em análise, de acordo com as regras vigentes em seu Estado. 
RESP: O valor da causa é de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) na data de 12/01/2004; R$ 461,04 pelo inventário com um bem imóvel; Formal de partilha R$ 86,89; Apresentação de testamento R$ 66,21; Conferência de fotocópia por folha R$ 2,59; Diligências pessoais do serventuário R$ 25,46; Diligências pessoais do Magistrado R$ 106,96.
6- Que certidões negativas de débito fiscal devem ser apresentadas e como elas podem ser obtidas em seu Estado?
RESP:
Certidão da Justiça Federal em nome do falecido e do espólio se houver;
Certidão Conjunta de Débitos relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União;
Certidão do 9º Ofício do Registro de Distribuição – Certidão Vintenária em nome do falecido, do espólio e em relação ao imóvel, certificando a situação do falecido, do espólio e do imóvel junto a Fazenda Pública e o Município;
Certidão de Ônus Reais sobre o imóvel. Deve ser retirada no cartório responsável pela circunscrição onde se encontra o imóvel, para comprovar se existe algum gravame em relação ao imóvel objeto de herança;
Certidão de Situação Fiscal e Enfitêutica – para certificar a situação fiscal e de enfiteuse em relação ao imóvel objeto de herança;
Certidão Negativa de Débitos da Fazenda Estadual – relativo a dívidas do falecido com relação a impostos estaduais, como IPVA, ICM / ICMS, ITBI, ITCMD;
Certidão ou documento oficial comprobatório do valor venal dos bens imóveis (IPTU);
4.Certidão negativa de tributos municipais que incidam sobre os bens imóveis do espólio;
Certidão de Regularidade do ITCMD – (obs.: Juiz não é competente para determinar pagamento do ITCMD, porque o fato gerador só com a escritura).
 7- Qual o valor do ITCMD a ser recolhido de acordo com as regras vigentes em seu Estado?
RESP: No Rio de Janeiro, se nele estiver o imóvel a ser transmitido, o valor
é calculado aplicando-se a alíquota de 4% para base do (artigo 17 - Lei nº 1.427/89).
 8- Em seu Estado é possível a compensação do ITCMD com precatórios do Estado? Em caso afirmativo, qual deve ser o procedimento?
RESP: A partir de 2011 é possível sim fazer a compensação. A Lei nº 6.136, de 28 de dezembro de 2011, sancionada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, junta este estado aos estados do Amazonas, Alagoas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, além do Distrito Federal., que já utilizam a compensação de precatórios com seus créditos tributários.
http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/296844477/recurso-ordinario-em-mandado-de-seguranca-rms-48760-pr-2015-0164896-0
Data de publicação: 18/12/2015 
Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. COMPENSAÇÃO DE ITCMD COM PRECATÓRIO ALIMENTAR. EC 62/2009. FUNDAMENTO INSUFICIENTE PARA A NEGATIVA DO PEDIDO. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF. PREVISÃO LEGAL. LEI ESTADUAL 14.470/04. ART. 170 DO CTN . PRECEDENTE. RMS 43.617/PR. 1. A declaração de inconstitucionalidade da EC 62/2009 pelo STF, nas ADI's 4.357/DF e 4.425/DF, impede que se use esse fundamento para negar pretensões compensatórias de tributo com precatório quando existe lei estadual autorizativa. 2. Ressalte-se que o pedido não se embasa no poder liberatório para pagamento de tributos de precatório vencido e não pago, previsto no art. 78, § 2º, do ADCT, mas, sim, em Lei Estadual específica fundada no art. 170 do CTN. 3. Existindo lei especial, não há porque indeferir o pedido compensatório, utilizando-se como fundamento a referida emenda já declarada inconstitucional. 4. "A Lei paranaense 14.470/2004 autoriza a compensação de débito de Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) com crédito de precatório alimentar cedido por terceiro". RMS 43.617/PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/10/2013, DJe 16/10/2013. Precedente idêntico. Recurso ordinário provido.
 9- Há alguma isenção de ITCMD em seu Estado que possa ser aplicada ao caso em análise? Explique sua resposta.
RESP: Não é aplicável a isenção, pois não cumprem os requisitos dos fatos geradores.
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Semana 06: SUCESSÃO E UNIÃO ESTÁVEL.
Aplicar a caso prático Desenvolvimento: Guilherme, 40 anos e Lorena, 35 anos, vivem em união estável desde outubro de 2000. Da união nasceram dois filhos Gustavo, 8 anos e Luciana, 6 anos. A união não foi constituída por meio de escritura pública e, tão pouco, escrito particular. Antes do estabelecimento da convivência Lorena possuía uma casa na Cidade de Florianópolis, imóvel que vendeu em 2005 e com o produto da venda adquiriu casa em Curitiba, na qual residia com a família. Guilherme, após o estabelecimento da convivência, em dezembro de 2001, adquiriu um carro com economias que vez decorrentes de salários recebidos durante aquele ano. Em janeiro de 2011, Lorena falece em virtude de grave acidente. Guilherme lhe procura para que providencie a partilha dos bens da companheira, mas lhe faz uma série de perguntas. Elabore um parecer explicativo a Guilherme, respondendo às suas perguntas: 
O que é união estável e qual sua diferença com o casamento?
Resp: União estável é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. Poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
 Uma vez que a união nunca foi constituída em documento público ou particular, pode-se afirmar que há regime de bens aplicável ao casal? Explique sua resposta e aponte seus efeitos. 
Resp: Ainda que não solene existe um regime de bens elencados nos termos do art. 1.725, do Código Civil, “na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens”. 
Assim, não havendo contrato dispondo em contrário, as regras são aquelas que dispõem que os bens adquiridos antes do casamento ou recebidos em doação ou por herança não se comunicam entre os companheiros. Somente se comunicam, ou seja, devem ser partilhados entre os companheiros, bens adquiridos na constância da união. 
Se ficar estabelecido em contrato as mesmas regras adotadas no regime da separação total de bens, tanto os bens adquiridos antes como os obtidos durante a união estável não se comunicarão, isto é, não serão objeto de partilha entre os companheiros.
 Com a morte de Lorena, Guilherme terá algum direito sucessório sobre os bens por ela deixados? Explique sua resposta. 
RESP: Conforme entendimento, há meação nos bens adquiridos na constância da união, para os bens adquiridos antes da constância da união, o regime é o mesmo de separação total. Não é permitido que os bens adquiridos por cada um, antes da união, bem como os recebidos por herança ou doação, se comuniquem, ainda que esse seja o desejo dos companheiros. 
Com a morte de Lorena, Guilherme terá direito a metade do carro e concorrerá nos outros 50 % de uma parte proporcional aos dos filhos. Ou seja, Guilherme terá 50% da meação + 1/3, ou 16.66% da parte dos filhos. Já a casa que foi adquirida antes da constância da união, portanto a partilha da casa será apenas para os descendentes. 
O sistema de sucessão estabelecido pelo Código Civil de 2002 para a união estável é adequado? Explique sua resposta apontando vantagens e desvantagens. 
 PENSÃO POR MORTE - no caso do casamento o INSS reconhece com as certidões, na União Estável o cônjuge vai ter que provar, demora mais tempo e muitas vezes tem que buscar no judiciário mediante prova;
DIREITO REAL DE HABITAÇÃO – No casamento o não existe tempo para Direito real de Habitação; na União Estável é um Direito real temporário; 
SUCESSÃO DE BENS: o cônjuge ocupa terceiro lugar na sucessão hereditária e participará da sucessão do falecido com relação à totalidade dos bens, quer sejam eles particulares (apenas do falecido) ou comuns (de ambos os cônjuges). Na União Estável só participa da sucessão com relação aos bens adquiridos a título oneroso na constância da união estável (art. 1.790 do Código Civil). Isso significa que, havendo outros herdeiros, o companheiro não herdará nada que o falecido tivesse antes da união estável, tampouco nada que tenha sido doado a ele, por exemplo.
SUCESSÃO DE BENS COMUNS: No regime da comunhão parcial de bens, o cônjuge não será herdeiro dos bens comuns (de ambos), mas apenas meeiro, se concorrer com os descendentes. A posição não é pacífica, pois alguns entendem que será meeiro e também herdeiro em concorrência com os descendentes. Caso o “ de cujus” não tenha deixado bens imóveis, o Companheiro concorre com os herdeiros e haverá uma reserva de quinhão de ¼ para ele.
EM CONCORRÊNCIA COM ASCENDENTE: Independente de regime de bens, o cônjuge dividirá a herança com os ascendentes do de cujus e receberá 1/3 se concorrer com pai e mãe do falecido e ½, se concorrer apenas com um dos pais ou com qualquer outro ascendente.
EM CONCORRÊNCIA COM COLATERIAIS DO FALECIDO (irmãos, tios, etc.) O cônjuge herda a totalidade da herança. O companheiro receberá 1/3 da herança e os colaterais dividirão os 2/3 restantes.
HERDEIRO NECESSÁRIO : São entendidos como necessários aqueles herdeiros que não podem ser afastados da sucessão pela vontade do sucedido. A “legítima”, também denominada “reserva”, é a porção dos bens deixados pelo de cujus que a lei assegura aos herdeiros necessários, O cônjuge é herdeiro necessário e terá direito à legítima. O companheiro não é herdeiro necessário podendo o falecido, por meio de testamento, dispor da totalidade de seus bens.
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Semana 08: TESTAMENTO VITAL 
Juliana, 30 anos, sofre
de doença degenerativa já em fase bastante avançada, mas que ainda não lhe retirou ou diminuiu a capacidade. Certa de que doença não tem cura e de que não pretende prolongar artificialmente sua vida, Joana declara, em documento que escreveu de próprio punho e lido em voz alta e clara na presença de sua mãe, sua irmã e sua melhor amiga, que não quer ser submetida a qualquer procedimento médico que vise artificialmente prolongar sua vida. No mesmo ato, nomeia sua amiga Lúcia para tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas determinações. Após a leitura, datado o documento, Joana e todos os presentes assinam. 
Podem as formas testamentárias versar sobre direitos não patrimoniais? 
 Resp: Segundo entendimento do CFM: O realce do entendimento fica por conta de que “não se justifica prolongar um sofrimento desnecessário, em detrimento a qualidade de vida do ser humano”, como enxergou o CFM - Conselho Federal de Medicina - expresso na resolução 1995/2012.
Neste documento, os legisladores do CFM tiveram cuidado de definir três questões. A primeira, a decisão do paciente deve ser feita antecipadamente, isto é, antes de ingressar na fase critica. A segunda, que o paciente ao decidir esteja plenamente consciente e, finalmente, que sua manifestação prevaleça sobre a vontade dos parentes e dos médicos que o assistem.
RESOLUÇÃO CFM nº 1.995/2012 
(Publicada no D.O.U. de 31 de agosto de 2012, Seção I, p.269-70) 
Dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. 
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e 
CONSIDERANDO a necessidade, bem como a inexistência de regulamentação sobre diretivas antecipadas de vontade do paciente no contexto da ética médica brasileira; CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a conduta do médico em face das mesmas; CONSIDERANDO a atual relevância da questão da autonomia do paciente no contexto da relação médico-paciente, bem como sua interface com as diretivas antecipadas de vontade; CONSIDERANDO que, na prática profissional, os médicos podem defrontar-se com esta situação de ordem ética ainda não prevista nos atuais dispositivos éticos nacionais; CONSIDERANDO que os novos recursos tecnológicos permitem a adoção de medidas desproporcionais que prolongam o sofrimento do paciente em estado terminal, sem trazer benefícios, e que essas medidas podem ter sido antecipadamente rejeitadas pelo mesmo; 
CONSIDERANDO o decidido em reunião plenária de 9 de agosto de 2012, 
RESOLVE: Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. Art. 2º Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade. § 1º Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas informações serão levadas em consideração pelo médico. 
 
SGAS 915 Lote 72 | CEP: 70390-150 | Brasília-DF | FONE: (61) 3445 5900 | FAX: (61) 3346 0231| http://www.portalmedico.org.br 
§ 2º O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica. § 3º As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. § 4º O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente. § 5º Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente. 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Brasília-DF, 9 de agosto de 2012 
ROBERTO LUIZ D’AVILA HENRIQUE BATISTA E SILVA Presidente Secretário-geral
Segundo nosso CC/2002. Em seu Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte.
§ 1o A legítima dos herdeiros necessários não poderá ser incluída no testamento.
§ 2o São válidas as disposições testamentárias de caráter não patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.
Joana, ao negar o tratamento médico, está dispondo sobre um direito de personalidade. Pergunta-se: o que são direitos de personalidade; quais são as suas principais características?
RESP: Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
 Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Apesar da vida ser direito indisponível, na CF fala sobre a dignidade da pessoa humana, portanto há opiniões controversa sobre o assunto.
O direito à vida, sem dúvida é direito fundamental, assim como o direito à saúde. Trata-se o direito à vida de direito absoluto? Justifique a sua resposta, destacando se Juliana poderia dele dispor em testamento.
RESP: O Direito, talvez um dos mais importantes direitos fundamentais, a vida está ligado a Dignidade da pessoas humana, erigido como fundamento de um Estado de Direito, contudo com o Direito contemporâneo e os avanços da tecnologia e da ciência causaram um grande impacto sobre as concepções de vida e de morte, causando uma evolução do direito à vida.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, Juliana pode dispor em condições que exponho na questão 4.
-O que é testamento vital ou biológico ou ‘living will’?
RESP: Testamento vital é um documento, redigido por uma pessoa no pleno gozo de suas faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos cuidados, tratamentos e procedimentos que deseja ou não ser submetida quando estiver com uma doença ameaçadora da vida, fora de possibilidades terapêuticas e impossibilitado de manifestar livremente sua vontade.
Requisitos formais
Como no Brasil não existe legislação específica sobre o tema não há, a priori, nenhuma determinação acerca da formalização do testamento vital. Contudo, o estudo do instituto nos ordenamentos jurídicos estrangeiros nos permite pontuar a necessidade de alguns requisitos:
1. Capacidade: é necessário que o indivíduo seja capaz, segundo os critérios da lei civil. Ou seja, tenha mais de 18 (dezoito) anos e se enquadre em nenhuma situação de incapacidade a posteriori. Contudo, entendemos que uma pessoa que seja menor de 18 anos pode fazer o testamento vital, desde que haja autorização judicial, baseada no discernimento desta pessoa. Ou seja, na prova de que, ainda que seja incapaz pelo critério etário escolhido pelo legislador brasileiro, possui discernimento para praticar tal ato.
2. Registro: apesar de não haver nenhuma lei impondo o registro do testamento vital, entendemos que a lavratura de uma escritura pública, perante os tabeliães de notas, é de extrema importância para garantir a efetividade deste, uma vez que os tabeliães possuem fé pública. Ademais, entendemos ainda que o testamento vital deve ser
anexado ao prontuário médico do paciente.
3. Prazo de validade: o testamento vital vale até que o paciente o revogue.
O testamento vital é testamento ou poderia ser aceito como tal?
RESP: Apesar de no Brasil não ter respaldo da lei e assim torna-se difícil saber quais documentos seriam necessários, mas temos uma base:
 O testamento vital consiste num documento, devidamente assinado, em que o interessado juridicamente capaz declara quais tipos de tratamentos médicos aceita ou rejeita, o que deve ser obedecido nos casos futuros em que se encontre em situação que o impossibilite de manifestar sua vontade, como, por exemplo, o coma. Ao contrário dos testamentos em geral, que são atos jurídicos destinados à produção de efeitos post mortem, os testamentos vitais são dirigidos à eficácia jurídica antes da morte do interessado. Explique sua resposta. Produto/Resultado: O aluno deve ter compreendido as formas de testar e os requisitos dos testamentos no ordenamento brasileiro, posicionando-se sobre a possibilidade (ou não) do testamento vital e a disponibilidade de direitos de personalidade.
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Semana 04: Sucessão e Fertilização 
 
Objetivo: Identificar os efeitos sucessórios da fertilização ‘post mortem’.
 
Competências/Habilidades: 
Identificar e conceituar as principais formas de reprodução humana assistida
Compreender os pressupostos da filiação decorrente da utilização da fertilização ‘post mortem
Aplicar a caso prático
 
Desenvolvimento:
Roberto, casado com Kátia, em 2009 descobriu ser portador de grave forma de câncer. Ao ser informado sobre que uma das consequências do tratamento poderia ser uma possível infertilidade, Roberto, em decisão conjunta com sua esposa, resolve armazenar seu sêmen em clínica de Curitiba para que, recuperando-se, pudesse dar continuidade ao projeto parental sonhado pelo casal. No entanto, Roberto não se recuperou e acabou morrendo no início de 2010. Kátia, certa de que gostaria de ter um filho de seu finado marido procurou a clínica onde o material biológico estava armazenado a fim de realizar procedimento de fertilização ‘in vitro’. Como seu marido não havia autorizado expressamente a realização da fertilização ‘post mortem’, a clínica se negou a realizar o procedimento, respaldada por entendimento do Conselho Federal de Medicina. Kátia, certa de que esse era o desejo de seu marido, propôs ação em face da Clínica para obter a realização do procedimento. Em liminar, foi-lhe assegurada a realização do procedimento e em 22/06/2011 nasceu a filha do casal Luiza Roberta.
1- Assista ao vídeo com reportagem com o médico Lidio Jair Centra (que realizou o procedimento em Kátia) e explique: o que é reprodução humana assistida e quais são os principais procedimentos utilizados. Link da reportagem: http://www.youtube.com/watch?v=MIAZjDAp3vY&feature=related
RESP: É uma tecnologia ajuda a casais ter filhos de forma artificial, para casais que tem dificuldade. Hoje consiste em injetar um espermatozoide num óvulo.
2- Há legislação específica que regulamente a reprodução humana assistida no Brasil? Quais?
 - Fertilização in vitro. Há a coleta e os óvulos são colocados juntos aos espermatozoides em placas de vidro. O procedimento é simples: após a ingestão de medicamentos específicos que estimulam a ovulação, os óvulos são coletados. No caso dos homens esta coleta é efetuada por meio da masturbação
 - Relação sexual programada. Neste método a estimulação do ovário é feita por meio de medicamentos indicados pelo ginecologista. Após consultas periódicas e a realização de ultrassonografia transvaginal, o especialista verificará que os folículos estão maduros e esta será a hora certa para que a relação sexual seja marcada.
- Inseminação artificial. A mulher utiliza medicamentos específicos para estimular a ovulação e a depois que o médico, por meio de exames, constatar que é o momento certo, os espermatozoides serão implantados no útero
- Doação de espermatozoide – Um homem doa para ser utilizado em outro casal;
- Doação de útero. Conhecida no Brasil como barriga de aluguel.
3- As técnicas de reprodução humana assistida podem ser realizadas sem anuência do marido? Em caso afirmativo, quais as consequências para a filiação?
RESP: No Brasil são utilizados formulários de autorização nas clínicas de fertilização, que na verdade são um contrato com “instrumento de autorização para fertilização in vitro/inseminação artificial com ovócito/sêmen doado ou cedido gratuitamente” 4 consiste no consentimento dado pela pessoa ou casal contratante a fim de que seja realizada a reprodução humana assistida com utilização de gameta de terceiro, doado anonimamente. Cláusulas de não indenização; Cláusulas para impossibilitar a responsabilidade civil de pessoas jurídicas; Cláusulas sobre o método escolhido; Consta contrato de assistência médica, dentre outros.
Que fundamentos podem ter sido utilizados pelo juiz para conceder a liminar para Kátia? Você concorda com eles?
RESP: Pode ser analisado vários fatores, inclusive o armazenamento do semem, e documentos que comprovam que Roberto tinha intenção de ser pai.
5-Luiza Roberta é herdeira de Roberto? Explique sua resposta.
RESP: Sim, É filha de Roberto e Kátia, apesar de no Brasil haver vários entendimentos, justamente porque o maior problema é o sucessório, com suas regras. Contudo se torna mais fácil se o grupo familiar concorda.
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