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PROJETO DE PERFURAÇÃO DE POÇOS UTILIZANDO A SONDA DE PERFURAÇÃO JACK-UP BETTINA SIMIONI GALVÃO¹; CAROLINA XAVIER MAGALHÃES²; ISADORA MASCARENHAS DE ALMEIDA³; JAQUELINE MIRITZ REICHOW4; MARINA TOLFO GUERRA5. ANTONIO ALVES DA SILVA JUNIOR6. 1Universidade Federal de Pelotas – bettina_s_galvao@hotmail.com 2Universidade Federal de Pelotas – cxmagalhaes@gmail.com 3Universidade Federal de Pelotas – isamascarenhas@live.com 4Universidade Federal de Pelotas – jaqueline_reichow@hotmail.com 5Universidade Federal de Pelotas – marina_tolfo@hotmail.com 6Universidade Federal de Pelotas – alves.petroleo@gmail.com 1. INTRODUÇÃO A eficiência de um projeto de perfuração é influenciada por diversos fatores, desde os processos anteriores à perfuração. Como o trabalho de engenheiros e geólogos que trabalham na escolha das melhores coordenadas da cabeça de poço, além de coordenadas de profundidade, longitude e latitude para atingir o local de maior interesse no ponto de vista geológico (de melhores porosidade e permeabilidade) e de acumulação de fluidos. Seguindo a perfuração, o poço deve ser abastecido de todas as facilidades químicas, físico-químicas e mecânicas para que a produção ou injeção de fluidos seja permitida, por meio do processo de completação. Neste projeto em específico, a sonda de perfuração escolhida é o que determina os processos a serem seguidos e os equipamentos necessários. A plataforma auto-elevável (Jack-Up) desenvolve papéis além da perfuração de poços, como a produção dos fluidos. Dentre suas vantagens, estão a resistência à ação das ondas e correntes após instalação, sua capacidade de apoiar em solos moles, por conta das sapatas e, economicamente falando, vantagem em operações em lâminas d’água superiores a 25m (e inferiores a 120m). 2. METODOLOGIA A parte inicial do projeto determina a seleção do objetivo do poço a ser perfurado, que podem, segundo a Petrobras: poço pioneiro (primeiro poço perfurado quando buscamos petróleo e/ou gás natural), poço estratigráfico (cujo objetivo é mapear dados geológicos das camadas de rocha e obter outras informações relevantes), poço de extensão (perfurado para ampliar ou demarcar os limites de uma jazida), poço de produção (serve para drenar o petróleo de um campo), poço de injeção (para aumentar ou melhorar a recuperação de fluidos de um reservatório, recebendo injeção de água e gás), etc. Seguindo o projeto de poço, o programa de revestimento e cimentação deve ser determinado. Revestimentos de poços de petróleo apresentam diversas funções, dentre elas, a prevenção do colapso e faturamento da parede do poço acima da sapata e o isolamento de determinadas formações como forma de evitar contaminação tanto do ambiente quanto do poço. Segundo o American Petroleum Institute (API), o revestimento corresponde a um tubo de aço com diâmetro externo que varia entre 4,5 e 20 polegadas, alojado e cimentado no poço para que promova as características citadas anteriormente. O conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir óleo ou gás é denominada completação, onde são necessários equipamentos, instalados tanto na superfície como na subsuperficie (no interior do poço). Parte principal desta fase de equipar o poço é a determinação da cabeça de poço, que é um conjunto de equipamentos onde os revestimentos são ancorados. Tem como objetivo guiar a descida e a instalação de equipamentos, sustentar o BOP e o peso dos revestimentos. Na sonda em questão, a cabeça de poço é localizada na superfície. O BOP (blowout preventer), equipamento de segurança do poço que tem a função de vedar o anular do mesmo em casos de risco a segurança operacional, como, por exemplo, a ocorrência de influxos no poço. Instalado após o assentamento do revestimento de superfície em conjunto com o riser de perfuração, provendo conexão do poço com a sonda de perfuração e, portanto, permitindo o retorno do fluido de perfuração até a unidade. Segundo Rocha et al. (2006) existem atualmente no mercado preventores capazes de resistir a pressões na ordem de 5000, 10000, 15000 e até 20000 psi. Para dimensionar o BOP, diversos critérios podem ser utilizados, sendo eles: • Baseado na pressão de poros; • Levando em conta os efeitos da lâmina d’água; • Baseada na pressão de fratura; • Baseada na resistência do revestimento; Uma das funções do fluido de perfuração é reduzir o atrito entre as paredes do poço e da coluna de perfuração, mantendo assim o ECD abaixo da pressão hidrostática do fluido de perfuração e também dentro da janela operacional que é delimitado pela pressão de poros e pela pressão de fratura. Caso o ECD fique abaixo do valor da pressão de poros, ocorrerá um Kick, que é um fluxo indevido para dentro do poço. Por outro lado, se o ECD ficar maior que o valor da pressão de fratura, ocorrerá uma invasão do poço para a formação, podendo acontecer um desmoronamento do poço. Para que o fluido de perfuração seja determinado corretamente, deve ser analisado o tipo de formação a ser perfurada, a faixa de temperatura, a resistência mecânica, a permeabilidade, a pressão de poros da formação e os aspectos ambientais. Um dos principais equipamentos na perfuração, a broca é a peça que corta a rocha quando se perfura um poço de petróleo. Localizada na ponta da coluna de perfuração, abaixo do drill colar e do drill pipe, é um dispositivo giratório que geralmente consiste em dois ou três cones, fabricados com materiais de extrema dureza, onde se encontram dentes afiadíssimos. Para que ela seja adequada para a formação, princípios fundamentais para vencer os esforços da rocha são utilizados como base. A taxa de penetração é um dos parâmetros mais importantes na perfuração de poços, pois a mesma tem relação direta com o tempo gasto perfurando, bem como o custo ao final da atividade. Por isso, sua estimação considera diferentes tipos de broca e abrange diversos parâmetros que afetariam tal taxa. Segundo Bourgoyne et al. (1986) os principais parâmetros seriam o tipo de broca, características da formação, propriedades dos fluidos de perfuração, peso sobre a broca e rotação, desgaste da broca e hidráulica da broca. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O poço desenvolvido neste projeto foi o de produção, já que foi baseado no banco de dados fornecido pelo professor da disciplina de Perfuração. Sendo assim, informações como litologia, viabilidade, etc. já eram conhecidas. Em seguida, ocorreu a definição da profundidade de assentamento das sapatas pela janela operacional, que não foi uma medida direta. Para o caso em questão, o ideal seria realizar o método experimental de tolerância ao kick. Na impossibilidade deste, foram definidas as profundidades de acordo com a análise dos dados das pressões, em especial de fratura. Então definiram-se sapatas as profundidades de 2490ft, 6490ft, e 8400ft, que determinam as três fases da formação. Sendo assim, a coluna de revestimento fora definida com pequenos diâmetros de tubo, vista a pequena profundidade do poço projetado, sendo eles 13 3/8’’, 9 5/8’’ e 7’’. Determinada a quantidade de pasta de cimento que foi utilizada, os tipos de cimento A, G e G foram designados para as fases 1, 2 e 3, respectivamente, de acordo com as suas profundidades. Para a escolha da melhor cabeça de poço, o revestimento intermediário foi considerado, pois serve de apoio para os equipamentos e é necessário evitar flambagem devido ao grande peso causado pelos mesmos. Optou-se pelo sistema MBW de cabeça de Poço Multibowl, disponibilizado pela Vetco Gray que possui um design para redução de tempo, aumentar a segurançae diminuir o custo total do poço. É ideal para campos em desenvolvimento, encontra-se disponível para pressões até 10kpsi e não há necessidade de remoção e reinstalação de conjunto de BOP para cada coluna de revestimento. A escolha do BOP deu-se pelo critério da pressão dos poros, onde se estipulou um valor de gradiente médio e a profundidade final de projeto, propostos pelo banco de dados. Sendo a pressão de poros obtida 9683,44 psi, o BOP escolhido foi o de 10kpsi. Dados os cálculos de ECD, os fluidos de perfuração foram determinados, sendo eles à base d’água e lama à base cal, com espessantes e redutores de filtrados como seus aditivos. Na formação estudada, as litologias correspondem a folhelhos/argilitos, arenitos e calcários, todas rochas duras, o que ocasionou na utilização da broca PDC em três tipos de diâmetro. Utilizando os dados da taxa de penetração, profundidade, e o total drill pipes, o tempo de projeto pode ser determinado em aproximadamente 30 dias. 4. CONCLUSÃO Com o desenvolvimento deste trabalho, pudemos observar as dificuldades que envolvem um projeto de poço e a sua importância na perfuração. 5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS BORGOYNE, A. YOUNG, F. S. CHEVERNET, M. E. & MILLHEIN, K. K. Applied Drilling Engineering. SPE Textbook Series, 1986, 2v. DA SILVA, V. C. Simulador computacional de planejamento e perfuração em tempo real de poços verticais. 2012. Monografia – Curso de Engenharia de Petróleo – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Grupo de Tecnologia e Engenharia de Petróleo. Hidráulica de Poços. Acessado em 16 aug. 2017. Disponível em: http://wellborehydraulics.gtep.civ.puc-rio.br/pt/?page_id=57 PETROBRAS. Conheça os diferentes tipos de poços de petróleo e gás natural. 07 apr. 2015. Acessado em 16 aug. 2017. Disponível em: http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/conheca-os-diferentes-tipos-de- pocos-de-petroleo-e-gas-natural.html
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