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Consciência Corporal: Método Ivaldo Bertazzo

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Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Apostila da disciplina 
ART6114 Consciência 
Corporal 1 
Tronco 
 
 
Florianópolis 
2018.1 
 
 
 
 
 
Essa apostila é um guia para o estudo da consciência corporal, baseado no método Ivaldo Bertazzo de 
reeducação do movimento. As imagens e textos reproduzidos são de diversas fontes. O uso desse material é 
somente para estudo junto à disciplina. Lembre-se, esse é apenas um ponto de vista sobre o trabalho com a 
educação do movimento. Existem outros métodos, também eficazes, com diferentes abordagens. 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
2 
 
 
Conteúdo 
 
AUTOBIOGRAFIA CORPORAL ......................................................................................................................... 3 
RESPIRAÇÃO ................................................................................................................................................. 3 
DIAFRAGMA .................................................................................................................................................. 4 
VOLUME ........................................................................................................................................................ 5 
A ESFERICIDADE DO CORPO HUMANO ............................................................................................................ 5 
CAIXA TORÁCICA ........................................................................................................................................... 6 
COLUNA VERTEBRAL ..................................................................................................................................... 6 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................... 9 
 
 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
3 
 
AUTOBIOGRAFIA CORPORAL 
A onipotência humana nos faz perguntar por que nossos padrões de movimento se desorganizam. Se o 
desenvolvimento da espécie humana aconteceu a contento e se vencemos, adequadamente, as etapas de 
desenvolvimento motor durante nosso crescimento, por que não nos movimentamos naturalmente de forma 
adequada? Se todos os ingredientes foram utilizados, por que a massa do bolo desanda? Organizações absolutas 
e perfeitas não existem. O homem precisa descer do pedestal e assumir a responsabilidade de participar do 
processo evolutivo de sua espécie e da manutenção do seu próprio desenvolvimento motor. As causas de nossas 
desorganizações são bastante complexas e são acentuadas nas simples atitudes de nosso dia a dia. 
Muitos estudiosos da biomecânica humana emperram, sem muita certeza, ao tentar definir quem controla 
quem. A forma gera a função ou é a função que desenha a forma? Em outras palavras: são ossos gestos que, 
pouco a pouco, definem nosso desenho corporal ou é nosso desenho estrutural que define o jeito de nos 
movimentarmos? A trama desse tecido é muito refinada, complexa e instigante. Não se pode afirmar um conceito 
definitivamente. Uma coisa é certa: um corpo saudável, que apresenta um desenho harmonioso, certamente é 
modelado, cotidianamente, por seus próprios gestos (função). Por outro lado, em um corpo marcado por sua má 
postura, pouco a pouco, seus gestos serão submetidos à regência de uma forma desarmoniosa. 
Como foi sua infância? Você andou de bicicleta, nadou, bateu pique? Seus pais o conduziam a caminhadas, 
escaladas e outros estímulos motores, como fazer a massa de um bolo ou mexer no jardim? Você tocava algum 
instrumento musical? Na sua escola tinha escorregador, balanço, barras para se pendurar? Aprendeu a colorir, a 
cortar, a colar, a desenhar na pré-escola? 
A estruturação e o desenvolvimento de nossa psicomotricidade acontece por meio de inúmeros 
componentes que transitam entre a genética e o desenvolvimento da fala, da escuta, da escrita, do tato. A isso se 
somam, também, os elos familiares, a vivência escolar, o universo afetivo/emocional, os acidentes e doenças. São 
muito estreitas as relações entre esses componentes. Nas primeiras impressões psicomotoras, adquiridas no 
início de nossas vidas, desenham-se nossa identidade e nosso universo psíquico. Assim, abre-se um imenso 
leque de possibilidades, revelando a importância da passagem dos bens conquistados pela nossa espécie, de pais 
para filhos. O movimento está incluso nesse leque de possibilidades. 
 
 
RESPIRAÇÃO 
A inspiração e a expiração ocorrem a contento quando os gestos cotidianos são realizados de maneira 
organizada. Por isso, no método de reeducação, iniciamos os exercícios por meio da ação respiratória, assim que 
os músculos se encontram organizados segundo o que propõe o item de preparação. Essa estratégia é uma ação 
preventiva contra a ação da gravidade sobre nós. 
Se inspiramos com o corpo achatado por ela, somos induzidos a dilatar o abdômen, diminuindo o 
comprimento da coluna vertebral, ou a estufar o peito para a frente e projetar o tronco para trás, provocando dores 
na nuca e na região superior das costas. Se expiramos cedendo a favor da gravidade, as curvas vertebrais 
aumentam, o abdômen dilata-se, as vértebras comprimem-se umas sobre as outras, a bacia desloca-separa frente 
ou para trás. Tudo isso compromete o desenho harmoniosos do tronco e impede o pobre diafragma de agir como 
um pistão, subindo e descendo ininterruptamente. 
Para que a respiração não seja contaminada pelo mau posicionamento do corpo, é preciso, primeiramente, 
dar comprimento à coluna vertebral e largura ao tórax; encaixar os ombros sobre as costelas, alargando-os, e, 
igualmente, alargar os ossos da bacia. Tudo isso para que o ar siga as direções corretas e o diafragma 
movimente-se com a liberdade dentro da forma cilíndrica do tórax. Na ação expiratória, a largura e a altura do 
tronco devem ser preservadas. Na ação inspiratória, que se segue, os espaços conquistados na expiração devem 
ser novamente preenchidos. Respirar com o objetivo de correção postural não significa ir e voltar, seguindo o fluxo 
de saída e entrada do ar, e sim seguir infinitamente as metas de uma modificação estrutural. 
 
Siga um conselho: simplifique seu relacionamento com a sua respiração. Entenda que ela existe em função de sua 
sobrevivência. Caso você não apresente problemas que devam ser atendidos clinicamente, reeduque seus 
movimentos, respirando conforme prescrevemos na execução dos exercícios. Aos poucos, você certamente irá 
afinar-se com a sua respiração, que deve seguir os princípios modelantes de cada exercício. 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
4 
 
 
 Expirar é emitir a voz no espaço, é cantar, é fazer vibrar diferentes intenções para se comunicar. Na busca 
da qualidade do trabalho, propomos que a respiração ocorra lentamente pela boca, durante a realização dos 
exercícios. A expulsão do ar deve ser graduada pela língua, cuja ponta toca a parte de trás dos dentes superiores 
da frente, tal como se dá na pronúncia da letra S. o tempo expiratório é mais que o dobro do tempo inspiratório. Se 
a expiração durar oito segundos, a inspiração que se segue deve acontecer em três segundos, com uma pausa 
instintiva de um segundo entre o final da inspiração e a próxima expiração. Chamamos ciclo respiratório o intervalo 
compreendido entre uma expiração e uma inspiração. Cada ciclo respiratório instala o corpo em um novo lugar; 
portanto, uma vez conquistado um lugar, ele se modifica no ciclo respiratório seguinte. Assim, pouco a pouco, a 
sensação corporal de achatamento contra o solo diminui, enquanto cresce a conquista da atitude de flutuação pelo 
corpo. 
A ação respiratória deve se adaptar naturalmente ao significadode cada gesto a que o corpo se vincula, às 
necessidades de cada momento, por isso definimos que existem vários modos de respirar corretamente. A 
primeira função do aparelho respiratório é transformar o sangue venoso em arterial. O movimento de introduzir ar 
nos pulmões e esvaziá-los renova o ar contido nos alvéolos. Essa incessante troca oxigena o sague e expulsa o 
gás carbônico, processo necessário para a respiração de todas as células do organismo. Secundariamente, o 
aparelho respiratório participa de uma série de movimentos, como soprar, tossir, assobiar, falar, cantar e gritar. 
 
DIAFRAGMA 
Em cada exercício respiratório, o diafragma deverá atuar imperiosamente. A direção correta para o seu 
funcionamento é regida mentalmente. A imaginação é uma ferramenta preciosa para desmanchar os vícios de 
seus automatismos. Na primeira ilustração a seguir, observe as setas vermelhas. Elas indicam o aumento das 
lordoses, cervical e lombar, demonstrando a atitude de um corpo sem organização muscular, que se submete à 
ação da gravidade, afundando-se contra o chão. Se as percepções e ações musculares não forem reeducadas, 
durante os exercícios e a cada ciclo respiratório (inspiração e expiração), as curvas cervical e lombar pouco a 
pouco se ampliarão, agravando os problemas que decorrem do enrijecimento postural. 
Na segunda ilustração, observe as inserções dos pilares posteriores do diafragma sobre os corpos 
vertebrais. Ao iniciar uma inspiração, estimule esses pilares a descer. Para entender melhor o funcionamento do 
diafragma, imagine um guarda-chuva sendo aberto em uma posição invertida, ou seja, de cabeça para baixo, 
encostando sua ponta no chão. 
Antes de iniciar uma inspiração, o diafragma encontra-se com sua abóbada convexa para cima, 
comprimindo os pulmões. Os pilares posteriores, na segunda ilustração, agem em sua descida, puxando-o para 
baixo, aplainando a abóbada. Nessa fase inspiratória, seus bordos alargam-se uniformemente, mas isso só é 
possível se sincronizarmos a contração da musculatura abdominal. Durante a inspiração, a bacia não pode 
deslocar-se para frente e para baixo, ação que acontece quando os abdominais cedem e o glúteo máximo relaxa. 
É por isso que se devem iniciar os exercícios respiratórios na posição sentada. Nessa posição, fica mais fácil 
perceber a força da gravidade e a luta que se estabelece contra o achatamento da coluna vertebral. Na expiração 
os espaços conquistados devem ser mantidos, enquanto o diafragma retorna à posição de origem. 
 
 
 
 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
5 
 
VOLUME 
Entenda o tronco como um volume, quando as duas cinturas que o compõem, pélvica e escapular se opõe, 
realizam um gesto em torção, essa ação transmite aos sentidos, a percepção do espaço que nos cerca. Os 
movimentos em torção opondo as duas cinturas é estruturante, eles fazem parte dos gestos fundamentais do 
corpo humano. Despertá-los e estimulá-los mobiliza imediatamente o sistema vascular e respiratório. As oposições 
entre cintura escapular e pélvica desencadeiam o movimento da marcha, elas são capitais para a distribuição das 
forças musculares durante a locomoção. 
Sabemos que as vísceras e os órgãos vitais estão contidos nas cavidades abdominal e torácica e ocupam 
um espaço interno, um volume, envolvido por músculos, ossos e pele. O contorno do tronco tem uma forma que é 
particular de cada ser humano e pode ser visualizada externamente. É comum compararmos sua forma com a de 
outros objetos, como um violão ou uma pera, que se assemelham à silhueta. Lembra da expressão "por fora bela 
viola..."? Essas formas nos remetem à ideia do espaço que o corpo ocupa, e dentro desse contorno, como é? Com 
certeza não é "pão bolorento"! 
Como construir a percepção de um volume interno? Ao locomover-se, a baleia luta contra a pressão brutal 
que a água exerce sobre o seu corpo. Como mergulha em águas muito profundas, imagine a força dessa pressão! 
No entanto, ela tem uma graça toda particular, com extrema leveza de gestos, apesar de seu tamanho. A imagem 
da estrutura óssea da baleia poderia servir aqui de inspiração no trabalho da percepção de nosso volume interior. 
Parece que ela é capaz de se manter em constante descompressão, opondo o tempo todo cabeça-cauda, 
enquanto flutua e se desloca. Baleias são indiscutivelmente lindas! 
Voltando à nossa dimensão... a expansão que a respiração provoca quando o ar entra em nossos pulmões 
constrói a referência de nosso espaço interno. Quando o diafragma desce e as costelas se alargam, o espaço 
aumenta, o ar entra nos pulmões e a expansão nos permite a sensação do volume interno. Estamos "cheios" por 
dentro. E quando o ar sai? Propomos a manutenção do volume conquistado por meio da inspiração, ou seja, a 
sensação de alargamento das costelas durante a fase inspiratória amplia a sensação do espaço interno a fim de 
não perder a descompressão. 
Experimente. 
 
A ESFERICIDADE DO CORPO HUMANO 
Ao imaginarmos um bebê, logo nos ocorre a figura de um enrolamento. O que melhor traduz a ideia de 
maternidade se não a mãe, que, arredondando-se, envolve o seu filho com um enlace protetor de acolhimento? O 
enrolamento permite que a criança se dê conta da própria existência: uma das mãos se aproxima da outra 
enquanto o olhar acompanha, uma a uma, todas as descobertas; os pés esbarram um no outro e, com o tempo, as 
mãos os apanham e trazem para a boca. Quem nunca viu um bebê, feliz da vida, chupar o dedão do pé? São 
esses gestos voltados para o centro que permitem que ele se sinta como uma unidade. Eles também permitem 
uma ampla gama de movimentos que, cruzando a linha mediana, engendram os deslocamentos em torção. É a 
partir de gestos realizados nesse universo da flexão que o bebê descobre a possibilidade de um eixo. "O corpo é 
orientado para dentro", afirmam Piret e Béziers. E, de fato, é enrolando-se diante de si, dobrando o corpo e ligando 
os pontos de articulação, como um tatu-bola, que o bebê adquire ciência de existir. 
Tomemos o banal exemplo de um almoço. Ao me preparar para comer, organizo o prato, os talheres e o 
alimento à minha frente em relação ao centro do meu corpo. Ao cozinhar, tecer, escrever ou manipular uma 
ferramenta qualquer, minhas mãos tendem a se aproximar, trabalhando em solidariedade, sempre defronte do 
corpo e acompanhadas pelo meu olhar. Ao me vestir, aproximo o pé das mãos para colocar a meia e o sapato, e 
nesse gesto reconheço uma atitude de enrolamento. Ao caminhar, quase sempre me desloco para a frente. O 
movimento alternado e contínuo de meus braços e pernas me informa o tempo todo de uma centralidade corporal. 
Quando alguém me chama pelo nome, volto-me para a direção de onde brotou o chamado, e meus braços 
imediatamente se organizam diante do corpo, acompanhando o sentido do olhar. 
O ato de aproximar mãos, pés, bacia e cabeça produz uma força em direção ao centro. Todo o movimento 
humano acontece nesses percurso entre o enrolamento e o retorno ao eixo, sem que nesse retorno se perca a 
força que provocou o enrolamento. É essa característica da motricidade que dá ao corpo e ao seu movimento as 
características de coesão, concentração e segurança. Ela possibilita a sensação de unidade e de bem-estar. São 
as esfericidades do gesto humano. 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
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Você já pensou em como nosso corpo e nossos gestos são redondos? 
Observe o crânio e a bacia como duas esferas que se opõem na linha vertical e durante os gestos de 
enrolamento e endireitamento da coluna vertebral. Costumamos conceber a coluna vertebral como uma estrutura 
reta quando, na verdade, ela é feita de curvas. Idealizo movimentos rijos e lineares para meus braços e pernas, 
esquecendo-me de que os ossos são torcidos e minhas articulações, cheias de côncavos e convexos. Procuroassumir uma postura ereta, mas meu tronco é um cilindro, delimitado pelas costelas, todas curvilíneas e torcidas 
em seus próprios eixos. 
 
CAIXA TORÁCICA 
 A caixa torácica é composta, na parte frontal, pelo osso esterno e, de seu centro à extremidade posterior, 
pela coluna vertebral. Conferindo contorno ao tórax, temos 12 pares de costelas distintos. Dez deles vão do 
esterno à coluna, linhas esféricas ao tronco. Na parte dianteira do tronco, as costelas se articulam com as 
cartilagens costais do esterno e, nas costas, com as vértebras da coluna torácica. As duas costelas mais baixas 
conhecidas como flutuantes, articulam-se apenas com as duas últimas vértebras dorsais. Entender a mecânica 
das costelas é fundamental para o domínio e direcionamento da respiração. Se palparmos uma costela em 
alguém, seguindo seu trajeto do esterno até a coluna dorsal, notaremos que ela apresenta uma obliquidade 
impressionante. Veremos que ela desce pela frente, para depois, torcendo-se sobre seu próprio eixo, inserir-se 
entre as vértebras torácicas alguns centímetros acima do ponto em que partiu do esterno. Durante a inspiração, 
essa costela realiza três expansões simultâneas: na região do peito ela se move para baixo; nos lados, expande-
se na horizontal; nas costas, cresce para cima. Em seu conjunto, ademais, as costelas afastam-se umas das 
outras durante as inspirações. Segundo Piret e Beziérs, isso revela a tridimensionalidade do movimento do tórax, 
no qual as costelas superiores movem-se para a frente, e as inferiores, para trás. 
COLUNA VERTEBRAL 
Visto de perfil, o tronco é marcado por três curvas modeladas pela estrutura da coluna vertebral. Essas 
curvas formam as nossas lordoses, convexidades desenhadas no pescoço, na cintura e no meio das costas (a 
chamada cifose dorsal). 
Morfologia das vértebras: Atlas e Axis, as duas primeiras 
vértebras destacadas na ilustração, constituem uma base de apoio 
para a cabeça. Atlas e Axis são as primeiras vértebras da coluna 
vertebral e se unem ao osso occipital durante o movimento de flexão 
e extensão da cabeça. O terceiro desenho representa uma vértebra 
cervical típica, o quarto uma vértebra dorsal e, as duas últimas, a 
junção das vértebras lombares. Observe como o volume do corpo de 
cada vértebra se amplia à medida que atingem a base da coluna. A 
direção e a inclinação dos processos espinhosso são diferentes em 
cada tipo de vértebra. Imagine o posicionamento de cada vértebra na 
curva em que está inerida: está plana ou apresenta uma inclinação 
aclive e declive da curva? 
 
 
 
 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
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Observe a direção dos processos espinhosos em cada tipo de vértebra: cervical, dorsal, lombar. 
 
Atlas: No desenho da superfície da primeira vértebra, observe sua base de apoio, a forma desta superfície 
onde recebe a caneca, permite pequenos movimentos sobre os três planos do espaço e favorece o sentido do 
olhar. 
 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
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 Axis: A primeira e a segunda vértebra cervical funcional juntas. Articulam-se entre si adaptando os 
movimentos da cebeça sobre o pescoço. O processo odontóide cumpre a função de base para o Atals, garantindo 
sua sustentação. 
Imaginemos que, se tudo vai bem, essa coluna autorregula constantemente o próprio comprimento, num 
jogo de molas amortecedoras que ora minimizam as curvas, quando os impulsos e alcances do corpo se 
expandem – foco primordial da reeducação do movimento -, ora as estreitam, durante posições estáticas, quando 
estamos sentados e relaxados. O ativo pistão diafragmático, durante o respirar, em perseverante sobe e desce, 
contribui para a sadia modulação dos amortecedores da coluna e do tronco, bem como para a plasticidade das 
curvas vertebrais. 
Soltos a favor da gravidade, fatalmente ampliamos as curvas fisiológicas da coluna. Quando as curvas 
ultrapassam certo limite, a respiração decresce, sua capacidade diminui e o círculo vicioso se inicia. Sempre antes 
de começar uma atividade respiratória, vibre seu corpo, faça pequenas torções ou twists no tronco. Cresça o eixo 
vertebral através da pressão dos pés contra o chão, por meio da oposição entre a força da bacia contra o banco e 
o crânio suspenso. Em seguida, estabeleça as larguras do seu corpo, encaixe os ombros sobre as costelas, 
desenhando uma linha horizontal, e alargue as costelas flutuantes, situadas na base de sua cintura. De posse 
dessa organização, arredonde-se levemente para que suas lordoses diminuam e os músculos da parede frontal do 
tronco entrem em ação. 
É importante que a tonicidade muscular esteja distribuída equilibradamente pelo corpo. Retomando a 
metáfora: músculos posteriores excessivamente fortes e a ausência de estrutura na frente, dificultam a montagem 
do circo (da caixa torácica), pois como cabos, puxarão toda a estrutura para trás, deformando sua cúpula. Da 
mesma maneira, se os músculos anteriores agirem excessivamente penderão a estrutura para frente, desenhando 
uma exagerada cifose. A reeducação do movimento busca sempre manter o comprimento dos músculos de cada 
cadeia posterior e anterior,a fim de sustentar uma postura que permita ao diafragma se movimentar a favor do 
bom posicionamento da coluna vertebral, como um pistão livre em seu cadenciado sobe e desce. 
Desse modo, a respiração será capaz de se adaptar às atitudes mais variadas impostas pelo cotidiano, 
moldando e regulando automaticamente o arcabouço corporal. 
 
DISCIPLINA ART6114 – TRONCO 
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Débora Zamarioli 
 
9 
 
REFERÊNCIAS 
BERTAZZO, Ivaldo. Corpo Vivo: reeducação do movimento. São Paulo: Edições Sesc, 2010. 
_______________. Cérebro Ativo: reeducação do movimento. São Paulo: Edições Sesc, 2012. 
_______________. Gesto Orientado: reeducação do movimento. São Paulo: Edições Sesc, 2014. 
_______________. Apostila de estudo do Curso de Formação da Escola Ivaldo Bertazzo. São Paulo: Instituto 
Ivaldo Bertazzo, 2015. 
http://www.metodobertazzo.com/ 
https://www.facebook.com/metodoivaldobertazzo

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