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Prof. Rebecca Peixoto Conduta Nutricional nas doenças do TGI inferior PLANO DE AULA Aula/ Data Conteúdo Objetivos Aula 03. 28/02 • Conduta nutricional nas enfermidades do intestino (constipação, diarréia, SII, DII e Doença diverticular) • Descrever a conduta nutricional das enfermidades do intestino (constipação, diarréia, SII, DII e Doença diverticular) 3 Responsável pela absorção de água, íons e excreção de resíduos INTESTINO Responsável pela absorção de água,vitaminas, aminoácidos, monossacarídeos e ácidos graxos 4 Pequenas bolinhas, separadas como coquinhos (difícil para sair) Formato de linguiça encaroçada com pequenas bolinhas grudadas Formato de linguiça com rachaduras na superfície Alongada com formato de salsicha ou cobra, lisa e macia Pedaços macios e separados com bordas bem definidas (fáceis de sair) Massa pastosa e fofa, com bordas irregulares Totalmente líquida, sem pedaços sólidos DURAS NORMAIS MOLES 5 FIBRAS DIETÉTICAS Fibras dietéticas ou fibras alimentares são resistentes a ação das enzimas digestivas humanas Agrupam-se de acordo com os seus componentes e características, determinando o tipo de fibras 6 (Bernaud e Rodrigues, 2013) 7 INSOLÚVEIS – Não são normalmente fermentadas. Aceleram o trânsito intestinal SOLÚVEIS – São fermentadas no cólon e produzem AGCC, em sua maioria são viscosas (capacidade de formar géis), aumentando a viscosidade do meio intestinal 8 AGCC • Fonte de energia para colonócitos (mantém integridade da barreira mucosa) • Diminuem pH intestinal (afeta ação enzimas microbianas e contribui para menor solubilidade e menor reabsorção passiva de ácidos biliares) • Transferem água para lúmen intestinal (facilita solubilidade e absorção minerais. Ex: Ca) 9 Recomendação de fibras : 20 a 35g/dia Equivalentes de fibra alimentar total (FAT) • Frutas: 2,8g • Pães e matinais : 1,4g • Vegetais A: 0,42 g • Vegetais B: 1,3g • Leguminosas: 3,11 g • Cereais e outros: 1,35 g 10 MÁ ABSORÇÃO DE NUTRIENTES, RISCO NUTRICIONAL E DESNUTRIÇÃO ↑ frequência das dejeções ou ↓ consistência das fezes, em relação aos hábitos normais. Eliminação fezes líquidas 3 ou + vezes/ dia DIARRÉIA 11 CONDUTA NUTRICIONAL NA DIARRÉIA Oferta de líquidos e eletrólitos suficientes para repor as perdas Leite e derivados são evitados (diarreia persistente e crônica) Oferta alimentos fontes fibras solúveis Evitar alimentos fontes fibras insolúveis Dieta antifermentativa Utilizar probióticos 12 - Alimentos fermentativos: abacate, goiaba, jaca, melão, melancia, uva, agrião, brócolis, couve-flor, couve, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde, rabanete, pepino, alho, batata-doce, grão de leguminosas: feijão, fava, ervilha seca, grão-de-bico, lentilha, frutos do mar (mariscos e ostras), ovo cozido ou frito inteiro, sementes oleaginosas: nozes, castanhas, amendoim, caju, etc, bebidas gasosas (refrigerantes); fermentadas (cerveja), excesso de açúcar, doces concentrados (goiabada, cocada), queijo parmesão ou roquefort, alimentos gordurosos: carnes gordas, creme de leite integral, embutido, vísceras 13 Lactobacilos Bifidobactérias Saccharomyces boulardii Competição com bactérias patogênicas, diminuem pH intestinal, produção substâncias antimicrobianas e ↑ resposta imunológica PROBIÓTICOS 14 NÃO DEVE-SE SUSPENDER DIETA NA DIARRÉIA (EXCETO ALGUNS CASOS DIARRÉIA PERSISTENTE/CRÔNICA) Jejum prolongado Destruição das vilosidades dos enterócitos 15 | ESTEATORRÉIA | Gordura não absorvida permanece nas fezes (encontrado até 60g de gordura vs 2 a 6g normalmente excretadas) - Insuficiência biliar - Insuficiência pancreática - Falha de absorção normal devido a dano na mucosa (doença celíaca, doença de crohn) CAUSAS 16 DIETOTERAPIA NA ESTEATORRÉIA Utilizar triglicerídeos de cadeia média - TCM (8 a 10 átomos de carbono) Suplementar vitaminas lipossolúveis Suplementar Ca, Zn, Mg e Fe 17 Alteração do trânsito intestinal caracterizada por diminuição do número de evacuações, com fezes endurecidas e esforço à defecação FREQUÊNCIA NORMAL Pode variar de uma vez a cada 3 dias a três vezes por dia CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Alteração do habito intestinal habitual TEMPO DE TRÂNSITO NORMAL ATRAVÉS DO TGI: VARIA DE CERCA 18h A ± 48h CONSTIPAÇÃO 18 CONDUTA NUTRICIONAL NA CONSTIPAÇÃO Excesso de fibras (consumo superior a cerca de 35g/d) pode interferir na absorção de nutrientes como zinco, ferro e cálcio, reduzindo a sua biodisponibilidade (pelos fitatos). Oferta de líquidos (mínimo 8 copos/dia), para aumentar peso e maciez das fezes Oferta alimentos fontes fibras insolúveis (3:1 de fibra insolúvel/solúvel) Ofertar laxativos naturais Dieta antifermentativa 19 • AMEIXA PRETA (ÁCIDO DI-HIDROXIFINIL ISOTINA) • MAMÃO (PAPAÍNA) • ABACAXI (BROMELINA) | LAXANTES NATURAIS | | GORDURA | Gordura emulsionada (gordura do ovo, leite e derivados): tem ação estimulante na peristalse Duodeno - estimula a secreção de CCK, que contrai vesícula biliar No intestino haverá maior presença de bile e sais biliares Estimula a peristalse intestinal 21 • COQUETEL LAXANTE II - INGREDIENTES: ½ mamão papaia, 2 colheres de sopa de farelo de trigo ou de aveia, ½ copo de água gelada, ½ pote de iogurte, 1 laranja com bagaço, 3 ameixas (já de molho em ½ copo de água gelada). - Bater tudo no liquidificados e beber sem coar. • COQUETEL LAXANTE I Colocar 3 ameixas pretas (sem caroço) de molho em um copo com água na noite anterior, mamão, laranja e creme de leite. De manhã, bater no liquidificador as ameixas com 1 copo de suco de laranja, 1 fatia pequena de mamão e 1 colher rasa (de sobremesa) de creme de leite (em dislipidêmicos pode ser usado leite desnatado). Beber sem coar. 22 AMEIXAS: ÁCIDO DIIDROXIFINIL CREME DE LEITE: GORDURA EMULSIONADA LARANJA: ÁCIDO ORGÂNICO + CELULOSE MAMÃO: PAPAÍNA + ÁCIDO ORGÂNICO FARELO DE AVEIA OU TRIGO: FIBRAS IOGURTE: PROBIÓTICOS ÁCIDOS ORGÂNICOS (FRUTAS CRUAS) – ESTIMULA A PERISTALSE. OBS: É CONTRA-INDICADA A TERAPÊUTICA LAXATIVA NO CASO DE DOR ABDOMINAL SEM DIAGNÓSTICO COM SUSPEITA DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL. 23 • Horário da defecação - 10 min após o desjejum • Atender ao reflexo da defecação • Praticar ginástica abdominal • Não indicar o uso abusivo de laxantes • Posição de cócoras é a mais indicada ORIENTAÇÕES GERAIS NA CONSTIPAÇÃO 24 Sentado Agachado Músculo puborretal Músculo puborretal Esfincter A posição agachada é a posição natural para defecar Músculo puborretal: tem a função de ser uma válvula que auxilia na manutenção da nossa capacidade de controlar a eliminação das fezes. Ficar sentado (ou em pé) faz com que esse músculo trave o reto, mantendo um controle sobre nossas atividades fecais 25 É uma doença benigna, caracterizada por respostas exacerbadas (hiperreatividade) aos estímulos habituais da sua musculatura lisa, onde os sintomas podem localizar-se em várias vísceras de diferentes sistemas, criando desconforto múltiplo. Desordem intestinal mais comum → acomete cerca de 20% da população (~70% mulheres, idade entre 20-50 anos) SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII) 26 Conduta Nutricional ! ↑ fibrassolúveis → motilidade intestinal normal Recomendação: 20 a 30g/dia de fibra dietética ! ↑ líquido ! DIETAS DE EXCLUSÃO: excesso de gordura dietética, cafeína, açúcares (frutose, álcool, lactose → deficientes em lactase), bebidas carbonatadas, alimentos que produzem gases, alimentos reconhecidos como desencadeadores de crises, adoçantes dietéticos (sorbitol). A SII não interfere na absorção dos nutrientes e os pacientes podem apresentar estado nutricional normal ou excesso de peso. Doença Inflamatória Intestinal (DII) Causas diferentes e inúmeros fatores envolvidos no seu início, seu mecanismo, sua evolução e suas consequências. “DOENÇA COMPLEXA” Grupo de afecções intestinais inflamatórias crônicas idiopáticas TERAPIA NUTRICIONAL ANTIINFLAMATÓRIOS E IMUNOSSUPRESORES RESSECÇÕES CIRÚRGICAS Tratamento Sulfassalazina e metrotrexato: interferem na absorção ÁCIDO FÓLICO Corticóides – prejudicam absorção e incorporação do CÁLCIO Ciclosporina – reduz disponibilidade do MAGNÉSIO ANTIINFLAMATÓRIOS: Sulfassalazina, Mesalazina, Corticosteroide IMUNOSSUPRESSORES: Azatioprina-6-mercaptopurina, ciclosporina A, tacrolimo, metotrexato PERDA DE PESO DEFICIÊNCIA DE VITAMINAS E MINERAIS (Folato, B12, D, Fe, Ca, Zn, Mg) Repercussões Nutricionais ANEMIA Remissão da atividade da doença Diminuir indicações cirúrgicas Restabelecer ou manter o estado nutricional Minimizar os sintomas Aborgagem Nutricional CALORIAS: 25 - 30 kcal/kg/dia PROTEÍNA: 1,0 - 1,5 g/kg/dia LIPÍDIOS: < 20% VCT CALORIAS: 40 A 50 kcal/kg/dia PROTEÍNAS: até 2,0 g/kg/dia PACIENTES DESNUTRIDOS: TEIXEIRA NETO, 2003; WAITZBERG, 2001) Recomendações Nutricionais (CUPPARI, 2014; ESPEN, 2006; ASPEN, 2007; 33 Recomendações Nutricionais (CUPPARI, 2014) CARBOIDRATOS: • Fase aguda • Isenta de lactose • Controle de mono e dissacarídeos • Rica em fibras solúveis e pobre em fibras insolúveis • Fase remissão • Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis Fase ativa da doença • Hipercalórica • Hiperproteica • Hipolipídica • Normogliclídica À medida que o paciente entra na fase de remissão, deve-se proceder ao retorno da dieta normal, bem balanceada, saudável, sem grandes restrições • Evitar leites e derivados, bem como excesso de sacarose e de fibras • Fracionar dieta • Dieta antifermentativa • Probióticos (contraindicado) (Diestel et al, 2012) (Diestel et al, 2012) 37 NUTRIENTES ESPECIAIS ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA PROBIÓTICOS Fase de remissão da doença? Sim Não Dieta por via oral Complementos orais - inflamação intestinal persistentes, oferecendo até 600kcal/ dia + VO Nutrição parenteral - nos casos em que a nutrição enteral não for possível Nutrição enteral - DC: fórmulas elementares e formulas enriquecidas com glutamina, AG w-3, TGF-beta não mostram benefícios RCUI: AG w-3 e AGCC apresentam benefícios VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA NA DII 39 São de ocorrência frequente, múltiplos, e encontra-se em todo cólon, porém com localização preferencial no cólon sigmóide. DOENÇA DIVERTICULAR DIVERTICULOSE Herniações (bolsas) da parede colônica Assintomático em 70% dos pacientes SINTOMAS: Dor em fossa ilíaca esquerda, meteorito, distensão abdominal, discreta alteração do hábito intestinal 40 COMPLICAÇÕES: peritonite, hemorragia, obstrução intestinal, 4ístulas, DIVERTICULITE 10 a 25% dos pacientes com diverticulose desenvolvem diverticulite 41 In4lamação das herniações DIVERTICULITE Abscesso, perfuração aguda, sangramento agudo, obstrução e sepse 42 DIVERTICULOSE DIVERTICULITE APÓS REMISSÃO DO QUADRO INFLAMATÓRIO RETORNAR GRADUALMENTE PARA UMA DIETA RICA EM FIBRAS CONDUTA NUTRICIONAL Semelhante à constipação intestinal (dieta rica em fibras e líquidos) Dieta de pouco resíduo, dieta elementar ou, em casos complicados NPT 43 Fibras insolúveis: formam muitos resíduos Cereais e tubérculos: evitar os cereais integrais e não cozidos Frutas e verduras: preferência cenoura, batata e chuchu cozidos, banana, maçã e pera sem casca Carnes: as brancas, tem tecido conectivo menos denso que permite maior ataque das enzimas proteolíticas, com maior digestibilidade Leite e seus derivados: devem, em certos casos, ser evitados por deixarem resíduos (lactose) Clara de ovo: deixa resíduo mínimo (proteína de alta digestibilidade) DIETA DE RESÍDUO MÍNIMO Uma dieta que exclui não apenas o máximo de fibra dietética possível, como também alimentos, tais como, leite e tecido conjuntivo da carne, que contribuem para o resíduo fecal. LEITURA SUGERIDA • CUPPARI, L. Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. 3ed. Barueri, SP:Manole, 2014. • SILVA, S.M.C., Mura, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2 ed. São Paulo: Roca, 2011. • MAHAN, L.K.; ALIN, M.T. KRAUSE. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13 ed. São Paulo: Rocco, 2013. • GUYTON E HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002 • REIS, Nelzir Trindade. Nutrição clínica: Sistema Digestório. Ed. Rubio. 2003.
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