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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II. Aula 11 – SENTENÇA (2ª PARTE). DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Como já visto, o conceito de sentença foi alterado recentemente com o advento da Lei 11.232/05. Anteriormente, o art. 162, § 1º do CPC a definia como sendo o “ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa”. No entanto, em razão desta modificação, a sentença passou a ser definida como o ato do magistrado na forma do 267 ou 269 do CPC, pois, só assim, seria possível adequar este conceito ao processo sincrético, ora intensificado nesta Lei. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 A mais usual é a que classifica sentença como: a) definitiva (quando houver apreciação do meritum causae); b) terminativa (quando apenas extinguir a relação processual sem analisar o mérito da causa). CLASSIFICAÇÃO DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Há, também, uma outra classificação que distingue as sentenças em: a)declaratória; b)constitutiva; c)condenatória (classificação trinária). DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Contudo, há quem sustente que, na realidade, são cinco espécies de sentenças (classificação quinária), para que também sejam abrangidas as sentenças executivas latu sensu e mandamentais. No que pertine a sentença declaratória, deve ser esclarecido que a mesma objetiva a declaração da certeza existência ou inexistência de uma relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de um documento. Tem previsão legal no art. 4º do CPC. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 ATENÇÃO ! Toda sentença de improcedência possui natureza declaratória, pois o magistrado estará declarando que não existe o direito afirmado pelo demandado. A eficácia da sentença declaratória é usualmente ex tunc e não comportam execução. Sobre este último aspecto, não se pode esquecer que o recente art. 475-N, inciso I, aparentemente inovou neste ponto. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Já as sentenças constitutivas são aquelas que criam, modificam ou extinguem um estado ou relação jurídica. Seus efeitos usualmente são ex nunc e não comportam execução. Vale dizer, portanto, que a simples existência de uma sentença constitutiva já gera, por si só, a modificação do estado jurídico existente. Exemplos: sentença de separação dos cônjuges ou a que anula determinado ato jurídico por incapacidade do agente. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 De todo modo, há exceções como: a)sentença de interdição, que gera efeitos ex nunc antes do trânsito em julgado (art. 1.184, CPC); b)sentença que anula o ato por incapacidade relativa do agente, ou vício de erro, dolo, coação, simulação ou fraude, porque sua eficácia é ex tunc em virtude da redação do art. 182 do NCC (antigo art. 158, CC). DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Por fim, em relação a sentença condenatória, deve ser esclarecido que a mesma, além de declarar o direito da parte autora, também impõe a parte vencida um comando que determina o cumprimento de uma prestação de pagar, dar, fazer ou não-fazer. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Para ser cumprida, ela necessita que o interessado requeira o inicio da fase executiva (pelo menos se for obrigação de pagar, com fundamento no art. 475-J). A eficácia da sentença condenatória é ex tunc, mas o termo inicial pode variar. Se o ilícito for contratual (ilícito relativo) o termo inicial da retroação dos juros dependerá se a obrigação for líquida ou não. Se for líquida os juros correrão desde o vencimento pois é nesta ocasião em que o devedor foi constituído em mora (art. 397, NCC). Se for ilíquida o parágrafo único do art. 397 do NCC determina que a constituição em mora depende de interpelação judicial (art. 219, CPC – citação) ou extrajudicial. Porém, se o ilícito for extracontratual proveniente de ilícito (ilícito absoluto) os juros retroagem desde a data do evento (art. 398, NCC). DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 Por outro lado, há quem entenda que as sentenças mandamentais e executivas latu sensu se encontram abrangidas dentro desta espécie de sentença (condenatória). Para Humberto Theodoro Júnior: “há quem advogue a existência, também, de sentenças executivas e mandamentais, que seriam diferentes da condenatória porque não preparariam a execução futura a ser realizada em outra relação processual, mas importariam comandos a serem cumpridos dentro do mesmo processo em que a sentença foi proferida, dispensando, dessa maneira, a actio... essas peculiaridade, a meu ver, não são suficientes para criar sentenças essencialmente diversas... pois a diferença reside na execução e respectivo procedimento”. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 EXERCÍCIOS DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 1ª Questão. Foi proposta ação de rescisão contratual, cumulada com ação de indenização por danos morais. Após o regular trâmite do procedimento ordinário, foi proferida sentença, juntada aos autos. Após a sua juntada e antes de sua publicação no diário oficial, o juiz, que havia julgado procedentes os pedidos, retrata-se para, de oficio, sanar determinada omissão e julgá- los improcedentes, substituindo a sentença acostada por outra, juntada em seu lugar. O juízo argumentou que, até a publicação da decisão, ela é retratável, na forma do art. 463, CPC. Responda, justificadamente: a) Classifique as sentenças mencionadas no enunciado (tanto a de procedência, quanto a de improcedência); Justifique. b) A retratação em questão poderia ter ocorrido? Justifique. DIREITO PROCESSUAL CIVIL II AULA 11 E chegamos ao fim da aula... Bibliografia: HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso de Direito Processual Civil. Vol. II – Processo de Conhecimento.Ed. Impetus. www.rodolfohartmann.com.br
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