Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabarito da Segunda Prova Unificada de Ca´lculo IV- 2016/2, 01/12/2016 Questa˜o 1: (2.0 pontos) (a) Determine a se´rie de Taylor em torno de x = 0 da func¸a˜o f(x) = x2 1 + 2x3 . Soluc¸a˜o: Para dar soluc¸a˜o a este problema, temos que lembrar da se´rie geome´trica ∞∑ n=0 rn = 1 1− r para todo |r| < 1. (1) Trocamos r por −2x3 na equac¸a˜o (1), temos 1 1 + 2x3 = 1 1− (−2x3) = ∞∑ n=0 (−2x3)n = ∞∑ n=0 (−2)nx3n, (2) finalmente multiplicamos por x2 na equac¸a˜o (2), obtemos a se´rie de Taylor em torno de x = 0 x2 1 + 2x3 = x2 ∞∑ n=0 (−2)nx3n = ∞∑ n=0 (−2)nx3n+2. (3) (b) Determine o intervalo de convergeˆncia da se´rie encontrada em (a). Soluc¸a˜o Para mostrar (b), usamos o fato que a se´rie (2) e´ uma se´rie geome´trica, ela converge quando | − 2x3| < 1, isto e´, |x| < 13√2 . Portanto, a se´rie converge no intervalo (− 13√2 , 13√2). Falta verificar nos extremos do intervalo. No ponto x = 13√2 a se´rie (3) fica ( 1 3 √ 2 )2 · ∞∑ n=0 (−1)n, que sabemos e´ uma se´rie divergente. No ponto x = − 13√2 a se´rie (3) fica( 1 3 √ 2 )2 · ∞∑ n=0 (1)n, que sabemos e´ uma se´rie divergente. Em conclusa˜o o intervalo de convergeˆncia da se´rie (3) e´ ( − 13√2 , 13√2 ) . 1 Questa˜o 2: (3.0 pontos) Seja f : [−4, 4]→ R a func¸a˜o definida por f(x) = 0 se − 4 ≤ x < −2, 4− x2 se − 2 ≤ x < 2, 0 se 2 ≤ x ≤ 4. (a) Determine a se´rie de Fourier de f . Soluc¸a˜o: O intervalo tem cumprimento 2L = 8. Assim L = 4. Aplicando as formulas de Euler-Fourier, temos enta˜o a0 = 1 4 ∫ 4 −4 f(x)dx = 1 4 ∫ 2 −2 (4− x2)dx = 1 4 [ 4x− 1 3 x3 ]2 −2 = 8 3 . e am = 1 4 ∫ 4 −4 f(x)cos (mpix 4 ) dx = 1 4 ∫ 2 −2 ( 4− x2) cos(mpix 4 ) dx = [ 1 mpi (4− x2)sen (mpix 4 )]2 −2 + ∫ 2 −2 2x mpi sen (mpix 4 ) dx = [ −8x m2pi2 cos (mpix 4 )]2 −2 + ∫ 2 −2 8 m2pi2 cos (mpix 4 ) dx = − 32 m2pi2 cos (mpi 2 ) + [ 32 m3pi3 sen (mpix 4 )]2 −2 = − 32 m2pi2 cos (mpi 2 ) + 64 m3pi3 sen (mpi 2 ) . Em fim, bm = 1 4 ∫ 4 −4 f(x)sen (mpix 4 ) dx = 0, pois o integrando e´ impar. A se´rie de Fourier e´ enta˜o f(x) = 4 3 + ∞∑ m=1 [ 64 m3pi3 sen (mpi 2 ) − 32 m2pi2 cos (mpi 2 )] cos (mpix 4 ) . (b) Esboce o gra´fico da se´rie de Fourier obtida no item (a) no intervalo [−12, 12]. Soluc¸a˜o: 2 Figura 1: Gra´fico da se´rie de Fourier (c) Calcule o valor da se´rie ∞∑ m=1 1 m2 . Soluc¸a˜o Como f e´ cont´ınua em x = 2, pelo teorema de convergeˆncia de Fourier, 4 3 + ∞∑ m=1 [ 64 m3pi3 sen (mpi 2 ) − 32 m2pi2 cos (mpi 2 )] cos (mpi 2 ) = 0. Mas, para todo m, sen (mpi 2 ) cos (mpi 2 ) = 1 2 sen (mpi) = 0, e cos (mpi 2 ) cos (mpi 2 ) = 1 2 [cos(mpi) + 1] = { 1 se m par, e 0 se m impar. Substituindo m = 2n, temos enta˜o, ∞∑ n=1 32 4n2pi2 = 4 3 ∞∑ n=1 1 n2 = pi2 6 . Questa˜o 3: (3.0 pontos) Determine a soluc¸a˜o u(x, t) do seguinte problema que representa o comportamento oscilato´rio de uma corda ela´stica com extremidades fixas. 3 uxx − utt = u, (x, t) ∈ (0, 10)× (0,+∞), u(0, t) = u(10, t) = 0, t ∈ (0,+∞), u(x, 0) = 0, x ∈ (0, 10), ut(x, 0) = x(10− x), x ∈ (0, 10). Soluc¸a˜o: Aplicando o me´todo de separac¸a˜o de varia´veis, escrevemos: u(x, t) = X(x)T (t) Substituindo na equac¸a˜o, obtemos: T (t)X ′′(x)−X(x)T ′′(t) = X(x)T (t)⇔ X ′′(x) X(x) = T ′′(t) T (t) + 1. Como na u´ltima igualdade o lado esquerdo na˜o depende de t e o lado direito na˜o depende de x, ambos devera˜o ser iguais a uma constante real, que chamaremos de λ. X ′′(x) X(x) = T ′′(t) T (t) + 1 = λ. de onde obtemos as equac¸o˜es: X ′′(x)− λX(x) = 0 e T ′′(t)− (λ− 1)T (t) = 0. Usando agora as condic¸o˜es de contorno temos que: X(0)T (t) = 0,∀t ≥ 0⇒ X(0) = 0 e X(10)T (t) = 0,∀t ≥ 0⇒ X(10) = 0 Temos que o problema: { X ′′(x) = λX(x) X(0) = 0 e X(10) = 0 tem autovalores λ = −n2pi2 100 , n ∈ {1, 2, 3, · · · } e as autofunc¸o˜es correspondentes sa˜o: Xn(x) = sin (npix 10 ) , n ≥ 1. Resolvendo a equac¸a˜o correspondente de T temos que: T ′′(t) + ( n2pi2 100 + 1 ) T (t) = 0. Cuja soluc¸a˜o geral e´ dada por: T (t) = a1 sin ( t √ n2pi2 102 + 1 ) + a2 cos ( t √ n2pi2 102 + 1 ) . 4 Da condic¸a˜o inicial: X(x)T (0) = 0,∀x ≥ 0⇒ T (0) = 0, obtemos: T (0) = a2 = 0. Portanto, temos que: Tn(t) = sin ( t √ n2pi2 102 + 1 ) . Da´ı, a soluc¸a˜o geral do nosso problema e´ dada por: u(x, t) = ∞∑ n=1 kn sin npix 10 sin ( t √ n2pi2 102 + 1 ) . Usando agora a segunda condic¸a˜o inicial, devera´ ser satisfeita a relac¸a˜o: ut(x, 0) = ∞∑ n=1 kn √ n2pi2 102 + 1 sin npix 10 = x(10− x). Assim, as quantidades kn √ n2pi2 102 + 1 sa˜o os coeficientes de Fourier em senos de per´ıodo 20 da func¸a˜o x(10− x); portanto, kn √ n2pi2 102 + 1 = 2 10 ∫ 10 0 x(10− x) sin npix 10 dx = 1 5 [∫ 10 0 10x sin npix 10 dx− ∫ 10 0 x2 sin npix 10 dx ] = 1 5 [ 10 ( x −10 npi cos npix 10 ∣∣∣∣10 0 − ∫ 10 0 −10 npi cos npix 10 dx ) − ∫ 10 0 x2 sin npix 10 dx ] = 1 5 [(−103 npi cosnpi ) − ( x2 −10 npi cos npix 10 ∣∣∣∣10 0 − ∫ 10 0 −20x npi cos npix 10 dx )] = 1 5 [−103 npi cosnpi + 103 npi cosnpi + ∫ 10 0 −20x npi cos npix 10 dx ] = 1 5 [ −20 npi ( x 10 npi sin npix 10 ∣∣∣∣10 0 − ∫ 10 0 10 npi sin npix 10 dx )] = 1 5 [ −20 npi ( 102 n2pi2 cos npix 10 ∣∣∣∣10 0 )] = −400 n3pi3 (cosnpi − 1) . Podemos escrever: −400 n3pi3 (cosnpi − 1) = 0, se n e´ par 800 n3pi3 , se n e´ ı´mpar. 5 Portanto, temos: u(x, t) = ∞∑ m=1 800 (2m− 1)3pi3 sin (2m− 1)pix 10 sin ( t √ (2m− 1)2pi2 102 + 1 ) . Questa˜o 4: (2.0 pontos) Considere o seguinte problema : uxx + uxy + ux = 0, (x, y) ∈ R× R. (a) Ache todas as soluc¸o˜es na˜o triviais dessa equac¸a˜o que possam ser escritas na forma u(x, y) = X(x)Y (y). Soluc¸a˜o: Procuramos soluc¸o˜es da equac¸a˜o na forma u(x, y) = X(x)Y (y). Substituindo essa soluc¸a˜o na equac¸a˜o, rearranjando os termos e igualando-os a uma constante de separac¸a˜o λ real, chegamos a: X ′′ X ′ + 1 = −Y ′ Y = λ, onde obtemos as equac¸o˜es: X ′′ + (1− λ)X ′ = 0 e Y ′ + λY = 0. Atrave´s da primeira equac¸a˜o, obtemos a equac¸a˜o caracter´ıstica r2 +(1−λ) r = 0, com ra´ızes r1 = 0 e r2 = λ− 1. Analisando os dois casos para λ: 1. Para λ = 1, temos: X ′′ = 0, Y ′ + Y = 0. Logo, obtemos X(x) e Y (y) nas formas: X(x) = c1 + c2 x e Y (y) = d1 e −y. Portanto, a soluc¸a˜o para λ = 1 fica: u(x, y) = C1 e −y + C2 x e−y. 2. Para λ 6= 1, temos: Para X, a equac¸a˜o e´ X ′′ + (1− λ)X ′ = 0. Nesse caso, X ′(x) = c1 e(λ−1)x, de onde obtemos a soluc¸a˜o X(x) = c2 + c1 e(λ−1)x λ− 1 . Para Y , a equac¸a˜o e´ Y ′ + λY = 0. Cuja soluc¸a˜o e´ Y (y) = d1 e −λ y. 6 Portanto, a soluc¸a˜o para λ 6= 1 fica: u(x, y) = C1 e −λ y + C2 λ− 1 e (λ−1)x−λ y. (b) Ache uma soluc¸a˜o na˜o trivial que satisfaz u(0, 0) = 0 e uxx(0, 0) = 0. Soluc¸a˜o: 1. Para λ 6= 1, temos u(x, y) = C1 e−λ y + C2λ−1 e(λ−1)x−λ y. Com a condic¸a˜o u(0, 0) = 0, encontramos C1 + C2 λ−1 = 0. A segunda derivada uxx e´ dada por uxx(x, y) = C2 (λ− 1) e(λ−1)x−λy. A condic¸a˜o uxx(0, 0) = 0 implica que C2 (λ − 1) = 0. Como λ 6= 1, enta˜o C2 = 0. Portanto, nesse caso, ha´ apenas a soluc¸a˜o trivial, que na˜o nos interessa. u(x, y) = 0. 2. Para λ = 1, temos u(x, y) = C1 e −y + C2 x e−y. Para u(0, 0) = 0, a equac¸a˜o acima resulta que C1 = 0.. Agora, derivando duas vezes u(x, y) = C2 x e −y, obtemos uxx(x, y) = 0, que satisfaz uxx(0, 0) = 0. Assim, a soluc¸a˜o para λ = 1 e´ u(x, y) = C2 x e −y, com C2 6= 0, satisfazendo as condic¸o˜es dadas. 7 A: O problema { y′′ = λy, y(0) = 0, y(L) = 0, tem autovalores λ = −n2pi2/L2, n ∈ {1, 2, 3, ...}, e as autofunc¸o˜es correspondentes sa˜o yn(x) = sen (npix L ) , n ≥ 1. B: Transformadas de Laplace elementares. f L[f ] 1 1 s , s > 0 tm (m ∈ N) m! sm+1 , s > 0 eat 1 s− a, s > a tmeat (m ∈ N) m! (s− a)m+1 , s > a sen(at) a s2 + a2 , s > 0 cos(at) s s2 + a2 , s > 0 eatsen(bt) b (s− a)2 + b2 , s > a eatcos(bt) (s− a) (s− a)2 + b2 , s > a senh(at) a s2 − a2 , s > |a| cosh(at) s s2 − a2 , s > |a| δ(t− a) e−as ua(t)f(t− a) e−asL[f ](s) eatf L[f ](s− a) f (m)(t) smL[f ](s)− sm−1f(0)− ...− f (m−1)(0) 8
Compartilhar