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AFECÇÕES DO SISTEMA URINARIO Anatomia Rins em região cranial, Ureteres que se ligam a BX na região do trigono vesical Vesícula urinaria Próstata (machos) Uretra: em machos a uretra é mais longa e estreita (tem a uretra: prostática, pélvica, perineal, escrotal e pré escrotal - machos); em fêmeas a uretra é curta e grossa tendo menos incidência de retenção de cálculos. A afecção mais comum em cachos tanto cães como gatos é a obstrução uretral por cálculos. Uretra perineal Uretra pré escrotal Cão: a próstata do cão é mais evidente Gatos: A próstata em gatos fica mais distante da BX e menos evidente. Em casos de rompimento da uretra pré escrotal é possível realizar a uretrostomia pré púbica – é um desvio da uretra caudal (uretra pré púbica) a BX para uma abertura na parede abdominal. A glândula bulbo uretral é bem evidente e quando realizada a uretrostomia perineal serve para guiar a incisão, pois nessa porção à uretra é mais larga diminuindo as chances de estenose no pós operatório (parte da uretra escolhida para cirurgias). Se o animal for castrado pode ter uma redução no tamanho da glândula porem ainda é palpável sua localização. A uretrostomia perineal felina (é associada a penectomia) é indicada quando não foi possível a retirada do calculo. Toda a região dorsal da BX, uretra e próstata é muito inervada tendo ramificação direta do nervo isquiático. É necessário muito cuidado em cirurgias próximas a artéria e veia renal, pois são ramos diretos da veia cava e artéria aorta, qualquer erro pode ter hemorragias intensas. Alguns animais podem ter mais de uma artéria e veia renal Técnicas cirúrgicas Nefrotomia: abertura do parênquima renal (calculo dentro do parênquima) – grande hemorragia; dificuldade de sutura, transpassa todo o parênquima – ponto em U; complicações extravasamento de sangue e urina (técnica pouco utilizada) Nefrectomia: retirada do rim (técnica mais comum (neoplasia; pielonefrite; hidronefrose; calculo causando sintomas, geralmente são assintomaticos). Esse procedimento somente será possível se o outro rim estiver bom. Nefrostomia: abertura definitiva do rim. É feito uma abertura na região de pelve renal e introduz uma sonda que fica suturada na parede abdominal (chances da sonda sair do lugar; infecções; evolução para hidronefrose – não utilizada) Pielotomia: abertura da pelve renal (técnica difícil para suturar – grandes chances de rompimento e extravasamento de urina na cavidade – uroperitonio) Obs: a litotripsia (US que quebra de cálculos por ondas de choque) não é feita em animais, pois ainda não esta calibrado para a variação de tamanhos das diferentes espécies. Ureterotomia: abertura do ureter (calculo). Técnica complicada pela pequena espessura do ureter, chances de estenose no pós operatório. Em humanos é fixado o duplo J que empurra o calculo para a pelve para posterior litotripsia – não é usado em animais, pois não tem tamanho adaptado. Neoureterostomia: nova abertura definitiva do ureter (afecção congênita = ureter ectópico). O ureter passa por dentro da bexiga sem abertura para a saída da urina pode ser unilateral ou bilateral, e se insere na uretra com sintomas de incontinência urinaria. Incisão do ureter dentro da Bx. Ureteroneocistotomia: usada também para ureter ectópico. O ureter passa por fora da bexiga e se insere direto na uretra pode ser unilateral ou bilateral, sem passar pela vesícula urinaria sendo o principal sintoma de incontinência urinaria (filhotes geralmente fêmeas). Recolocação do ureter na bexiga e incisão para extravasamento da urina. Cistotomia: abertura da vesícula urinaria e posterior fechamento (retirada de calculo) Cistectomia: retirada parcial da vesícula urinaria (neoplasia) Cistostomia: abertura definitiva da vesícula urinaria (ruptura de uretra) – maiores riscos de infecção do que a uretrostomia Uretrotomia: abertura da uretra e posterior fechamento (retirada de calculo) Uretrostomia: abertura da uretra retirada do calculo e sutura da uretra aberta. É a mais indicada, pois se o animal formar outros cálculos será mais difícil a obstrução – evita recidivas. Ureterostomia: retirada da bexiga e uretra, e sutura direta dos ureteres na parede abdominal. Ou liga no intestino – muito risco de infecção ascendente e posterior pielonefrite levando o rim a IRA. Não realizar. LITÍASE Extremamente comum em ambas as espécies. Parte do tratamento é clinico. O animal pode apresentar cistites recorrentes ou obstrução. 5-10% dos cálculos estarão no rim e ureter 95-80% estarão na bexiga e uretra Principais tipos Estruvita (dieta que acidifica o Ph) Oxalato de cálcio (dieta que alcaliniza o Ph) Raramente urato (dálmata, pela deficiência no metabolismo da uréia, usada a mesma dieta do calculo de oxalato que ira alcalinizar o Ph) Cistina (usada a mesma dieta do calculo de oxalato que ira alcalinizar o Ph) Misto (a mudança da dieta será imposta pela matriz do calculo, porem o diagnostico no Brasil é errado, aqui é feito uma analise quantitativa e não qualitativa. O correto seria a analise da matriz e posteriormente da periferia). Na maioria das vezes a matriz é de origem de oxalato pela alteração do Ph urinário e metabolismo de Ca, esse calculo agride a BX e predispõe a infecções urinarias que mudam o Ph e começam a deposição de estruvita. Necessário então controlar a dieta e a infecção (30 dias ou mais de ATB e cultura negativa). Fatores causais Anormalidades metabólicas (shunt ou metabolismo da uréia) Ph da urina Concentração de cristalóides na urina (predisposição a litíase, pode ser tratado com mudança na dieta) Infecção urinaria (altera o Ph e predispões a formação de estruvita) Anormalidades anatômicas (gato com grande concentração de cristalóides, cão com calculos pequenos já podem obstruir e em fêmeas os cálculos precisam ser muito grandes). Raças predispostas: Schnauzer, Shi Tzu, Lhasa Apso, Yorkshire, Pugs e Dalmatas Sinais e sintomas Obstrução total: estrangúria, azotemia pós renal - anúria decorrente de IRA Obstrução parcial: disúria, hematúria Dor abdominal Aumento do rim = nefromegalia predispondo a hidronefrose, virando foco de infecção Sinais de cistite (polaquiúria; disúria; hematúria) Distenção da BX : palpação Azotemia (24h: total +48h: parcial) Diagnóstico Urinalise (presença de cristais; presença de bactérias – cultura; sangue oculto) US (localização) Dosagem de Ca, P, uréia e creatinina - sempre RX simples (calculo radiopaco) ou contrastado (calculo radioluscente ou suspeita de ruptura - uretrocistografia) - (quantificação) = vias urinarias inferiores Urografia excretora – IV (identificação do trajeto do ureter) = vias urinarias superiores Sondagem uretral – impossibilitando sua introdução. Cães geralmente obstruem na região caudal ao osso peniano. Gatos geralmente tem cristais + muco = plug obstruindo a porção final do pênis Tratamento Cistocentese para alivio da pressão dentro da BX Hidropopulsão em direção a BX e permanência da sonda para a cistotomia ou se necessário uretrostomia. Cistotomia Uretrostomia (pré escrotal – mais rápida e não precisa castrar; escrotal – obrigatoriamente deve castrar o animal para acessar a uretra, a vantagem é que nessa região a uretra mais larga reduzindo as chances de estenose; perineal - somente em caso de ruptura das outras duas porções) sem necessidade de abrir a cavidade abdominal. Uretrotomia (raro) Mudança da dieta ATB ate cultura negativa URETROSTOMIA PRÉ ESCROTAL – cães Essa técnica consiste em suturar a parede da uretra direto na pele do prepúcio. Qualquer cirurgia na uretra tem grande sangramento. Sutura a mucosa uretral/corpo esponjoso na pele. Usado fio absorvível sintético não filamentoso – caprofyl, ou nylon, mas cuidado para não suturar a mucosa, pois ele é calculogenico em contato com a urina porem na uretra ele será removido após um tempo determinado. URETROSTOMIA ESCROTAL – cães Na porção escrotal a uretra é mais calibrosa e mais superficial, nesta região há menosvolume de tecido cavernoso, facilitando na hora de suturar a uretra na pele do prepúcio. Desvantagem da técnica: é necessário castrar o animal para realização da técnica. Como é feita: Incisão na rafe Orquiectomia escrotal (retirada dos dois testiculos) Remoção parcial da pele da bolsa escrotal Localizar o músculo retrator do pênis, divulsionar e rebate para a lateral, assim já irão visualizar a uretra. Incisão longitudinal na uretra de mais ou menos 2-3cm. Abrimos um incisão grande para diminuirmos o risco de estenose. No pós operatório ela ira reduzir de tamanho. Suturar a parede da uretra na pele da bolsa escrotal, em ponto simples separado. Sendo assim, com a uretra desviada para o espaço onde estaria a bolsa escrotal, a urina passará a sair por lá e não mais pelo pênis. O pênis continua com a capacitada de expor e recolher. Obs: não é necessario penectomia. Uretrotomia perineal No cão essa seria a ultima opção e no gato é a primeira opção. A incisão é feita no períneo. Todos os tipos de cirurgia tem a mesma função, só depende de onde o calculo esta parado. Depende de mais higiene e tem algumas chances de infecção e dermatite. incisão da pele. Rebate o músculo retrator Incisão da uretra Remoção do calculo Sutura da uretra Sutura da pele Obs: maiores chances de estenose e cálculos recidivos no mesmo local, para isso o indicado é deixar aberto URETROSTOMIA EM GATOS A uretra do gato é extremamente fina, então a urestrotomia é feita do terço proximal para cima (altura do número 5 na figura). Portanto, no gato a uretrostomia sempre será perineal. O gato castrado não possui espículas e a bulba uretral diminui bem de tamanho. + penectomia Obs: bastante sangramento nos primeiros dias hematúria com coágulos. PENECTOMIA A penectomia é uma consequência da uretrotomia. Técnica: Incisão ao redor do prepúcio e escroto, removendo-os. (Necessário antes a castração - orquiequitomia). O pênis ficará solto, sem prepúcio e sem bolsa escrotal. Divulsionar a região da base do pênis pra ele ficar totalmente solto, se não, ele traciona a uretra e pode ter deiscência de pontos. Músculos isquicavernosos incisados (são dois filetes de músculo que fixam o pênis na porção dorsal), seccionamos (incisão separando em dois) esse músculo, deixando o pênis completamente solto. Incisão pubiana fibrosa transeccionada (deixar o pênis bem esticado) Secção do músculo retrator do pênis Visualização e Incisão uretral até glândula bulbo uretral (Abertura da uretra na altura do terço proximal, quando realizar a incisão o sangramento será grande) Passagem de sonda pela abertura até a bexiga para ver se está correto. Amputação uretra e pênis remanescente. Suturar a uretra na pele – ponto simples interrompido Pós operatório Se estenosar é necessario lararotomia, incisão da BX e passagem da sonda de dentro para fora. Tentar a reconstrução porem a chance de estenosar é muito grande. Se acontecer de estenosar novamente é indicado a uretrostomia pré púbica, porem o proprietário deve estar ciente de que o animal pode ter incontinência e que ele devera ser higienizado frequentemente CISTOTOMIA Técnica: Laparotomia pela linha média ventral, região hipogástrica; Incisão na região ventral da bexiga; Retirada do cálculo e lavagem da bexiga; Sutura (duas suturas de inversão PSI), se usar nylon não pode entrar em contato com a mucosa e urina, portanto, fazer sutura não contaminante. Se usar outro fio (caprofyl) pode fazer pegando a mucosa. Pós- operatório: Possível sangramento durante 7 a 10 dias (hematúria), principalmente em machos Deixar o animal com colar protetor Analgésico Antibiótico terapia (em caso de cistite, importante manter ATB por pelo menos 20 dias para evitar recidiva, é necessário que essa infecção cesse por completo, fazer exame de urina para certificar de que se livrou da infecção). Mandar o cálculo para análise, para entrar com a dieta adequada, caso contrário haverá recidiva. Quando o animal tem predisposição, pode acontecer dele se livrar de um tipo de cálculo e aparecerem outros, não tem jeito, esse animal nunca estará totalmente livre. Na maioria das vezes quando todas as recomendações são seguidas corretamente, funciona. Outros tratamentos: Dietas para dissolução: São dietas que dissolvem os cálculos de estruvita. Lembrando que às vezes os cálculos de estruvita já podem ser dissolvidos ou eliminados apenas tratando a infecção urinária. Só é viável se eles forem bem pequenos, caso contrário, cirurgia. Quelante de cálcio: Se o cálculo já estiver na bexiga, não adiantará, essa medida só ajudará a não formar novos cálculos. Para cálculos de oxalato. Para aqueles animais que tem problemas no metabolismo do cálcio. Remoção cirúrgica: Rins e ureter só em caso de infecção ou obstrução, se esses cálculos estiverem presentes, mas o animal for assintomático, não iremos mexer, iremos tratar apenas clinicamente. Bexiga e uretra: A cirurgia é sempre o tratamento de eleição nesses casos, pois são cirurgias mais simples. Litotripsia: mais usada em humanos, para implodir o cálculo. É difícil de usar em animais, porém, usados em casos extremos. Raro, quando não há outra opção. Hidropropulsão: Sempre que tivermos um cálculo no ureter iremos tentar empurrá-lo para a bexiga. Complicações: (Pela demora de diagnosticar ou por manipulação errada) Ruptura de vesícula urinária: Quando ocorre ruptura decorrente a presença de um cálculo, é sinal de que ele já está lá obstruindo há muito tempo. A ruptura de vesícula resulta num quadro de uroabdomen/uroperitônio (acumulo de urina na cavidade abdominal). A ruptura da vesícula urinária também pode ocorrer devido a trauma (atropelamento, por exemplo – sempre passar a sonda para certificar-se se a BX esta normal), obstrução uretral e quadros graves de cistite enfisematosa (pela produção de gás, há distenção de bexiga e rompimento. Pouco frequente, mas pode acontecer). RUPTURA DE BEXIGA. Sinais Clínicos Aumento de volume abdominal – pela distensão da bexiga e pelo acumulo de urina no peritônio. Sensibilidade abdominal – pelo contato desta urina com os órgãos, corroendo. Azotemia – Vômito, diarreia, apatia, anorexia, dor abdominal, hematúria (se a ruptura não for grande, esse animal ainda urina um pouco) Diagnóstico: Palpação abdominal – não identificamos o contorno da vesícula urinária. Sentimos a presença de líquido livre. Paracentese – bater uma agulha no abdome. Analise do líquido se tiver creatinina = urina) Raio X – simples (perda da relação dos órgãos); uretrocistografia (contraste) Ultrassom – liquido livre, visualização da bexiga rompida. Dosagem de uréia e creatinina sérica pareada com o liquido abdominal. Tratamento: Fluidoterapia para diluir essa urina livre; ATB terapia no soro; Analgésico Diálise peritoneal (lavagem do peritônio com soro para diluição de uréia e creatinina – raro também). Hemodiálise quando possível (raro) Procedimento cirúrgico – técnica: Remoção de tecidos desvitalizados (necrosados); Cistorrafia (sutura); Lavagem de cavidade abdominal, melhor do que diálise peritoneal CASOS CLÍNICOS Suspeita: doença do trato urinário obstrutiva – disúria e polaciúria Possível azotemia – anorexia e emese Bexiga repleta e sensível = obstrução Exames complementares: US (visualização da BX distendida; presença de sedimento e se já tem extravasamento de liquido. Hemograma e bioquímico: dosagem de uréia e creatinina = impedir DRC Tratamento: Sedação Cistocentese Massageia a porção final do penis para tentar dissolver o plug. Sondagem e lavagem se não for possível hidropopulsão se não der cirurgia Após lavagem fluidoterapia Adequação da dieta Diagnostico: ruptura da uretra na região pélvica com fratura de coxal Exames complementares: cistocentese; Tratamento: Uretrostomia pré púbica Ureter ectópico Alteração congênita, onde um ou os dois ureteressão inseridos fora da vesícula urinaria O paciente é incontinente, e se for bilateral a bexiga se torna hipoplásica Intramural Caminha na parede da vesícula mas só abre na uretra Extramural Vai direto para a uretra Sinais e sintomas Incontinência urinaria Cistite e pielonefrite recorrentes Diagnostico Urografia excretora US Tratamento Reimplantação do ureter na bexiga (extramural): uretroneocistostomia Restabelecimento da abertura ureteral (intramural): neoureterostomia Neoplasias vesicais e uretrais Tipos Carcinoma de células de transição Quimio e acompanhamento Não é possível retirar o tumor
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