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Meteorologia Dinâmica: Vento Gradiente O vento gradiente é obtido pelo balanço entre a força de Coriolis, a componente horizontal da força do gradiente de pressão e a força centrífuga, que resulta do deslocamento curvilíneo da parcela de ar. Todas essas forças são radiais e a aproximação do vento gradiente é dada por: v gr 2 R + fv gr=− 1 ρ ∂ p ∂ n Equação 1 Esta é uma equação do 2º. grau em vgr e a solução é dada por: v gr =− fR 2 ± [(f 2 R2 4 )−(Rρ ∂ p∂n )] 1 2 Equação 2 Já que o raio de curvatura (R), o parâmetro de Coriolis (f) e o gradiente de pressão ( p/ n) podem ser positivos ou negativos, esta equação possui 16 raízes, sendo 8 para cada hemisfério. Entretanto, nem todas tem significado físico. Será discutida apenas a análise para o hemisfério sul, onde f=2 sen é negativo, já que as latitudes ( ) são negativas. Contudo, a análise para o hemisfério norte é análoga. As equações para o vento gradiente considerando o parâmetro de Coriolis negativo (HS) têm a seguinte forma: v gr = fR 2 +[( f 2 R2 4 )−(Rρ ∂ p∂ n)] 1 2 Equação 3 v gr = fR 2 −[( f 2 R2 4 )−(Rρ ∂ p∂ n)] 1 2 Equação 4 Na tabela 1 pode-se notar que as soluções onde o vento gradiente apresenta valores negativos são desconsideradas por não ter significado físico neste sistema de coordenadas. Os sinais de vgr são facilmente verificados substituindo-se os sinais possíveis do raio de curvatura e do gradiente de pressão nas equações 3 e 4. O exemplo 1 mostra como é feita a análise para o caso de R<0 e ( p/ n)<0, na equação 3. Exemplo 1 v gr=− a+√a 2− b onde a= fR 2 e b= R ρ ∂ p ∂ n Então como a>√a2− b tem-se que v gr será negativo! Para os casos em que o vento gradiente é positivo, quatro situações são possíveis: centros de alta e baixa pressão regulares e centros de alta e baixa pressão anômalos, que estão representados na figura 1. A confecção das figuras é feita levando-se em consideração os sinais do gradiente de pressão e do raio de curvatura. Tabela 1 – Soluções possíveis para o HS das equações 3 e 4. Hemisfério Sul f < 0 R > 0 R < 0 ( p/ n) > 0 Vgr > 0 (4) Vgr > 0 (1) Vgr > 0 (2) Vgr < 0 ( p/ n) < 0 Vgr >> 0 (3) Vgr < 0 Vgr << 0 Vgr < 0 (1) Baixa regular; (2) Alta regular; (3) Baixa anômala; (4) Alta anômala Os seguintes passos devem ser usados na elaboração das figuras: a) verificar sinal de R para determinar se o movimento é horário ou anti-horário; b) verificar o sinal de ( p/ n) para determinar se a pressão cresce ou diminui na direção do centro, estabelecendo se é um centro de alta ou baixa pressão; c) marcar a força do gradiente de pressão, que deve apontar sempre para as baixas pressões; d) marcar a força de Coriolis que estará sempre à esquerda do movimento no HS; e) marcar a força centrífuga, que aponta para fora da trajetória. Figura 1 – Esquema das soluções possíveis para o vento gradiente no HS. Para exemplificar, seja a situação (3) da baixa anômala. Neste caso, o raio de curvatura é positivo denotando que o movimento deve ser anti-horário. Já o gradiente de pressão é negativo (ver tabela 1), o que significa que a pressão diminui no sentido positivo de R, dado pelo vetor normal N (figura 2), indicando baixa pressão no centro da trajetória. Então tem-se um centro de baixa pressão com rotação anti-horária no HS. No caso da alta anômala percebe-se que não há inversão do sentido de rotação. A diferença do sistema regular para o anômalo está na intensidade da velocidade do vento. Figura 2 – Raios de curvatura positivo (esquerda) e negativo (direita). Baixa anômala – força de Coriolis muito pequena, o balanço se aproxima de um balanço ciclostrófico, onde a força do gradiente de pressão é equilibrada pela força centrífuga. Estes sistemas são raros e de difícil detecção. A velocidade é maior do que a comumente observada. As dimensões horizontais são reduzidas, já que a influência de Coriolis é pequena. Alta anômala – as forças com maiores valores são Coriolis e centrífuga e o gradiente de pressão é pequeno. Este tipo de sistema pode ser observado em regiões de curvatura anticiclônica bastante pronunciadas, como as cristas de ar superior. Assim como a baixa anômala, também é de difícil detecção.
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