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AULA8PLACTI140716

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Pensamento Latino-Americano e Políticas de C,T&I
Aula 8- A Abordagem Cepalina: e o estruturalismo nos anos 90 e 2000
Professor Adalberto Azevedo
São Bernardo do Campo, 17/07/2014
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Correspondência com os momentos históricos da AL
50s: Industrialização (direcionar)
60s: Reformas (fiscal, financeira, agrária)
para industrializar
70s: novo estilo de desenvolvimento 
(socialmente justo e exportador)
80s: endividamento externo, ajustes 
para retomar o crescimento (muda do
tema produção-distribuição para 
Estudos de macroeconomia) 
90s: reestruturação produtiva com 
Equidade (volta do foco em reformas de longo prazo)
As idéias-força da Cepal: períodos
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E os anos 2000?
Não existe justiça no mundo
Existe alguma justiça no mundo
O mundo é justo!!
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Sessenta anos da Cepal (texto de 2009)
Neoestruturalismo: anos 90 e 2000
Efeitos das reformas estruturais dos 90s; 
Agenda para o cenário de intensificação da globalização; 
Direitos, cidadania e coesão social;
Fusão schumpeteriana-estruturalista,
Políticas macroeconômicas anticíclicas em um cenário de volatilidade financeira (vulnerabilidade)
Aumento da produtividade, inserção internacional competitiva e igualdade/justiça social: focos da Cepal nos anos 2000
E os anos 2000?
Mantêm-se: métodos e enfoques analíticos
Mudam: ênfases e interpretações
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Método histórico-estrutural: descrição e análises de especificidades produtivas, sociais, institucionais da AL e Caribe 
Insercão internacional: países periféricos, diferentes das economias dos países centrais 
Diferenças: especialização em setores pouco dinâmicos, desigualdade de renda e produtividade, oferta de mão de obra com renda próxima à de subsistência, instituições arcaicas (Estado, sistemas políticos, empresas industriais e agrícolas) 
Prioridade: propor soluções transformadoras para o médio/longo prazos (desenvolvementismo)
Criar soluções próprias para crescer, incorporar progresso técnico, distribuir renda e se relacionar com o resto do mundo
O estruturalismo (revisão)
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Fim dos 80s: abertura comercial/financeira, privatizações, redução da intervenção estatal: ortodoxia, oposição à Cepal, sensação de inevitabilidade histórica das políticas ortodoxas
OLIVEIRA, F. Privatização do público, destituição da fala e anulação da política: o totalitarismo neoliberal. In: Os sentidos da democracia: políticas do dissenso e a hegemonia global. Orgs. Francisco de Oliveira e Maria Célia Paoli. Brasília: Editora Vozes, 1999, p. 55-81
Crença no contrato mercantil como regulador social: extinção de instituições como o Estado de Bem Estar Social ou a regulação do trabalho (espaço público): privatização do público
Ideias (pensamento único) que anulam o conflito social sobre as formas de intervenção, desmoralização do setor público e do discurso oposicionista (neobobos ou it´s the economy, stupid): destituição da fala e anulação da política 
O neoestruturalismo: contexto
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Portella Filho, Petrônio. (1994). O ajustamento na América Latina: crítica ao modelo de Washington. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, (32), 101-132.
Anos 90 e 2000
“(1) Disciplina fiscal; 
(2) Reordenamento nas prioridades dos gastos públicos; 
(3) Reforma tributária; 
(4) Liberalização do setor financeiro (livre determinação das taxas de juros pelo mercado e abolição dos controles de câmbio); 
(5) Liberalização comercial; 
(6) Privatização de empresas estatais; 
(7) Proteção a direitos autorais;” (Petrônio, 1994: 211)
Reformas estruturais na América Latina
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Trabalhos de Fajnzylber (1983, 1990): crítica do neoliberalismo Papel do Estado, sem protecionismo excessivo
Oportunidades e desafios para o desenvolvimento em economias abertas, com Estados ativos mas não excessivamente protecionistas
Ênfase no progresso técnico baseado no capital intelectual
Influência dos autores neoschumpeterianos (inovação e ondas largas de crescimento econômico): TICs, biotecnologia
Criação de Sistemas Nacionais de inovação
O neoestruturalismo: origens
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Fajnzylber, a Cepal e o debate heterodoxos X ortodoxos
Reconhecimento da necessidade de reformas institucionais, mas oposição às recomendações liberalizantes do consenso de Washington: estratégias alternativas para o desenvolvimento produtivo, social e de inserção internacional
Novas políticas industriais, tecnológicas e de comércio exterior (sem a extinção de instituições)
Redesenho das políticas sociais
Intervenções do governo visando a sustentabilidade ambiental
Maneira de influir nos governos regionais (para alguns, “rendição” ao neoliberalismo): admite a necessidade de mudar o marco regulatório, mas criticamente 
O neoestruturalismo: anos 90
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Reconhecimento da necessidade de mudar o papel do Estado na vida econômica e revisar os instrumentos de intervenção, mas reconhecendo seu papel fundamental
Transformação produtiva com equidade (Cepal, 1990): abertura comercial gradual e seletiva, busca da competitividade “autêntica”
Caráter sistêmico da competitividade: infraestrutura (física, financeira, legal), capital humano, estímulo à inovação. Articulação intra e inter-industrial
Competitividade espúria (desigualdade, protecionismo, exploração da mão de obra e meio ambiente) X autêntica (igualdade, inovação, qualificação do capital humano)
Exemplo: recomendações do ECIB- Estudo da competitividade da indústria Brasileira (Unicamp, 1993)- http://www3.eco.unicamp.br/neit/index.php/pesquisas/145-menu-principal/500-ecib-estudo-da-competitividade-da-industria-brasileira
O neoestruturalismo: anos 90
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Necessidade: igualdade com transformação produtiva (complementares)
Educação e conhecimento: fundamental
Controle do capital financeiro de curto prazo: regulação
“El pacto fiscal: fortalezas, debilidades, desafíos” (Cepal, 1998)
“Pacto fiscal”: saneamento das contas públicas conciliado com as demandas sociais (leitura isenção de IPI)
Aumento da produtividade do setor público, transparência no uso de recursos, fortalecimento das instituições democráticas
O neoestruturalismo: anos 90
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Neoestruturalismo: quatro campos analíticos
1. Macroeconomia e finanças (heterodoxo)- estabilidade de preços com crescimento sustentado;
2. Desenvolvimento produtivo e comércio internacional (desenvolvementista)
3. Desenvolvimento social (universalista)
4. Sustentabilidade ambiental (conservacionistas- diferente do enfoque preservacionista)
Os anos 2000: a produção Cepalina
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Avaliação dos resultados das reformas dos anos 90: desempenho econômico e social
Reforço na argumentação Cepalina: crises do final dos anos 90/começo dos 2000 (1998-2003)
2003-2008: Expansão global (interrompida pela crise de 2008/2009) (gráficos crescimento do PIB nos países)
Análises dos efeitos das variações cíclicas da entrada de capitais na região: proposta de uma nova arquitetura financeira mundial + políticas nacionais anticíclicas/regulatórias (inclusive preventivas, que considerem não apenas as conjunturas de curto prazo)
Vinculação de estudos macroeconômicos a análises microeconômicas setoriais; influência da situação dos direitos e deveres de cidadania; proteção social; questão ambiental 
O neoestruturalismo: anos 2000
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Resumo dos temas:
Balanço do impacto das reformas dos anos 90;
Agenda para a inserção global;
Cidadania, coesão social e desenvolvimento;
Fusão dos enfoques estruturalista e (neo)schumpeteriano
Políticas anticíclicas frente à volatilidade financeira
Sustentabilidade ambiental
O neoestruturalismo: anos 2000
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1. Balanço do impacto das reformas dos anos 90
Luzes e sombras
Controle da inflação, redução dos déficits fiscais, maior dinamismo exportador, aumento do IDE, aumento de produtividade em empresas/setores líderes, aumento do gasto social,
preocupações ambientais, democracia e direitos
Crescimento baixo, instável e dependente; pouca diversificação de exportações; estratégias empresariais defensivas; baixa taxa de inovação; déficits externos e vulnerabilidade; desemprego/emprego precário, heterogeneidade estrutural, má distribuição de renda
O neoestruturalismo: anos 2000
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2. Agenda para a inserção global
Propostas para relações internacionais; integração regional; estratégias nacionais
“Bens públicos” globais: democracia, paz, segurança, estabilidade econômica e preservação ambiental
Redução das assimetrias mundiais (produtiva-comercial, financeira, de movimentos de capital e mão de obra)- investimento complementar em capital fixo e humano, para que a mão de obra excedente seja absorvida em atividades produtivas
Agenda social internacional baseada nos direitos humanos
Instituições e políticas regionais para estabilizar e reduzir a vulnerabilidade
O neoestruturalismo: anos 2000
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3. Cidadania, coesão social e desenvolvimento
Dificuldades de exercer plenamente os direitos de cidadania: civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, entendidos como universais e indivisíveis
Exame dos problemas sociais: pobreza, exclusão, desigualdade, falta/inadequação/acesso desigual à proteção social (saúde, educação), discriminação racial, étnica e cultural
Integração com políticas econômicas: ganhos mútuos
Instituições e práticas democráticas que permitam e estimulem a participação dos cidadãos nos processos de formulação e implementação de políticas públicas voltadas à redução da heterogeneidade estrutural
O neoestruturalismo: anos 2000
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4. Fusão dos enfoques estruturalista e (neo)schumpeteriano
Estratégias de desenvolvimento frente às mudanças e crises: Estado tem papel fundamental (junto ao setor privado)
Relação entre crescimento econômico e estrutura produtiva: tipo de inovação, tipo de especialização em cadeias produtivas globais, análise de redes de inovação (ativos complementares): tecido produtivo integrado. Não necessariamente industrial.
Importância do comércio internacional: necessidade de diminuir o gap tecnológico (melhor inserção em cadeias globais, maior conteúdo tecnológico nos produtos, maior impacto econômico e redução da heterogeneidade estrutural)
Aprendizagem, path-dependence, mudanças de paradigmas técnico-econômicos: enriquecem a análise histórica-estruturalista e a compreensão da condição periférica (e de suas soluções)
O neoestruturalismo: anos 2000
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5. Políticas anticíclicas frente à volatilidade financeira
Novas instituições financeiras internacionais e regionais
Políticas anticíclicas para garantir o crescimento sustentado (inclusive reduzindo o aquecimento excessivo em etapas de expansão, que impede a formação de reservas para enfrentar as quedas cíclicas)
Taxa de câmbio: equilíbrio entre a valorização das moedas domésticas (que pode encarecer exportações e a obtenção de superávits) e a desvalorização (que tende a influenciar preços internos e diminuir o investimento, afetando especialmente os mais pobres- inflação e recessão)- fortalecer a competitividade
Necessidade de sistemas de proteção social eficazes para atender os setores sociais mais vulneráveis
 
O neoestruturalismo: anos 2000
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6. Sustentabilidade Ambiental
Metade da década de 70: primeiros trabalhos (PNUMA, 1972)
Conciliar preservação e desenvolvimento: estilo de desenvolvimento
Melhoria ambiental implica em redução de desigualdades sociais (saneamento, saúde, desocupação de áreas de risco, etc.)
Replicar o modelo do 1º mundo seria socialmente e ambientalmente inadequado
Tecnologia ambiental: custo ou vantagem estratégica? Oportunidade de catching up ou um novo campo de dependência tecnológica?
O neoestruturalismo: anos 2000
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1. Relações centro-periferia e deterioração dos termos de troca
Elementos analíticos chave
2. Desequilíbrio externo e inflação estrutural 
3. Agendas nacionais de aumento da competitividade, visando a inserção global e regional
2. Vulnerabilidade externa frente aos ciclos econômicos
1. Inserção internacional desfavorável e assimetrias na globalização
3. Dinâmica de substituição de importações, dependência e necessidade de integração regional
Estruturalismo
Neostruturalismo
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Estado intervencionista e mobilização social, para superar os seguintes problemas:
Pouca diversidade produtiva, especialização em bens primários, heterogeneidade estrutural baixa densidade tecnológica, pouco encadeamento entre os setores e baixo efeito multiplicador
Heterogeneidade estrutural, alta oferta de mão de obra, baixa produtividade e renda média, desigualdade combinada ao consumo supérfluo
Sociedade pouco propensa à inovação sistemas de inovação incompletos, poucas corporações globais
Estruturalismo neoestruturalismo
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Argentina, Carlos Menem (1989-2000): controle da inflação e certo crescimento econômico (câmbio atrelado ao dólar ingresso de recursos externos, privatização e desnacionalização da economia). 
2000: dívida externa de US$ 144,6 bilhões (50% do PIB) déficit na conta corrente do balanço de pagamentos da ordem de US$ 12,5 bi
Suspensão dos investimentos externos e internos; incapacidade de honrar acordos com o FMI; paridade de câmbio (peso/dólar), dificuldade de exportar
De la Rúa (2000): aumento de impostos, corte de gastos. Queda em 2002, suspensão do pagamento da dívida externa 
Brasil: alta da taxa de câmbio real, saldos negativos na balança comercial, saldos negativos (US$ 38,1 bilhões entre 1996 e 2000, dívida externa saltou de US$ 123,4 bilhões, em 1990, para US$ 235 bilhões, em 2000. Perda da competitividade acumulada anteriormente: déficit de 60% das exportações em 1999. 
Uruguai, Paraguai, Peru, Chile, Bolívia, Equador: situação similar
Crises na AL (Bandeira,L. A. M. As Políticas Neoliberais e a Crise na América Do Sul. Revista Brasileira de Política Internacional, 2002.)
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Crescimento do PIB desde 1990
Fonte: http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG/countries/1W-EU-BR-US?display=graph 
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Crescimento do PIB desde 1990
desde 1990
Fonte: http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG/countries/1W-EU-BR-US?display=graph 
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Crescimento do PIB desde 1990
desde 1990
Fonte: http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG/countries/1W-EU-BR-US?display=graph 
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Inovação e desenvolvimento
Marcelo Braga Nonnenberg, Paulo Mansur Levy, Fernanda De Negri, Katarina Pereira da Costa. O CRESCIMENTO ECONÔMICO E A COMPETITIVIDADE CHINESA. TEXTO PARA DISCUSSÃO N° 1333, IPEA, 2008
Vídeo Energias alternativas- https://www.youtube.com/watch?v=Ij7VluRu9u0 (19:36 até 28:48) 
Será que o custo da mão de obra explica o crescimento chinês?
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Governo prorroga redução do IPI para carros por dois meses
Outros setores também tiveram aumento no prazo do benefício e renuncia fiscal pode chegar a R$ 1,6 bilhão neste ano
Governo prorroga isenção de IPI para automóveis e outros produtos
São Paulo – O ministério da Fazenda anunciou hoje a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para carros por mais dois meses. A medida venceria nesta sexta-feira, 31 de agosto, mas agora valerá até 31 outubro. Com a prorrogação, a renuncia fiscal do governo deve alcançar 800 milhões de reais apenas com essa categoria.
Além dos carros, o governo também manterá o benefício para outros produtos. O setor de bens de capital, por exemplo, terá o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) prorrogado para até 31 de dezembro deste ano e novas condições.
Os produtos de linha branca, como fogão e máquina de lavar roupa, também terão o benefício da redução do IPI válido até o final do ano, mas apenas para produtos com índice de eficiência energética “A”, conforme avaliação do Inmetro.
Móveis, painéis
laminados e luminárias também tiveram prorrogação do benefício até dezembro, assim como matérias de construção, categoria na qual novos produtos foram incluídos.
Com as renovações anunciadas hoje, o governo estima uma renuncia fiscal total de 1,6 bilhão de reais neste ano e 3,9 bilhões de reais em 2013.
Leitura diagonal
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