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Direito Civil IV compilado

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Direito Civil IV
O enfoque do civil 4 se dá na analise da própria coisa, ou próprio bem.
Direito Real de Propriedade.
A proprietária poderá retirar da coisa todas as coisas que ele puder oferecer, sendo ela o sujeito ativo, e o sujeito passivo é a coletividade, porque todos, indistintamente assumem o dever de respeitar o direito real da proprietária. Quando um direito real é constituído cria-se um ônus de toda a sociedade respeitar esse direito.
 O direito real sempre recai sobre a coisa móvel ou imóvel em desfavor de toda a coletividade, e só se observa esse direito quando há uma lesão na relação. O sujeito passivo não é apenas o agressor do direito mais sim toda a coletividade.
Objeto do direito Real vai ser móvel ou imóvel, alguns só moveis outros só imóveis e ainda outros ambos.
O sujeito passivo é toda a coletividade (indeterminado) que assume o compromisso de respeitar a propriedade.
O sujeito ativo é o proprietário;
A obrigação que se impõe a um direito real é sempre o de não fazer;
Direito absoluto, erga omines;
Direito sujeito a usucapião;
A origem do direito real normalmente é contratual,e dá o direito ao proprietário de exigir de toda a coletividade o respeito.
Aluvião – Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
 
Avulsão - Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. 
Álveo Abandonado – O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
Hipoteca – Tomando por exemplo o direito real de hipoteca o credor hipotecário celebra com a outra parte, devedor hipotecário, também conhecido como proprietário, contrato de mútuo feneratício com pacto acessório de hipoteca. Registrado o contrato junto ao registro de imóvel competente, toda a coletividade assume o dever jurídico de respeitar a hipoteca constituída. Assim, se o devedor hipotecário, por exemplo celebra contrato de gaveta e deixa de pagar as parcelas do empréstimo contraído, este imóvel será facilmente recuperado para o pagamento da dívida, pouco importando a pessoa que o ocupa, já que o direito real de hipoteca como todos os demais direitos reais possuem eficácia “erga omnes”.
 
No direito real o objeto do mesmo será sempre um bem móvel ou imóvel, sendo certo que o titular de um direito dessa espécie só precisa da própria coisa para fazer valer o seu direito.
 No direito pessoal o objeto será a entrega de uma prestação cujo o conteúdo variará dependendo do contrato envolvido. Em um direito real o sujeito passivo será sempre a coletividade que assume o dever jurídico, a obrigação de não praticar qualquer conduta que viole o direito real alheio. Em um direito pessoal o sujeito passivo é sempre determinado, e o dever jurídico consiste em uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, dependendo do contrato em questão. O direito real pode ser suscetível a usucapião e é direito absoluto na medida em que todos indistintamente devem respeitá-lo. O direito pessoal não pode ser usucapido e é direito relativo devido a sua eficácia inter-partes.
 É possível afirmar que o direito real em regra tem origem contratual. Porem ocorrendo o registro em se tratando de imóvel, e a tradição em se tratando de móvel o direito real se estabelece e o titular do mesmo só precisa da coisa para fazer valer o seu direito sem a presença de terceiros retirando do bem todas as utilidades que ele pode oferecer.
Servidão – Direito real imobiliário. Contrato oneroso ou gratuito através de escritura pública para a constituição dessa servidão. E a partir de seu registro passa a poder exigir o respeito dessa servidão. Nesse caso o objeto é o imóvel, o sujeito ativo é o imóvel que recebe o direito de servidão e o sujeito passivo o imóvel que cede o direito de servidão. Servidão nesse caso é o direito de um imóvel de se servir do outro imóvel.
Condicionantes dos direitos Reais
Os direitos reais sofrem duas grandes restrições, duas condicionantes, a saber o interesse público e a função social, e devem ser analisadas conjuntamente com todos os direitos reais. O interesse público pode funcionar como condicionante do direito real como no caso da desapropriação, e no caso dos direitos de vizinhança, onde o proprietário deve respeitar aos direito dos vizinhos. O interesse publico vai ora extinguir ora garantir o direito da coletividade. Já a função social pode também restringir e até mesmo extinguir o direito real, como na redução dos prazos de usucapião, como o artigo 1.240ª do CC (reproduzir). Outro exemplo é o artigo 1.255 § único – quando alguém constrói ou planta no terreno alheio se de boa fé terá direito a indenizar, mas segundo o parágrafo único, se a construção ou plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, o direito de exigir a propriedade do solo passa a ser de quem construiu ou plantou diante da indenização estipulada pela justiça, se este agiu de boa fé. Dá-se o nome de Acessão Inversa ou Invertida. Hoje os direitos reais não são considerados absolutos, pois sofrem limitações pela função social e interesse do estado.
Propter Rem
 São obrigações de caráter pecuniário do qual o individuo tem o dever adimplir em razão de ser titular de um direito real pré-existente, ou antecedente. Trata-se de obrigação de caráter hibrido já que possui características de direito pessoal e de direito real. Não pode ser tido como direito real típico pois não tem como objeto a própria coisa e sim a entrega de uma soma em dinheiro. Da mesma forma não pode ser entendido como nítido direito pessoal considerando que a obrigação não é assumida em função da pessoa e sim da coisa.
Exemplos:
Obrigações de pagar as cotas condominias;
IPTU;
Foro;
Custiar o muro divisório;
Obrigações de compor danos ambientais;
 As cobranças de relações de consumo não são obrigações Propter Rem e sim pessoais, assim como as contas de luz, água e esgoto. O atual Proprietário não pode ser cobrado das dívidas do antigo proprietário.
 
Promessa de Compra e Venda
 Em regra o pagamento dos débitos condominiais correm por conta do proprietário titular do direito real de propriedade. Caso o bem seja objeto de promessa de compra e venda, se ela é registrada junto ao registro de imóveis, tanto promitente comprador como proprietário poderão ser cobrados pela divida. Nas demais hipóteses de promessa de compra e venda deverá ser observada a situação concreta na medida em que o promitente comprador será o único responsável pelo custeio das obrigações propter REM quando o condomínio tiver ciência inequívoca da promessa de compra e venda celebrada em especial por que tem ciência formal que a posse direta é do promitente comprador que por exemplo já recebe os boletos do condomínio em seu nome e as convocações para as respectivas assembléias. Nessas circunstancias admitir que o condomínio pudesse cobrar do proprietário constituiria verdadeiro comportamento contraditório já que até aquele momento, do inadimplemento, reconhecia o promitente comprador apenas.
Caracteristicas dos Direitos Reais
Oponibilidade “erga omnes” – os direitos reais serão exercidos diante de todos, toda a coletividade deve respeitar os direitos reais.
Taxatividade – só se admitem os direitos reais expressamente previstos emlei, as partes no exercício pleno da automia da vontade não poderá criar um direito real. 
O rol do 1.225 não é taxativo, apenas explicativo, a enfiteuse, a posse também são direitos reais e não estão previstos no art. 1.225 do CC.
Aderência – o direito real uma vez instituído ele adere a coisa móvel ou imóvel de forma indissociável, não permitindo mais enxergar a coisa ao direito que a acompanhe. 
Ambulatoriedade – Significa a capacidade de deslocar de um direito real no que diz respeito ao bem móvel, e a de se transferir no que se diz respeito ao direito real de bens imóveis, isso na visão abstrata do bem;
Sequela – significa a possibilidade de reaver a coisa, contra a quem a possua de forma imprópria;
As características da aderência, ambulatoriedade seqüela, estão intimimente ligadas de forma que parte da doutrina identifica as duas ultimas como sub-caracteristicas da primeira. Pela aderência uma vez instituído determinado direito real cria-se um vinculo entre o direito abstratamente considerado e a coisa de forma que não é mais possível se enxergar o bem sem o direito que o acompanha. A ambulatoriedade implica em reconhecer a capacidade de deslocamento de um direito real ficando evidente que o afastamento físico do dtitular da coisa não compromete o direito real da mesma forma que a mudança de titularidade não afeta o direito real que recai sobre o bem. O proprietrio que por exemplo aluga o seu imóvel não perde a titularidade da propriedade por conta do fastamento f´pisico. A seqüela consiste na prerrogativa do titular do direito real de recobrar a coisa de quem injustamente a possua ou detenha. Assim se o inquilino não devolve o bem, poderá ser exercido pelo proprietário o direito de seqüela.
Exclusividade – significa que o mesmo bem móvel ou imóvel não suporta o exercício de um direito real por pessoal distintas de forma autônoma, não se confundindo com a copropriedade, que é quando duas ou mais pessoas dividem o mesmo bem. Mas os bem imóveis e imóveis suportam direitos reais distintos como o caso da hipoteca.
Perpetuidade – Significa que um direito real é criado para ter um tempo indeterminado de duração, essa característica não atinge a todos os direitos reais, pois há direitos reais temporários como a hipoteca. A perpetuidade implica em reconhecer que o direito real é criado para ter um tempo indefinido de existência. A propriedade e a servidão são nítidos exemplos disso. Trata-se de característica que não aproveita a todos os direitos reais na medida em que alguns são essencialmente temporários, ou seja, desde sua criação se tem conhecimento de que estão condenados a acabar. A hipoteca é um claro exemplo disso na medida em que paga a dívida a hipoteca deverá ser extinta e essa circunstancia é conhecida e antemão. 
DIREITO DE PREFERÊNCIA(Garantia)
 Pela leitura do art. 83 acima mencionado é possível concluir que a preferência estabelecida pela lei não diz respeito a todo e qualquer crédito, mas sim, em relação a alguns, razão pela qual a preferência é “erga aliquos” e não erga omnes. Quanto as cotas condominiais a lei de falência não estabelece qualquer regra, estabelecendo a sumula 478 do STJ que a preferência é da cota condominial. Trata-se de obrigação Propter Rem que acompanharia a coisa caso não fosse quitada não sendo justo que o titular do imóvel que adquiriu o mesmo por determinação judicial, adquira o bem com essas dívidas caso seja possível quitalas. Ademais se o devedor da unidade em condomínio não quita a sua cota parte, os demais deverão fazê-lo por ele, não sendo justo que terceiro tenha que arcar com essa obrigação. Por fim, o custeio da cota condominial tem por objetivo a conservação da coisa comum. Se a cosisa comum não se conserva, na hora que o imóvel precisar ser alienado o valor apurado será inferior prejudicando o devedor e todos os demais credoresja que o menor numero de dividas poderá ser satisfeito.
Elasticidade
 Pela leitura do artigo 1.208 a propriedade é composta por quatro faculdade: Usar, Fruir, Dispor, Reivindicar. O proprietário pleno é aquele que possui todas esses poderes. Usar ou fazer uso, deixar fechado, morar, veraniar; Fruir, perceber os frutos, naturais, industriais, civis – onde há rendimento por permitir o uso da coisa; Dispor – alienar e gravar;(essas três faculdades são pertinentes ao direito interno da coisa). A elasticidade é característica especifica da propriedade e da enfiteuse. Se o proprietário tem em suas mãos esses quatro poderes ou faculdades será conhecido como PROPRIETÁRIO PLENO. 
A faculdade de usar: consiste na possibilidade de levar a coisa consigo, deixá-la fechada, habitar, etc.
A faculdade de fruir: esta relacionada a possibilidade de perceber os frutos naturais, industriais ou civis. Os primeiros são percebidos sem a participação humana, os segundos com essa participação e por fim os últimos podem ser conceituados como os rendimentos que a coisa principal oferece ao seu titular que permite o seu uso por terceiros, tal como aluguel, arrendamentos, etc.
A faculdade ou poder de dispor: significa a possibilidade de alienar a coisa, ou seja, transferir a sua titularidade a titulo oneroso ou gratuito, bem como a possibilidade de oferecê-la em garantia. Esses três poderes são conhecidos como aspecto interno da propriedade já que o titular do direito real só precisa da própria coisa e não de terceiros para exercer estas faculdades.
A faculdade ou poder de reivindicar: é um aspecto externo da propriedade, pois significa o poder de retomar a coisa de quem a injustamente a detêm, e só será exercita quando a coisa móvel ou imóvel estiver em posse injusta de terceiro.
 O proprietário que concentra em suas mãos os quatro poderes ou faculdades inerentes a propriedade será chamado de proprietário pleno. Porem é possível identificar varias situações em que o proprietário não tem essas faculdades de maneira irrestrita, isso acontece quando há a constituição de direito real sobre coisa alheia, a sua propriedade que sofre a perda ou a restrição de uma ou algumas dessas faculdades, sem que isso represente uma perda. Nesses casos o proprietário é limitado, evidenciando a elasticidade da propriedade. Tomando por exemplo o usufruto, nesse direito real o usufrutuário tem os poderes de usar e fruir, ficando o proprietário sem os mesmos. Na hipoteca por exemplo o proprietário pode usar, fruir, reivindicar e dispor, podendo ser dito que quanto a este ultimo poder, que a faculdade de dispor é limitada, restrita, pela necessidade da anuência do credor hipotecário.
 
Posse
 Posse é o exercício das faculdades da propriedade sem nenhuma relação jurídica de titularidade. Muito embora a propriedade bem como a titularidade da maioria dos direitos reais conceda o direito ao exercício desses direitos é importante destacar que nem sempre aquele que é titular pratica atos que revelam esse exercício, tal como o proprietário que deixa a coisa abandonada. Da mesma forma é possível afirmar que o exercício de um direito real não é desempenhado necessariamente porque o individuo é titular de um direito real anterior, bastando imaginar a hipótese do individuo que toma a coisa para si invadindo-a e ocupa ostensivamente. A posse portanto ma forma do artigo 1.196 Código Civil, esta ligada ao exercício das faculdades acompanhado ou não da titularidade. Apesar de divergência doutrinária a esse respeito, alguns entendendo que a posse é fato e outros direito, melhor entender o fenômeno da posse como fato e direito. Fato porque trata-se de fenômeno que pode ser observado em nosso cotidiano a cada momento do dia. Porem é possível enxergar na mesma também um direito considerando que nosso ordenamento material e processual confere efeitos jurídicos a posse. Na medida em que a norma pretende resguardar esse fenômeno, deverá ser compreendido também como direito. 
Teorias sobre a Posse
Teoria Subjetiva da posse
Foi idealizada pelo professor Savigny para que alguém tenha a alcunha de possuidor de um determinado bem móvel ou imóvel ele tem queter em conjunto “corpus” (requisito objetivo) + “animus domini” (objetivo subjetivo) “corpus” é a coisa móvel ou imóvel é o conjunto dos atos materiais que revelam o poder físico sobre esse bem, se a posse fica-se restrita ao corpus poderia ter como proprietário todos aqueles que estivesse em posse da coisa ( donatário). “Animus Domini” pode ser resumido como a intenção de domínio.
 Pela teoria subjetiva se um individuo tem o “corpus” mas não o “animus domini” será o mesmo tido como mero detentor. A teoria subjetiva não é adotada como regra em nosso ordenamento porem em sede de usucapião, salvo em uma única hipótese a posse é a qualificada pelo “animus domini” o que se extrai da expressão: “possuir como seu”.
Teoria Objetiva da Posse
 Essa teoria abandona os requisitos do corpus e do animus e entende como possuidor aquele que ostenta a chamada visibilidade do domínio, ou seja, é preciso observar se o individuo se comporta em relação a coisa como se proprietário fosse independentemente de qualquer intenção de adquirir a propriedade. A coletividade exergando a conduta daquele individuo pode afirmar que ali se esta diante da pessoa do proprietário pelo proceder do individuo em relação ao bem. Essa teoria permite considerar como possuidor um maior número de pessoas do que a teoria anterior de forma que o locatário, comodatário, usufrutuário, entre outros, são possuidores pela mesma. Pela teoria objetiva é detentor aquele individuo a quem a lei retira a qualidade de possuidor. Muito embora ostente a visibilidade de domínio a lei não permite que o mesmo seja tratado como possuidor chegando a doutrina a afirmar que a detenção é uma posse degradada, inferiorizada pela lei.
Espécies de Detenção:
Interessada: é aquela que o individuo tem a coisa consigo pois tem interesse na coisa;
Desinteressada: é aquela que o individuo tem a coisa consigo mas não tem interesse na coisa, atua sobre determinações de outra pessoa, conhecida como o “Fâmulo ou servo da posse – art. 1.198 Código Civil”;
 O Fâmulo ou servo da posse é a hipótese mais comum de detenção definida pelo artigo 1.198 Código Civil, sendo o caseiro o seu melhor exemplo. O caseiro só não é possuidor porque a lei através do referido artigo retira dele essa qualidade.
Teoria Sociologica da posse
 A teoria Sociológica da posse, não tem por objetivo o de prevalecer sobre as duas outras, mas sim promover o fortalecimento da posse diante da propriedade e da titularidade dos demais direitos reais, promovendo quando possível a extinção da propriedade ou a sua restrição. A teoria sociológica alem de ser utilizada como técnica de interpretação, influenciou a elaboração do código de forma que promoveu a redução dos prazos de varias espécies de usucapião, consagrou o instituto da acessão invertida no artigo 1.255 § único do Código Civil, e ainda trouxe para a norma nos artigos 1.258 e 1.259 o instituto da desapropriação privada que não estava previsto no código antigo.
Atos de mera permissão ou tolerância – 1.208 do Código Civil.
 São concessões feitas pelo proprietário ou possuidor de forma precária por um curto espaço de tempo para um terceiro que tem interesse nesse ato, pois este tem interesse no bem. Os atos a titulo precário podem ser cassados a qualquer momento, e o terceiro que não suspende o ato comete ilícito possessório.
CLASSIFICAÇÃO DE POSSE (teoria objetiva da posse) 
	Posse pela (art. 1.197): indivíduo que exerce os quatro poderes/ faculdades referente a propriedade. Mas é possível que a posse possa ser o desmembramento entre direta e indireta de direito real ou pessoal. Pode acontecer de a pessoa ter a posse indireta sem que ao menos tenha tido a posse direta. O desmembramento não tem força contra terceiros, para eles a posse é de um só. 
	-Direta: aquele que tem o contato físico direto com a coisa. O locatário é possuidor direto. 
	-Indireta: transfere o contato físico imediato com a coisa para terceiro, mas se reserva no direito de ter a posse de volta no futuro. 
OBS.: É possível que haja duas pessoas no pólo de possuidor indireto: proprietário limitado é o possuidor indireto e o usufrutuário é o possuidor direto. Caso o usufrutuário alugue o bem, ele passará a ser também um possuidor indireto e o locatário será o que tem a posse direta. 
 	"A posse plena é constatada quando o indivíduo exerce com exclusividade os quatro poderes ou faculdades inerentes a propriedade. Tal como a propriedade, a posse também pode vir a ser desmembrada em indireta e direta. Diz-se possuidor indireto aquele indivíduo que transfere o contato físico da coisa a terceiros por direito real ou pessoal reservando-se a possibilidade de no futuro recuperar esse bem. O possuidor direto é aquele que tem o contato imediato, material com a coisa. 
	Importante – segundo o art. 1.197 tanto o possuidor direito como o indireto podem defender a posse do bem contra terceiros, bem como um contra o outro. Para adquirir a qualidade de possuidor indireto não precisa obrigatoriamente, já ter sido possuidor pleno, podendo já receber o bem na qualidade de possuidor indireto. Exemplo: testamento com beneficiário de imóvel e usufrutuário diferentes, o beneficiário será possuidor limitado e o usufrutuário será o possuidor direto, exceto se alugar, quando se tornará também possuidor indireto. 
COMPOSSE 
	Estará presente quando duas ou mais pessoa exercem o mesmo tipo de posse sobre a mesma coisa. Quando duas ou mais pessoas exercem a mesma espécie de posse sobre o mesmo bem, elas serão chamadas de compossuidores. Normalmente, ela será fruto da copropriedade. (art. 1199). Qualquer um compossuidor pode proteger o direito como um todo, com exceção do art. 10, §2º do CPC. 
		Ex.: papai e mamãe permite o filho que vai casar morar na casa que é dos pais, que na época do empréstimo já havia a construção pronta. Ai o filho se divorcia e a ex-nora não quer sair da casa. A sogra vai entrar com a ação de reintegração da posse, o marido precisa autorizar ou ficar com ela no pólo ativo da ação. 
 
Posse PRO INDIVISO (INDIVISA) e posse PRO DIVISO: 
 Posse PRO DIVISO: as partes deliberaram que cada um ocupe com exclusividade uma parte. (perde o caráter de composse, já que cada um tem a sua parte).
 Nas relações que são travadas entre os compossuidores, nenhum poderá excluir a posse do outro e na total impossibilidade de que convivam, aquele que está sozinho na posse direta, poderá ser compelido judicialmente ao pagamento de aluguel por sua ocupação exclusiva em ação de ARBITRAMENTO DE ALUGUEL ajuizada pelos demais compossuidores. A composse não se aplica a posse pro diviso onde cada uma das pessoas por uma situação fática ocupa fração ou parte de um determinado bem, independentemente da titularidade de qualquer direito real sobre a coisa. Nessas circunstâncias, como cada um dos compossuidores exerce a posse de sua parte com exclusividade, não será possível pretender a defesa do todo, apenas de sua parte. 
Posse PRO INDIVISO: Tratada pelo art. 1199, ocorre quando mais de um individuo exercem a mesma posse sobre o todo sem delimitar, especificar, a parte ocupada por cada um. 
 
Jus possidendi e Jus possessionis: 
Jus possidendi: É aquela posse que vem amparada a uma relação jurídica anterior que vai permitir. Alguns doutrinadores sustentam que essa posse é exclusiva do proprietário.
Jus Possessionis: Aqui o indivíduo tem a posse pela própria situação fática da posse; o invasor passa a ter a posse e passa a ter o direito de ter a sua posse resguardada contra sociedade, o problema dele é com o verdadeiro proprietário, mas a sociedade tem que respeitar a sua posse. 
Posse ad usucapionem / animus dominem: É a posse pela teoria subjetiva da posse. 
 Posse originária e posse derivada: 
Originária: É aquela em que o indivíduo se tornou possuidor se valendo de um ato de sua própria força, sem que tenha havido o fenômeno da transmissão, o invasor tem posse originária. Os vício e características não são transmitidos ao atual possuidor.
Derivada (art. 1206e 1207): Aqui o indivíduo se torna possuidor de bem que vem de uma outra pessoa, é na compra e venda, na sucessão causa mortis. Todos os vícios e características em relação ao antecessor, são transmitidas ao atual. 
art. 1206. Legatário = indivíduo que recebe determinado bem em testamento. Se o antecessor era de boa fé, o receber também será de boa fé, se o antecessor era de má fé, o recebedor também será de má fé. 
art. 1207. sucessor universal é aquele que sucede em todos os complexos que o antecessor possuía, pode ser dar entre vivos e pela causa mortis. A conseqência da sucessão universal é que a posse dele deriva do anterior e o tempo do antecessor é contado a seu favor para se falar em usucapião. 
 A sucessão na posse pode acontecer a título universal quando o sucessor sucede em todas as relações jurídicas tituladas pelo antecessor, como acontece no óbito ou na compra de uma empresa. E na sucessão singular, quando o indivíduo sucede o antecessor em relação jurídica determinada ou em bem específico, como a compra de um imóvel, por exemplo. 
	Em ambas as hipóteses, a posse é derivada, porém na sucessão universal, a continuidade da contagem do tempo de posse é obrigatória, em especial para o usucapião, o que não acontece na sucessão singular, onde, apesar de derivada, o possuidor atual pode não ter interesse em somar a sua posse a do antecessor.
Posse justa e injusta
A posse injusta é aquela em que o individuo tem a posse em razão de um fato ilicito, será considerado possuidor justo aquele individuo que tem a posse não contaminada por um vicio objetivos da posse.
Vícios Objetivos da Posse:
Violência: Na violência o individuo faz uso da força física ou coação moral para conseguir a posse da coisa, assemelha-se ao crime de roubo;
Clandestinidade: Na posse clandestina o individuo obtém o móvel ou ocupa o imóvel de maneira sorrateira, clandestina, assemelha-se ao furto;
Precariedade: Na precariedade o individuo é possuidor ou detentor da mesma por fato legítimo, e se recusa a devolver ao legitimo possuidor, assemelha-se ao crime de apropriação indébita;
Em todos esses vícios o indivíduo é chamado possuidor injusto diante do possuidor legitimo, em relação a coletividade esse individuo será conhecido como possuidor justo.
 A justa posse: é entendida por exclusão na leitura do art. 1.200 do Código Civil, entendida também como a posse constituída por um fato legitimo.
 A posse violenta: é aquela em que o individuo obtém a posse através da força física ou da coação moral. Aquele que faz uso da agressão para obter para si a coisa móvel ou imóvel será considerado detentor interessado enquanto o legitimo possuidor oferecer resistência a sua investida, seja porque disputa fisicamente a coisa, fazendo uso da auto-defesa, seja porque ajuíza imediatamente medida judicial visando recuperar o bem. Caso o legítimo possuidor não adote nenhuma dessas posturas, o agressor passa a qualidade de possuidor injusto e essa posse contaminada em seu inicio pela violência será assim considerada até que fato superveniente e eventual a legitime, como o advento de um usucapião ou a celebração de um contrato com o legitimo possuidor. 
 A posse clandestina é aquela em que o individuo obtém a posse através de atos dissimulado, clandestinos, de forma fortuita. Considerado detentor interessado enquanto não der publicidade a sua posse, momento em que será considerado possuidor injusto, e dificilmente fará uso da auto-defesa pela dificuldade de caracterizar a reação breve. Será assim considerada até que fato superveniente e eventual a legitime, como o advento do usucapião ou a celebração de um contrato com o legitimo possuidor. Se o individuo desde o inicio confere ocupação ostensiva será, a luz da norma, considerado legitimo possuidor. Assim, diante da clandestinidade o legítimo possuidor só recuperara o bem através da ação possessória caso prove sua qualidade de possuidor antes daquela invasão. 
A auto defesa vem prevista no Artigo 1.210 § 1º do Código Civil e exige a proporcionalidade bem como que o ato seja praticado imediatamente após a invasão e não quando o legitimo possuidor tomar conhecimento da mesma, o que poderá acontecer muito tempo depois. Na forma do Artigo 1.211 na duvida em relação a quem conferir a proteção possessória deverá o magistrado optar pelo possuidor direto. 
 
 Posse Precária: O individuo tem a posse direta ou a detenção em razão de um fato legitimo, e ao ser solicitada a devolução da coisa pelo legitimo possuidor, aquele se nega a fazê-lo, passando a partir desse momento a se qualificar como um possuidor injusto pela presença de um vicio objetivo. Nesses casos o possuidor legítimo ou proprietário que desdobrou a sua posse deve promover Notificação Extrajudicial solicitando a devolução do bem e arbitrando um aluguel pena. Como o Artigo 1.208 do Código Civil, segunda parte não faz menção a paralisação da precariedade, alguns doutrinadores mais tradicionais entendem que aquele que faz uso desse vicio objetivo jamais poderá ser considerado possuidor. Atualmente prevalece o entendimento contrario que vai ao encontro da teoria sociológica da posse. Assim o individuo se torna possuidor injusto a partir do monto em que deixa inequívoca a sua intenção de não devolver a coisa, seja por que se nega expressamente a fazê-lo, seja porque começa a se comportar em relação a coisa como se dono dela fosse.
 
Interversão ou Inversão do Título da Posse 
 Tem cabimento toda vez que há a inversão na qualidade da posse ou o individuo deixa a qualidade de possuidor e passa a ser detentor. De acordo com a doutrina a inversão ou inversão do titulo da posse poderá ocorrer por um fato de natureza jurídica e acontecerá quando ambas as partes resolvem estabelecer um direito real ou pessoal e altera a qualidade da posse com o consenso dos envolvidos. A segunda maneira é através de um fato de natureza material, onde o individuo vai inverter unilateralmente a qualidade da posse, adotando outra postura diante da coisa. A precariedade é exemplo típico de inversão ou interversão no titulo da posse. O invasor que chega a um consenso com o proprietário de forma que celebram um contrato de locação, esta invertendo o titulo de sua posse. a segunda modalidade de inversão é aquela onde o individuo unilateralmente, sem a anuência alheia e através de atos positivos reiteradamente praticados, altera a qualidade de sua posse. 
 Constituto Possessório 
 Estará presente quando uma pessoa aliena bem de sua propriedade e através de clausula expressa transfere para terceiro a posse plena com o retorno da posse direta para o alienante, o adquirente terá sempre a posse ficta do bem. Essa clausula não se presume, e deveria constar com um prazo pelo qual o alienante ficará no bem, o descumprimento permite uma ação possessória para a reintegração na posse. Portanto a maior vantagem dessa clausula é possibilidade de retomar a posse com facilidade. 
Clausula constitute não se presume, tem que estar prevista expressamente;
O mundo fático não muda com o contrato;
No constituto possessório a tradição é ficta, pois ha o recebimento da posse plena e a manutenção da posse direta;
A clausula constitute só produz efeitos interpartes.
Traditio Brevi Manu 
 O constituto possessório é fenômeno oposto a “traditio brevi manu”, considerando que nessa ultima o individuo era detentor ou possuidor direto e acaba por adquirir a propriedade da coisa, se tornando por conseqüência, possuidor pleno. Quando o caseiro recebe em doação um imóvel de seu patrão ou quando o inquilino compra o imóvel a ele alugado estamos diante da “traditio brevi manu”, diante da concentração da posse já que no constituto possessório evidencia-se o seu desmembramento.
Posse com justo título
 A posse com justo titulo vem tratada no artigo 1.201 § único, e pode ser definida como aquela que tem fundamento em uma relação jurídica de direito real ou pessoal que autoriza o individuo a possuir. O locatário, o proprietário e o comodatário teriam essa espécie de posse.O possuidor por justo titulo goza da presunção relativa e não absoluta de boa fé, cabendo a outra parte fazer prova da existência do vício subjetivo da posse.
Posse ad Interdicta 
 Essa espécie de posse é aquela que permite a propositura das ações possessórias para a sua defesa. Mesmo o invasor, possuidor de má fé, poderá defender a sua posse diante da coletividade já que em relação à sociedade sua posse é melhor e por conseqüência poderá ser resguardada pelo judiciário.
Posse de Boa Fé e Posse de Má fé
 O artigo 1.201 não conceitua o que seja boa fé optando em alcançá-la por exclusão, aquele que ignora de forma justificável, tolerável, o vicio ou obstáculo que lhe impede a adquirir a coisa é considerado possuidor de boa fé. O abandono por parte do legitimo proprietário ou possuidor permite ao invasor se valer de boa fé o que normalmente se revela através da ausência de atos ostensivos e atuais praticados pelo legitimo possuidor.
Efeitos decorrentes da Boa Fé
 Possuidor de boa fé terá direito a retenção e indenização de algumas benfeitorias, benfeitorias são obras ou despesas que o individuo faz na coisa principal com o intuito de melhorar ou conservar a coisa.
“Ius Retentionis” – Direito de retenção. O direito de retenção tem natureza assemelhada a exceção do contrato não cumprido. Alguns entendem que esse direito tem natureza de direito real pois é oponível erga omines e tem o direito de seqüela, e outros que é direito pessoal sugeneres. 
 O possuidor de má fé não possui direitos de retenção e apenas o de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias como o muro de contenção por exemplo. Apesar de sua má fé, a coisa só se conservou devido a conduta do possuidor, não sendo justo que a pessoa a favor de quem se deferiu a retomada recupere o bem sem ressarcir aquele que aumentou seu patrimônio. Ao possuidor de boa fé fica consagrada a indenização e a retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis. A retenção é declarada por sentença, ficando condicionada a devolução da coisa ao pagamento dessas despesas. Artigos 1.219, 1.220, 1.221, 1.222.
 No comodato, a jurisprudência majoritária entende que o comodatário terá direito apenas enquanto vigorar o contrato, a indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias. Argumenta-se que quanto as volupturárias se aplica o artigo 1.219 e quanto as úteis o artigo 584, que deixa claro que as despesas provenientes do natural uso da coisa são de responsabilidade do comodatário isentado o comodante de seu ressarcimento. Assim o comodatário só teria direito de indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias.
 O direito de retenção tem Natureza de exceção do contrato não cumprido, já que não fulmina o pedido de retomada, mas sim posterga a entrega do bem para momento futuro quando do pagamento das despesas. A doutrina diverge acerca da natureza jurídica do direito de retenção, alguns afirmando que se trata de direito pessoal, considerando que não se sujeita a registro, outros sustentando ser genuíno direito real dado a sua oponibilidade erga omnes e o direito de seqüela concedido ao beneficiado e outros sustentam que se trata de direito pessoal atípico, considerando que não são provenientes da manifestação de vontade como todo e qualquer direito pessoal derivando a retenção da própria norma. Outra abrangência dessa benfeitoria é a lei de locações 8.245/ 91 35 e 36 e sumula 335 do STJ.
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis, e permitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.
• Súmula 335 do STJ. Nos contratos de locação é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
A sumula de acordo com alguns julgados só é afastada em se tratando de contrato de adesão, hipótese em que incidirá no determinado pela lei. Em se tratando de contrato verbal, omisso a esse respeito apesar de escrito ou de adesão para alguns julgados, as benfeitorias necessárias permitem indenização e retenção, as úteis só se autorizada sendo certo que as voluptuárias terão o mesmo tratamento conferido ao possuidor de boa fé no artigo 1.219.
Acessão
 O código prevê ainda as acessões que podem ser naturais ou artificiais diferentes das benfeitorias que são sempre introduzidas pelo homem. As acessões artificiais são as construções e plantações que são tratadas pelo código como forma de aquisição da propriedade imobiliária, diferente das benfeitorias que são acessórios que aderem ao bem principal. As acessões possuem valor autônomo afastado do terreno a que aderem, diferentes das benfeitorias cujo valor agrega o bem principal. O art.1.255 caput assegura ao possuidor de boa fé a indenização pelas acessões aplicando-se por analogia o direito de retenção concedido em relação as benfeitorias no artigo 1.219. Quanto ao possuidor de má fé, perderá sem qualquer ressarcimento todas as acessões que tenha realizado.
O possuidor de boa fé só responderá pela perda da coisa que esta sob o seu poder se tiver agido em relação a ela de maneira dolosa, sendo isento de qualquer responsabilidade pelos atos culposos ou acidentais.
 O possuidor de má fé responderá pela perda coisa que tem consigo por dolo, culpa ou até mesmo pela perda acidental sendo certo que nesse último caso, inverte-se o ônus da prova de forma que deixará de responder se provar que a coisa pereceria em poder do legitimo possuidor. Assim, se o imóvel pega fogo e o ocupante estava de boa fé só indenizará se aquilo aconteceu de forma dolosa. Caso esteja de má fé presume-se o seu dever de indenizar cabendo a ele provar a fatalidade do evento e que ele aconteceria de qualquer forma para que fique isento de responsabilidade.
Frutos
 Mesmo obras e acessões não legalizadas ensejam o direito a indenização ao possuidor de boa fé, desde que aquelas obras sejam legalizáveis, para que não se configure enriquecimento sem causa. O possuidor de boa fé terá direito na forma do artigo 1.214 a perceber todos os frutos naturais, industriais ou civis, sendo certo que estará de boa fé até a citação validade se não há fato anterior que permita entender pelo inicio da má fé confirmada pela procedência do pedido de retomada.
Ações Possessórias Tipicas ou Interditos Possessórios Típicos.
 Quando se fala de ações possessórias dizem que estas só existem em ração da posse, seu único fundamento é a idéia de posse, isso importa de tal forma que a doutrina e a jurisprudência fala que quando o juiz se deparar com uma ação dessa espécie ele deve deixar de lado as alegações de direito real, pois a ação será decidida em razão da posse. art. o 934 do CPC
 O CPC atual e o próximo prevêem três modalidades de ações possessórias típicas, quais sejam: Ação Reintegração de posse; Ação de Manutenção de posse; Interdito Proibitório. São assim denominadas porque se prestam exclusivamente a defesa da posse, não admitindo outro argumento que sustente essa ação. o artigo 557 § único do novo CPC consagrou o que a atual jurisprudência e doutrina já diziam no sentido de que não cabe nessas ações a discussão acerca da propriedade ou da titularidade de qualquer outro direito real. São conhecidas como ações possessórias típicas considerando que esse é o único fundamento para as mesmas. A ação de nunciação de obra nova admite por fundamento tanto a alegação de propriedade como de posse, razão pela qual não pode ser tido como ação possessória típica
 
Os interditos possessórios típicos são 3
Reintegração de posse – lesão possessória – Esbulho; Esbulho significa privar o legitimo possuidor de sua posse, da qual foi privado injustamente, sendo essa a ação mais comum das ações possessórias típicas. O autor terá que convencer o magistrado que já teve a possedo bem discutido, assim como o esbulho e a perda da posse. Não se pode ajuizar a possessória invocando a titularidade do bem.
 Para a propositura de uma ação possessória típica, em se tratando de bem imóvel deverá a mesma ser ajuizada no foro de situação do bem na forma do artigo 47 § 2º do Novo CPC. A competência é absoluta e por tal razão será argüida como preliminar de contestação em defesa caso o magistrado não a reconheça de oficio. Acolhida a incompetência absoluta serão os autos remetidos a comarca correta na forma do artigo 64 § 3º do Novo CPC. A incompetência absoluta jamais é sustentada através de exceção de competência. Em caso de cônjuge a ação deverá ser proposta contra ambos por ser a hipótese de litisconsórcio passivo necessário e no caso de ser o autor casado preferencialmente por ambos ou no mínimo com autorização de um para que o outro mitigue. O comodante deve propor esse tipo de ação, a pessoa que adquire um imóvel em leilão não poderá pois nunca exerceu a posse direta, nem pode alegar a posse de seu transmissor. 
 Manutenção de posse – lesão possessória – Turbação; turbar significa incomodar, atrapalhar, embaraçar o exercício da posse alheia, a privação parcial da posse demanda esta ação. Nesse caso é mais fácil provar a posse direta, pois o possuidor direto não perdeu a mesma.
 Interdito Proibitório – lesão possessória – Ameaça; tem cabimento quando a sua posse esta sendo ameaçada de esbulho ou turbação, e é aplicada raramente.
A essas ações típicas pode-se cumular pedidos, em condenação em perdas e danos (art. 921 do CPC), como a restituição dos frutos percebidos como possuidor de má fé, e a indenização dos frutos, por exemplo: no caso da reintegração de posse tem que pedir cumulativamente o aluguel sanção.
 
Princípio da Fungibilidade das Ações Possessórias Típicas
 Os artigos 920 do atual CPC e 554 do novo consagram o principio da fungibilidade das ações possessórias típicas determinado que o juiz receba a ação equivocadamente proposta como se correta fosse ao invés de extinguir a ação sem analise do mérito. A benevolência da norma se deve a duas questões. Inicialmente as ações possessórias típicas se prestam a defesa de um mesmo instituto qual seja a posse, e ainda porque as lesões possessórias estão em constante evolução de forma que no dia da propositura da ação é esbulho, pode dias após regredir para uma turbação e assim vice e versa. Assim o juiz deve receber a ação errada como se correta fosse. 
Caráter Dúplice das Ações
 Em matéria de ação possessória típica o artigo . 556 do NCPC que reproduziu o artigo . 922 do atual CPC, consagra o caráter dúplice dessas ações. A reconvenção é a ação do réu em face do autor no mesmo processo, toda vez que o réu tiver que oferecer denuncia contra o autor, formulando o pedido contra esse, o réu o fará em sua contestação, a vantagem desse procedimento é a desburocratização do processo, na medida que não é necessário o ajuizamento de nova ação. A grande vantagem da propositura de uma ação possessória típica é a possibilidade de concessão de liminar toda vez que o autor alegar e comprovar que a lesão possessória por ele experimentada é inferior a um ano e um dia e que exerceu a posse direta em algum momento. Presentes estes requisitos deferirá a antecipação de tutela que nesse caso não obedecerá aos requisitos previstos no artigo 273 do CPC, bastando a prova da posse e da data da lesão. Toda vez que o autor formular pedido de liminar em sua petição inicial a ação será conhecida como “AÇÃO DE FORÇA NOVA” devendo ser lembrado que o réu só será citado após o magistrado apreciar aquele pedido liminar. Toda vez que a ação de força nova conceder uma liminar possessória será marcado uma audiência de justificação onde o réu poderá através de seu patrono formular perguntas, e após isso poderá oferecer a contestação nos cinco dias subseqüentes. O Magistrado ao receber uma ação possessória típica de força nova pode ter duvidas pelos documentos que instrumenta ação em conceder ou não a liminar. Nesse caso o juiz deverá obrigatoriamente designar audiência conhecida como de justificação. 
Se não for possível a ação de força nova, será necessária a ação reivindicatória que é uma ação petitória, e não uma ação possessória típica, nesse pedido de ação reivindicatória é ajuizada quando o proprietário nunca teve a posse direta ou não tem como prová-la, seu pedido é a “IMISSÃO NA POSSE”. Na ação reivindicatória não prevê liminar de ano e dia, sendo necessário os ritos da antecipação de tutela, e não se aplica o Princípio da Fungibilidade das ações possessórias. Na reivindicatória o réu deverá propor reconvenção em caso de pedido contra o autor.
 Caso o proprietário celebre promessa de compra e venda do imóvel entregando a posse direta ao promitente comprador que paga o sinal e 30% do valor financiado vindo a ficar inadimplente, poderá o proprietário ajuizar ação de resolução do negocio jurídico cumulado com pedido sucessivo de reintegração de posse bem como pedido de perdas e danos. Não é possível a propositura de uma ação de reintegração de posse típica já que com a celebração da promessa o proprietário entregou a posse plena ao promitente comprador reservando-se apenas o direito de cobrar a divida. Assim, é preciso primeiro desconstituir o negocio jurídico permitindo que o promitente vendedor recupere a posse indireta para que a partir daí possa exigir ser reintegrado na posse. 
Direito Real de Aquisição
 O proprietário ao celebrar uma promessa de compra e venda, celebra direito pessoal com o individuo que passa a se chamar de promitente comprador, sendo possível atribuir a esse negócio jurídico que possui eficácia inter partes, eficácia erga omnes, registrando a promessa junto ao registro de imóveis, desde que não conste a possibilidade de arrependimento na promessa e que o promitente comprador realize o pagamento de todas as despesas. A partir desse momento o promitente comprador passará a ter o chamado direito real de aquisição evitando que esse imóvel seja alienado a terceiros a titulo oneroso ou gratuito. De acordo com o artigo 1.225 inciso 7 é genuíno direito real sobre coisa alheia já que o bem pertence ainda ao proprietário.
 Caso o proprietário não realize as escritura definitiva após cumpridos os requisitos, o promitente comprador ajuizará ação de adjudicação compulsória com o objetivo de compelir o proprietário a entregar a escritura definitiva, sendo certo que a sentença de procedência substitui a vontade do promitente vendedor. Na forma da sumula 239 do STJ a ação de adjudicação é pessoal e não real de forma que não é preciso realizar o registro do contrato preliminar para propor essa ação. Muito embora o registro não seja necessário é bom que seja realizado já que caso não o seja o autor de uma ação dessa espécie que tenha êxito em seu pedido poderá ser surpreendido com uma sentença favorável insuscetível de registro por ter o proprietário vendido ou prometido vender a terceiro e registrou em primeiro lugar. Nesse caso a ação acabará por se resolver em perdas e danos. Muito embora a promessa de compra e venda não precise estar registrada para que seja proposta a ação de adjudicação é imprescindível na forma da sumula 76 do STJ que o promitente vendedor seja constituído em mora, o que acontece com a sua notificação judicial ou extrajudicial, concedendo prazo para o proprietário comparecer ao cartório indicado realizando a escritura definitiva. Caso a ação seja proposta sem a prova da constituição em mora essa deverá ser extinta sem exame do mérito por falta de interesse do autor da mesma que não comprova ter tentado resolver administrativamente o contrato definitivo. O titular de direito real de aquisição tem os direitos/faculdades de usar fruir e reivindicar contra terceiro que não tenha como provar em algum momento ele ou antecessor exerceu a posse direta.
Usufruto
 O usufruto poderá recair tanto em relação a bens móveis como em relação a bens imóveis e por ser mais usual a sua instituição emrelação a bem imóvel o usufruto esta usualmente criado com o registro junto ao Registro de Imóvel. A partir desse momento é possível identificar a presença do usufrutuário que passa a ter os poderes ou faculdades de usar, fruir e de reivindicar contra terceiros estabelecendo a partir desse momento um vinculo com a coisa, podendo exercer com autonomia os seus poderes de usar e fruir sem a concordância do proprietário limitado, do outro lado encontramos a pessoa do “Nú Proprietário” que ganha esse nome pelo fato de estar privado exatamente dos poderes que revelariam à coletividade quem seria o proprietário. O proprietário limitado poderá reivindicar e dispor da coisa mesmo que na constancia do usufruto, sendo certo que aquele que vier a adquirir a nu propriedade ficará obrigado a respeitar o usufruto até seu termino. 
O usufruto tem três características necessária:
Temporário – é obrigatório que o usufruto conste com uma clausula prevendo seu termo, caso contrario se entenderá como usufruto vitalício.
Personalíssimo – O usufruto sempre se extingue com a morte do usufrutuário;
Inalienabilidade – O art. 1.393 do CC diz que o usufruto é inalienável. Podendo o nu proprietário alienar o bem que será acompanhado do usufruto, porem o usufrutuário não poderá alienar seu direito real; É da essência do usufruto que o usufrutuário possa ceder o usufruto, praticar contratos temporário, isso sem dar o direito a outrem. Pode o usufrutuário renunciar ao seu direito na forma do art. 1.410, I primeira parte, passando o nu proprietário a qualidade de proprietário pleno.
O direito real de usar e fruir é impenhorável por dívidas do usufrutuário, na medida em que, se o usufrutuário insistir em não realizar o pagamento, a consequência natural será a alienação daquele bem para o pagamento da dívida, o que conflita com a característica na inalienabilidade do usufruto. O que se admite é a penhora dos rendimentos do usufruto como, e mesmo nessa condição, se o usufrutuário provar que necessita daquelas verbas para atender as suas necessidades vitais, poderá requerer que a penhora não seja realizada, sendo seu o ônus da prova. 
 
Fomas de criação de usufruto: 
	1) Ato inter vivos: a maneira mais comum acontecerá quando se faz a escritura de usufruto. 
	2) Ato de última vontade: Testamento; 
	3) Por sentença: admitido no art. 716 do atual CPC. Em execução o juiz pode investir o credor como usufrutuário até que seja quitada a dívida, boa solução para ambos os casos, porem não muito comum. 
	4) Por definição legal: vem pela lei. A lei vai investi-lo na qualidade de usufrutuário. No art. 1689, I do CC temos uma hipótese de usufruto legal. 
	5) Por usucapião: Extraída do art. 1.391 do CC. O usufruto de imóveis quando não resultar de usufruto. A contrário sensu a lei está dizendo que é possível adquirir o usufruto em usucapião; 
		Ex.: João é o nu proprietário e Maria usufrutuária, ambos devidamente constituído. Passados 10 anos dessa situação, aparece uma terceira pessoa, Marta, que ajuíza uma ação de nulidade do registro cumulada com pedido reivindicatória, alegando que ela é que a dona daquele bem. O réu vai se defender, mas como já se passaram 10 anos, João poderá alegar o usucapião da nu propriedade e Maria alegar usucapião do usufruto.
 
DIREITOS DO USUFRUTUÁRIO (art. 1394 ao 1.399)
 O usufrutuário pode com a autonomia exercer os poderes de usar e fruir sobre esse bem, ou de forma mais clara: alugar, arrendar, dar em comodato e etc. O usufrutuário pode dar em locação sem que para isso precise da anuência do nu proprietário. Se maria morre no curso dessa locação o nu proprietário torna-se proprietário pleno e o art, 7º da lei 8.245/91 não obriga a respeitar o contrato de locação, salvo se no contrato de locação o inquilino foi prudente e exigiu a assinatura do nu proprietário, tornando-se esse contrato oponível a ele OU se consolidar-se, quando o nu proprietário e o usufrutuário são a mesma pessoa. 
 É possível encontrar doutrina e jurisprudência entendendo que o agora proprietário pleno só poderá retomar a coisa caso se faça valer da denuncia cheia, na medida em que a denuncia vazia estando em curso o contrato, constituiria verdadeiro abuso de direito por sua parte, já que alugueres agora passaram a ser por ele percebidos. Trata-se de entendimento que confronta o teor do art. 7º da lei de locações (8.245/91), que não exige qualquer justificativa por parte do dono."
Deveres do usufrutuário
Os deveres do usufrutuário começam a ser definidos pelo código no artigo 1400, sendo o primeiro o Caução.
Antes de poder exercer os direitos de usar e fruir do bem é necessário que o usufrutuário preste caução, garantia, em virtude de ser o usufruto sempre temporário, pois não é justo que o proprietário recupere a coisa de maneira deteriorada, sendo a caução uma garantia de que se o usufrutuário devolver o bem depauperado os patrimônios deixados em caução serão utilizados para restituir as perdas e danos ocasionados de forma dolosa. A caução não tem cabimento nas doações com reserva de usufruto. A caução pode ser real ou fidejussória – pessoal, caso o usufrutuário não tenha capacidade de prestar caução tornará o nu proprietário o administrador do bem e fará juz dos frutos deduzidos dos valores gastos com manutenção do mesmo e possível taxa de administração determinada pelo juiz
Obrigações “Propter Rem”. Artigo 1.403 – inciso II 
Custo módico será aquela obrigação ordinária que não ultrapasse 2/3 do valor total do bem. E as despesas extraordinárias são de responsabilidades do nu proprietário.
 As obrigações Propter REM são de responsabilidade do usufrutuário considerando que tem a posse direta e por tal razão deve fazer frente a tais despesas. Considerando que a norma prevista no artigo 1.403 inciso II do Código Civil estabelece uma obrigação com o nu proprietário, caso esse último venha a pagar essas despesas com medo de perder o bem terá direito de regresso bem como, na forma do artigo 1.410 inciso VII, requerer a declaração judicial da extinção do usufruto. As despesas ordinárias de conservação da coisa, como limpeza de caixa d’água, descupinização, corre por conta do usufrutuário já que consideradas naturais daquele que tem a posse direta. Ao nu proprietário sobram as despesas extraordinárias como a realização de um muro de contenção, bem como as despesas ordinárias que não se qualifiquem como de custo módico, na forma do artigo 1.404 § 1º.
Outras obrigações do Usufrutuário
 
Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste.
Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. (o indenizado será o proprietário, sendo culpa do usufrutuário, esta será integral do proprietário, senão poderá o proprietário reconstruir a coisa restabelecendo o usufruto ou reparti o premio do seguro entregando ao usufrutuário o valor proporcional ao tempo que ainda restava de usufruto). 
EXTINÇÃO DO USUFRUTO
 O artigo 1.410 prevê 8 hipóteses que extinguirão o direito real de usufruto sendo certo que a morte do usufrutuário sempre extinguirá esse direito real. Na consolidação o Usufrutuário de maneira excepcional se torna proprietário pleno que normalmente acontecerá pelo direito sucessório como aconteceria na hipótese da doação com reserva de usufruto de pais a filhos, morrendo esses filhos solteiros e sem filhos antes dos pais. O motivo é a circunstancia de ordem subjetiva, interna que levou a criação desse direito real e não se presume, devendo ser expressa. Assim, é possível instituir alguém como usufrutuário determinando que esse alguém cuide de terceira pessoa, falecida a pessoa que este deveria cuidar o usufruto se extingue. O usufruto também poderá ser extinto por seu não uso, o usufrutuário é obrigado a dar função social ao seu direito real, sob pena de, se ficar caracterizado o abandono desse direito, independentemente de qualquer prazo, o nu proprietário poderárequerer judicialmente o reconhecimento da perda desse direito real.
Usufruto Sucessivo
 Não permitido no Brasil, significa a permissão de transferência em cadeia de usufrutuários, porque assim dificultaria ao nu proprietário no futuro de usar e fruir aquele bem, ferindo também o caráter personalíssimo desse instituto.
Usufruto Conjuntivo
 No usufruto conjunto ou conjuntivo duas ou mais pessoas exercem simultaneamente os poderes de usar e fruir sobre o mesmo em concomitância, sendo pratica totalmente licita. A grande questão que gira em torno desse usufruto diz respeito a morte ou renuncia de um dos usufrutuários. Duas consequências possíveis se apresentam:
Primeira possibilidade – a morte do usufrutuário tem por conseqüência a extinção gradativa do direito real de usufruto e por conseqüência o nu proprietário vai passando a ter pouco a pouco o direito de usar e fruir sobre aquele bem de forma que poderá exigir aluguel proporcional pela posse direta dos usufrutuários restantes ou o valor do aluguel.
Segunda Possibilidade – conferir o direito de acrescer em favor dos usufrutuários restantes de forma que o usufruto se extinguiria de uma única vez não podendo o nu proprietário exigir qualquer valor ate o termino do usufruto.
 Sendo o usufruto constituído em ato inter vivos resolve-se da forma do artigo 1.411 do Código Civil, que diz que o nu proprietário vai passar ater aos poucos o seu direito real de usar e fruir do bem, podendo exigir percentual proporcional ao usufrutuário extinto como aluguel em seu favor a ser pago por quem estiver em posse e fruição. A clausula de direito de acrescer não é permitida entre pais e filhos.
 Se o usufruto for constituído por ato de ultima vontade a solução esta no artigo 1.946, em casos onde o usufruto for criado em testamento, onde a regra é o direito de acrescer, exceto se na hora de instituir no testamento a parte cabível de cada um, e dessa forma será usufruto conjuntivo, assim se afasta o direito de acrescer.
Fideicomisso 1.951 a 1.960
 Só pode ser criado em testamento, onde o a figura do Testador cria o fiduciário e o fideicomissário. O testador determina que por ocasião de sua morte o fiduciário assumirá a propriedade fiduciária até que seja implementada o termo ou a condição e o bem será entregue ao fideicomissário que será ainda uma pessoa que não nasceu, prole eventual.
 No testamento o testador tem a possibilidade de revogar suas disposições inúmeras vezes no curso de sua sobrevida considerando que o testamento é essencialmente revogável. No momento do falecimento do testador duas circunstancias poderão estar presentes. Caso a prole eventual ainda permaneça em estado de potencialidade esta deverá ser concebida pela pessoa indicada pelo testador no prazo máximo de dois anos constados do óbito do testador e sendo certo que o prazo é para a concepção e não para o nascimento na foram do artigo 1.800 § 4º. Se ao tempo da morte do testador a prole eventual já houver nascido na forma do artigo 1.952 § único, a prole eventual que agora é pessoa adquirira a nu propriedade e o proprietário fiduciário se converterá por determinação de lei a qualidade de usufrutuário, sendo essa mais uma hipótese de usufruto legal.
 O proprietário fiduciário é proprietário resolúvel enquanto não se implementar o termo ou condição estipulado pelo testador. Assim, tem o proprietário fiduciário os poderes de usar fruir dispor e reivindicar, podendo se afirmar que todos os direitos instituídos na constancia da propriedade resolúvel, são criados em caráter temporário de forma que com o implemento da condição ou termo, todos os direitos pessoais e reais se resolvem em favor do fideicomissário que até aquele momento possuía mera expectativa de direito e agora tem a propriedade plena.
 Se o fideicomissário nascer tempestivamente e vier a óbito antes que se verifique a condição ou termo prevista pelo testador o fideicomisso caduca de forma que o fiduciário se torna proprietário.
Direito Real de Habitação
Previsto nos artigos 1.414 ao 1.416, e como o próprio nome sugere esse direito confere o direito a moradia, e diz respeito a imóvel, sendo genuinamente imobiliário e confere ao beneficiário a possibilidade de morar gratuitamente no bem, é possível ver convencionalmente, por testamento e por lei. A grande distinção entre o direito de habitação e usufruto é que no primeiro só é possível morar no bem, e pode ser instituído em favor de mais de uma pessoa, e nessas circunstancia se apena uma pessoa frui da posse direta, aquele que é alijado da posse direta não pode exigir o pagamento de qualquer valor.
 No mais todas as disposições relativas ao usufruto se aplicam a habitação naquilo que for compatível na medida em que todas as normas estejam relacionadas à possibilidade de perceberem os frutos não se aplicam à habitação. Assim, trata-se de direito real personalíssimo, temporário e inalienável, cabendo ao beneficiado o dever de quitar as obrigações propter REM sob pena de ter declarado contra si a perda do direito real.
 A situação mais usual é o direito real de habitação sucessório esta prevista no artigo 1.831, que preceitua que falecendo um dos cônjuges, aquele que sobreviver terá o direito de habitação vitalício de forma exclusiva como meio de manutenção de uma vida digna. Como se trata de habitação proveniente da lei, não há que se falar em registro. Caso a habitação não fosse instituída o cônjuge poderia enfrentar na qualidade de réu, uma ação de extinção de condomínio onde caso não possa comprar a parte dos herdeiros naquele bem, ou vice e versa o bem deve ser alienado, recebendo o cônjuge sobrevivente apenas a parte que lhe cabe, o que faria com que não pudesse manter o mesmo padrão sócio econômico. Não há necessidade do cônjuge manter-se viúvo para que continue a habitação estando livre assim para constituir nova união bastando que quite as obrigações pecuniárias relativas a posse direta e ainda habite o imóvel sob pena, ambas as hipóteses de poder ver declarado a perda da habitação. 
Direito Real de Superfificie
 Direito real imobiliário sobre coisa alheia, Matéria tratada no Estatuto das Cidades Artigo 21 e no código civil, criado para fomentar as melhores praticas de regulamento urbano. Se um bem dominical for utilizado para fins públicos será regulado pelo estatuto das cidades, outras causas serão reguladas pelo código civil. Trata-se de ocasião onde o proprietário, nesse caso chamado de fundeiro, confere a outrem, através de escritura pública, o direito de construir ou plantar sobre terreno alheio por tempo suficiente para explorar economicamente de forma a reembolsar daquilo que investiu, aquele que usa o terreno é chamado de superficiário. O direito real de superfície consiste num afastamento temporário da regra de que o acessório deva seguir a sorte do principal (principio da gravitação jurídica).A doutrina admite o direito real de superfície seja criado através do fenômeno da cisão, o fundeiro ao fim do contrato reaver seu direito com todas as benfeitorias que lá estiverem sem obrigação de indenizar salvo disposto em contrario. A criação da superfície pode ser a titulo gratuito ou oneroso, em caso de ser oneroso o valor a ser cobrado será chamado de “canôn”. Apesar de ser um direito real temporário não é personalíssimo e perdurará mesmo com a morte do superficiário, cabendo aos seus herdeiros dar continuar em uso, também é perfeitamente alienável (artigos 1.372 e 1.373), sendo obrigatório conceder o direito real de preferência tanto por tanto, nas alienações onerosas.
 O fundeiro que não quiser exercer a preferência não pode cobrar nada do superficiário. As obrigações Propter REM são responsabilidade do superficiário. A natureza do direito real de superfície segundo alguns doutrinadores é um direito real sobre coisa alheia, já outros vão entender que se trata de um direito real autonômo e resolúvel sobre coisa própria, fato é que o superficiário na constância do direito de superfície pode usar, fluir, reivindicar e dispor. A formanormal da extinção desse direito é o advento do termo, porem ainda existem outras duas situações anormais de desconstituição de superfície, nos artigos 1374 e 1376, ainda existindo outras, como se o direito for a titulo oneroso e superficiário não pagar o canos, poderá o fundiário ajuízar ação de resolução de negocio jurídico cumulada com a extinção do direito. Das comuns são a utilização em desacordo com o previsto e a desapropriação. Devendo terminar a superfície pelo termo ou condição, caso o superficiário não restitua a coisa, o fundeiro deverá ser reivindicatória caso o fundeiro nunca tenha exercido a posse direta, ou se o direito for através de cisão a ação será de reintegração de posse. É admitido o usucapião com o prazo a ser contado a partir do dia do termino da superfície. Pode o direito de superfície ser por tempo indeterminado e sobre o subsolo.
Enfiteuse
 O artigo 2038 do Código Civil atual proíbe a criação de novas enfiteuses. Como se trata de direito real perpetuo em que uma das partes não terá qualquer interesse em sua extinção é possível afirmar que a enfiteuse continuará vigorando em nosso ordenamento por muitos anos de forma que continuará sendo regulada pelo código civil de 1916. Não se criam novas por vedação expressa na norma porem ficam mantidas as já existentes. Através da Enfiteuse o proprietário de um imóvel sem construções ou plantações concede a pessoa designada como foreiro a possibilidade de usar fruir dispor ou reivindicar sobre coisa do senhorio direito podendo se afirmar que o titular do domínio útil tem total autonomia em relação a estes poderes trata-se de direito real sobre coisa alheia na medida em que o foreiro deve pagar ao senhorio direito valor anual chamado de foro que oscila, varia de acordo com a enfiteuse especifica. O foro anual tem característica de obrigação propter REM, acompanhando a coisa, e ao senhorio considera-se fruto civil. A titularidade do domínio útil é transmitido aos herdeiros, quer dizer que morto ao foreiro seus herdeiros assumem a sua condição de foreiro. O foreiro além do pagamento do foro deverá também pagar o laudêmio, que será cobrado quando o foreiro alienar o bem, vendendo ou em dação em pagamento, oferecendo preferência ao senhorio direto, e se este aceitar será extinta a enfiteuse, porém pelo não exercício do direito de preferência o senhorio tem direito de receber 2,5% do valor da alienação pelo artigo 683 do código de 1.916. isso só Val para compra e venda e dação de pagamento pois são negócios jurídicos impessoais, na doação não cabe pois é uma pratica de liberalidade, não cabendo também na troca ou permuta. A preferência não deverá ser concedida na sucessão causa morte já que não se trata de fato pretendido pelo foreiro, na troca, considerando que o bem de interesse do foreiro é aquele que lhe é oferecido em permuta e ainda também não tem cabimento na doação, já que o foreiro pretende a pratica de uma liberalidade que não se adéqua a possibilidade de preferência. A pessoa do senhorio direto pode ser de direito publico interno ou até mesmo de direito privado ou física. O bem objeto de enfiteuse é suscetível de usucapião. Caso o senhorio direto seja PJ de direito publico interno, a usucapião ficará restrita a titularidade do domínio útil. Os demais casos, o possuidor “animus domini” poderá adquirir a propriedade plena. Os artigos 692 e 693 do código de 1.916, tratam da extinção da enfiteuse muito embora tenha sido estabelecida em caráter perpétuo possuem algumas situações excepcionais de extinção. A ação de comisso é uma dessas hipóteses sendo certo que o foreiro terá a oportunidade de purgar a mora podendo se afirmar que essa ação raramente será proposta já que o senhorio direto se tornaria proprietário pleno e não poderia cria uma nova enfiteuse. O titular do domínio útil tem ainda o direito ao resgate podendo exigir se tornar proprietário pleno desde que pague as verbas noticiadas no artigo 693.
Usucapião
 
 A usucapião é enquadrado na teoria geral do fato jurídico como um fato jurídico Stricto Sensu, na medida em que, em sua caracterização o fundamental é o decurso de um prazo previsto em lei, fato esse que não conta com a participação humana. Trata-se de forma originária da aquisição da propriedade sem que tenha havido o fenômeno da transmissão, por sua própria força. Na usucapião a aquisição da propriedade é gratuita na medida em que o possuidor não tem qualquer contraprestação para adquirir a propriedade bastando que cumpra o lapso temporal.
 A sentença que reconhece a usucapião tem caráter declaratório, não constitutivo. O individuo adquire a propriedade assim que se cumpre todos os requisitos da usucapião, não dependendo de ação para ser proprietário. Em razão da usucapião esta afastada a regra de que se adquire a propriedade com o registro no cartório competente. A usucapião de coisa móvel é de 3 anos de possuidor de boa fé e de 5 anos de má fé. A usucapião pode ser feita também por pessoa jurídica.
Requisitos:
Posse Animus Domini ( Ad usucapionem) – não é qualquer posse que vai permitir essa ação, mas sim a posse pela teoria subjetiva da posse, aplicando-se a todas as modalidades de usucapião salvo a hipótese do art. 1.240 – a , que não precisa da posse animus domini.
Prazo - de 2 a 15 anos
Objeto lícito – alguns bens não podem ser objeto de usucapião, como o exemplo os bens públicos. A lei e a jurisprudência entende que não é possível a posse de bem de pessoa pública de direito público interno, alguns doutrinadores dizem que os bens dominicais seriam sujeitos a posse, aqueles bens que o poder público usa como particular. Caso o imóvel esteja gravado com clausula de inalienabilidade, o imóvel poderá ser ainda assim usucapido, a clausula de inalienabilidade tem como objetivo a proibição da transmissão, salvo se houver colunho entre as partes. O bem hipotecado pode ser objeto de usucapião a não ser pelo devedor.
A posse ininterrupta – Art. 1.238 – Significa que durante o tempo exigido em lei para que o possuidor adquira o usucapião não pode se afastar da coisa de forma a configurar abandono, caso configure o abandono deverá reiniciar o prazo. A posse ininterrupta pode se valer da soma ou união de posses com o possuidor anterior, art.1.243, contando que todos sejam pacíficas, contínuas e para o artigo 1.242 justo titulo. (sucessio possesionis [universal] – se da pelo óbito, aquele que sucede adquire todas as relações jurídicas do falecido; Acessio Possesionis [singular] – sucessão na posse a titulo particular, não são admitidas na usucapião dos art. 1.239, 1.240 e 1.240-A).
Posse mansa e pacífica – a contagem do prazo da usucapião vai contar a favor do possuidor Animus Domini, caso o proprietário formal ajuíze ação antes de completado o prazo de usucapião, dentro do prazo, faz com que seja evitada a sua consumação, as causas interruptivas tem o efeito de zerar o prazo prescricional (basta a distribuição da ação para zerar o prazo pela interrupção). 
 A usucapião também serão aplicadas as causas suspensivas da prescrição que também poderão ser impeditivas dependendo do momento em que ocorrerem. Se o prazo prescricional sequer se inicia a causa é impeditiva, se o prazo já tinha se iniciado e a causa suspensiva é detectada o prazo prescricional ficará sobrestado ate que a causa suspensiva não mais exista, momento em que voltará a correr de onde parou, aproveitando o tempo já transcorrido. As causas suspensivas podem ocorrer inúmeras vezes na constância do prazo prescricional e independem de qualquer conduta do interessado no sentido de suspender. Assim, voltando ao exemplo anterior se um usucapião de 10 anos o proprietário falece no sétimo ano deixando três filhos com 18, 16 e 14 anos respectivamente o prazo voltara a correr na data em que o menor completar 16 anos na forma do artigo 198 inciso I do Código Civil, precisando apenas Maria permanecer no bem por mais três anos para ter o usucapião, se os herdeiros promoverem a reivindicatória antes de se consumar o prazo legal.
Procedimento daação de usucapião imobiliário
 
 A ação de usucapião imobiliário vem regulada pelos artigos 941 a 945 do CPC, inicialmente a ação deve ser proposta no local de situação do imóvel valendo a regra do foro “rei sitae” sendo a competência territorial absoluta. O autor da ação é o possuidor animus domini e se ele vier a ser casado o seu cônjuge. O réu na demanda é obrigatoriamente a pessoa em nome de quem o imóvel se encontra registrado bem como todos os confrontantes entendidos como tais aqueles que possuem imóveis limítrofes àquele que se pretende usucapir. Trata-se de litisconsórcio Originário passivo necessário já que o autor da ação pode pretender usucapir parte do bem dos confrontantes. Alem dos confrontantes, eventuais interessados serão citados por edital sendo certo que a petição inicial deve vir acompanhada da planta do imóvel. 
 Após instaurado o contraditório com a citação pessoal ou editalícia de todas as partes, Município, Estado e união devem ser intimados da existência daquele feito para que manifestem se aquele bem é publico, situação que inviabilizaria o usucapião. Se a União manifestar interesse naquele processo a demanda deverá ser proposta ou deslocada para a justiça federal. O Ministério Público deve obrigatoriamente participar de todas as etapas dessa ação já que eventual procedência da mesma terá por conseqüência a mudança do registro público o que por óbvio afeta diretamente o interesse publico. O juiz convencido dos requisitos do usucapião, normalmente após ser colhida a prova oral nesse sentido, julgará procedente esse pedido e a sentença é levada a registro junto ao RI sem o pagamento de imposto de transmissão já que se trata de aquisição originária de propriedade bastando que as quitações fiscais, obrigações propter REM estejam pagas. O interesse da fazenda pública não se limita a comprovação de que o bem seja público, podendo alegar por exemplo que o bem é foreiro, justificando assim a manutenção da enfiteuse adquirindo o possuidor apenas o domínio útil. Ajuizada ação reivindicatória ou reintegração de posse em face do possuidor animus domini, que intenta concentrar os requisitos comuns específicos de uma determinada espécie de usucapião, poderá o possuidor em sua defesa, na forma da sumula 237 do STF, alegar o usucapião em seu favor. A tese de usucapião é fato extintivo do direito do autor em ambas as ações e o seu acolhimento implica na improcedência do pedido reivindicatório ou de reintegração de posse. O réu de uma ação reivindicatória ou possessória não poderia reconvir requerendo a declaração do usucapião. A ação do réu em face do autor no mesmo processo pressupõe a identidade de partes.que não aconteceria na hipótese, considerando que na reconvenção de usucapião, os réus seriam alem do proprietário formal os confrontantes que não fazem parte da demanda originária.
O código civil prevê 5 espécies de usucapião: Extraordinário; ordinário, entre cônjuges, Rural (art. 7 da lei 6969); Urbano (art. 13 estatuto da cidade); - NESSES DOIS ÚLTIMOS CABE O PEDIDO CONTRAPOSTO EM TESE DE DEFESA ALEGANDO O USUCAPIÃO, e os confinantes podem, em caso de prejuízo na demarcação territorial, propor ação autônoma.(a vantagem do pedido contraposto é sua simplicidade em face da reconvenção que tem que seguir os tramites normais de uma ação).
 No que diz respeito a usucapião rural e urbano, o art. 7º da lei 6969/81 e o art. 13 do Estatuto da Cidade, respectivamente, prevêem a possibilidade do réu na ação reivindicatória ou de reintegração de posse deduzir pedido contraposto de usucapião. Deduzido o pedido contraposto nesse sentido o magistrado deverá intimar as fazendas e o Ministério público para dizerem se possuem interesse naquele processo e quanto aos confrontantes que não são chamados nesse processo a sentença proferida nesses autos poderá ser questionada em ação autônoma já que um dos efeitos da coisa julgada e de que ela só atinge aqueles que participaram da ação originária e não terceiros.
 No que diz respeito ás três outras modalidades de usucapião imobiliário, o extraordinário, ordinário e entre cônjuges, não há previsão expressa tratando do pedido contraposto. Assim, pela doutrina tradicional a ação reivindicatória ou de reintegração de posse seria julgada improcedente e o magistrado aguardaria a propositura de uma ação de usucapião. Desde o código civil novo o artigo 1.241 estabeleceu o reconhecimento da usucapião sem restringir a sua incidência a uma modalidade de usucapião específica nem mesmo estabelecendo a forma pela qual o usucapião deveria ser deduzido. Em homenagem ao principio da operabilidade que estabelece a idéia de que a norma deve ter uma interpretação de forma a conferir a ela uma maior longevidade e ainda diante do fato de que o artigo 1.241 esta previsto nos artigos que tratam do usucapião deve ser admitido o pedido contraposto em relação a todas as espécies de usucapião imobiliário diante da clausula geral criada pelo código civil. 
Usucapião Extraordinário - art. 1.238 § 1. – Possui os requisitos mais simples a serem cumpridos. Não exige a posse direta, bastando o animus domini, podendo o terreno ser usado para gerar frutos ao possuidor animus domini. Em relação a todas as modalidades de usucapião o certo é no momento em que se propor a ação se ter preenchido os requisitos, porem não é obrigatório esse fato, caso o réu não oferecer contestação antes de preenchido o tempo necessário, poderá ser contado o tempo durante o processo. Pode ser requerido por pessoa jurídica. Não precisa de justo título. O prazo é de 15 anos, ou 10 se for possuidor direto ou construir renda em uso do imóvel de caráter produtivo, não se valendo do aluguel e por todo o lapso temporal.
Usucapião Ordinário: art. 1.242 – prazo de 10 anos, com justo título, documento que cria legitimamente a expectativa de se tornar proprietário ( promessa de compra e venda, escritura de compra e venda, formal de partilha, instrumentos particulares revestidos de forma legal), e boa fé. Pode ser pretendido por pessoa física e jurídica, e não exige posse direta.
"O art. 1.242 p.ú. estabeleceu uma nova modalidade de usucapião ordinário exigindo para tanto que o indivíduo tenha adquirido à título oneroso e registrado em seu nome, cancelado por determinação judicial, desde que o indivíduo tenha estabelecido no imóvel sua moradia habitual. Assim, se um absolutamente incapaz vende um imóvel sem o seu curador e o comprador registra o imóvel em seu nome, passando a morar no imóvel, se passados 7 anos, o curador ajuizar ação declaratória de nulidade do negócio jurídico pela incapacidade absoluta cumulada com o pedido de nulidade do registro cumulada com pedido reivindicatório, mesmo que o título e o registro sejam nulos, será possível o possuidor animus domini sustente a usucapião ordinária prevista no art. 1.242, parágrafo único que lhe permitirá adquirir a propriedade de outra forma."
Usucapião Rural ou Pro Labore: (art. 7º da lei 6969/81) (art. 1.239 do CC) –  tem como requisitos a posse como sua por 5 (cinco) anos ininterruptos e sem oposição, de área rural não superior a cinquenta hectares, desde que já não seja possuidor de qualquer outro imóvel, seja este rural ou urbano. Ainda apresenta como requisito o dever de tornar a terra produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia. Muito embora a norma não estipule qualquer vedação em relação a sucessio e acessio possessionis, a primeira é amplamente admitida, já que não acontece de maneira voluntária, intencional, quanto a segunda, o entendimento passificado pela doutrina e jurisprudência, é de que ela não é admitida, a ideia de transações envolvendo a posse que, habitualmente, se verifica na acessio possessionis vai de encontro ao que estipula a norma constitucional. 
Usucapião Urbano ou Pro Moradia: (art. 13 do Estatuto da Cidade) (art. 1.240, caput, do CC) – Tem como requisitos a posse sem oposição de área urbana de até 250 m² de área construída, não de terreno, por 5 (cinco) anos ininterruptos, utilizando-a como moradia

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