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8 SEGURANÇA APLICADA À ENGENHARIA

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
GESTÃO DA SEGURANÇA 
APLICADA À ENGENHARIA 
ELÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO ....................................................... 04 
2.1 Evolução da segurança do trabalho .................................................................. 04 
2.2 Fundamentos .................................................................................................... 15 
2.3 O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) ............... 21 
2.4 Grupo gestor em segurança elétrica ................................................................. 33 
2.5 Acidentes, riscos e segurança ........................................................................... 35 
 
UNIDADE 3 – PROGRAMAS E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA .................. 37 
3.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CPA) ....................................... 37 
3.2 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ................................... 39 
3.3 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ..................... 43 
3.4 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da 
construção (PCMAT) ............................................................................................... 45 
3.5 Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) ....................................................... 47 
3.6 Programa de Conservação Auditiva (PCA) e Programa de Proteção 
Respiratória (PPR) .................................................................................................. 49 
3.7 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva (EPI – EPC) .......................... 50 
 
UNIDADE 4 – LEGISLAÇÃO, INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO .............................. 55 
 
UNIDADE 5 – NORMA REGULAMENTADORA NR-10 ......................................... 59 
 
UNIDADE 6 - PREVENÇÃO E CONTROLE EM MÁQUINAS, 
EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ................................................ 63 
6.1 Cabines de transformação, aterramento elétrico, para-raios............................. 63 
6.2 Ambientes especiais, eletricidade estática, instalações elétricas provisórias ... 65 
6.3 Equipamentos e dispositivos elétricos. Área de utilidades. Subestações ......... 66 
6.4 Manutenção preventiva e engenharia de segurança ......................................... 69 
6.5 Riscos na eletrificação rural .............................................................................. 72 
6.6 Acidentes com cercas energizadas ................................................................... 72 
6.7 Medidas e equipamentos de proteção coletiva e individual............................... 73 
6.8 Legislação e normas relativas à proteção contra choques elétricos e geral...... 75 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 76 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
 
As medidas de controle e prevenção de acidentes influem sobremaneira na 
organização dos processos de trabalho, o que implica mudança de atitude de todos 
os envolvidos, do chão de fábrica até alta administração. 
A ideia nesta apostila não é unicamente ensinar como fazer a segurança, 
mas levá-los a refletirem sobre a importância da prevenção, para dentre outros 
motivos, contribuir com a diminuição das estatísticas de acidentados e mortes que 
são estarrecedoras, mas principalmente para prevenir os acidentes de trabalho que 
tantos transtornos físicos, emocionais e também financeiros levam para todos, 
empregados e empregadores. 
Iniciaremos os estudos pela história e evolução da segurança no trabalho, 
conceituando riscos e acidentes. Também farão parte deste módulo, programas e 
equipamentos de segurança, a legislação, inspeção e fiscalização e a norma 
regulamentadora NR 10. Veremos também a prevenção e controle em máquinas, 
equipamentos e instalações elétricas. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
 
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UNIDADE 2 – SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
2.1 Evolução da segurança do trabalho 
Segurança no trabalho pode ser entendida como uma disciplina concebida 
para prevenir os acidentes que atingem direta e indiretamente o trabalhador, por 
meio da segregação ou eliminação dos riscos gerados pelas condições dos locais de 
trabalho e pelas tecnologias empregadas, de modo a promover, continuamente, 
medidas para prevenção de acidentes, doenças e otimização das condições e do 
meio ambiente de trabalho. 
Desde tempos remotos já foi constatado que é por meio do trabalho que o 
homem atendeu e continua atendendo as suas necessidades bio-psico-sociais e 
construindo os bens que sustentam as bases da vida material em suas dimensões 
econômica, política, social, religiosa e cultural. 
De início, o trabalho humano era restrito a tarefas que tinham como 
finalidade assegurar, essencialmente, a proteção do grupo e sua sobrevivência, 
desta forma, a caça e a pesca eram as atividades preponderantes. A vida era 
marcada pelo nomadismo e pela transumância, ou seja, o homem primitivo não vivia 
fixado num local determinado. Por evidenciar um espírito eminentemente gregário, 
detectou-se no homem primitivo os indícios da presença de uma noção, mesmo que 
muito rústica, de segurança e proteção coletiva (BRASIL, 2002). 
De acordo com Oliveira (2000), a transumância foi o fenômeno que 
possibilitou ao homem passar de caçador, nômade, para uma outra fase, intitulada 
coletora, passando a se valer de outras fontes de alimentos, como tubérculos, frutos 
silvestres e leguminosas. 
O fato do homem primitivo se abrigar em cavernas ou no cume das 
montanhas,buscando um modo de proteção contra as intempéries, animais de 
grande porte e até mesmo de inimigos, merece certo destaque neste início de curso, 
pois revela comportamentos em busca de medidas de proteção coletiva, como 
requisito básico para a própria sobrevivência e do grupo (BRASIL, 2002). 
 
 
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Como esses grupos se abrigavam em cavernas próximas a cursos d’água, 
sementes e raízes presentes nos restos de alimentos jogados à terra começavam a 
se reproduzir e, por conseguinte, a lhes proporcionar uma outra fonte de alimento, 
nascendo dessa experiência a agricultura. 
Com a evolução da agricultura, criaram-se as bases necessárias a uma nova 
experiência de vida – o pastoreio. Através das atividades relacionadas com o 
pastoreio, o homem passou a dispor de animais não somente como fonte de 
alimento, mas também como meio de tração. A agricultura permitiu o aumento 
populacional do homem e o tornou sedentário, isto é, fixado em uma base territorial 
onde se encontram as terras cultivadas e as primeiras edificações, onde se 
formaram as primeiras cidades, nações e impérios. Por este novo paradigma o 
homem é liberado da transumância penosa, abrindo caminho à agropecuária 
(BRASIL, 2002). 
A agropecuária marcou um dos estágios mais significativos da evolução 
humana, não só porque facilitou ao homem a obtenção dos meios necessários à 
vida, como a alimentação e a habitação, mas, principalmente, por ter lhe 
proporcionado um dos primeiros modelos de organização e economia que vai 
estimular a produção de excedentes. 
No entendimento de Oliveira (2000), quando o homem passou a produzir 
mais do que era necessário ao consumo diário e desenvolveu a ideia de guardar 
esse excedente para consumo posterior, nasceram as trocas e a noção de posse. 
Por meio das trocas, o intercâmbio entre povos diferentes tornou-se possível. A 
noção de propriedade, a princípio grupal, depois privada, mudou radicalmente os 
paradigmas da vida humana. 
O advento da propriedade privada levou o homem a construir uma outra 
forma de vida calcada na organização e no controle. A família monogâmica e o 
Estado, que surgiram em virtude dessa mudança, passaram a dar sustentação a 
esse novo estilo de vida. Da propriedade privada ao escravismo foi apenas uma 
questão de tempo (BRASIL, 2002). 
Das lutas travadas contra seus inimigos, emerge naturalmente no homem a 
necessidade de se proteger, portanto, ele começa a adotar as primeiras medidas de 
 
 
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proteção individual e coletiva. Cave (1986 apud BRASIL, 2002) afirma que a forma 
mais antiga de proteção individual adotada pelos nossos ancestrais foi o “escudo”. O 
homem primitivo sabia que entre ele e o perigo havia a necessidade de se antepor 
uma barreira para sua defesa. Foi bastante natural também pensar que essa 
barreira pudesse ser carregada pelo homem de um local para outro. 
Em seguida, o homem adota também o capacete para proteção da cabeça 
nas lutas contra seus inimigos e, mais tarde, em estádios mais avançados da 
história, os guerreiros adotam armaduras de metal, composta por elmo, couraça e 
cota de malha. Associadas a essas práticas nasciam também os inconvenientes e 
até os primeiros casos de rejeição ao uso (BRASIL, 2002). 
Quando o homem se conscientizou de que a riqueza acumulada era oriunda 
da terra e de braços que a cultivavam, começou a poupar da morte os vencidos de 
guerra e a transformá-los em produtores de excedentes – os escravos – que, a 
princípio, produtores de bens, em pouco tempo vieram a se transformar em um 
deles, sendo transacionados como qualquer outro bem de consumo. É importante 
destacar que o rebaixamento de cidadão à condição de escravo, segundo costumes 
e normas adotadas por civilizações na Idade Antiga e no período medieval, podia se 
dar por questões políticas e até mesmo pelo inadimplemento de uma dívida. Na 
condição de escravo, nenhum tipo de direito ou defesa, nem mesmo religiosa, era 
assegurado ao indivíduo. Ao escravo só restava ser produtivo e leal ao seu dono. A 
única preocupação de seu dono era a de evitar que ele adoecesse ou tivesse morte 
prematura, pois assim deixaria de explorar ao máximo sua resistência física 
(OLIVEIRA, 2000). 
A partir deste período e em decorrência do novo contexto vivenciado pelo 
grupo humano, compreende-se o desinteresse e a inexistência de registros 
históricos relacionados com a segurança do trabalhador, uma vez que os trabalhos 
mais pesados ou de mais elevado risco eram destinados a escravos. Além disto, na 
cultura greco-romana, o trabalho se relacionava em sua origem filosófica ao 
rebaixamento humano, porque ligava o indivíduo à matéria, daí ser também 
sinônimo de castração, de sofrimento, humilhação, expiação e de afastamento dos 
deuses (BRASIL, 2002). 
 
 
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Para se ter uma dimensão mais clara do descaso com os registros sobre as 
questões ligadas à proteção do trabalhador à época, mesmo Hipócrates (460-375 
a.C.) citado por Mendes (1996), no momento em que descreve com particular 
agudeza o quadro clínico da intoxicação saturnina, encontrado em um trabalhador 
mineiro, omite totalmente o ambiente de trabalho e a ocupação no seu clássico 
“Ares, Águas e Lugares”. Inúmeros ensinamentos são dedicados às relações entre 
ambiente – incluindo clima, topografia, qualidade da água e mesmo organização 
política e saúde, sem haver qualquer menção às condições em que o trabalho era 
realizado. 
Ramazzini (2000) cita a preocupação de Lucrécio em Roma, um século 
antes do início da Era Cristã, já perguntando a respeito dos cavadores das minas: 
“Não viste ou ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta 
vida pela frente?”. O mesmo ocorre com Plínio, o Velho (23 a 79 d.C.), citado por 
Mendes (1996), autor da obra De História Naturalis, que, após visitar alguns locais 
de trabalho, principalmente galerias de minas, descreve impressionado o aspecto 
dos trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras. 
Mendes (1996) menciona a iniciativa dos escravos de utilizarem à frente do 
rosto, à guisa de máscaras rústicas, panos ou membranas de bexiga de carneiro 
para atenuar a inalação de poeiras. 
Na Europa, do ponto de vista do trabalho, especificamente do trabalho 
manual, a transformação do escravismo em feudalismo mudou pouco a vida das 
pessoas. Os escravos e os trabalhadores romanos, com o feudalismo, 
transformaram-se em servos de gleba, tão miseráveis quanto antes. O único ganho 
foi o de não serem mais vendidos como mercadoria qualquer, ficando, porém, 
vinculados ao senhor feudal (BRASIL, 2002). 
Quanto aos primeiros registros de casos de acidentes e doenças e os seus 
respectivos nexos com o trabalho, estes ocorreram na Idade Média e foram 
efetuados por médicos que atendiam pacientes nas corporações de ofícios. Hunter 
(s.d. apud NOGUEIRA, 1981) afirma que, em 1556, Georg Bauer, mais conhecido 
pelo seu nome latino de Georgii Agricolae, publica o livro De Re Metallica, onde 
eram relatados estudos sobre os diversos problemas relacionadosà extração de 
 
 
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minérios argentíferos e auríferos e sua fundição. Conforme as observações de 
Agricolae, em algumas regiões extrativas, “as mulheres chegavam a casar sete 
vezes, roubadas que eram de seus maridos, pela morte prematura encontrada na 
ocupação que exerciam”. O próprio Agricolae já sabia como estes problemas 
poderiam ser evitados. Não se tratava de uma questão médica e sim de um 
problema de natureza tecnológica, decorrente do processo de trabalho utilizado, cuja 
modificação, acrescida da introdução de meios para melhorar a ventilação no interior 
das minas, poderia, como medida profilática, proteger os trabalhadores da inalação 
de poeiras nocivas. 
O mesmo Hunter (s.d. apud NOGUEIRA, 1981) assinala também a 
publicação no ano de 1567, da primeira monografia sobre as relações entre trabalho 
e doença, de autoria de Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais 
conhecido pelo nome de Paracelso. Seu autor nasceu e viveu durante muitos anos 
em um centro da Boêmia, sendo numerosas as suas observações relacionando 
métodos de trabalho ou substâncias manuseadas e doenças, destacando-se, por 
exemplo, que, em relação à intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa 
doença profissional, a despeito de sua importância, ali se encontram assinalados. 
Estes trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um 
século e não tiveram qualquer influência sobre a segurança ou a saúde do 
trabalhador (BRASIL, 2002). 
Em 1700, era publicada em Módena, na Itália, a primeira edição de um livro 
que iria ter notável repercussão em todo o mundo. Tratava-se da obra De Morbis 
Artificum Diatriba – As doenças dos trabalhadores – de autoria do médico italiano 
Bernardino Ramazzini, mais tarde justamente cognominado o “Pai da Medicina do 
Trabalho”. Nesse famoso tratado, o autor descreve uma série de mais de 50 
doenças relacionadas a profissões diversas. Às perguntas hipocráticas fundamentais 
na anamnese médica, Ramazzini (2000) propôs saber a ocupação do sujeito, 
justificando que tal pergunta poderia levar às causas ocasionais do mal, obtendo 
mais sucesso no processo de cura. 
Infelizmente na época não foi possível entender a importância do trabalho de 
Ramazzini. Realmente, ainda predominavam as corporações de ofício, com número 
 
 
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de trabalhadores relativamente pequeno e um sistema de trabalho muito peculiar. 
Os casos de doenças profissionais eram poucos, assim, não obstante as 
corporações não raro disporem de médicos que deviam atender seus membros, tais 
profissionais praticamente ignoraram o trabalho de Ramazzini, cuja importância só 
seria reconhecida quase um século mais tarde. 
Os impactos da Revolução Industrial ocorrida na Europa – notadamente na 
Inglaterra, França e Alemanha, principalmente sobre a vida e a saúde das pessoas 
têm sido objeto de importantes estudos. Historiadores sociais, cientistas políticos, 
economistas e outros têm enfocado este período da história, principalmente de 1760 
a 1850, com detalhes descritivos e analíticos extremamente minuciosos e 
perspicazes, até porque o fenômeno, em sua natureza, tem se repetido em outras 
regiões e épocas, sem que as lições mais duras e cruéis tivessem sido aprendidas. 
Hunter (s.d apud MENDES, 1996) afirma que toda a sorte de acidentes 
graves, mutilantes e fatais, além de intoxicações agudas e outros agravos à saúde, 
atingiram os trabalhadores, incluindo crianças de cinco, seis ou sete anos e 
mulheres, preferidos que eram – crianças e mulheres – pela possibilidade de lhes 
serem pagos salários mais baixos. 
Nogueira (1981) enfatiza que a Revolução Industrial foi um marco inicial da 
moderna industrialização que teve a sua origem com o aparecimento da primeira 
máquina de fiar. Até então, a fiação e tecelagem de tecidos tinham constituído uma 
atividade doméstica tradicional, com uma produção apenas suficiente para atender 
às necessidades do próprio lar e com um pequeno excesso que era vendido, a preço 
elevado, em regiões onde estas atividades não eram desenvolvidas. O advento das 
máquinas, que fiavam em ritmo muitíssimo superior ao do mais hábil artífice, tornou 
possível uma produção de tecidos em níveis, até então, não imaginados. 
Até o advento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão fora 
dono dos seus meios de produção. O custo relativamente elevado das máquinas, 
porém, não mais permitiu ao próprio artífice possuí-las, desta forma, essas máquinas 
eram adquiridas pelos detentores do capital, antevendo as possibilidades 
econômicas dos altos níveis de produção. A burguesia necessitava empregar 
pessoas para fazer as máquinas funcionarem, surgindo, assim, as primeiras 
 
 
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manufaturas, fábricas de tecidos, e com elas, uma marcante dicotomia entre o 
capital e o trabalho (BRASIL, 2002). 
As primeiras máquinas de fiação e tecelagem necessitavam de força motriz 
para acioná-las e esta foi encontrada na energia hidráulica. As primeiras fábricas 
foram instaladas em antigos moinhos. A localização não permitia uma expansão 
adequada da nascente indústria, que era obrigada a instalar-se apenas junto a 
cursos d’água. A invenção da máquina a vapor e seu aperfeiçoamento no ano de 
1760 por Scott James Watt, permitiram a instalação de fábricas em outros lugares 
mais favoráveis ao comércio. Naturalmente, as grandes cidades, onde existia 
abundante mão de obra com salários aviltados, foram escolhidas como locais 
favoritos para o funcionamento das indústrias. Huberman (1976) destaca que a 
introdução da máquina a vapor do Sr. Watt era tão importante para os ingleses que, 
“no ano de 1800, essas máquinas se encontravam em uso em 30 minas de carvão, 
22 minas de cobre, 28 fundições, 17 cervejarias e 8 usinas de algodão”. 
Galpões, estábulos e velhos armazéns, eram rapidamente transformados em 
fábricas, colocando-se no seu interior o maior número possível de máquinas de 
fiação e tecelagem. Nas grandes cidades inglesas, o baixo nível de qualidade de 
vida e as famílias com numerosa quantidade de filhos, garantiam um suprimento 
fácil de mão de obra com míseros salários, sendo aceitos, como trabalhadores, não 
só homens, mas também mulheres e mesmo crianças, sem quaisquer restrições 
quanto ao estado de saúde e desenvolvimento físico. 
Intermediários inescrupulosos percorriam as grandes cidades inglesas 
arrebanhando crianças que lhes eram vendidas por pais miseráveis e, 
posteriormente, revendidas a cinco libras por cabeça aos empregadores que, 
ansiosos por obter um suprimento inesgotável de mão de obra barata, se 
comprometiam a aceitar uma criança débil mental para cada 12 crianças sadias 
(NOGUEIRA, 1981). 
A improvisação das fábricas e a mão de obra constituída principalmente por 
crianças e mulheres resultaram em problemas ocupacionais extremamente sérios. O 
número de acidentes do trabalho era aterrorizante, provocados por máquinas sem 
 
 
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qualquer tipo de proteção e movidas por engrenagens e correias expostas, sendo 
que as mortes, principalmente de crianças, eram muito frequentes. 
Inexistindo limites de horas de trabalho, homens, mulheres e crianças 
iniciavam suas atividades pela madrugada, abandonando-as somente ao cair da 
noite. Em muitos casos, o trabalho continuava mesmo durante a noite em fábricas 
precariamente iluminadas por bicos de gás. As atividades profissionais eram 
executadas em ambientes fechados, com ventilação extremamente escassa. Os 
ruídos provocados pelas máquinas primitivas atingiam limites altíssimos, tornando 
impossível até mesmo a audição de ordens e comandos, o que muito contribuía para 
aumentar o número de acidentes (BRASIL, 2002). 
Não é, pois, de estranhar-se, que doenças de toda a ordem se alastrassem 
entre os trabalhadores, especialmente entre as crianças, doenças tanto de origem 
não ocupacional (principalmente as infectocontagiosas, como o tifo europeu, que era 
chamado de febre das fábricas), quanto de origem ocupacional, cujo número 
aumentava à medida que se abriam novas fábricas e novas atividades industriais 
eram iniciadas (MENDES, 1996). 
As primeiras medidas de proteção ao trabalhador, adotadas nas fábricas 
inglesas, eram de natureza estritamente médica. Nascia uma preocupação 
direcionada à higiene pessoal nos locais de trabalho, por conseguinte, também 
relacionada com a saúde dos trabalhadores. 
Inexistiam relatos sobre iniciativas destinadas à segurança no trabalho, 
entendida como medidas de natureza educativa, técnica ou legal, voltadas para 
melhoria do ambiente de trabalho, proteção coletiva e individual, segregação ou 
eliminação de fontes de riscos de acidentes, proteção e otimização de máquinas, 
ferramentas e equipamentos (BRASIL, 2002). 
No início do século XIX na Inglaterra, a dramática situação dos 
trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião pública e, por essa razão, 
criou-se no Parlamento britânico, sob a direção de Sir Robert Peel, uma comissão 
de inquérito que, após longa e tenaz luta, conseguiu que, em 1802, fosse aprovada 
a primeira lei de proteção aos trabalhadores: “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, 
que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, 
 
 
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obrigava os empregadores a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano e 
tornava obrigatória a ventilação destas. Tal lei não resolvia senão parcela mínima do 
problema e assim foi seguida de leis complementares surgidas em 1819, em geral 
pouco eficientes devido à forte oposição dos empregadores. 
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se 
mostravam péssimas, a despeito dos diversos documentos legais, Robert Dernham, 
proprietário de uma indústria têxtil inglesa, que se sentia perturbado diante das 
péssimas condições de trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert 
Baker, famoso médico inglês, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de 
proteger a saúde dos mesmos. Baker vinha já há bastante tempo se interessando 
pelo estudo do problema da saúde dos trabalhadores. Conhecedor que era da obra 
de Ramazzini dedicava grande parte de seu tempo a visitar fábricas e a tomar 
conhecimento das relações entre trabalho e doença, o que levou o governo 
britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor Médico de Fábricas (BRASIL, 
2002). 
Diante do pedido do empregador inglês, Baker aconselhou-o: 
Coloque no interior de sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de 
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a 
fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira 
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele 
verificar que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de 
causas que possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. 
Dessa forma você poderá dizer meu médico é a minha defesa, pois a ele 
dei toda a minha autoridade no que diz respeito proteção da saúde e das 
condições físicas dos meus operários. Se algum deles vier a sofrer qualquer 
alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado. 
 
Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo (OLIVEIRA, 
1998). 
A iniciativa daquele empregador, movida até pelo temor de ser 
responsabilizado pelos infortúnios laborais, veio mostrar a necessidade urgente de 
medidas de proteção aos trabalhadores, pelo que, em 1831, uma comissão 
parlamentar de inquérito, elaborou um cuidadoso relatório, concluído do seguinte 
modo: 
 
 
 
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Diante desta Comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens 
e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, 
degradados na sua qualidade humana, cada um deles era a clara evidência 
de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o 
homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores que, quando em 
suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade 
dos fortes (MENDES, 1996). 
 
O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, no 
ano de 1833, foi baixado na Inglaterra o Factory Act 1833, que deve ser considerada 
como a primeira legislação realmente eficiente no campo da proteção ao 
trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas têxteis onde se usasse força 
hidráulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia 
as horas de trabalho destes a 12 horas por dia e 69 horas por semana; as fábricas 
precisavam ter escolas, que deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores 
menores de 13 anos; a idade mínima para o trabalho era de nove anos, e um 
médico devia atestar que o desenvolvimento físico da criança correspondia à sua 
idade cronológica (NOGUEIRA, 1981). 
O grande desenvolvimento industrial da Grã-Bretanha levou ao 
estabelecimento de uma série de medidas legislativas, destacando-se a criação do 
Factory Inspectorate, primeiro órgão do Ministério do Trabalho britânico, com função 
de proceder ao exame médico pré-admissional, ao exame médico periódico, ao 
estudo de casos de doenças causadas por agentes químicos potencialmente 
perigosos e à notificação e investigação de doenças profissionais, especialmente em 
fábricas pequenas, que não dispunham de serviço médico próprio (BRASIL, 2002). 
Observada por Oliveira (1988), a expansão da Revolução Industrial no resto 
da Europa resultou, também, no aparecimento progressivo dos serviços médicos de 
empresa industrial em diversos países, sendo que em alguns deles, foi dada tal 
importância a esses serviços que sua existência deixou de ser voluntária, como de 
princípio na Grã-Bretanha, para tornar-se de imediato obrigatória. 
Nos Estados Unidos, a despeito da industrialização ter-se desenvolvido de 
forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os serviços médicos 
nas empresas permaneceram praticamente desconhecidos, não dando os 
empregadores nenhuma atenção especial aos problemas de saúde dos seus 
 
 
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trabalhadores. No entanto, o aparecimento, no início do século XX, da legislação 
sobre indenizações em casos de acidentes do trabalho, levou os empregadores a 
estabelecerem os primeiros serviços médicos de empresa industrial naquele país, 
com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações, através de cuidado 
adequado dos casos de acidentes e doenças profissionais. Desses relatos se 
conclui que, mesmo na Europa e nos Estados Unidos, a conscientização dos 
empregadores precisava ser impulsionada pela coerção da lei, pois continuava 
inexistindo, salvo raríssimas exceções, interesse em preservar a saúde ou a vida 
dos trabalhadores (BRASIL, 2002). 
Vale lembrar que no final do século XIX, em maio de 1891, a Encíclica do 
Papa Leão XIII, De Rerum Novarum, conclamava os povos no sentido da justiça 
social, influenciando legisladores e estadistas para o avanço da proteção social. A 
Encíclica mencionada, no Capítulo 22, asseverou ser absolutamente necessário 
aplicar a força e autoridade das leis, dentre outros casos, contra os patrões 
que esmagam os trabalhadores sob o peso de ônus iníquos, ou desonram, 
neles, a pessoa humana, por condições indignas e degradantes ou, ainda, 
que atentam contra a saúde destes por um trabalho desproporcionado com 
a sua idade e sexo. 
 
Mais adiante, no capítulo 27 desta mesma Encíclica, a censura contra os 
abusos dos empregadores é clara, 
Não é justo nem humano exigir do homem tanto trabalho a ponto de fazer 
pelo excesso de fadiga embrutecer o espírito e enfraquecer o corpo. A 
atividade do homem, restrita como a sua natureza, tem limites que se não 
podem ultrapassar (OLIVEIRA, 1998). 
 
E a proteção ao trabalho no mundo contemporâneo? 
Pois bem, no período que coincide com a Primeira Guerra Mundial, 
manifestações e reivindicações ocorridas em diversos congressos de trabalhadores 
levaram à Conferência da Paz de 1919, organizada pela Sociedade das Nações, a 
criar, pelo Tratado de Versalhes, a Organização Internacional do Trabalho – OIT. 
Esta organização foi criada com o propósito de dar às questões trabalhistas um 
tratamento uniformizado, com fundamento na justiça social. O preâmbulo da 
constituição da OIT enfatiza que “existem condições de trabalho que implicam para 
 
 
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grande número de indivíduos, misérias e privações, e que o descontentamento que 
daí decorre põe em perigo a paz e harmonia universais (...)” (SUSSEKIND, 1994). 
Já na primeira reunião da OIT, no ano de 1919, foram aprovadas seis 
convenções, com visíveis propósitos de proteger à saúde e integridade física dos 
trabalhadores, tratando de limitação da jornada de trabalho, desemprego, proteção à 
maternidade, trabalho noturno das mulheres, idade mínima para admissão de 
crianças e o trabalho noturno dos menores. 
O eco dessas convenções, posteriormente, levou representantes da 
Organização Internacional do Trabalho – OIT – e da Organização Mundial da Saúde 
– OMS – a se reunirem para deliberar e estudar com maior ênfase o assunto. Em 
1950, a Comissão Conjunta OIT/OMS sobre saúde ocupacional estabeleceu, de 
forma muito ampla, os objetivos da saúde ocupacional. Em junho de 1953, a 
Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios, elaborando a 
Recomendação nº 97, sobre a Proteção à Saúde dos Trabalhadores em Locais de 
Trabalho, e insistiu com os Estados-membros, no sentido de que os mesmos 
incrementassem a criação de serviços médicos nos locais de trabalho. Em junho de 
1959, a 43ª Conferência Internacional do Trabalho, reunida em Genebra, Suíça, 
estabeleceu a sua Recomendação nº 112, que tomou o nome de “Recomendação 
para os Serviços de Saúde Ocupacional” (BRASIL, 2002). 
 
2.2 Fundamentos e princípios 
São vários os princípios de segurança que já salvaram muitas vidas, sendo 
relacionados abaixo os mais básicos e simples de seguir. Salientamos que ao longo 
do módulo falaremos de algumas normas regulamentadores, enfatizando a NR-10 
que vai de encontro aos profissionais da engenharia elétrica, normas estas que 
agem de maneira mais concreta e mediante protocolos, ou seja, são preconizadas 
em leis. 
 
 
 
 
 
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1º) Reconheça suas limitações 
Não tente realizar um trabalho para o qual você não está 
qualificado. A falta de conhecimentos e o jeitinho podem trazer 
consequências lamentáveis. Seu corpo também tem limitações, ele só 
pode alcançar até determinada altura e levantar determinado peso. 
2º) Leia os manuais antes de operar algo 
Entenda a intenção do fabricante de determinado dispositivo e 
para que e dentro de que limites foi projetado para atuar. Os manuais não 
foram feitos para serem usados só em caso de dúvidas e sim permitir a 
correta utilização de determinado dispositivo. 
3º) Use ferramentas apropriadas 
Cada ferramenta tem limitações e um propósito específico de 
utilização. As ferramentas e máquinas têm uma maneira inesperada e 
violenta de protestarem quanto ao seu uso inadequado. 
4º) Use o método apropriado 
Não utilize improvisações ou de nenhum método para realizar 
determinada tarefa, trabalho ou atividade. 
5º) Siga regulamentos, sinalizações e instruções 
Eles foram idealizados para protegê-lo. Um sinal de pare pode 
indicar que naquele local muitas pessoas já se acidentaram. 
6º) Use bom senso e moderação 
Existe uma grande diferença entre eficácia e pressa. Um ritmo 
consistente e progressivo permitirá atingir os objetivos a médio e longo 
prazo. 
Haja e pense como ser humano que é, não permita que o instinto 
prevaleça. 
7º) Valorize sua vida e a dos outros 
 
 
 
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Sobre os fundamentos e princípios que regem a segurança do trabalho 
precisamos nos reportar às políticas de saúde e segurança; aos programas de 
segurança; à estrutura e responsabilidade; ao treinamento, conscientização e 
competência; consulta e comunicação; documentação; monitoração do 
desempenho. 
a) Política de saúde e segurança no trabalho 
Quando se fala da implantação, seja de um sistema de gestão ou então de 
uma cultura voltada à segurança do trabalho, o primeiro passo está relacionado ao 
estabelecimento de uma política de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), onde 
esta pode ser definida como a linha de conduta adotada pela empresa para o 
desenvolvimento, o desempenho e os objetivos das suas atividades preventivas de 
infortúnios trabalho (SILVA, 2008). 
Trata-se de uma orientação geral que ao ser desenvolvida deve levar em 
conta fatores como as características da organização, seus riscos, legislação e 
cultura. O principal aspecto que norteia este processo é o fato de que a política de 
segurança e saúde no trabalho deve ser desenvolvida e ratificada pela alta 
administração da empresa. 
Essa política deve atender no mínimo a alguns requisitos, tais como: 
 ser apropriada à natureza e escala dos riscos de saúde e segurança da 
organização; 
 incluir o comprometimentopara melhoria contínua; 
 comprometer-se em cumprir com a legislação e regulamentos em vigor 
referentes à saúde e segurança, e com outros requisitos com os quais a 
organização se subscreva; 
 ser comunicada a todos os empregados para que se conscientizem de suas 
obrigações pessoais com relação à saúde e segurança; 
 estar disponível às partes interessadas; 
 ser revisadas periodicamente para assegurar que permaneça relevante e 
apropriada para organização; 
 
 
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 colocação da gestão da SST como uma primeira responsabilidade dos 
gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão; 
 garantia de treinamento de todos empregados; 
 análises críticas periódicas das políticas e auditorias; 
 garantia de seu entendimento, implementação e manutenção de todos os 
níveis da organização (SILVA, 2008). 
b) Programa de Segurança 
Visando auxiliar na implantação da política e objetivo, devem ser criados 
programas de segurança direcionados a diversas atividades da empresa, sendo 
gerenciados conforme as atividades, produtos, serviços e condições operacionais a 
organização. Definem as principais ações relacionadas a este programa: 
 ações formadas e seu cumprimento; 
 definição de responsabilidades; 
 prazos fixados; 
 recursos necessários. 
c) Estrutura e Responsabilidade 
A principal responsabilidade sobre a segurança e saúde do trabalho é da 
alta administração da empresa, que deve garantir os recursos necessários para sua 
implementação. Esta deve também nomear um membro responsável pela perfeita 
implantação e manutenção do sistema de gestão de SST, e que repasse para cada 
empregado o seu papel perante esta atividade. Definem que estas atividade devem 
ser definidas, documentadas e comunicadas, a fim de facilitar a gestão da 
Segurança e Saúde do Trabalho (SILVA, 2008). 
d) Treinamento, conscientização e competência 
Ao estabelecer uma política educacional na área da prevenção, a empresa 
estará garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de seu 
trabalho, utilizando-se de procedimento mais seguros. 
 
 
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Descreve que as pessoas devem compreender o que se espera delas na 
realização de suas tarefas e de como estas atividades contribuem para os 
resultados da organização, certamente terão um desempenho satisfatório na 
realização de seus serviços. 
Ao mesmo tempo, estes procedimentos servem de apoio para que os 
empregados tenham mais condições de participar no processo prevencionista, além 
de tirar lições do seu dia a dia para empregado ou grupo frente à segurança do 
trabalho. 
Desta forma, verifica-se a necessidade constante de treinamento e 
conscientização dos empregados, de forma a tornar a segurança do trabalho um 
processo contínuo no dia a dia do trabalho. 
Prevenir não é um produto ou um objeto acabado e palpável. Ao contrário, é 
um processo à medida que se compõe por cadeias de comportamentos dos 
profissionais que ao final produzem como resultado (no caso da segurança no 
trabalho), a baixa probabilidade de ocorrer acidentes após a execução de uma 
atividade. 
Os profissionais que atuam com segurança do trabalho e os empregados 
devem desenvolver competências adequadas, com o objetivo de capacitar este para 
agir em relação aos determinantes dos acidentes. Isto significa que a empresa deve 
relacionar os diversos cargos e atividades existentes em seus processos, visando 
detectar em cada um quais as variáveis relacionadas à segurança do trabalho, para 
com isso definir as competências necessárias para cada empregado em sua 
atividade (SILVA, 2008). 
Podemos definir esta etapa como aquela relacionada às competências 
necessárias para desempenhar tarefas que possam ter algum impacto sobre a 
segurança e saúde do trabalho. Isto significa criar nos empregados uma consciência 
de garantir a concreta implementação e continuidade do programa, e qual sua 
importância para a melhoria da produtividade na empresa. Deve também ser 
garantida a formação específica sobre os riscos de sua atividade. 
 
 
 
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e) Consulta e Comunicação 
Devem ser considerados os seguintes aspectos quanto às consulta e 
comunicação aos empregados: 
 envolvimento no desenvolvimento e análise das políticas e procedimentos 
para a gestão dos riscos; 
 consulta quando existir qualquer mudança que afete sua segurança e saúde 
no local de trabalho; 
 representação nos assuntos de Segurança e Saúde; 
 informação quanto a quem são seus representantes nos assuntos SST e o 
representante nomeado pela alta administração. 
f) Documentação 
A documentação relativa ao sistema de gestão deve ser criada e mantida, 
seja em papel ou meio eletrônico, objetivando a descrição dos principais elementos 
do sistema e sua interação, além de fornecer orientação sobre a documentação 
relacionada. 
A organização deve documentar e manter atualizada toda a documentação 
necessária para assegurar que o seu sistema de gestão SST seja adequadamente 
compreendido e eficazmente implementado. 
Todos os documentos relativos ao sistema de gestão devem ser controlados 
de maneira a estar disponível, sempre que necessário, tanto para procedimentos 
internos quanto de possível fiscalização dos órgãos competentes (SILVA, 2008). 
g) Monitoração do Desempenho 
Entende-se por controle operacional as ações visando monitorar o 
desempenho garantindo o cumprimento do programa e o atendimento dos objetivos 
propostos. O controle operacional está estritamente relacionado com os riscos (mais 
críticos) e com a política, os objetivos e o programa de gestão SST. 
Serão identificadas as operações e atividades associadas aos riscos, e onde 
serão necessárias as medidas de controle. 
 
 
 
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As operações específicas ligadas a esta ação são: 
 estabelecimento e manutenção de procedimentos documentados; 
 estipulação e manutenção de procedimentos relativos aos riscos de locais de 
trabalho, processo, instalações, equipamentos, procedimentos operacionais e 
organização de trabalho, incluindo suas adaptações às capacidades 
humanas, de forma a eliminar ou reduzir os riscos de SST na sua fonte 
(SILVA, 2008). 
 
2.3 O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) 
As mudanças que vêm ocorrendo no mundo impõem às organizações a 
necessidade da adoção de novas estratégias empresariais evidenciando que os 
modelos de gerenciamento atuais são insuficientes frente aos novos desafios 
surgidos (SENAC, 2006). 
Nas últimas décadas, em decorrência da globalização da economia que 
impulsionou a competição dos mercados, bem como o aumento da exigência dos 
clientes tanto públicos como privados, as empresas foram conduzidas a implementar 
Sistemas de Gestão da Qualidade, nos moldes da série ISO 9000,da International 
Organization for Standardization (ISO). 
Não obstante, as organizações perceberam que a implementação dos 
Sistemas de Gestão da Qualidade não era suficiente para diferenciá-las num 
mercado cada vez mais exigente, ou seja, não bastava se diferenciar somente nos 
quesitos “competitividade e lucro”, mas também demonstrar à sociedade como um 
todo, uma atuação ética e responsável no que diz respeito às condições de 
segurança e saúde no ambiente de trabalho e suas interfaces com o meio ambiente. 
Por essa razão, termos importantes, tais como sistema, gestão e sistema de gestão 
devem ser definidos, de maneira que as organizações possam vir a entendê-los de 
forma consistente. 
Essas definições são encontradas na norma NBR ISO 9000:2000, da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2000, p. 8), que define: 
 sistema como um conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos; 
 
 
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 gestão como atividades coordenadas para dirigir e controlar uma 
organização; e, 
 sistema de gestão como um sistema para estabelecer política e objetivos e 
os meios para atingir esses objetivos. 
Portanto, um sistema de gestão de uma organização pode incluir diferentes 
sistemas de gestão, tais como um sistema de gestão da qualidade, um sistema de 
gestão financeira ou um sistema de gestão ambiental. 
Para o American Petroleum Institute (1998, p. 6), um sistema de gestão no 
modelo de gestão ambiental e de saúde e segurança (EHS) é definido como: 
Um processo de melhoria contínua que aplica um enfoque de sistemas de 
qualidade à gestão de atividades ambientais, de saúde e segurança. 
Consiste de responsabilidades, procedimentos, processos e recursos que 
precisam estar implantados para integrar plenamente os problemas 
ambientais, de segurança e saúde nas operações de negócios. 
 
Ainda de acordo com a American Petroleum Institute (1998, p. 6), um 
sistema de gestão completo tem quatro características básicas: 
(1) Escopo e objetivos, que definem as fronteiras do sistema. 
(2) Procedimentos documentados e recursos responsáveis e que prestam 
contas de suas ações. 
(3) Medição e verificação. E, 
(4) Feedback ou mecanismos de análise e revisão que levam ao 
aperfeiçoamento contínuo do sistema de gestão. 
A organização pode criar um modelo de sistema de gestão ou adotar um, já 
existente, e adaptá-lo às suas necessidades. Podem ser adotados vários sistemas 
de gestão independentes ou um modelo sistêmico de gestão integrado (COSTA, 
2006). 
Dessa forma, um novo espaço surgiu para que as empresas começassem a 
reavaliar suas práticas de gestão o que possibilitou, em muitos casos, que Sistemas 
de Gestão Integrados fossem implementados, ou seja, sistemas de gestão da 
 
 
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produção, qualidade, meio ambiente, saúde e segurança no trabalho e 
responsabilidade social. 
A integração dos vários sistemas de gestão poderá resultar em vantagens, 
tais como simplificar sistemas, otimizar recursos, melhorar a performance da 
organização e integrar os objetivos ambientais e de saúde e segurança ao negócio. 
Tal integração pode ocorrer em diferentes graus, dependendo da natureza da 
organização, pois existem similaridades suficientes entre os outros sistemas, ou 
seja, da qualidade, do meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho. Apesar 
dessas similaridades, a integração só se justifica onde fizer sentido para a 
organização (MCDONALD et al, 2000 apud COSTA, 2006). 
O Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST), um dos 
componentes do Sistema de Gestão Integrado, ganha importância, pois se torna 
ferramenta essencial nas práticas gerenciais das organizações permitindo a 
reavaliação de modelos já existentes ou até mesmo a criação de novos modelos 
condizentes com o novo cenário da economia globalizada, trazendo, 
consequentemente, melhoria sistêmica e contínua no desempenho da SST por 
intermédio da redução e/ou eliminação dos impactos negativos do trabalho sobre 
seus empregados e sobre o meio ambiente (COSTA, 2006). 
O modelo de Sistema de Gestão da SST criado em compatibilidade com os 
modelos de gestão da qualidade e do meio ambiente proposto pela ISO, 
respectivamente ISO 9000 e ISO 14000, é o guia da Occupational Health and Safety 
Assessment Series – OHSAS 18001 –, que foi publicado pela British Standards 
Institution – BSI – em 1999 (BSI, 1999). 
Podem ser citados, ainda, outros modelos de sistema de gestão da SST, tais 
como o proposto pela Organização Internacional do Trabalho – OIT –, Guidelines on 
Occupational Safety and Health Management Systems – ILO-OSH – 2001, (ILO, 
2001) e o proposto pela British Standards Institution (BSI), BS 8800:1996, conhecida 
como BS 8800. Esses modelos também podem ser considerados compatíveis com 
as séries ISO 9000 e ISO 14000. 
Segundo a OIT (2005, p. 1), os sistemas de gestão de SST, ao lado dos 
sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental, constituem iniciativas 
 
 
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voluntárias das organizações para a melhoria da qualidade dos produtos, do meio 
ambiente e dos ambientes de trabalho para superar as limitações do modelo 
comando-controle tradicional. Eles não têm por objetivo substituir a estrutura legal, 
pois a implementação dos mesmos tem como requisito mínimo a conformidade com 
a legislação pertinente. 
Para Barreiros (2002), o Sistema de Gestão da Saúde e Segurança no 
Trabalho (SGSST) é um conjunto de iniciativas que engloba políticas, programas, 
procedimentos e processos integrados ao negócio da organização para auxiliá-la a 
estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas no 
que diz respeito à SST e, ao mesmo tempo, dar coerência a sua própria concepção 
filosófica e cultural para conduzir suas atividades com ética e responsabilidade 
social. 
ILO (2001 apud COSTA, 2006) observa que em substituição aos modelos 
tradicionais de tratamento da questão da saúde e segurança no trabalho, há uma 
tendência crescente das organizações em implementar o sistema de gestão da SST, 
ao mesmo tempo em que as agências regulamentadoras de vários países tendem a 
buscar alternativas para incentivar ações dessa natureza ou até mesmo para torná-
las compulsórias. 
No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego vem incentivando e criando 
condições para que sistemas de gestão da SST sejam adotados de forma voluntária 
pelas empresas, conforme sugerido pelo guia disponibilizado pela International 
Labor Organization. 
Segundo Barreiros (2002), essas normas e diretrizes trazem princípios 
gerais que podem ser adotados pelas empresas que desejam implementar a gestão 
da SST com vistas à melhoria contínua do desempenho da SST e eventualmente 
obter a certificação do sistema de gestão existente. 
Baseando-se nessas normas e diretrizes, muitas empresas constroem 
competências in company e desenvolvem um sistema de gestão da SST adequado 
às suas necessidades, considerando sua cultura organizacional e demonstram que é 
possível o emprego desses modelos para a promoçãode melhorias no desempenho 
da SST. Outras empresas adquirem modelos de empresas privadas que prometem 
 
 
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uma revolução nas práticas de segurança e saúde no trabalho, por meio da melhoria 
do desempenho dos resultados que muitas vezes não ocorrem ou não se sustentam 
por muito tempo, em razão das inconsistências do que preconizam esses modelos, 
além de possuírem incompatibilidade com a cultura preexistente na organização 
(COSTA, 2006). 
Apesar da constatação de que um número expressivo de empresas vem 
consolidando o sistema de gestão da SST como uma de suas práticas de gestão, 
observa-se que muitas organizações, principalmente as pequenas empresas, sequer 
imaginam como fazê-lo, ao passo que outras empresas se encontram em fase de 
transição da utilização dos modelos tradicionais de gestão da SST para os modelos 
chamados inovadores, representados pela concepção de sistemas de gestão 
concebidos com base na gestão para a qualidade total e nos modelos de sistema de 
gestão das normas ISO (BARREIROS, 2002). 
Antes de darmos atenção à gestão do setor elétrico propriamente dito, 
vamos expor 10 mandamentos que visam à eficácia dos Sistemas de Gestão da 
Segurança nos tempos atuais: 
 
1 Considere profundamente os fatores humanos envolvidos na atitude segura, 
bem como na propensão para o acidente. 
Este fundamento pressupõe uma revisão crítica de todos os enfoques super 
simplicadores de atribuir a causa da maioria dos acidentes ao ato inseguro do 
trabalhador, procurando-se perguntar também, pelo menos o seguinte: 
 O trabalhador tinha o conhecimento necessário para realizar a tarefa? 
 Havia uma tolerância implícita com atitudes inadequadas, incorretas, mas que 
eventualmente resultavam em aumento da produtividade? 
 Houve transferência de responsabilidade? 
 O trabalhador tinha a condição material, de tempo, de ambiente, para realizar 
a operação de forma adequada? 
 
 
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Assim, há que se trabalhar na assimilação por todos (inclusive pelos 
engenheiros, supervisores, facilitadores e também pelos operadores) dos seguintes 
valores: 
 a importância de não se deixar o trabalhador num conflito de interesses ou em 
situações ambíguas e nebulosas (por exemplo, pressa versus perfeição e 
segurança); 
 nunca adotar práticas ou posturas que induzam o trabalhador a atitudes 
inadequadas; 
 adotar a regra da chapa quente sempre, para todos, sem exceção (a regra da 
chapa quente é uma comparação muito feliz à regra básica de abordagem 
dos comportamentos fora da conformidade: quando você toca numa chapa 
quente, você se queima; assim também, qualquer um que cometesse um 
deslize de comportamento, um comportamento fora da conformidade, deveria 
ser abordado e advertido, qualquer que fosse o seu nível); 
 valorizar o exemplo das chefias e dos facilitadores, especialmente no que se 
refere a atitudes corretas, seguras, comprometidas com o fazer certo; 
 estudar preventivamente as pessoas que excedam os limites de forma 
perigosa ou que estejam apresentando sinais precoces de desvio de atitude 
(comportamento compulsivo); 
 passar valores de comportamento profissional correto, para todos; 
 considerar que, em situações de risco profissional, a única forma realmente 
eficaz de garantir atitudes corretas, é a certeza da habilidade; 
 considerar que é normal a perda da habilidade com o tempo, daí a 
importância de programas periódicos de reciclagem; e que para a eficácia da 
reciclagem, são necessárias técnicas mais desafiadoras de ensino; 
 preparar bem a média gerência; 
 considerar que o ser humano precisa ser acompanhado quanto ao seu estado 
psíquico, que tende a se deteriorar em situações comuns do cotidiano, 
tornando-se nestas condições, inapto para trabalhos perigosos; 
 
 
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 considerar a coerência no trato de assuntos de pessoal como uma das regras 
mais importantes visando um gerenciamento eficaz de pessoas no trabalho; 
 manter o mastermind “prática segura” na cabeça das pessoas; 
 acostumar-se a ter bom senso na relação lastro e vela; no caso de dúvida, 
favorecer as decisões colegiadas; 
 acostumar os trabalhadores para com a motivação correta; 
 acostumar todos com a máxima: “fazer correto é também fazer de forma 
segura”; a segurança está implícita na prática correta; 
 considerar a necessidade não só de treinamento, mas também de formação 
das pessoas. Lembrar-se que formação é a somatória de treinamento e 
educação; no treinamento, ensina-se como se faz, na educação ensinam-se 
comportamentos corretos; 
 considerar que, se se quer realmente uma mudança eficaz, uns 20% dos 
facilitadores e gestores terão que ser trocados; 
 considerar o profundo envolvimento dos trabalhadores na elaboração das 
regras de trabalho, das práticas padrão, fluxogramas e outros instrumentos 
administrativos, considerando a importância da participação dos mesmos, 
saindo da postura elitista de ser exclusividade dos engenheiros fazer as 
regras de trabalho (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
2 Garanta o comprometimento da alta gerência da empresa 
É importante lembrar que a base da pirâmide é o seu ápice. Processos de 
qualidade, de segurança, de ergonomia, de gestão do meio ambiente e outros 
somente têm chance de vingar e colocar a empresa no rumo da melhoria contínua 
se tiverem o comprometimento dos níveis superiores. 
Sem o comprometimento (que é diferente de apoio) da alta administração 
não é recomendável dar início ao estabelecimento do processo de implantação do 
Sistema de Gestão. 
 
 
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Observação importante: a estratégia de criar uma massa crítica subjacente 
para depois obter o posterior comprometimento do topo é o caminho mais curto para 
que a ideia seja abordada pela alta gerência (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
É importante que a alta gerência tome conhecimento do hexágono do erro 
humano, que assimile a necessidade de controle absoluto sobre o risco intrínseco do 
processo, que assimile o compromisso de revisar periodicamente o andamento do 
processo de prevenção de acidentes e perdas e que compartilhe de alguns valores 
fundamentais. Entre esses, destacamos: 
 o acordo de que na origem dos acidentes existe alguma forma de falha 
administrativa, e que o caminho da prevenção dos acidentes é através de 
uma melhor performance administrativa dos gestores, da média gerência e 
dos facilitadores; 
 a noção de que prevenir acidentes é uma forma de prevenir perdas. E que o 
enfoque maior deva ser na prevenção de perdas, nos seus diversos aspectos; 
 a noção da necessidade do balanceamento entre lastro e vela e de que 
algumas atitudes consentidas de níveis superiores podem induzir a alta e a 
média gerência a serem ousadas de forma irresponsável; 
 a noção do longo caminho curto – istoé, que resultados consistentes nessa 
área vão ocorrendo gradativamente, por mudança de valores (que se refletem 
em mudanças de atitudes) – caracterizando a “empresa escada” – e que 
propostas imediatistas quase sempre resultam em fracassos e no retrocesso 
do curto caminho longo, com retrabalhos e retomadas (COUTO; 
ANGIOLETTI, 2010). 
 
3 Garanta controle absoluto sobre o risco intrínseco do processo 
Isso pressupõe voltar a investir na qualidade dos técnicos de processo, dos 
que detêm controle técnico das máquinas, com estudos, atualização através de 
congressos e benchmarks, conhecimento de experiência de perdas e acidentes 
graves naquele tipo de processo. Historicamente, a revisão frequente de perdas 
ocorridas, de acidentes graves de outras empresas, de danos ambientais 
 
 
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importantes, funciona melhor para manter vívida a lembrança de como fazer certo do 
que a exortação de sucessos. 
Pressupõe ainda preparar uma documentação de evidência dos riscos 
inerentes ao processo (de forma a manter esse controle no caso de perda de 
pessoas do corpo técnico), bem como que esse pessoal deva estar capacitado não 
só tecnicamente, mas também que sejam pessoas de bom senso e que possam 
tomar atitudes responsáveis, não apenas contraindicando operações quando 
perceberem riscos não controlados, mas também liberando operações diante de 
situações controladas. 
Um bom exemplo para comparação é com o comandante da aeronave, que, 
dotado de um conhecimento profundo das condições mínimas de viagem (tanto 
meteorológicas quanto do equipamento), tem a autoridade final para definir se a 
viagem ocorrerá ou não. 
Também muito importante é desenvolver bloqueios em situações que 
favorecem o erro humano por deslize. 
É também fundamental estudar as condições ergonômicas para a realização 
das atividades, especialmente daquelas de manutenção e limpeza, bem como das 
condições de trabalho manual, necessários quando ocorre falha dos equipamentos 
automáticos (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
4 Trabalhe com instrumentos eficazes 
Os 10 instrumentos mais eficazes para prevenir acidentes do trabalho e 
perdas em geral são: 
1. Sistema gerencial de análise dos acidentes, dos quase acidentes e perdas, 
sinalizando prioridades de ação. 
2. Inspeção periódica, planejada e formal das instalações da empresa. 
3. Regras de trabalho. 
4. Práticas-padrão. 
5. Orientação a novos funcionários e novos na função. 
 
 
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6. Metodologia de análise e solução de problemas. 
7. Capacitação e habilitação formal para tarefas em que a responsabilidade 
profissional seja o principal determinante de atitudes corretas. 
8. Permissão para tarefas especiais. 
9. Análise periódica de desempenho de todos os facilitadores, gestores e 
trabalhadores, formulando planos de ação visando corrigir os desvios 
detectados no desempenho esperado. 
10. Reuniões periódicas da equipe (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
5 Crie e mantenha a estrutura organizacional compatível com a Prevenção de 
Acidentes e Perdas. 
O Sistema deve estar suportado por uma estrutura organizacional em três 
níveis, a saber: 
 Institucional, representado por um Comitê Diretivo, onde são definidas as 
políticas e diretrizes necessárias à perpetuação do Sistema; 
 Organizacional, representado por Comitês Executivos, onde são definidos os 
planos de ação necessários para o estabelecimento das políticas e diretrizes 
definidas pela alta administração; 
 Operacional, representado por Unidades Gerencias Básicas, onde os planos 
de ação são estabelecidos. Nos comitês operacionais, deve-se ter, 
necessariamente, a presença dos representantes dos trabalhadores na 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). 
As reuniões de todos os 3 níveis são previstas em calendário e devem, 
obrigatoriamente, ocorrer. Além disso, forças-tarefas assumem o estudo de 
problemas específicos nas áreas. 
É fundamental deixar o pessoal de segurança do trabalho com 
independência hierárquica. Também fundamental é fazer auditoria periódica dos 
processos, com auditores independentes (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
 
 
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6 Trabalhe com indicadores de resultado atingíveis, porém controle o 
processo, e não os indicadores 
Importante, ao dar início ao processo de implantação do Sistema, é definir 
quais as metas relativas aos indicadores de resultados que pretendemos alcançar. É 
hora de deixar de lado as ideias das taxas zero de acidentes e definir metas 
atingíveis por seres humanos médios. 
É muito mais lógico controlar o andamento do processo, dos cronogramas, 
da implantação das regras de trabalho, das práticas-padrão, das análises de 
desempenho, e das reuniões periódicas da equipe e das demais ferramentas de 
prevenção de perdas. O resultado virá, naturalmente. 
Em prevenção de acidentes e perdas aplica-se inteiramente a máxima da 
previsão em si mesmo realizável: se temos um bom sistema de gestão, as coisas 
vão se acertando e a empresa passa a viajar em céu de brigadeiro, como uma 
consequência do sistema de gestão eficaz (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
7 Harmonia com TQC, ISO, BS, etc. 
Parece óbvio, mas um Sistema de Gerenciamento da Segurança deve estar 
em harmonia com os demais processos de qualidade existentes, aproveitando o 
potencial de seus instrumentos, complementando-os com as necessidades de 
segurança presentes em qualquer processo produtivo e/ou administrativo. Afinal 
todos os processos de qualidade têm como indicadores a qualidade intrínseca do 
produto ou serviço, o custo do mesmo, o atendimento ao cliente externo ou interno, 
o moral do grupo responsável pelos resultados e, finalmente, a segurança deste 
grupo (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
8 Leve o Sistema de Gestão como Processo, e não como Programa – isso é 
um dos itens de garantia da perpetuação do mesmo 
 
 
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Se desejamos a perpetuação do processo temos que construir uma 
empresa-escada em lugar de uma empresa-serrote, para tanto temos que rodar o 
PDCA1 da seguinte forma: 
 identificar os instrumentos necessários ao Sistema, tendo cuidado com o 
excesso de papel; 
 planejar o emprego dos instrumentos ao longo do processo; 
 auditar se os instrumentos foram empregados conforme planejado; 
 avaliar os resultados obtidos pela auditoria; 
 corrigir os desvios. 
Como os resultados iniciais são mais fáceis de serem obtidos, com o passar 
do tempo, acostumados com o entusiasmo inicial, achamos ter alcançado a 
perfeição. Aí é a hora de saber que as nossas taxas deverão sempre tender para 
zero. Sempre é possível melhorar (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
9 Acidentes como Perdas 
O Sistema de Gerenciamento da Segurança, para que seja eficaz, tem que 
tratar o acidente com lesão humana como perda,bem como abranger os demais 
tipos de perdas, tais como: na propriedade (equipamentos e instalações), no 
processo produtivo e/ou administrativo e perdas no meio ambiente. 
Assim sendo, para o estabelecimento de um bom Sistema de 
Gerenciamento da Segurança, o melhor caminho é a implantação do Processo de 
Prevenção de Perdas (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
 
10 Paradigma da falha administrativa 
 
1
 PDCA (Planejar-Executar-Verificar-Agir do inglês: PLAN - DO - CHECK - ACT) é um método 
iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e 
produtos. 
 
 
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Na análise dos acidentes, o modelo causal sempre nos leva para a origem 
da perda, apontando-nos uma ou mais falhas administrativas. O sucesso do sistema 
de gestão de segurança reside na aceitação deste paradigma. Sem essa aceitação, 
como mais de 90% dos acidentes têm como causa imediata o ato inadequado, 
sempre iremos atrás de um culpado e a falha administrativa, que deu origem ao 
acidente, permanecerá (COUTO; ANGIOLETTI, 2010). 
Os Sistemas de Gestão da Segurança cumpriram uma etapa importante 
desde a época em que foram implantados nas empresas (meados dos anos 1980) 
até os tempos atuais. No entanto, também sobre eles, é necessário aplicar a 
melhoria contínua. Ela vem com a identificação dos principais aspectos de falhas 
dos mesmos, especialmente num trabalho de autoanálise a ser feito por cada 
empresa, e, a partir daí, adotar uma correção de rumos e um aperfeiçoamento do 
sistema. Para uma empresa que ainda não tenha Sistema de Gestão da Segurança, 
deve-se iniciar já considerando os 10 Mandamentos citados anteriormente (COUTO; 
ANGIOLETTI, 2010). 
 
2.4 Grupo gestor em segurança elétrica 
Pelo visto, até o momento, o caminho correto para alcançarmos bons 
resultados passa por adequarmos os projetos e instalações diversas baseados em 
medidas seguras e procedimentos organizacionais de controle que possam orientar 
corretamente os trabalhadores, educando-os para que desenvolvam suas tarefas e 
projetos cientes da qualidade e importância de suas atitudes. 
Forte identificação dos funcionários com a cultura organizacional; bons 
hábitos dos profissionais ligados às diversas áreas são apenas algumas das 
condições necessárias para que a segurança elétrica seja alcançada e para que o 
grupo gestor atue de maneira eficaz. 
Grupo gestor é um grupo de técnicos de diversos setores da produção, 
engenharia, projetos, manutenção, segurança e administração da empresa 
composto por funcionários registrados, com experiência e conhecimento sustentável 
de equipamentos, processos e controle administrativos e jurídicos. Os profissionais 
trabalharão com a lista de não conformidades que cabem à NR 10 (que será vista 
 
 
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adiante), juntamente com as normas executivas da ABNT e outras normas de 
gestão, levantadas pelas áreas técnicas e administrativas da empresa, 
conjuntamente com outras externas especializadas, terceirizadas e contratadas para 
esta finalidade. 
O grupo gestor tem como finalidade direcionar a empresa para o “risco 
elétrico zero”, reorganizando o setor no sentido de busca na segurança, na 
qualidade e na produtividade uma prevenção contra perdas e danos às instalações e 
manobras elétricas em desconformidade com as normas aplicáveis. 
O grupo gestor abrange todas as áreas da empresa com envolvimento em 
atividades de controle, segurança e eletricidade. Nesse sentido, busca a 
normatização de acionamento e procedimentos de segurança nas áreas mecânicas, 
nos acionamentos diversos, nas instalações civis, nos sistemas de proteção contra 
descarga elétrica atmosféricas, nos aterramentos de estruturas, nas máquinas e 
equipamentos, nos controles sobre efeitos de surtos elétricos transitórios, faiscante e 
eletricidade estática. Incluem-se, aqueles de análises e controles pelas 
possibilidades decorrentes de quedas de energia elétrica, administração de 
iluminação e força, uso e conservação de tomadas, na alimentação de 
equipamentos de informática, nos processos de produção industrial, nas formas de 
acionamentos e rendimentos e nas paradas típicas de produção por 
desconformidades ou despadronizações. 
As ações do Grupo Gestor, com os resultados das listagens de não 
conformidades ou desconformidades levantadas, trarão certamente à empresa estes 
resultados: 
A. Adequação das instalações elétricas às normas da ABNT e regulamentadora 
do Ministério do Trabalho e Emprego, de forma planejada e escalonada, com 
custos programados no budget anual. 
B. Qualificação e enquadramento da mão de obra de funcionários do setor 
elétrico às normas do Ministério do Trabalho e Emprego. 
C. Redução de acidentes no setor elétrico, mecânico e de produção, objetivando 
a redução de danos, ao risco elétrico zero por se ter procedimentos de 
trabalhos e de segurança organizados. 
 
 
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D. Sustentação jurídica às defesas nas ações trabalhistas contra a empresa, 
envolvendo as atividades no setor elétrico ou em outros setores que 
envolvam a periculosidade e a insalubridade. 
E. Adequação da eficiência do sistema elétrico da empresa às novas exigências 
tecnológicas dos produtos. 
F. Melhoria na eficácia do atendimento às intervenções no sistema elétrico e nas 
paradas de processo, devido aos sistemas ou equipamentos elétricos. 
G. Suporte à empresa para fazer frente às ações de fiscalização do Ministério do 
Trabalho e Emprego ou CREA, em face de eventuais não conformidades ou 
desconformidades nas áreas elétricas. 
H. Grandes possibilidades com a realização correta destes trabalhos de uma 
nova proposta organizacional de instalações, documentações e 
procedimentos que podem gerar benefícios para a empresa pela presença 
atuante das auditorias internas e, principalmente, externas (independentes). 
Como diz Oliveira (2013), é preciso entender e agir diante dos prazos 
constantes no Anexo IV da NR 10, estabelecidos para regularização documentais e 
das instalações elétricas contados a partir da data da publicação da Portaria n° 598, 
editada no Diário Oficial da União de 08/12/2004, Seção I, uma vez ser de suma 
importância para a segurança, para os negócios e parte das responsabilidades da 
empresa. 
 
2.5 Acidente, riscos e segurança 
Muitas são as definições de acidente, e variam segundo o enfoque que pode 
ser legal, prevencionista, ocupacional, estatístico, previdenciário, etc. Uma definição 
abrangente e genérica apresenta o seguinte enunciado: 
ACIDENTE é um evento indesejável e inesperado que produz desconforto, 
ferimentos, danos, perdas humanas e ou materiais. Um acidente pode 
mudar totalmente a rotina e a vida de uma pessoa, modificar sua razão de 
viver ou colocar em risco seus negócios e propriedades (UNESP, 2010). 
 
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o acidente não é obra do 
acaso e nem da falta de sorte e sob o ponto de vista dos especialistas em 
 
 
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