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A IMPORTANCIA DA HABITAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE CIDADES SUSTENTAVEIS, ATRAVÉS DO SELO CASA AZUL CAIXA

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A IMPORTÂNCIA DA HABITAÇÃO 
NA CRIAÇÃO DE CIDADES 
SUSTANTÁVEIS ATRAVÉS DO 
SELO CASA AZUL CAIXA 
THE IMPORTANCE OF HOUSING IN THE 
CREATION OF SUSTAINABLE CITIES 
THROUGH THE SEAL CASA AZUL CAIXA 
Jessica Bosquetti Mateus, Arquiteta e Urbanista (UDESC), 
acadêmica do MBA em Gestão de Obras e Projetos (UNISUL) 
PALAVRAS CHAVE 
Habitação Sustentável; Selo Casa Azul; Sustentabilidade 
KEY WORDS 
Sustainable Housing; Seal Casa Azul; Sustainability 
RESUMO 
O desenvolvimento promovido nos últimos 250 anos pela humanidade permitiu enormes ganhos em termos 
de qualidade e expectativa de vida para os seres humanos (CAIXA, 2010). Embora a urbanização traga 
benefícios à sociedade, há também diversas e graves questões ambientes e sociais. Segundo as Nações 
Unidades, a população mundial tem se concentrado cada vez mais nas cidades, o que significa que elas 
reúnem tanto a causa quanto a solução de grande parte dos atuais problemas mundiais (CIDADES 
SUSTENTAVEIS, 2014). O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-
HABITAT) constatou que as cidades são responsáveis por 75% do consumo total de energia mundial e pela 
emissão de 80% dos gases que causam o aquecimento global. Há que se pensar então no papel que a 
habitação apresenta para a construção/desenvolvimento de cidades sustentáveis. Segundo Jonathan 
Reckford (CEO da Organização não Governamental Habitat for Humanity International) uma habitação 
decente é crucial para uma sociedade mais justa e próspera e devem ser o foco de qualquer meta de 
desenvolvimento de cidades sustentáveis. Nesse contexto se insere o Selo Casa Azul da Caixa Econômica 
Federal que pretende incentivar o uso racional de recursos naturais na construção de empreendimentos 
habitacionais, além de promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre as vantagens 
das construções sustentáveis. 
ABSTRACT 
The development promoted in the last 250 years by humanity has allowed gains in terms of quality and life 
expectancy for humans (CAIXA, 2010). Although urbanization brings benefits to society, there are also a 
number of serious environmental and social issues. According to the United Nations, the world’s population 
has been increasingly concentrated in citites, which means they have both the cause and the solutions to 
most of the world’s current problems (SUSTAINABLE CITIES, 2014). The United Human Settlements 
Program (UN-HABITAT) found that cities are responsible for 75% of total global energy consumption and the 
emission of 80% of the gases that cause global warming. We must think then, about the importance that 
housing has in the construction/development of sustainable citites. According to Jonathan Reckford (CEO of 
Habitat for Humanity International), decent housing is crucial to a fairer and more prosperous society and 
should be the focus of any sustanaible urban development goal. In this context, the Seal Casa Azul of the 
Caixa Econômica Federal aims to encourage the rational use of natural resources in the construction of 
housing developments, and to promote the awareness of entrepreneurs and residents about the advantages 
of sustainable buldings. 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 As cidades tendem a crescer de maneira 
desordenada, em muito devido à ausência de 
políticas públicas, ou até mesmo não aplicação 
e/ou fiscalização das mesmas. Parte desse 
crescimento se da ao déficit habitacional presente 
nas cidades brasileiras. Dados preliminares da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
(PNAD) realizada em 2015 apontam que entre os 
anos de 2013 e 2015 houve redução de quase 
400 mil unidades na produção de novos 
domicílios, após mais de cinco anos de avanço. 
Diante desse panorama é preciso ter atenção 
especial para a demanda por habitação e pensar 
formas de reduzir o déficit. 
 Neste sentido a habitação é tratada neste 
artigo como fator de sustentabilidade dentro do 
contexto geral de cidade. Compreende-se que a 
habitação não é somente a casa ou edifício 
habitacional, mas o conjunto que estes formam 
como o ambiente urbano através de sua 
localização, suas conexões e articulações. 
A Caixa Econômica Federal (CEF) possui 
grande importância estratégica para o 
desenvolvimento da construção civil, por ser o 
maior financiador do setor, através do programa 
“Minha Casa Minha Vida”. Diante de uma 
sociedade mais consciente e com acesso a 
informações sobre a realidade do nosso meio 
ambiente e também sendo a indústria da 
construção civil uma das mais poluidoras, pois 
além de explorar a matéria prima, gera resíduos, 
se fazem necessárias campanhas que estimulem 
ações sustentáveis. 
O Selo Casa Azul, segundo a Caixa 
Econômica vem de encontro a essas ideias 
trazendo um certificado que tem como principal 
objetivo auxiliar no desenvolvimento do setor, 
fornecendo parâmetros para auxiliar na tomada 
de decisões dos profissionais envolvidos, 
melhorando assim de forma progressiva e 
continua os projetos e construções. 
2. HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL 
Hoje falar em sustentabilidade se tornou parte 
do nosso cotidiano, a uma preocupação e busca 
sobre seus benefícios e sua importância para a 
preservação do planeta par as futuras gerações. 
Entretanto a popularização do termo acabou por 
reduzir seu significado a um aspecto relacionado 
quase que somente a preservação ambiental, 
quando na verdade representa muito mais que 
isso. É impossível discutir sustentabilidade sem 
discutir questões relacionadas a aspectos 
econômicos, sociais, culturais e ambientais da 
sociedade humana (LOTUFO, 2011). 
Nesse contexto esta inserida a habitação, que 
contribui de maneira significativa no 
desenvolvimento desses aspectos, sendo um dos 
pilares mais importantes da nossa existência. Ela 
deve representar o abrigo seguro e estar inserida 
de maneira harmônica no espaço contextual e na 
vizinhança, permitindo o acesso aos locais de 
exercício de funções básicas não só a 
sobrevivência, mas também a evolução, além de 
conviver sem conflito com o meio ambiente, 
respeitando-o e preservando-o. (SÃO PAULO, 
2010). 
Uma habitação pode ser considera sustentável 
quando a adequação ambiental, a viabilidade 
econômica e a justiça social são incorporadas em 
todas as etapas do seu ciclo de vida desde a 
construção até a possível demolição. 
A adoção de uma habitação mais sustentável 
traz uma serie de benefícios, como a minimização 
do uso de recursos naturais e da geração de 
poluição, o desenvolvimento da economia local e 
a formalidade nas relações de trabalho, além do 
aumento da eficiência no uso de recursos 
financeiros na construção e valorização do imóvel 
pelo mercado (SÃO PAULO, 2011). 
Infelizmente hoje no país uma construção 
sustentável é vista como investimento de alto 
custo, sendo construída em sua maioria em 
condomínios residenciais de alto padrão e poder 
aquisitivo. 
Uma moradia viável para uma população com 
renda inferior a três salários mínimos é um 
desafio, cujas soluções não se resumem somente 
ao projeto, pois a população que se enquadra 
nessa faixa necessita também de condições 
mínimas para se manter em áreas urbanizadas 
(SÃO PAULO, 2011). 
Diante de tais desafios, cabe ao Poder 
Público, na condição de grande consumidor de 
obras e serviços de engenharia, fomentar a 
indústria da construção civil sustentável por meio 
da regulação do setor, seja agindo de forma 
pioneira e inovadora ou mediante a celebração de 
contratos em que os critérios socioambientais são 
aplicáveis as obras públicas, incluindo as 
habitações com finalidade social (SÃO PAULO, 
2011). 
O Selo Casa Azul se mostra entãouma 
importante ferramenta para o desenvolvimento da 
Construção Civil no Brasil e também para a 
melhoria na qualidade das Habitações de 
Interesse Social. 
 
3. SELO CASA AZUL 
Criado no ano de 2010 o Selo Casa Azul é 
uma classificação socioambiental dos projetos 
habitacionais financiados pela Caixa. A principal 
missão do selo é reconhecer projetos que adotam 
soluções eficientes na construção, uso, ocupação 
e manutenção dos edifícios (CAIXA, 2010), sendo 
o primeiro sistema de classificação da 
sustentabilidade de projetos ofertado no Brasil, 
desenvolvido para a realidade da construção 
habitacional brasileira. 
 A metodologia do Selo foi desenvolvida por 
uma equipe técnica da CAIXA com experiência 
em projetos habitacionais e em gestão para a 
sustentabilidade, juntamente a um grupo 
multidisciplinar de professores da Escola 
Politécnica da Universidade de São Paulo, 
Universidade Federal de Santa Catarina e 
Universidade Estadual de Campinas. 
Para receber o Selo Casa Azul o 
empreendimento deve obedecer a 19 critérios 
obrigatórios, e de acordo com o número de 
critérios opcionais atendidos, o projeto ganha o 
selo novel bronze, prata ou ouro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São 53 critérios de avaliação, divididos em 6 
categorias: 
 
 Qualidade Urbana 
 Projeto e Conforto 
 Eficiência Energética 
 Conservação de Recursos Materiais 
 Gestão da Água 
 Práticas Sociais 
 
O guia Selo Casa Azul disponível no site da 
Caixa Econômica Federal apresenta os critérios 
de avaliação e recomendações técnicas a serem 
seguidos nas referentes categorias sendo eles: 
 
1. Qualidade Urbana 
A forma de um empreendimento, isto é seu 
padrão, layout e escala, define uma série de 
implicações socioambientais. 
O resultado esperado com a produção de 
empreendimentos habitacionais bem sucedidos é 
essencialmente a criação de comunidades 
ajustadas às necessidades de seus moradores 
hoje e no futuro, bem servida com a provisão de 
serviços públicos, privados, comunitários e 
voluntários de boa qualidade, apropriados às 
necessidades das pessoas e acessível a todos. 
A Caixa recomenda então que na etapa de 
estudo de viabilidade sejam considerados: o 
mapeamento da infraestrutura básica; serviços; 
equipamentos e transporte público regular; 
mapeamento de eventuais fatores de risco na 
seleção de área definitiva, sendo os mesmos 
incluídos no planejamento do empreendimento. 
Além dessas avaliações iniciais, recomenda-
se também a previsão de melhorias urbanas 
executadas pelo preponente no entorno do 
empreendimento. Recuperação de área 
degradada igual ou superior a 20% da área total 
do empreendimento, além de caracterizar o nível 
de degradação social e/ou ambiental, mapear 
estratégias a serem implantadas na recuperação. 
Por fim realizar mapeamento de vazios 
urbanos em ares centrais e caracterização de 
potencial de recuperação de edificações 
existentes em áreas centrais. 
 
 
 
 
Figura 01: Níveis de Graduação do Selo Casa Azul 
 
CAIXA, 2010. 
Figura 02: Logomarcas do Selo 
 
CAIXA, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Projeto e Conforto 
Esta categoria trata dos aspectos 
relacionados ao planejamento e a concepção do 
projeto do empreendimento, considerando-se as 
ações relativas à adaptação da edificação as 
condições climáticas, as características físicas e 
geográficas, bem como a previsão de espaços na 
edificação a usos e fins específicos (CAIXA, 
2010). 
Recomenda-se então a utilização do 
paisagismo como forma de solucionar problemas 
relacionados ao resfriamento ou ao aquecimento 
passivo a arquitetura ocasionando redução de 
gastos de energia e favorecer a sustentabilidade 
econômica do edifício por exemplo. 
Permitir o aumento da versatilidade da 
edificação, por meio de modificação de projeto e 
futuras ampliações, adaptando-se as 
necessidades do usuário, evitando o desperdício 
de materiais de construção e aumento da 
quantidade de resíduos de construção e 
demolição ocasionada por reformas. 
Deve-se prever também medidas que 
propiciem a vizinhança condições adequadas de 
insolação, luminosidade, ventilação e vistas 
panorâmicas, respeitando as condições atuais em 
relação a vizinhança, mantendo-as e melhorando-
as, nos seus diversos aspectos existentes. 
Incentivar o uso de meios de transporte 
menos poluentes, visando reduzir o impacto 
produzido pelo uso de veículos automotores além 
de possibilitar a realização da separação dos 
recicláveis nos empreendimentos. 
Proporcionar aos usuários melhores 
condições de conforto térmico através das 
vedações, orientação de sol e ventos iluminação 
de áreas comuns e ventilação e iluminação 
natural dos banheiros. 
Minimizar o impacto causado pela 
implantação do empreendimento na topografia e 
em relação aos elementos naturais do terreno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Eficiência Energética 
Para o desenvolvimento de projetos mais 
sustentáveis no Brasil, dentro do setor 
residencial, deve-se buscar uma redução no 
consumo de eletricidade, lenha e gás, e um 
aumento do uso de fontes renováveis de energia 
(CAIXA, 2010). 
A CAIXA recomenda então reduzir o consumo 
de energia elétrica, mediante o uso de lâmpadas 
eficientes, conformo a utilização de cada 
ambiente além da utilização de dispositivos 
economizadores nas áreas comuns. 
Dar preferência ao sistema de aquecimento a 
gás em relação ao elétrico, além de proporcionar 
aos moradores o gerenciamento do consumo de 
gás da sua unidade habitacional, conscientizando 
sobre seus gastos e possibilitando a redução do 
consumo. 
Utilização de sistemas operacionais eficientes 
na edificação, no caso dos elevadores, e também 
de eletrodomésticos eficientes. 
Proporcionar menor consumo de energia por 
meio da geração e conservação por fontes 
renováveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 03: Requisitos Obrigatórios Qualidade Urbana 
 
CAIXA, 2010. 
Figura 04: Requisitos Obrigatórios Projeto e Conforto 
 
CAIXA, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Conservação de Recursos Materiais 
O exercício da construção depende de um 
fluxo constante de materiais, da atividade de 
preparação do terreno, de uso, limpeza e 
manutenção, correção de patologias, até o afim 
da vida útil do edifício ou de suas partes, onde 
grande quantidade de resíduos é gerada. 
Atualmente não existem materiais que não 
tenham impacto ambiental ao longo de todo o seu 
ciclo de vida, e infelizmente grande parte dos 
materiais contribuem significativamente para as 
mudanças climáticas já que dependem de 
processos térmicos na sua fabricação, liberando 
CO2. 
Nesse contexto recomenda-se reduzir as 
perdas de matérias pela necessidade de cortes, 
ajustes de componentes e uso, reduzindo o 
volume de resíduos da construção e demolição, 
através da coordenação modular. 
Evitar o uso de produtos de baixa qualidade, 
melhorando o desempenho e reduzindo o 
desperdício de recursos naturais e financeiros em 
reparos, colaborando para a redução do consumo 
de recursos naturais pelo emprego de 
componentes industrializados. 
Reduzir o emprego de madeira em aplicações 
de baixa durabilidade, que constituem desperdício 
e incentivar o uso de materiais reutilizáveis. 
Reduzir a quantidade de resíduos de 
construção e demolição e seus impactos no meio 
ambiente urbano e nas finanças municipais, pormeio da promoção ao respeito das diretrizes 
estabelecidas nas Resoluções n.301 e n.348 do 
CONAMA. 
Otimizar o uso do cimento na produção de 
concretos estruturais, por meio de processos de 
dosagem e produção controlados e de baixa 
variabilidade, sem redução de segurança 
estrutural, preservando recursos naturais 
escassos e reduzindo as emissões de CO2. 
Reduzir a pressão sobre recursos naturais 
não renováveis por meio do uso de materiais 
reciclados e pela promoção de mercado de 
agregados reciclados. 
Minimizar a demanda por madeiras nativas de 
florestas não manejadas pela promoção do uso 
de madeira de espécies exóticas plantadas ou 
madeira nativa certificada. 
Reduzir as atividades de manutenção e os 
impactos ambientais associados a pintura 
frequente da fachada. 
Contratar apenas fornecedores e empresas 
que operam exclusivamente de maneira formal, 
maximar a vida útil do edifício e planejar as 
atividades de manutenção, que devem estar de 
acordo com a capacidade técnica e econômica 
dos usuários, são fatores que também auxiliam 
na conservação de recursos Materiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Gestão da Água 
A gestão da água em edifícios é 
indispensável para um uso mais sustentável 
deste insumo, pois contribui para mitigar os 
problemas de escassez, amenizar a poluição em 
águas superficiais e profundas e, ainda, reduzir 
os riscos de inundação em centros urbanos. 
Uma das maneiras para contribuir com a 
gestão da água nos edifícios é possibilitar aos 
usuários o gerenciamento do consumo de água 
Figura 05: Requisitos Obrigatórios Eficiência Energética 
CAIXA, 2010. 
Figura 06: Requisitos Obrigatórios Conservação de 
Recursos Materiais 
CAIXA, 2010. 
de sua unidade habitacional, de forma a facilitar a 
redução de consumo, através de medidores 
individuais de água e dispositivos 
economizadores na bacia sanitária, arejadores 
nas torneiras e registros reguladores de vazão. 
Possibilitar o aproveitamento de águas 
pluviais, reduzindo o consumo de água potável 
para determinados usos como em bacias 
sanitárias e irrigação de áreas verdes por 
exemplo. 
Permitir o escoamento e infiltração das águas 
pluviais de modo controlado, com vistas a 
prevenir o risco de inundações em regiões com 
alta impermeabilização do solo e desonerar as 
redes públicas de drenagem, além de reduzir a 
poluição difusa e propiciar a recarga do lençol 
freático, através de áreas permeáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Práticas Sociais 
Essa categoria busca promover a 
sustentabilidade do empreendimento por meio de 
ações que abrangem os diversos agentes 
envolvidos na elaboração, construção e ocupação 
das edificações, já que estas tem grande 
responsabilidade quanto a sua sustentabilidade. 
Para isso recomenda-se realizar com os 
empregados envolvidos na construção do 
empreendimento, atividades educativas e de 
mobilização das diretrizes do Plano de Gestão de 
Resíduos da Construção e Demolição, além de 
prestar informações e orienta-los sobre a 
utilização dos itens de sustentabilidade sobre os 
aspectos ambientais. Outro fator importante é 
prover educação e capacitação profissional aos 
trabalhadores, visando à melhoria de suas 
condições de vida, socioeconômicas e inserção 
social. 
Promover a participação e o envolvimento da 
população na implementação do empreendimento 
e na consolidação deste como sustentável, como 
forma de estimular a permanência dos moradores 
no imóvel e a valorização da benfeitoria. 
Prestar informações e orientar os moradores 
quanto ao uso e manutenção adequada do imóvel 
considerando os aspectos de sustentabilidade, 
através de educação ambiental, além de fomentar 
a organização social dos moradores e capacita-
los para a gestão do empreendimento. 
Desenvolver ações socioeducativas a fim de 
reduzir o impacto do empreendimento no entorno 
através de ações para a mitigação de riscos 
sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Em março de 2010 um relatório da ONU 
sobre habitação apontou que apesar do aumento 
mundial no número de habitantes de moradias 
precárias, no Brasil o processo está se 
revertendo, e que nos últimos 10 anos, 10,4 
milhões de pessoas saíram das favelas. Isto 
significa que a porcentagem de pessoas nestas 
condições caiu de 31% para 26,4% da população. 
O relatório atribui o avanço a políticas 
econômicas, terrenos e serviços de construção, a 
uma emenda constitucional que garante o direto 
da moradia e a criação do Ministério das Cidades 
(LOTUFO, 2011). 
Dados preliminares da Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (Pnad) mais recente, de 
Figura 07: Requisitos Obrigatórios Gestão da Água 
CAIXA, 2010. 
Figura 08: Requisitos Obrigatórios Práticas Sociais 
CAIXA, 2010. 
2015, aponta crescimento anual de cerca de 30% 
dos lares afetados pelo alto comprometimento da 
renda com pagamento de aluguel. No total 3,8 
milhões de moradias tem esse problema, dado 
que agrava o déficit habitacional. Além disso, 
entre 2013 e 2015 houve redução de quase 
400mil unidades na produção de novos 
domicílios, após mais de cinco anos de avanço. 
Para especialistas, essa dinâmica, que continuara 
em 2017, tem o poder de reverter a estabilidade 
dos últimos anos do déficit habitacional, que girou 
em torno de 5,5 a 6 milhões de moradias (FJP, 
2017). 
Nesse contexto é de suma importância que 
profissionais ligados à construção civil junto ao 
Estado assumam seu papel social de prover a 
qualificação de moradia e espaço urbano, através 
de políticas públicas e programas sociais, além 
de definir ações que levem a uma prática 
sustentável de projeto, sugerindo que antes de 
tudo é necessário uma redefinição do habitar 
dentro de uma perspectiva que integre a ecologia 
e nossos modelos de produção consumo 
(LOTUFO, 2011). 
 A criação de habitações sustentáveis e de 
qualidade deve oferecer qualidade de vida para 
as populações, pois quando bem inserida e 
planejada integra-se a cidade e a sociedade, 
diminuindo a diferença socioespacial. 
Conclui-se através da análise do Selo Casa 
Azul que realizar habitações sustentáveis não é 
algo impraticável, já que muitas das 
obrigatoriedades para aquisição do Selo já são 
praticadas em diversos edifícios pelo território 
nacional. Percebeu-se também a preocupação do 
Selo em trabalhar a sustentabilidade em 
diferentes escalas e etapas, desde o projeto do 
empreendimento, passando pela escolha de 
materiais e tecnologias, cuidado com os resíduos 
e manutenção do edifício, envolvendo os 
moradores e a população no processo. Esse 
processo facilita que o empreendimento se torne 
parte do ambiente urbano inserido, de forma a 
proporcionar qualidade de vida não somente aos 
moradores, mas trazendo também melhorias no 
entorno, e consequentemente a população. 
Propor soluções sustentáveis requer planejar 
em conjunto, com visão ampla que integre as 
partes como um todo, desde questões 
ambientais, culturais, políticas, sociais até 
questões ambientais. Por fim entende-se que 
edifício e cidade são interdependentes, juntos 
formam o espaço em que habitamos e regulam 
nossas atividades cotidianas, refletindo nossa 
condição social, econômica, política e cultural. 
 REFERÊNCIAS 
1. CAIXA – Caixa Econômica Federal. [Site 
oficial]. 2010. Selo Casa Azul. Disponível em: 
<http://www.caixa.gov.br/sustentabilidade/prod
utos-servicos/selo-casa-azul/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 23 
abr. 2017. 
2. CIDADES SUSTENTAVEIS. Programa 
Cidades Sustentáveis. [Site oficial]. 2014. 
ONU: Não há desenvolvimento sustentável 
sem urbanização sustentável. Disponível 
em: 
<http://www.cidadessustentaveis.org.br/noticia
s/onu-nao-ha-desenvolvimento-sustentavel-
sem-urbanizacao-sustentavel>. Acesso em: 4 
mai. 2017. 
3. FJP – Fundação João Pinheiro. [Site 
oficial]. 2017. FJP na mídia. Déficit 
habitacional aumenta com a recessão. 
2017. Disponível em: 
<http://www.fjp.mg.gov.br/index.php/fjp-na-
midia/3785-1-3-2017-deficit-habitacional-
aumenta-com-a-recessao>. Acesso em: 1 mai. 
2017. 
4. LOTUFO, José Otávio. Habitação Social 
para a Cidade Sustentável. 2011. 157 f. 
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de 
São Paulo. 2011. Disponível em: 
<http://webcache.googleusercontent.com/sear
ch?q=cache:Yu0XDmLDRiUJ:www.teses.usp.
br/teses/disponiveis/16/16138/tde-20012012-
160900/+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. 
Acesso em: 25 abr. 2017. 
5. SÃO PAULO – Secretaria de Estado de 
Habitação. 2010. Sustentabilidade e 
Inovação na Habitação Popular: O desafio 
de propor modelos eficientes de moradia. 
Disponível em: 
<http://www.iabsp.org.br/sustentabilidade_inov
acao_na_habitacao_popular.pdf>. Acesso em: 
25 abr. 2017. 
6. SÃO PAULO – Secretaria do Meio 
Ambiente. 2011. Habitação Sustentável. 
Disponível em: 
<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2013/
03/Habitacao-Sustentavel-
p_INTERNET4969.pdf>. Acesso em: 4 mai. 
2017. 
7. TEM SUSTENTAVEL. [Portal de 
Construção]. Habitação Social: A 
sustentabilidade aplicada em construções 
populares. 2016. Disponível em: 
<http://www.temsustentavel.com.br/habitacao-
social-sustentabilidade-aplicada-em-
construcoes-populares/>. Acesso em: 28 abr. 
2017.

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