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Economia Ortodoxa: História e Escopo

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Economia ortodoxa é uma expressão que se refere às várias escolas de pensamento econômico predominantemente
ensinadas nas universidades mais conceituadas e é usada para distinguir certas abordagens e escolas de pensamento na
economia das escolas e abordagens heterodoxas, como a escola austríaca, a economia feminista e marxiana.
Economistas ortodoxos, de maneira geral, não se identificam como membros de nenhuma escola em particular,
podendo, no entanto, ser associados a abordagens específicas dentro de um campo como a abordagem das expectativas
racionais à macroeconomia.
Índice
1 Termo
2 História
3 Escopo
3.1 Suposições
3.2 Métodos
3.3 Tópicos
4 Opiniões críticas à economia ortodoxa
5 Referências
Termo
A economia ortodoxa também é conhecida como mainstream economics, em inglês, que tem base no modelo
walrasiano que se desenvolveu em grande parte a partir da economia neoclássica em finais do século XIX, moldando
inclusive o Consenso de Washington. Mas pode se referir também ao monetarismo ou à escola de Chicago.
Essa expressão entrou para o uso comum no final do século XX. O influente livro didático de Samuelson e
Nordhaus, na parte de dentro da capa traseira traz a "Árvore da Família da Economia", que apresenta flechas a
partir de Keynes e da economia neoclássica. Uma termo mais restrito que também aparece pela primeira vez no livro
Economia de Samuelson, é síntese neoclássica (isto é, síntese da economia neoclássica e da macroeconomia
keynesiana).
História
A economia, nos tempos modernos, sempre apresentou múltiplas escolas de pensamento econômico, com diferentes
escolas tendo diferentes importâncias pelos países e pelo tempo. O uso atual do termo "economia ortodoxa" é
específico ao período pós-Segunda Guerra Mundial.
Antes do desenvolvimento da economia acadêmica moderna, a escola dominante na Europa era o mercantilismo, que era mais um conjunto disperso de ideias
relacionadas do que uma escola propriamente institucionalizada. Com o desenvolvimento da economia moderna, convencionalmente considerado o final do
século XVIII, após a publicação de A Riqueza das Nações, de Adam Smith, a economia britânica se desenvolveu e tornou-se dominante pelo que hoje é
chamada de escola clássica. De A Riqueza das Nações até a Grande Depressão, a escola dominante na anglosfera era a economia clássica, e seu sucessor, a
economia neoclássica. Na Europa continental, a obra dos fisiocratas na França formou uma tradição distinta, assim como a obra da escola historicista alemã
na Alemanha, e por todo o século XIX houve debates na economia britânica, mais notadamente a oposição da escola subconsumista (underconsumptionist).
Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, a escola keynesiana ganhou proeminência, construída sob a obra da escola subconsumista, sendo que
a economia ortodoxa atual decorre da síntese neoclássica, que foi a fusão pós-Segunda Guerra Mundial da macroeconomia keynesiana com a microeconomia
neoclássica.
Na Europa continental, em contraste, a economia keynesiana foi rejeitada, com o pensamento alemão dominando pela escola de Freiburg, cuja filosofia política
do ordoliberalismo formava a base intelectual da economia social de mercado do pós-guerra alemão. Nos países em desenvolvimento, que formavam a maioria
da população mundial, várias diferentes escolas da economia do desenvolvimento foram influentes.
Desde 2007, a crise econômica de 2008-2011 e a subsequente crise econômica global expuseram publicamente divisões na economia ortodoxa e aumentaram
significantemente a controvérsia sobre seu status, com alguns defendendo uma reforma radical ou rejeição do main stream, outros defendendo uma mudança
evolucionária, e ainda outros argumentando que a economia ortodoxa explica a crise.
Escopo
A economia ortodoxa pode ser definida, diferentemente de outras escolas econômicas, por vários critérios, nomeadamente por suas suposições, métodos e
tópicos.
Suposições
Um grande número de suposições está por trás da economia ortodoxa, apesar de rejeitadas por algumas escolas heterodoxas. Elas incluem as suposições
neocássicas da teoria da escolha racional, um agente representativo, e, muitas vezes, expectativas racionais. A metodologia empregada pela economia ortodoxa
é a metodologia dedutiva, que começa com axiomas (que não necessitam ser provados, visto que são classificados como dados), tais como a racionalidade dos
indivíduos e seu único objetivo de maximizar seu próprio benefício pessoal (maximização da utilidade). A esses axiomas, suposições são adicionadas, tais como
a informação perfeita e simétrica, mercados completos, competição perfeita e custos de transação nulos. Baseado nesses axiomas e suposições, conceitos
básicos, como o equilíbrio de mercado, são postulados, que são relevantes apenas quando todas ou quase todas as suposições são consideradas.
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Economia ortodoxa – Wikipédia, a enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_ortodoxa
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básicos, como o equilíbrio de mercado, são postulados, que são relevantes apenas quando todas ou quase todas as suposições são consideradas.
Métodos
A economia ortodoxa também foi definida metodologicamente como uma obra que exige conformidade com a linguagem tradicional dos modelos
matemáticos, usando cálculo, otimização e estática comparativa. Sobre esta definição, as áreas do pensamento que são tipicamente consideradas como
heterodoxas porque não trabalham sobre as suposições típicas neoclássicas, tais como econofísica, economia comportamental e economia evolucionária, podem
ser consideradas ortodoxas quando elas utilizam de seus métodos.
Alguns campos podem ser descritos como sendo em parte ortodoxia e em parte heterodoxia, por exemplo a escola austríaca, a economia institucional, a
neuroeconomia e a economia da complexidade. Esses campos podem usar a teoria neoclássica como ponto de partida. Ainda assim, pesquisas recentes
sugerem que a "economia neoclássica não domina mais a ortodoxia."
Uma outra tendência é a expansão dos métodos ortodoxos a áreas de estudo tão distantes quanto crime, a família, direito, política e religião. O último
fenômeno é descrito algumas vezes como imperialismo econômico.
Tópicos
A economia ortodoxa inclui as teorias de falha de mercado e de falha do governo e as noções de bens públicos e privados. Esses desenvolvimentos sugerem uma
gama de pontos de vista favoráveis à intervenção governamental.
Opiniões críticas à economia ortodoxa
Desde a crise econômica de 2008-2009, conflitos consideráveis surgiram entre teóricos econômicos e uma grande parte do público, com preocupações sobre a
validade e futuro da economia ortodoxa.
Os chartalistas, que eram considerados parte da escola pós-keynesiana de pensamento, criticaram a teoria ortodoxa por falhar em descrever os mecanismos das
economias monetárias modernas fiduciárias. O chartalismo foca-se na compreensão detalhada da forma como o dinheiro realmente flui através dos diferentes
setores de uma economia. Especificamente, o chartalismo se foca na interação entre bancos centrais, tesouro e o sistema bancário privado. Ele rejeita as teorias
críticas do mainstream tais como o mercado de fundos emprestáveis, o multiplicador bancário e a utilidade da austeridade fiscal.
Alguns economistas da economia ecológica acreditam que a "santa trindade" neoclássica da racionalidade, ganância e equilíbrio está sendo substituída pela
santa trindade do comportamento proposital, auto-interesse esclarecido e sustentabilidade, alargando o âmbito da economia ortodoxa. A economia ecológica
aborda questões de sustentabilidade, tais como bens públicos, capital natural e externalidades negativas (como a poluição).
Escolas econômicas alternativas, tais como a escola austríaca, também apresentam visões que contradizem a atual teoria econômica ortodoxa, considerando
como a economia moderna realmentefunciona.
Teorias de conceitos econômicos relacionadas à energia também existem na economia da energia, relacionando a termodinâmica conceitos do pensamento
econômico, tais como a contabilidade da energia. A economia biofísica relaciona-se com esta área.
Referências
↑ Samuelson, Paul A., William D. Nordhaus. Economics. São Paulo: McGraw-Hill, 2004.1.
↑ Olivier Jean Blanchard (1987), "neoclassical synthesis," The New Palgrave: A Dictionary of Economics, v. 3, pp. 634-36.2.
↑ A distinção e relação precisa entre economia clássica e neoclássica é um ponto de debate. É suficiente dizer que eles são os termos atuais usados para se
referir aos períodos cronológicos de um grupo inter-relacionado de teorias.
3.
↑ Cato Policy Report (em inglês). Página visitada em 03/10/2011.4.
↑ The state of economics: The other-worldly philosophers , The Economist,
2009-07-16, http://www.economist.com/displayStory.cfm?story_ID=14030288
5.
↑ Colander, D. C.; Holt, R. P. F.; Rosser, J. B. (2004) (em inglês), The Changing Face of Economics ,
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16(4), pp.485-499. (abstract
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(PDF article link )
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Economia ortodoxa – Wikipédia, a enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_ortodoxa
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economics." In: Encyclopedia of Earth. Eds. Cutler J. Cleveland (Washington, D.C.: Environmental Information Coalition, National Council for Science
and the Environment) (em inglês). Primeira publicação na Encyclopedia of Earth, 14 de setembro de 2006. Última revisão em 18 de novembro de 2008.
Página acessada em 6 de outubro de 2009.
Economia ortodoxa – Wikipédia, a enciclopédia livre http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_ortodoxa
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