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1 Profa Dra. Maria Cristina de Albuquerque Barbosa INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO –CAMPUS GV NUT040GV –COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS GUIAS ALIMENTARES 26/04/2017 INTRODUÇÃO Alimentação e nutrição promoção e proteção da saúde; Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) influenciadas pela alimentação incorreta e pela falta da prática regular de atividade física; Diante deste quadro, o Ministério da Saúde tem proposto medidas para vigilância e prevenção de DCNT e para melhoria da qualidade alimentar da população brasileira; Guia alimentar orientar práticas alimentares saudáveis Guias alimentares 2 EVOLUÇÃO 1894 Atwater publicou tabelas de composição de alimentos e padrões dietéticos para população norte- americana base científica para estabelecer relações entre composição de alimentos, consumo e saúde; 1916 Caroline Hunt propôs o primeiro guia alimentar recomendou uma alimentação saudável por meio de mensagens; Nos anos de 1940 EUA adotou o “A guide to good eaten” mais conhecido como “Basic Seven” (forma circular); Guias alimentares EVOLUÇÃO Entre 1956 e 1970 foi adotado o “Food for fitness, a daily food guide” conhecido como “Basic Four”; Em 1977 o guia foi atualizado com a inclusão de um quinto grupo de alimentos necessidade de moderação na ingestão de gorduras, doces e álcool; Em 1984 Roda dos alimentos metas para adequação de nutrientes nos cinco grupos de alimentos; Guias aliment ares 3 EVOLUÇÃO 1995 Food and Agriculture Organization (FAO) e World Health Organization (WHO) traçaram diretrizes para o desenvolvimento dos guias alimentares. Boletim técnico que permitiu que qualquer país ou região pudesse iniciar o desenvolvimento de seu guia alimentar específico. Guias alimentares Final da década 70 elaboração da roda dos alimentos em Portugal. Após 25 anos houve atualização deste instrumento, o formato escolhido foi do círculo (prato de alimentos); USDA (1991) pesquisa para decidir a representação gráfica do seu país Pirâmide (moderação, proporcionalidade e variedade); Inglaterra preferência pelo círculo (formato do pra to); Califórnia guia no formato do arco íris; Brasil pirâmide de alimentos. Guias alimentares 4 • Formas Gráficas: Pirâmide EUA, México, Panamá, Chile e Brasil Arco-íris Canadá Pizza Costa Rica Pote de cerâmica Guatemala México Maçã Europa Pirâmide e Círculo Tailândia Bandeira nacional Guias alimentares Guias alimentares 5 Roda de alimentos Círculo de alimentos Guias alimentares Orientar a população na escolha de alimentos saudáveis e porções adequadas. • São guias de saúde pública e ferramenta de educação nutricional; • Desafio mensagens nutricionais para a população; • Objetivo: transformar o conhecimento científico de nutrição em conceitos básicos para população, favorecendo a educação nutricional. GUIAS ALIMENTARES Guias alimentares 6 Para a elaboração dos guias alimentares é necessário: 1. Identificação dos problemas de saúde, estabelecendo prioridades; 2. Avaliação dos padrões de consumo alimentar; 3. Integração às políticas e programas nacionais de saúde e alimentação; 4. Prevenir déficit ou excesso de energia, incluindo adequação de macronutrientes, com aporte adequado de vitaminas e minerais.Ressaltar a importância da atividade física; 5. Avaliação da aceitação do guia e de sua representação visual na divulgação; 6. Evitar número excessivo de informações. Guias alimentares Os guias alimentares devem: o promover e manter a saúde global do indivíduo com orientações direcionadas para prevenção de doenças; o ser baseada em pesquisas atualizadas; o ter uma visão global da dieta; o ser úteis para o público alvo; o encontrar uma forma realista de suprir as necessidades nutricionais utilizando-se da dieta habitual de cada população; Guias alimentares 7 Os guias alimentares devem: o ser práticos e, os nutrientes e energia adaptados segundo a idade, o sexo e a atividade física; o ser dinâmicos, permitindo o máximo de flexibilidade para a escolha dos alimentos, a fim de suprir as necessidades nutricionais do indivíduo; o considerar o níveis de escolaridade e socioeconômico da população; Guias alimentares Os guias alimentares devem: o ser específicos: de acordo com os objetivos do grupo de risco (obesos, crianças, adolescentes, gestantes e idosos) ou para programas de saúde pública (deficiência de iodo, ferro, osteoporose, promoção do aleitamento materno); o não formular proibições. Guias alimentares 8 Problemas na sua implantação: • Tradução para várias línguas e dialetos; • Motivação da mudança do comportamento alimentar dos indivíduos (conscientização); • Garantia de que sejam direcionados a todos os níveis socioeconômicos e de escolaridade da população, com entendimento das mensagens; • Falta de conhecimento em nutrição dos profissionais de saúde. Guias alimentares AVALIAÇÃO DOS GUIAS ALIMENTARES •Avaliação constante; • Frequentemente revisados e o conteúdo adaptado; •Compreensão e mudança do hábito alimentar da população. Guias alimentares 9 Evolução da representação gráfica do guias alimentares americanos 1992 1977 Guias alimentares Evolução da representação gráfica dos Guias Alimentares 2003 - Havard 2005- Departamento de Agricultura dos Estados Unidos Guias alimentares 10 http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/975623-medicos-sugerem-novo-modelo-com-indicacoes-nutricionais.shtml 2011- Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) Escola de Saúde Pública de Havard: Health Eating Plate Guias alimentares No Brasil: • 1999 Philippi et al. adaptaram a pirâmide alimentar americana para adultos; • Baseou-se, inicialmente, no planejamento de 3 dietas com: 1600 kcal, 2200 kcal e 2800 kcal/dia; • 8 grupos de alimentos. • Em 2005, Philippi adaptou mais uma vez a Pirâmide dos Alimentos e publicou uma Pirâmide de 2000 Kcal. Guia alimentar - Brasil Elaboração do guia alimentar para adultos Guias alimentares 11 Pirâmide alimentar adaptada para a população brasileira (Philippi et al., 1999) Princípios: - Variedade - Moderação - Proporção Guias alimentares BASE DA PIRÂMIDE ALIMENTAR Composta por alimentos fontes de energia (Cereais, Tubérculos e Raízes). Por exemplo: Café da manhã: Cereais ou pães. Almoço e jantar: arroz, macarrão, batata. 6 porções 1 porção equivale a 150 kcal EXEMPLOS DE PORÇÃO Arroz cozido (branco ou integral) - 4 colheres (sopa) Batata cozida - 1 1/2 unidade Pão de forma - 2 fatias Pão francês - 1 unidade Cereal matinal sucrilhos - 1 xícara (chá) Macarrão cozido - 3 1/2 colheres (sopa) 12 SEGUNDO NÍVEL Representa os alimentos ricos em fibras, sais minerais, vitaminas e água, 3 porções 1 porção equivale a 15 Kcal Acelga crua picada - 9 colheres (sopa) Alface - 15 folhas Berinjela cozida - 2 colheres (sopa) Beterraba - 2 colheres (sopa) Pepino - 4 colheres (sopa) Pimentão cru - 3 colheres (sopa) Tomate - 4 fatias GRUPO HORTALIÇAS EXEMPLOS DE PORÇÃO GRUPO FRUTAS 3 porções 1 porção equivale a 70 kcal Banana prata - 1/2 unidade Goiaba - 1/4 unidade Laranja pêra - 1 unidade Maçã - 1/2 unidade Mamão papaya - 1/3 unidade Manga - 1/2 unidade Melancia e melão - 1 fatia EXEMPLOS DE PORÇÃO 13 TERCEIRO NÍVEL GRUPO LEITE E DERIVADOS 3 porções 1 porção equivale a 120 kcal Iogurte integral natural - 1 copo Leite em pó integral - 2 colheres (sopa) Leite semi desnatado - 1 copo (requeijão) Queijo de minas - 1 1/2 fatiaQueijo mussarela - 3 fatias Queijo prato - 2 fatias Requeijão - 1 1/2 colher (sopa) EXEMPLOS DE PORÇÃO GRUPO CARNES E OVOS 1 porção 1 porção equivale a 190 kcal Devem ser consumidas nas refeições principais, como almoço e jantar. Bife grelhado - 1 unidade Carne de peru tipo blanquet - 15 fatias Peito de frango grelhado - 1 unidade Lingüiça de porco cozida - 1 gomo Merluza cozida - 2 filés Ovo mexido - 1 unidade EXEMPLOS DE PORÇÃO 14 GRUPO DAS LEGUMINOSAS EXEMPLOS DE PORÇÃO 1 porção 1 porção equivale a 55 kcal Feijão cozido - 1 concha Grão de bico cozido - 1 1/2 colher (sopa) Lentilha cozida - 2 colheres (sopa) Soja cozida - 1 colher de servir Este grupo fornece a maior parte da proteína da alimentação básica do brasileiro. 1 porção 1 porção equivale a 110 kcal Açúcar mascavo - 1 colher (sopa) Açúcar refinado - 1 colher (sopa) Glucose de milho (Karo) - 2 colheres (sopa) Mel - 2 1/2 colheres (sopa) EXEMPLOS DE PORÇÃO GRUPO AÇÚCARES TOPO DA PIRÂMIDE 15 GRUPO GORDURAS 1 porção 1 porção equivale a 73 Kcal Azeite de oliva - 1 colher (sopa) Bacon - 1/2 fatia Manteiga - 1/2 colher (sopa) Margarina - 1/2 colher (sopa) Margarina light - 1 colher (sopa) EXEMPLOS DE PORÇÃO Guias Alimentares Elaborados para a População Adulta Ministério da Saúde (2005/2006) 16 Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, se fez necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta pública que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da versão final. Em consonância com a recomendação da OMS de atualizar periodicamente as recomendações sobre alimentação adequada e saudável. A partir de 2011, o Ministério da Saúde desencadeou o processo de elaboração de uma nova edição do Guia Alimentar para a População Brasileira. Esta atualização foi incluída como uma das metas do Plano Plurianual e do I Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - relativos ao período de 2012 a 2015. GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2006/ 2014 Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2006, apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a nossa população. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, se fez necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição do guia passou por um processo de consulta pública que permitiu o seu amplo debate por diversos setores da sociedade e orientou a construção da versão final. Em consonância com a recomendação da OMS de atualizar periodicamente as recomendações sobre alimentação adequada e saudável. A partir de 2011, o Ministério da Saúde desencadeou o processo de elaboração de uma nova edição do Guia Alimentar para a População Brasileira. Esta atualização foi incluída como uma das metas do Plano Plurianual e do I Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - relativos ao período de 2012 a 2015. GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA – 2006/ 2014 17 OS CINCO PRINCÍPIOS QUE ORIENTARAM A ELABORAÇÃO DESTE GUIA: Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, como também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, as características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais. Recomendações feitas por guias alimentares devem levar em conta o cenário da evolução da alimentação e das condições de saúde da população. Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA - 2014 Recomendações sobre alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e distribuição dos alimentos sobre a justiça social e a integridade dos recursos naturais e da biodiversidade. Em face das várias dimensões da alimentação e da complexa relação entre essas dimensões e a saúde e o bem-estar das pessoas, o conhecimento necessário para elaborar recomendações sobre alimentação é gerado por diferentes saberes. Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar social e ambientalmente sustentável Diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA - 2014 18 O acesso a informações confiáveis sobre características e determinantes da alimentação adequada e saudável contribui para que pessoas, famílias e comunidades ampliem a autonomia para fazer escolhas alimentares e para que exijam o cumprimento do direito humano à alimentação adequada e saudável. Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas Alimentares GUIA ALIMENTAR PARA POPULAÇÃO BRASILEIRA - 2014 CAFÉ DA MANHÃ 19 ALMOÇO JANTAR 20 PEQUENOS LANCHES 21 GRUPO DAS NOZES E CASTANHAS 22 Referências Bibliográficas • BARBOSA, R.M.S.; COLARES, L.G.T., SOARES, E.A. Desenvolvimento de guias alimentares em diversos países. Revista de Nutrição Rev. Nutr., Campinas, 21(4):455-46,2008. • BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2014. • PHILIPPI, S.T. Pirâmide dos Alimentos: fundamentos básicos da nutrição. São Paulo: Manole, 2008. 387p. • PHILIPPI, S.T.; LATTERZA, A.R.; CRUZ, A.T.R.; RIBEIRO, L.C. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, v.12, n.1, p.65-80, 1999. Guias alimentares
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