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A importância do equilíbrio Psicobiológico ,em Pacientes submetidos

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De acordo com WHO (1992), a infertilidade é concebida como a falta de concepção após, pelo menos, um ano de relações sexuais regulares sem proteção de anticoncepcional (apud Corrêa et al 2007).
Peterson et al (2006), afirma que à associação entre depressão em mulheres (e seus parceiros) submetidos a tratamento de fertilização in vitro (FIV), observando que mulheres e homens que usam demasiadamente determinados comportamentos como “evitação/fuga” e “aceitação de responsabilidades” pela infertilidade são mais vulneráveis a depressão (apud Corrêa et al 2007). 
Segundo Febrasgo (1997); Pizarro (1991), conforme citado por Corrêa et al (2007), alguns dados epidemiológicos revelam que 85% dos casais concebem no seu primeiro ano de vida sexual sem uso de método anticonceptivo e 5% concebem algum tempo depois de um ano.
Pesquisadores da Escola de Psicologia da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, entrevistaram mais de 7 mil voluntárias que passaram pelo procedimento FIV nos últimos 17 anos, para serem avaliadas a saúde mental. Foi concluído que as mulheres, que não conseguiram engravidar depois do tratamento FIV e mesmo assim continuaram com a vontade de ter filhos, estavam mais vulneráveis ao agravo da saúde mental, em comparação com àquelas que desistiram de gerar um filho. Este agravo, foi diagnosticado em mulheres com ou sem filhos, porém ocorre mais frequentemente com mulheres que não têm. As chances do desenvolvimento de problemas psicológicos aumentam em média de 2,8 vezes para pacientes que nunca engravidaram e 1,5 para aquelas que concluíram uma gestação e têm filhos. A maioria das participantes da pesquisa não teve sucesso com a fertilização e 6% delas continuavam querendo ter um bebê (Equilíbrio ... 2014).
O motivo do agravo na saúde mental pode estar ligado à maneira como o ideal de lar é ensinado na infância pois é comum que na sociedade patriarcal as pessoas sejam condicionadas a terem uma família que inclui, filhos (Equilíbrio ... 2014). Collins et al (1992), afirma que a infertilidade interrompe um projeto de vida pessoal e do casal, produzindo sofrimento psíquico. Para alguns, ter um filho é o principal objetivo de vida e, nesses casos, o sofrimento decorrente da infertilidade é maior (apud Montagnini et al 2009).
 Segundo Olshanky & Sereika, 2005, mesmo as mulheres que engravidam apresentam maior risco de depressão durante a gravidez e na puerpério (apud Corrêa et al 2007), deste modo, os estudos apontam para a consideração de o desejo de ter um filho (bem como a gravidez) exige todo um aparato complexo psicobiológico que permita o desenvolvimento de capacidades latentes. Nem todos os casais apresentam esta potencialidade, seja no aspecto orgânico ou psicológico. Estas diferenças de confronto com o problema são fundamentais na compreensão da dinâmica psicológica do casal infértil e devem ser valorizadas pela equipe multiprofissional. O ser humano, ao longo da vida, passa por períodos de transição que surgem nas diversas etapas do desenvolvimento normal da personalidade (chamadas pela psicanálise de crises normais do desenvolvimento). Entre esses momentos estão a própria concepção e maternidade, entendemos que a constatação da infertilidade poderia provocar crises consideradas acidentais do desenvolvimento (Corrêa et al 2007)
De acordo com, Verhaak et al (2005), em um estudo longitudinal com 148 mulheres submetidas a FIV e 71 parceiros, avaliadas antes do início do tratamento até 6 meses após, constatou que nas mulheres, a ansiedade e a depressão aumentam ou diminuem, dependendo do sucesso da terapêutica, ao contrário dos homens, que não apresentaram mudanças nestes quesitos. 
Edelmann et al (1994) considerou a existência de uma seleção natural, em que somente aqueles que têm condições de lidar com as dificuldades do tratamento chegam a procurá-lo. Nessa mesma linha, Beaurepaire et al (1994) observaram resultados diferentes, relatando que as mulheres, quando comparadas aos homens, apresentaram níveis mais elevados de ansiedade e depressão, autoestima mais baixa, culpa e vergonha associadas à infertilidade (apud Corrêa et al). Montagnini et al (2009) também afirma que níveis mais altos de depressão e ansiedade parecem estar relacionados a menores índices de gravidez. A relevância clínica desses achados impele à necessidade de maiores investigações nessa área. Apesar da maioria das mulheres se adaptarem bem ao insucesso, cerca de 20% das mesmas continuaram apresentando problemas emocionais (apud Corrêa et al 2007). 
De acordo com Equilíbrio ... (2014), mulheres que não conseguiram engravidar naturalmente gera um aumento significativo de patologias psicológicas como ansiedade, depressão e frustração. Esta infertilidade e suas repercussões emocionais tem sido objeto de investigação científica na área médica. Serafini et al (1998) entende que a saúde física e emocional do casal influencia diretamente na fertilidade e na gestação. Alves (1984) bem como Cury (2003) apontam que na esterilidade/infertilidade, associados ao fator biológico, existem influências psicológicas e sociais. Newton et al (1990) apresentam resultados de como a infertilidade repercute emocionalmente na mulher e no homem, desencadeando ansiedade, culpa, depressão, alienação e perda da autoestima. (apud Corrêa et al 2007).
Afirmado por Equilíbrio ... (2014), entende-se, portanto, que a infertilidade pode desencadear no casal um estado de instabilidade emocional, gerando crise, de forma que o indivíduo não consegue utilizar seus métodos habituais de solução de problemas. Portanto, a crise demanda a mobilização dos mecanismos adaptativos do ego. 
Na medida em que a esterilidade é evento traumático, a busca pelo tratamento de reprodução assistida pode indicar um movimento adaptativo do casal, com objetivo de encontrar resolução para o problema. Segundo Erickson (1971), citado por Corrêa et al (2007), o conceito de crise de desenvolvimento é definido como período de mudanças naturais, em determinado momento da vida das pessoas, que provocam tensões cognitivas e afetivas. Diferente da crise acidental que é precipitada por acontecimentos vitais envolvendo perdas (ou ameaças de perda) ou aumento de suprimento, de bens afetivos, físicos ou materiais.
 Simon (1989), citado por Corrêa et al (2007), afirma também que as expectativas de perda ou de ganho podem também, em certas circunstâncias, serem geradoras de crises. Em função da etiologia da crise, ou seja, de acordo com o fator essencial que lhes deu origem é que se tem a classificação: crise por perda ou crise por aquisição. Ambas as formas de crise têm, em comum, a angústia diante do novo e desconhecido.
Já a relação entre diferença de gêneros, Collins et al (1992) mostra que é importante levar em consideração que a infertilidade é experimentada de forma diferente entre homens e mulheres. A mulher tem maior acesso ao seu mundo interno, é mais analítica, expressa com facilidade seus sentimentos, compartilhando assim suas vivências com os outros. Já o homem limita mais a expressão de seus sentimentos, com forte tendência em utilizar o recurso de negação, colocando sua atenção em atividades que se distanciam dos conflitos, geralmente voltando-se mais para o aspecto profissional (apud Corrêa et al 2007).
Apesar do impacto negativo da infertilidade ou do malogro no tratamento, alguns autores destacam que este insucesso está, em alguns casos, associado a benefícios na relação conjugal. Um estudo longitudinal com 2250 casais submetidos a tratamento de infertilidade, avaliou grupo de 816 cujos resultados foram insatisfatórios, até 12 meses após início da terapêutica. Cerca de 26% das mulheres e 21% dos homens afirmaram que a infertilidade reforçou os laços maritais e aproximou os cônjuges (Schmidt et al 2005 apud Corrêa et al 2007).
Segundo Equilíbrio ... (2014), essa percepção da possibilidade de insucesso mesmo depois da fertilização pode causar ansiedade e desencadear sintomas de transtorno de humor, para amenizar a frustração de uma inseminação malsucedida, destaca-sea importância de apoio psicológico simultâneo para as pacientes durante todo o processo, desta forma a resposta psicológica da mulher vai mudando ao longo deste processo.
Citado por Equilíbrio ... (2014), a médica Rosaly Rulli Ginecologista e obstetra do Centro de Ensino e Pesquisa em Reprodução Assistida (Cepra) do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), acredita que a parceria entre os médicos e psicólogos estão cada vez melhor. Trabalhar os aspectos psicológicos tem extrema importância, sabendo que teve um aumento significativo nos últimos 10 anos. Equilíbrio ... (2014), aponta que o nível de ansiedade e de frustração é maior, quando a cabeça não está boa, consequentemente o corpo responde de forma agressiva. Numa perspectiva psicodinâmica, a associação entre fatores psicológicos e a infertilidade já tem sido mostrado em estudos. 
Tubert (1996) defende que não se pode pensar na reprodução humana apenas como simples processo fisiológico; há o desejo consciente, mas há uma dimensão inconsciente regulada pelo universo simbólico expresso na linguagem, como os mitos, símbolos, normas e valores de qualquer cultura. Szejer e Stewart (2002), o mais sensato é que haja um tratamento simultâneo à fertilização, a equipe médica deve trabalhar com os psicólogos, desta forma a resposta psicológica da mulher vai mudando ao longo desse processo, pois as chances de a mulher sofrer com os resultados negativos do tratamento são grandes (Equilíbrio ... 2014).
 	Equilíbrio ... (2014) também afirma, que o auxílio da psicologia, as pacientes submetidas ao tratamento FIV conseguiram trabalhar aspectos como a expectativa e a ansiedade, bem como apud Montagnini et al (2009), ao iniciar o primeiro procedimento de FIV, os casais mostram-se muito otimistas e superestimam suas chances de sucesso. Apresentam níveis normais de ansiedade, depressão e autoestima, não se evidenciando diferenças significativas entre homens e mulheres (Hearn et al 1987). Após a falha de um primeiro ciclo, homens e mulheres apresentam aumento significativo de ansiedade e sintomas depressivos (Newton et al, 1990; Verhaak et al., 2001 apud Montagnini et al).
No caso do insucesso, também foi possível trabalhar juntamente com o casal outras possibilidades, como a adoção. É nesse aspecto que se insere a psicoterapia, buscando auxiliar o indivíduo, em seus arranjos defensivos, a encontrar soluções. De modo que a indicação para psicoterapia nestes casos é de grande importância (Equilíbrio ... 2014). Segundo Tomaz & Moreira, (2001) citado por Corrêa et al (2007), a participação do psicólogo na equipe de saúde reprodutiva, tem como objetivo promover a oportunidade de ampliar o nível de maturidade emocional dos pacientes, tornando-os agentes de suas próprias escolhas, auxiliando-os a percorrer esse processo com razoável lucidez. Cabe ao psicólogo direcionar o paciente para o problema em questão, facilitando o enfretamento dos medos, angústias, fantasias e mitos, possibilitando o reconhecimento de suas reais possibilidades e os recursos que são oferecidos pela medicina.
Referências:
A importância do equilíbrio Psicobiológico, em Pacientes submetidos
ao Tratamento de Fertilização in vitro.
EQUILÍBRIO ... Equilíbrio psicológico ajuda no sucesso da fertilização in vitro. Disponível em: <https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/11/14/noticiasaude,191210/equilibrio-psicologico-ajuda-no-sucesso-da-fertilizacao-in-vitro.shtml> Acesso em: 05 de novembro de 2017.

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