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Universidade Estácio de Sá - Prática IV Paula Iunes de Mello - 201308019343 AO JUÍZO DO V JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Processo nº:... VIRGÍNIA LOPES..., já qualificada nos autos da AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA CUMULADA COM AÇÃO COMPENSATÓRIA DE DANOS MORAIS que move em face da USURACARD S/A ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDTIO, já qualificada, vem, por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua.., nº..., bairro, cidade, estado, UF e endereço eletrônico, conforme procuração anexa, inconformada com a R. sentença de fls..., interpor, tempestivamente, RECURSO INOMINADO na forma das razões recursais anexas, pelo que requer seja o mesmo recebido no efeito devolutivo, nos termos do artigo 41 da Lei 9.099/95, e remetido para uma das Turmas Recursais do Rio de Janeiro. Informa, ainda, que o preparo será realizado no prazo previstono §1º do artigo 42 da citada lei. Nestes termos. Pede deferimento. Local, data. Advogado OAB/RJ DAS RAZÕES RECURSAIS AGRAVANTE: Virginia Lopes AGRAVADO: Usuracard SA Administradora de cartão de crédito PROCESSO Nº: ... JUIZO DE ORIGEM: 5ª Vara Cível Egrégio Tribunal, Colenda Câmara Cível, Não merece prosperar a sentença proferida pelo juiz a quo pelas razões a seguir expostas: 1)DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE Destaca-se que o presente recurso foi interposto tempestivamente no prazo correto, bem como foi realizado o preparo de acordo com os ditames da Lei nº 9099/95. 2)DA REFORMA DA DECISÃO Data venia, a r. sentença apresenta error in judicando devendo portanto ser reformada eis que está contrariando a jurisprudência pátria e o CDC, na parte em que julgou improcedente os danos morais. a) DOS FATOS A recorrente ajuizou perante o juízo a quo, em outubro de 2016, Ação de Obrigação de Fazer Cumulada Com Dano Moral e Pedido de Tutela Antecipada, em face da recorrida. Ocasião em que informou que era usuária titular do cartão de crédito nº 1234.9909.3322.1100, emitido e administrado pela recorrida. Esta, em virtude do atraso da recorrente no pagamento das faturas referentes aos meses de abril e maio de 2016, inseriu o nome daquela nos Serviços de Proteção ao Crédito. Ocorre que a recorrente quitou as parcelas que estavam em atraso vencidas e não pagas, em 25 de junho de 2016, conforme comprovante em anexo, para que pudesse assinar o contrato de financiamento habitacional, mas até a data da distribuição da demanda a recorrida não havia retirado o nome da recorrente do SPC, o quea levou a perder o contrato para aquisição de sua casa própria. Ao proferir sentença, o juízo a quo confirmou em definitivo a tutela antecipada deferida em sede de decisão interlocutória para retirar o nome da recorrente do SPC, mas julgou improcedente o pedido de dano moral requerido pela recorrente. Pelo exposto, não encontrou a recorrente outra alternativa a não ser interpor o presente recurso. b) DOS FUNDAMENTOS Inicialmente destaca-se que o juízo a quo agiu de forma equivocada ao julgar improcedente o pedido de indenização por danos morais. Isso porque, como no caso em questão trata-se de relação de consumo, regida pelo CDC, o artigo 6º do referido diploma legal preceitua que são direitos básicos do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos. Além disso, o artigo 14 do mencionado diploma legal, prevê que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Dessa forma, através dos documentos acostados aos autos, verifica-se que a recorrente teve sua honra abalada e prejuízos de enorme monta por culpa exclusiva da recorrida, uma vez que não conseguiu efetuar um financiamento habitacional para adquirir sua casa própria devido à desídia da empresa recorrida em retirar o nome da recorrente dos cadastros restritivos de crédito. Além disso, verifica-se a concreta violação à Constituição Federal de 1988, mais precisamente em seu artigo 5º, inciso X, que preceitua que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Assim, verificada a violação à honra da recorrente,lhe está assegurado o direito a indenização pelo dano moral sofrido. Nesse sentido é a jurisprudência: EMENTA CIVIL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR . DEMORA NA RETIRADA DA NEGATIVAÇÃO. PRAZO DE CINCO DIAS ÚTEIS PARA EXCLUSÃO DO APONTAMENTO. VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 1. O Código de Defesa do Consumidor não prevê, objetivamente, prazo para a retirada do apontamento após a quitação. Por analogia, a retificação destas informações deve respeitar o prazo previsto no art. 43, § 3º, daquele diploma legal, a saber, cinco dias úteis. 2. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (REsp. 1149998/RS), podem as partes, de comum acordo, estipular prazo diverso, desde que não se configure prorrogação abusiva. 3. Caso em que as partes não estipularam prazo. Extrapolado o lapso de cinco dias úteis para exclusão do apontamento, restou configurado o ilícito por parte da CEF. 4. Os reiterados atrasos no pagamento de parcelamento devem ser levados em conta na fixação do quantum indenizatório. 5. Recurso contra sentença a que se dá provimento, para condenar a CEF ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais). ( TRF-4 - RECURSO CIVEL- 50038130820144047211 SC 50038130820144047211, Relator: Antonio Fernando Schelken do Amaral e Silva, Data de julgamento: 24/05/2016, Terceira Turma Recursal de SC) c) DOS PRÉQUESTIONAMENTOS Requer aos nobres julgadores que se manifestem expressamente no acórdão quanto a violação dos artigos 1º, III e 5º, V, X, XXII e XXXII da Constituição Federal. 3) DOS PEDIDOS: Diante do exposto, requer aos nobres julgadores o conhecimento e o provimento do presente recurso para reformar a sentença para que seja examinado o pedido autoral, bem como a condenação do recorrido ao pagamento dos honorários sucumbenciais e recursais. Nestes termos. Pede deferimento. Local, data. Advogado OAB/UF
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