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83 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário Unidade III 7 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO Todo investimento é financiado basicamente por dois tipos de capital: o de terceiros e o próprio. Capital de terceiros são os empréstimos, financiamento, fornecedores, enfim, são as obrigações que se encontram no passivo exigível e que devem ser pagas, sobre as quais incidem juros. Já o capital próprio são recursos provenientes dos sócios, acionistas, a título de investimento, bem como os valores obtidos pela empresa ou sociedade que, por decisão deles, vão se incorporando ao capital social da sociedade. É o patrimônio líquido da empresa e é composto pelo capital social e as reservas e é o resultado da equação ativo – passivo = PL. Uma vez que os sócios e acionistas são os investidores, nada mais justo que sejam remunerados, e uma forma de remuneração desse capital investido é o pagamento de juros sobre o capital próprio, que é uma forma de planejamento tributário, pois, pelo pagamento dos juros sobre capital próprio, a empresa poderá ser beneficiada com a dedução de tais juros como “despesas financeiras”, o que não pode ser feito no caso de distribuição de dividendos. As empresas tributadas pelo lucro real podem utilizar uma ferramenta para diminuir a carga tributária, por meio da remuneração de seus titulares, sócios ou acionistas com os juros sobre o capital próprio, A base de cálculo dos juros é o patrimônio líquido da sociedade composta do capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros, lucros e/ou prejuízos acumulados e ações na tesouraria, conforme determina o art. 182 da Lei nº 6.404/76. 7.1 Cálculo dos juros O cálculo dos juros está limitado à variação da TJLP (Taxa de Juros a Longo Prazo), percentual anual publicado pelo Banco Central do Brasil, com validade trimestral. Por essa razão, necessita ser decomposto para mensal, possibilitando assim o cálculo dos juros mensalmente. O artigo 9º da Lei nº 9.249 de dezembro de 1995 estabelece que: Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP. Conforme o próprio artigo 9º, em seu parágrafo 1º, estabelece, o pagamento ou crédito desses juros deve ficar condicionado à existência de lucros na entidade, computados antes da dedução do valor dos 84 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 juros, ou juros acumulados em montante igual ou superior ao valor de duas aos juros a serem pagos ou creditados. 7.2 Incidência de impostos Sobre a parcela dos juros sobre o capital próprio pagos aos sócios ou acionistas, há incidência do Imposto de Renda à alíquota de 15%, que deverá ser retido na fonte na data do pagamento ou crédito ao beneficiário. 7.3 Dedutibilidade Para que os juros sobre o capital próprio sejam considerados como despesa dedutível na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, é necessário que sejam atendidas algumas condições, tais como: • que o pagamento ou crédito seja feito de forma individualizada; • que sejam contabilizados como despesa financeira; • que seja observado o regime de competência; • que o cálculo seja feito pra variação pro rata dia da TJLP sobre o patrimônio líquido, excluindo‑se as reservas de reavaliação de bens e direitos e do ativo permanente. Para que as empresas possam se beneficiar com a dedutibilidade dos juros sobre capital próprio para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, tem que se observar ainda o limite estabelecido por lei, utilizando o maior dos valores encontrados entre: • 50% do lucro líquido do período de apuração, após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução dos juros sobre o capital próprio e da provisão para o IRPJ (art. 29, Inc. I e parágrafo único da IN SRF nº 93/97). • 50% dos lucros acumulados e reservas de lucros de períodos de apuração anteriores (art. 29, Inc. II, da IN SRF nº 93/97; art. 30, §3º, alínea b, da IN SRF nº 11/96). 7.4 Cálculo dos juros sobre capital próprio Lembrete Como dissemos anteriormente, o cálculo dos juros é feito a partir do patrimônio líquido utilizando a TJLP, que é anual, e para isso temos que fazer a decomposição. 85 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário Tabela 14 – Tabela de decomposição Período Taxa anual Cálculo fator mensal Cálculo fator período Acumulado Jan a Mar 12% (1,12)1/12 = 1,0095 (1,0095)3 = 1,0287 1,0287 Abr a Jun 11,4% (1,114)1/12 =1,0090 (1,0090)3 = 1,0274 1,0569 Jul a Set 11% (1,11)1/12 = 1,0087 (1,0087)3 = 1,0264 1,0848 Out a Dez 11,8% (1,118) 1/12 =1,0093 (1,0093)3 = 1,0283 1,1155 Como resultado do percentual acumulado no ano, chegamos a 11,55%, percentual que será aplicado no valor do patrimônio líquido excluídas as reservas de reavaliação. Como exemplo, suponhamos que uma empresa obteve como lucro R$ 42.500.000,00 no exercício de 2010. Quadro 2 – Exemplo de cálculo de juros sobre capital próprio Dados da empresa em 31/12/2009 Capital (R$) 18.000.000,00 Reservas de capital (R$) 180.000,00 Reservas de reavaliação (R$) 485.200,00 Reservas de lucros (R$) 92.400.000,00 Lucros acumulados (R$) 845.000,00 = Patrimônio líquido (R$) 111.910.200,00 Base de cálculo dos juros 111.425.000,00 111.425.000,00 x 11,55% 12.869.587,50 Juros sobre capital R$ 12.869.587,50 Limites estabelecidos por lei Lucro do exercício antes da capitalização R$ 42.500.000,00(50%) = 21.250.000,00 Lucros acumulados e reservas de lucros 93245000 (50%) = R$ 46.622.500,00 Portanto, o resultado obtido com o cálculo dos juros sobre capital próprio a ser distribuído aos seus sócios ou acionistas é de R$ 12.869.587,50 e poderá ser utilizado como despesa dedutível por estar dentro dos limites estabelecidos por lei. 7.5 Lançamentos no Lalur Por se tratar de uma prática de remuneração aos acionistas ou sócios da empresas tributadas pelo lucro real, em que a escrituração do Livro Lalur é obrigatória, levando‑se em consideração o 86 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 regime de tributação que o contribuinte tenha adotado, os lançamentos no Lalur serão efetuados da seguinte forma: • Lucro real trimestral Na parte A, os ajustes ao lucro líquido do período serão efetuados dentro do trimestre, ou na data de seu encerramento deste, quando da determinação do lucro real. Na parte B, concomitantemente com os lançamentos de ajustes efetuados na parte A, ou no encerramento da apuração do período. • Lucro real anual A pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual, que recolhe o Imposto de Renda por estimativa, no momento em que optar pelo levantamento de balanços ou balancetes com o objetivo de suspensão ou redução do Imposto de Renda, quando da apuração do lucro real, as adições, exclusões e compensações deverão ser discriminadas na parte A do Lalur, não devendo, neste momento, ser feito nenhum registro na parte B. Quando do enceramento do exercício, com o levantamento do lucro real anual, todos os ajustes do lucro líquido do período deverão ser efetuados, tanto do lado A como os correspondentes ao lado B. 8 INCENTIVOS FISCAIS A legislação fiscal admite algumas deduções ou reduções do pagamentodo Imposto de Renda a título de incentivos fiscais. A sistemática de incentivos apresenta‑se de duas formas: redução ou isenção. Incentivos fiscais de dedução do imposto, cujo método consiste em reduzir o valor do imposto devido e calculado pela alíquota de 15% sobre o adicional de 10%; não é permitida nenhuma dedução ou redução. 8.1 Redução com base no lucro de exploração Lucro de exploração é aquele que serve de base para o cálculo de benefícios fiscais ou redução do Imposto de Renda em algumas atividades exercidas pelas empresas tributadas pelo lucro real. As atividades abrangidas pelo lucro de exploração são: a) Projetos de instalação, modernização, ampliação ou diversificação, bem como as que mantêm em operação empreendimentos industriais e agrícolas nas áreas de atuação da Sudene e Sudam, e que têm direito à isenção ou redução do valor do imposto, de acordo com o artigo 563 do RIR/99, assim como as que têm projetos aprovados para setores considerados prioritários para o desenvolvimento regional nos termos da MP nº 2.058. b) Aquelas que instalaram, ampliaram ou modernizaram, até 31 de dezembro de 1990, na área do Programa Grande Carajás, empreendimentos deles integrantes, beneficiadas com isenção do imposto por ato do Conselho Interministerial do Programa Grande Carajás, conforme artigos 562 e 563 do RIR/99. 87 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário c) Que explorem empreendimentos hoteleiros e/ou outros empreendimentos turísticos que gozem de isenção ou redução de 70%, 50% ou 33,33%, de acordo com os artigos 564 a 573 do RIR/99. Figura 9 d) Montadoras e fabricantes de veículos e autopeças, instaladas ou que venham a se instalar nas Regiões Norte, Nordeste e Centro‑Oeste, que gozarem de isenção ou redução de 75% do imposto, de acordo com os artigos 574 a 580 do RIR/99. Figura 10 e) Isenção para a realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de formação específica, quando a instituição privada de ensino superior, com fins lucrativos ou não, não beneficente, aderir ao Programa Universidade para Todos (Prouni), nos termos do artigo 5º da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, no período de vigência do termo de adesão. f) Que tenham empreendimentos industriais ou agroindustriais, inclusive de construção civil, em operação nas áreas de atuação da Sudene e Sudam, que optarem por depositar parte do imposto devido para reinvestimento, conforme artigo 612 do RIR/99. 88 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 g) Isenção de produtos eletrônicos semicondutores, classificados nas posições 85.41 e 85.42 da Nomenclatura Comum do Mercosul – Lei nº 11.484, de 31 de maio de 2007, artigo 2º, I) mostradores de informações, displays relacionados em ato do Poder Executivo, com tecnologia baseada em componentes de cristal líquido (LCD), fotoluminescentes, painel mostrador de plasma (PDP), eletroluminescentes diodos emissores de luz (LED), diodos emissores de luz orgânicos (OLED) ou displays eletroluminescentes a filme fino (TFEL) e similares com microestruturas de emissão de campo elétrico destinados à utilização como insumo em equipamentos eletrônicos ( Lei nº 11.484, artigo 2º, II e parágrafo 2º, I); e de projeto (design) de tais eletrônicos semicondutores e/ ou mostradores de informações (displays) citados nos itens A e B da Lei nº 11.484/07, artigo 4º, parágrafo 1º. 8.2 Redução por reinvestimento Refere‑se aos empreendimentos industriais e agroindustriais, inclusive de construção civil, em operações nas áreas da Sudene e Sudam. O cálculo da redução refere‑se à opção da empresa em depositar no Banco da Amazônia S/A (Basa) ou no Banco do Nordeste do Brasil (Baneb) 20% do imposto devido sobre o lucro de exploração, acrescido de 50% de recursos próprios. Exemplo (NEVES et al., 2007): Lucro real ..........................................800.000,00 Lucro de exploração .....................600.000,00 Cálculo do incentivo do depósito para reinvestimento: a) Imposto calculando a alíquota de 15% sobre o lucro de exploração de R$ 600.000,00 = R$ 90.000,00. b) Redução de 25% sobre o imposto calculado com base no lucro de exploração 25% x R$ 90.000,00 = R$ 22.500,00. c) Base de cálculo do incentivo = imposto devido com base no lucro de exploração R$ 90.000,00 – R$ 22.500 = R$ 67.500,00. d) Cálculo do incentivo = 30% x c = 30% x 67.500 = R$ 20.250,00 (valor do depósito com 50% de recursos próprios = R$ 30.375,00). A conclusão é que, se não houvesse o lucro de exploração e incentivo, o depósito do imposto devido seria de R$ 120.000,00. Com os incentivos do lucro de exploração e depósito, o valor líquido do Imposto de Renda é de R$ 77.250,00. 89 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário Lucro real de R$ 800.000 x 15% (sem considerar o adicional de 10%) = 120.000,00 Lucro de exploração R$ 600.000 x 15% = 90.000 x 25% (22.500,00) Base de cálculo do incentivo de depósito = (90.000‑ 22.500) = 67.500 x 30% (20.250,00) Valor líquido do imposto = 77.250,00 8.3 Incentivos fiscais de dedução do imposto Existem ainda outros incentivos fiscais que são deduções diretas do cálculo do imposto devido, cujos percentuais estabelecidos estão entre 1% e 4%. Veja os exemplos a seguir: a) Programa de Alimentação do Trabalhador. b) Desenvolvimento tecnológico industrial ou agropecuário. c) Operações de caráter cultural e artístico. d) Atividade audiovisual, até o ano de 2010, salvo se houver prorrogação do incentivo. e) Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. 8.3.1 PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador De acordo com o site do Ministério do Trabalho, O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi criado pela Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976, que faculta às pessoas jurídicas a dedução das despesas com a alimentação dos próprios trabalhadores em até 4% do Imposto de Renda devido e está regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, e pela Portaria nº 3, de 1 de março de 2002. O PAT é um programa de complementação alimentar no qual o governo, empresa e trabalhadores partilham responsabilidades e tem como princípio norteador o atendimento ao trabalhador de baixa renda, melhorando suas condições nutricionais e gerando, consequentemente, saúde, bem‑estar e maior produtividade. O objetivo é a melhora da situação nutricional dos trabalhadores visando a promoção de sua saúde e prevenção das doenças relacionadas ao trabalho10. 10 Disponível em: <http://www.mte.gov.br/Empregador/PAT/Conteudo/Cartilha_do_PAT_responde.pdf>. Acesso em: 13 fev. 2012. 90 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 8.3.1.1 Limite do custo de refeição O custo unitário das refeições fica limitado ao valor de 3 Ufir, fixado pela Portaria MF/MTb nº 326/77, sendo que a base de cálculo do incentivo fiscal por refeição fornecida limita‑se a 80%, ou seja, 2,40 Ufir do custo máximo admitido, considerando os 20% de participação do trabalhador. A partir de 01/01/96, os valores da legislação tributária expressos em quantidade de Ufir foram convertidos em reais pelo valor da Ufir de R$ 0,8287 (art. 30 da Lei nº 9.249/95). Assim sendo, a partir dessa data, o limite a observar é o seguinte: Custo máximo por refeição R$ 2,49 (‑) Participação do trabalhador R$ 0,50 (=) Valor máximo para cálculo do incentivo R$ 1,99 8.3.1.2 Forma de aproveitamento do incentivo As despesas de custeio realizadas na execução do PAT, alémde serem dedutíveis como custo ou despesa operacional, poderão ser consideradas em igual montante para cálculo de uma parcela a ser deduzida diretamente do Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica tributada com base no lucro real trimestral ou anual. Quando a pessoa jurídica custear, em comum com outra pessoa jurídica, as despesas com o PAT, ambas poderão beneficiar‑se da dedução, pelo critério de rateio do custo total da alimentação. 8.3.1.3 Apuração do valor do benefício fiscal O montante do benefício fiscal a ser deduzido do Imposto de Renda devido no trimestre ou no mês (no caso do cálculo do imposto por estimativa) será aquele que corresponder ao menor valor entre os três cálculos seguintes: a) 15% sobre o resultado da multiplicação do número de refeições fornecidas em cada trimestre, pelo valor equivalente a R$ 1,99; b) 15% sobre o valor total das despesas de custeio efetuadas no período de apuração, observado o limite específico. 8.3.1.4 Limites a observar – limite específico A dedução do incentivo diretamente do Imposto de Renda apurado está limitada a 4% do imposto em cada período, sem a inclusão do adicional, quando devido (art. 6º da Lei nº 9.532/97). 91 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário Observação Este limite refere‑se somente à parcela do incentivo que se deduz diretamente do imposto devido, pois, se a empresa for tributada pelo lucro real, os gastos efetivamente realizados com o PAT podem ser deduzidos integralmente como custo e/ou despesas operacionais, no período de competência, independentemente de limitação. 8.3.1.5 Limite de dedução cumulativa com outros incentivos Respeitando o limite específico mencionado anteriormente, a dedução do incentivo do PAT juntamente com o Programa de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (PDTI) fica sujeita à observância de limite global de 4% de redução do imposto, ou seja, a soma dessas deduções não poderá reduzir o imposto devido em mais de 4% (inciso I, do art. 6º da Lei nº 9.532/97). 8.3.1.6 Aproveitamento do excedente ao limite admitido em cada período A parcela do incentivo que exceder o limite de dedução em cada período trimestral ou anual (no caso de cálculo do imposto por estimativa) poderá ser aproveitada até o término do segundo ano‑calendário subsequente. A parcela excedente a ser deduzida nos dois anos‑calendários subsequentes deve ser controlada na Parte “B” do Lalur. 8.3.1.7 Empresas que pagaram o imposto mensal por estimativa – dedução do incentivo As pessoas jurídicas, sujeitas à tributação com base no lucro real, que optarem pelo pagamento do imposto mensal por estimativa: a) poderão deduzir o incentivo do imposto mensal estimado, calculado com base nas despesas comprovadamente realizadas no mês, respeitados os limites; b) poderão deduzir do imposto apurado com base em balanço/balancete levantado para suspensão ou redução do pagamento mensal o valor do incentivo calculado com base nas despesas realizadas no período a que se referir o balanço/balancete, respeitados os limites; c) na Declaração de Rendimentos, deduzirão do imposto devido com base no lucro real anual o incentivo calculado com base nas despesas efetivamente realizadas durante o ano, respeitados os limites constantes. 92 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 8.3.1.8 Exemplo de cálculo do incentivo Considerando‑se os seguintes dados: a) valor dos dispêndios realizados no período na execução do PAT líquido da participação cobrada dos trabalhadores: R$ 5.200,00; b) IRPJ devido (sem adicional): R$ 25.000,00; c) o custo unitário das refeições enquadra‑se no limite constante no item 12; d) a empresa tenha direito a deduzir, no mesmo período, o incentivo ao PDTI. Nesse caso, temos: I – cálculo do incentivo: valor despendido na execução do PAT = R$ 5.200,00 valor do incentivo: 15% de R$ 5.200,00 = R$ 780,00 II – limite específico de dedução: 4% do imposto devido: R$ 25.000,00 = R$ 1.000,00 III – limite de dedução cumulativo com o incentivo ao PDTI: 4% do imposto devido R$ 25.000,00 = R$ 1.000,00 IV – admitindo‑se que a empresa optou pela dedução de 3% do IRPJ a título de incentivo ao PAT e 1% ao PDTI, temos: IRPJ devido = R$ 25.000,00 (‑) PAT: 3% de R$ 25.000,00 = R$ 750,00 (‑) PDTI: 1% de R$ 25.000,00 = R$ 250,00 (=) Imposto de Renda a pagar = R$ 24.000,00 V – excedente do incentivo ao PAT, passível de aproveitamento até o segundo ano‑calendário subsequente: Valor do incentivo calculado com base nas despesas de custeio = R$ 780,00 (‑) dedução de 3% IRPJ = R$ 750,00 (=) excedente aproveitável = R$ 30,00 8.3.1.9 Modalidades de execução do PAT Para a participação do PAT, a pessoa jurídica poderá manter serviço próprio de refeições ou distribuir alimentos, preparados ou não preparados como as cestas básicas, bem como firmar convênios com 93 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário entidades fornecedoras ou prestadoras de serviço de alimentação coletiva tais, porém essas entidades tem que estar registradas no PAT e se obrigarem a cumprir o disposto na legislação e na Portaria MTb nº 87/97, sendo que essa condição deverá constar expressamente do texto do convênio entre as partes interessadas (art. 8º da Port. MTb nº 87/97). Quando a pessoa jurídica beneficiária fornecer a seus trabalhadores documentos (tíquetes, cupons, cartões eletrônicos ou magnéticos ou outros oriundos de tecnologia adequada) que permitam a aquisição de refeições ou de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais, o valor do documento deverá ser suficiente para atender às exigências nutricionais do PAT (art. 9º da Port. MTb nº 87/97). As pessoas jurídicas que não mantêm serviço próprio de refeições podem firmar convênio com entidades fornecedoras de alimentação coletiva. A pessoa jurídica beneficiária do incentivo deve destacar contabilmente, com subtítulos, por natureza de gastos, as despesas constantes do PAT. 8.3.1.10 Não produção de efeitos trabalhistas, previdenciários e tributários Nos Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT), aprovados pelo Ministério do Trabalho, a parcela paga in natura pela empresa: a) não tem natureza salarial; b) não se incorpora à remuneração paga para quaisquer efeitos; c) não constitui base de incidência da contribuição previdenciária ou do FGTS; d) não se configura como rendimento tributável do trabalhador. 8.3.2 Alguns exemplos de doações conforme a legislação vigente a) Doações efetuadas às entidades sem fins lucrativos, constituídas no país, que prestam serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora ou da comunidade onde atuem. Legislação Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999 – art. 365, II; Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 – art. 13, § 2º, III; Instrução Normativa SRF nº 11, de 21 de fevereiro de 1996 – art. 28. Benefício Poderão ser deduzidas as doações até 2% do lucro operacional (antes de ser computada a sua dedução). 94 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Exigências legais • Para receber a doação, objeto do benefício, a entidade deverá ser reconhecida como sendo de utilidade pública federal. • As doações, quando em dinheiro, deverão ser feitas por meio de crédito em conta‑corrente em nome da entidade. • A pessoa jurídica doadora deverá manter em arquivo declaração da entidade que recebeu o benefício, na qual se compromete a aplicar a totalidade dosrecursos recebidos na realização de seus objetivos sociais e a não distribuir lucros e bonificações a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma hipótese. • A pessoa jurídica doadora deverá ser tributada pelo lucro real. b) Doações a entidades sem fins lucrativos que possuam a qualificação de OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Legislação Medida Provisória n. 2113‑35, de 24 de agosto de 2001 – arts. 59 e 60; Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 – art. 13, § 2º, III; Lei da OSCIP – Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Benefício Poderão ser deduzidas as doações até 2% do lucro operacional (antes de ser computada a sua dedução). Exigências legais • A entidade deve possuir a qualificação de OSCIP e manter a qualificação. • As doações, quando em dinheiro, deverão ser feitas por meio de crédito em conta‑corrente em nome da entidade. • A pessoa jurídica doadora deverá manter em arquivo declaração da entidade que recebeu o benefício, na qual se compromete a aplicar a totalidade dos recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais e a não distribuir lucros e bonificações a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma hipótese. • A pessoa jurídica doadora deverá ser tributada pelo lucro real. 95 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário c) Doações às instituições de ensino e pesquisa. Legislação Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999 – art. 365, I; Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 – art. 13, § 2º, III; Instrução Normativa SRF nº 11, de 21 de fevereiro de 1996 – art. 28. Benefício Poderão ser deduzidas as doações até 1,5% do lucro operacional (antes de ser computada a sua dedução). Exigências legais • Para receber a doação, objeto do benefício, a entidade deve ter sido autorizada por Lei Federal. • A entidade deve ter finalidade não lucrativa e aplicar seus excedentes financeiros em educação. • No caso de encerramento de suas atividades, a entidade deve destinar seu patrimônio a outra escola comunitária filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público. • A pessoa jurídica doadora deverá ser tributada pelo lucro real. d) Pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado com ou sem fins lucrativos atuantes na área cultural. Legislação Lei Rouanet – Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Benefício Poderão ser deduzidas as doações de pessoa jurídica: doação (40%); patrocínio (30%). Pessoa física: doação (80%); patrocínio (60%). Exigências legais • Os projetos devem propiciar a preservação e a proteção do patrimônio cultural brasileiro. • A dedução não pode exceder 6% do imposto devido pela pessoa física e 4% do imposto devido pela pessoa jurídica. 96 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 • A pessoa física tem que fazer a declaração do Imposto de Renda completa. • A pessoa jurídica deve ser tributada com base no lucro real. • A pessoa jurídica pode deduzir o valor da doação ou do patrocínio como despesa operacional. • O projeto cultural deve ser cadastrado e ter a aprovação do Ministério da Cultura. e) Pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito privado com ou sem fins lucrativos que atuam na área cultural. Legislação Lei nº 9.874, de 23 de novembro de 1999; Medida Provisória n. 2.228, de 6 de setembro de 2001. Benefício 100% do investimento, seja doação ou patrocínio. Exigências legais • Os projetos devem abranger: artes cênicas; livros de valor artístico, literário ou humanístico; música erudita ou instrumental; exposições de artes visuais; doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos; produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual; e preservação do patrimônio cultural material e imaterial (BRASIL, 1991). • A dedução não pode exceder 6% do imposto devido pela pessoa física e 4% do imposto devido pela pessoa jurídica. • A pessoa física deve fazer declaração do IR completa. • A pessoa jurídica deve ser tributada com base no lucro real. • A pessoa jurídica não pode deduzir o valor da doação ou do patrocínio como despesa operacional. • O projeto cultural deve ser cadastrado e aprovado pelo Ministério da Cultura. f) Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. 97 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário Legislação Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, com alterações da Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991; Decreto nº 794, de 5 de abril de 1993. Benefício 100% do investimento. Exigências legais • A pessoa jurídica deve ser tributada com base no lucro real. • Não é permitido o abatimento da doação como despesa operacional. • A dedução não pode exceder 6% do imposto devido pela pessoa física e 1% do imposto devido pela pessoa jurídica. Saiba mais Para saber mais sobre os Oscips, a Associação Brasileira das Sociedades Civis de Interesse Público, disponibiliza em seu site a legislação que regulamenta estas sociedades. Disponível em: <http://www.abrascip.org.br/doctos.asp>. Acesso em: 19 mar. 2012. Resumo Capital próprio são recursos provenientes dos sócios, acionistas a título de investimento, bem como os valores obtidos pela empresa ou sociedade, que por decisão deles vão se incorporando ao capital social da sociedade. É o patrimônio líquido da empresa e é composto pelo capital social e reservas e é o resultado da equação ativo – passivo = PL. As empresas tributadas pelo lucro real podem deduzir os juros pagos sobre o capital como despesas financeiras, porém o cálculo dos juros está limitado à variação da TJLP, percentual anual publicado pelo Banco Central do Brasil, com validade trimestral. Por essa razão, necessita ser decomposto para mensal, possibilitando assim o cálculo dos juros mensalmente e só poderão ser pagos se houver lucros na entidade, 98 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 computados antes da dedução do valor dos juros, ou juros acumulados em montante igual ou superior ao valor de duas aos juros a serem pagos ou creditados. Para que as empresas possam se beneficiar com a dedutibilidade dos juros sobre capital próprio para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, tem que se observar ainda o limite estabelecido por lei, utilizando o maior dos valores encontrados entre 50% do lucro líquido do período de apuração, após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução dos juros sobre o capital próprio e da provisão para o IRPJ; 50% dos lucros acumulados e reservas de lucros de períodos de apuração anteriores. Sobre a parcela dos juros sobre o capital próprio pagos aos sócios ou acionistas, há incidência do imposto à alíquota de 15%, que deverá ser retido no momento do pagamento ou crédito ao beneficiário. A legislação fiscal admite algumas deduções ou reduções do pagamento do Imposto de Renda a título de incentivos fiscais. A sistemática de incentivos apresenta‑se de duas formas: redução ou isenção. Aos incentivos fiscais de dedução do imposto, cujo método consiste em reduzir o valordo imposto devido e calculado pela alíquota de 15% sobre o adicional de 10%, não é permitida nenhuma dedução ou redução. O PAT é um programa de complementação alimentar no qual o governo, empresa e trabalhadores partilham responsabilidades e tem como princípio norteador o atendimento ao trabalhador de baixa renda, melhorando suas condições nutricionais e gerando, consequentemente, saúde, bem‑estar e maior produtividade. O montante do benefício fiscal a ser deduzido do Imposto de Renda devido no trimestre ou no mês (no caso do cálculo do imposto por estimativa) será aquele que corresponder ao menor valor entre os três cálculos seguintes: a) 15% sobre o resultado da multiplicação do número de refeições fornecidas em cada trimestre, pelo valor equivalente a R$ 1,99; b) 15% sobre o valor total das despesas de custeio efetuadas no período de apuração, observado o limite específico. A dedução do incentivo, diretamente do Imposto de Renda apurado, está limitada a 4% do imposto em cada período, sem a inclusão do adicional, quando devido (art. 6º da Lei nº 9.532/97). A parcela do incentivo que exceder o limite de dedução em cada período trimestral ou anual (no caso de cálculo do imposto por estimativa) poderá ser aproveitada até o 99 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário término do segundo ano‑calendário subsequente. As pessoas jurídicas, sujeitas à tributação com base no lucro real, que optarem pelo pagamento do imposto mensal por estimativa poderão deduzir o incentivo do imposto mensal estimado, calculado com base nas despesas comprovadamente realizadas no mês, respeitados os limites. Exercícios Questão 1. (EXAME DE SUFICIÊNCIA CRC, 2012, adaptada) Leia o texto a seguir: Quais podem ser os reflexos da contabilização de juros sobre o capital próprio na riqueza do acionista? A função fundamental do administrador financeiro de uma empresa é a maximização da riqueza do acionista. Com a evolução da função financeira, desde a década de 1950, foram desenvolvidos vários trabalhos e modelos, visando ao atendimento deste objetivo. No Brasil, a partir da aprovação da Lei nº 9.249/95, tornou‑se possível a contabilização de juros sobre o capital próprio (JSCP) aos acionistas e sua dedução como despesa financeira para fins fiscais. Como a forma de tributação incidente sobre esta opção de remuneração difere de pessoas físicas para pessoas jurídicas, esse trabalho tem por objetivo identificar quais podem ser os reflexos da contabilização de JSCP na riqueza do acionista, demonstrando como se pode utilizar o JSCP para aumento da riqueza dos acionistas. Para tanto, realizou‑se um estudo descritivo, analisando‑se documentos indiretos da empresa selecionada. Tal empresa faz parte do setor de Telecomunicações, setor que contabilizou o maior montante de JSCP no ano de 2006. Como considerações finais tem‑se que o JSCP pode ser utilizado para a maximização da riqueza do acionista em virtude da economia de impostos. No entanto, com algumas particularidades, esta vantagem pode deixar de existir em razão do tipo de acionista recebedor, se pessoa física ou jurídica. Adaptado de: MALAQUIAS, R. F. et al. Conselho Federal De Contabilidade. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, n. 188, p. 59, mar.‑abr. 2011. Disponível em: <http://cfc.org.br/uparq/resumo_188.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. De acordo com o texto, é correto afirmar que: A) A contabilidade de juros sobre o capital próprio aos acionistas e sua dedução como despesa financeira para fins têm fundamento legal datado de 1995. B) A riqueza dos acionistas interfere na economia de impostos por parte da empresa. C) A empresa em questão adotou contabilização de receitas com juros sobre o capital próprio. D) O objetivo da pesquisa é correlacionar os efeitos da riqueza do acionista na contabilização de juros sobre o capital próprio. E) Independente do tipo de acionista recebedor dos juros sobre o capital próprio, se pessoa física ou jurídica, sua contabilização produz vantagem econômica. Resposta correta: alternativa A. 100 Unidade III Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: a Lei nº 9.249, de dezembro de 1995, regulamenta a dedução dos juros sobre o capital próprio como despesa, e em seu art. 9º determina que “a pessoa jurídica poderá reduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP”. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a riqueza dos acionistas não interfere na economia de impostos por parte da empresa; apenas faz parte do Patrimônio Líquido. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a empresa em questão contabilizou as despesas com os juros sobre o capital próprio como dedução para efeitos fiscais. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o texto informa que o objetivo da pesquisa é identificar quais podem ser os reflexos da contabilização de JSCP na riqueza do acionista quando a empresa utiliza um artifício de elisão fiscal, previsto em lei. E) Alternativa incorreta. Justificativa: os juros sobre o capital próprio podem ser utilizados para a maximização da riqueza do acionista em virtude da economia de impostos, dependendo do tipo de acionista recebedor, se pessoa física ou jurídica, pois ambas atendem regimes tributários diferenciados. Questão 2. A legislação fiscal admite algumas deduções ou reduções do pagamento do Imposto de Renda a título de incentivos fiscais. Dentre os incentivos fiscais de dedução do imposto está o Programa de Alimentação do Trabalhador, cujo objetivo é melhorar a situação nutricional dos trabalhadores visando à promoção de sua saúde e à prevenção de doenças relacionadas ao trabalho. Acerca do assunto, indique a alternativa incorreta: A) Pessoas jurídicas inscritas no programa podem deduzir o incentivo diretamente no Imposto de Renda apurado pelo lucro real, até o limite de 4% do imposto em cada período, excluído o adicional. B) A execução das ações no Programa de Alimentação do Trabalhador pode ser considerada como despesas pelas pessoas jurídicas. 101 Re vi sã o: M ic he l- D ia gr am aç ão : M ár ci o - 15 /0 2/ 20 12 Planejamento Contábil tributário C) Para a participação no Programa de Alimentação do Trabalhador a pessoa jurídica deverá manter um serviço próprio para o preparo das refeições que serão oferecidas aos seus trabalhadores. D) Toda a despesa que a pessoa jurídica despende com seus trabalhadores não produz natureza salarial e, assim, não produz efeitos previdenciários. E) A contabilização dos gastos com o Programa de Alimentação do Trabalhador seguirá os critérios das despesas. Resolução desta questão na plataforma. 102 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 645101. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/645101>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 2 200793. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/200793>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 3 644926. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/644926>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 4 616059. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/616059>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 5 MOEDAS_DE_DINHEIRO.HTM. Disponível em: <www.cepolina.com/po/moedas_de_dinheiro.htm>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 6 74069. Disponível em: <www.morguefile.com/archive/display/74069>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 7 CAIS_DE_NAVIOS_DE_CARGA.HTM.Disponível em: <www.cepolina.com/po/cais_de_navios_de_carga. htm>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 8 8447. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/8447>. Acesso em: 19 mar. 2012. Figura 9 695966. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/695966>. Acesso em: 19 mar. 2012. 103 REFERÊNCIAS Textuais BOGO, L. A. Elisão tributária: licitude e abuso do direito. Curitiba: Juruá, 2006. BORGES, H. B. Planejamento tributário. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ___. Planejamento tributário – IPI, ICMS, ISS e IR. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas ‑ IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ‑ CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ‑ Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição – RTT e dá outras providências. Brasília, 2014. 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Diário Oficial da União. Brasília, 1 ago. 2007c. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/ legislacao/ins/2007/in7612007.htm>. Acesso em: 14 fev. 2012. ___. Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 105 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 22 dez. 2008. Seção 1, p. 1. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2008/leicp128. htm>.Acesso em: 14 fev. 2012. FABRETTI, C. C. Contabilidade tributária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009. HIGUCHI, H.; HIGUCHI, F. H.; HIGUCHI, C. H. Imposto de renda das empresas. 30. ed. São Paulo: IR Publicações Ltda., 2005. MARTELLO, A. Carga tributária brasileira supera dos EUA, Japão, México e Suíça. G1, 7 jul. 2009. 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Prova para provimento de cargos de juiz, realizada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará em maio de 2009. Questão 77. Disponível em: <http://www.questoesdeconcursos.com.br/prova/arquivo_prova/1008/fgv‑2009‑tj‑pa‑juiz‑de‑direito‑ prova.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013. Unidade I – Questão 2: FUNDAÇÃO CESGRANRIO (CESGRANRIO). Prova para provimento de cargos de contador júnior, realizada pela Petróleo Brasileiro S.A. em fevereiro de 2011. Questão 51. Disponível em: <http://www.questoesdeconcursos.com.br/prova/arquivo_prova/23728/cesgranrio‑2011‑petrobras‑ contador‑junior‑prova.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013. Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2009: Ciências Contábeis. Questão 35. Disponível em: <http://public.inep.gov.br/enade2009/CIENCIAS_CONTABEIS.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013. Unidade II – Questão 2: ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA (ESAF). Prova para provimento de cargos de auditor fiscal, realizada pela Receita Federal do Brasil em novembro de 2009. Questão 40. Disponível em: <http://www.questoesdeconcursos.com.br/prova/arquivo_prova/980/esaf‑2009‑ receita‑federal‑auditor‑fiscal‑da‑receita‑federal‑prova‑2‑prova.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013. Unidade III – Questão 1: CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE (CRC). Exame de suficiência para Bacharel em Ciências Contábeis, realizado pelo Conselho Regional de Contabilidade em setembro de 2012. Questão 49. Disponível em: <http://www2.cfc.org.br/uparq/2012_2_prova‑baicharel.pdf>. Acesso em: 18 mai. 2013. 108 109 110 111 112 113 114 115 116 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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