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Contabilidade Intermediária Unidade III

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Contabilidade intermediária
Unidade III
5 Passivo
São classificadas no passivo as obrigações da empresa para com terceiros em geral (fornecedores, 
bancos, governos, funcionários). O passivo compreende as origens de recursos, representadas por 
obrigações. As contas que compõem o passivo deverão ser apresentadas no balanço patrimonial, em 
ordem crescente dos vencimentos estabelecidos ou esperados, ou seja, as contas deverão ser apresentadas 
em ordem decrescente de exigibilidades, conforme se demonstra na figura a seguir.
Figura 7 – Ordem decrescente de exigibilidades
O passivo se subdivide em circulante e não circulante.
5.1 Circulante
Objetivando a sua classificação contábil dos elementos patrimoniais nos respectivos grupos de 
contas do passivo, foi estabelecido o conceito de curto prazo. Incluem-se no curto prazo todas as 
obrigações para com terceiros em geral (passivos) exigíveis, com vencimentos, até o término do exercício 
social seguinte.
 observação
Uma simples compra de café para ser distribuído aos funcionários 
da empresa, com prazo de pagamento já é um ótimo exemplo de uma 
obrigação classificável no passivo circulante.
Na empresa em que o ciclo operacional tiver duração superior ao exercício social, a classificação no 
passivo circulante terá por base o prazo desse ciclo.
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Podemos subdividir o passivo circulante em sete grandes grupos, com suas respectivas contas componentes:
 Lembrete
É no passivo circulante onde estão as operações de rotina da empresa. A 
partir da análise do ativo circulante é possível saber quais são as principais 
práticas da empresa no mercado.
a – Obrigações com fornecedores: duplicatas a pagar; fornecedores.
b – Obrigações financeiras: promissórias a pagar; empréstimos bancários.
c– Obrigações trabalhistas: salários a pagar, encargos sociais a pagar; encargos sociais a recolher.
d – Obrigações fiscais: ICMS a recolher; IPI a recolher; ISS a recolher; imposto de renda a recolher; 
imposto de renda a pagar; ICMS a pagar; IPI a pagar; ISS a pagar etc.
e – Obrigações com sócios e participantes do lucro: dividendo a pagar; participações de 
empregados a pagar; participações de debenturistas a pagar; participações de partes 
beneficiárias a pagar.
f – Provisões: provisão para 13° salário; provisão para férias; provisão para imposto de renda; provisão 
para contingências; provisão para contribuição social sobre o lucro.
g – Outras obrigações: adiantamento de clientes; aluguéis a pagar; multas a pagar; contas a pagar.
Observações
1. As provisões, quer sejam contas de ativo ou do passivo, representam estimativas que envolvem 
incertezas de grau variáveis. Assim sendo, por exemplo, as provisões do passivo, representam obrigações 
de valores incertos, ou seja, quando se calcula o imposto de renda sobre o lucro, dada a complexidade do 
seu fato gerador, não há certeza sobre a exatidão do seu valor. Por este motivo, usa-se a conta provisão 
para imposto de renda, e não a conta imposto de renda a pagar, que só deverá ser usada quando a 
empresa tiver certeza do valor a ser pago.
 observação
Antes das leis 11.638/07 e 11.941/09, provisões eram formadas 
para o passivo e também para o ativo. Após essas leis, entende-se que 
“provisões” são formadas apenas para o passivo. É o caso, por exemplo, 
das Estimativas para Créditos de Liquidação Duvidosa, que antes eram 
denominadas de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) 
e antes, ainda, de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). É bem 
possível que você ouça contadores comentando que irão constituir 
“provisões” no ativo em alusão ao que se fazia no passado. Mas o 
correto agora é dizer que irão constituir “estimativas”.
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A conta Imposto Retido na Fonte a Pagar representa o Imposto de Renda descontado do 
salário bruto dos funcionários, o qual, deverá ser recolhido (pago) pela empresa à Receita 
Federal.
5.2 Passivo não circulante
Objetivando a sua classificação contábil dos elementos patrimoniais nos respectivos grupos de 
contas do passivo, foi estabelecido o conceito de longo prazo.
Incluem-se no longo prazo todas as obrigações para com terceiros em geral (passivos), exigíveis, 
com vencimento após o término do exercício social seguinte, ou em prazo superior ao ciclo operacional 
da empresa.
Destacamos neste grupo dentre outras contas os financiamentos obtidos junto a instituições 
financeiras, emissão de debêntures, imposto de renda retido, provisão para previdência complementar e 
outras obrigações a longo prazo.
No passivo não circulante, classificam-se como resultados de exercícios futuros as contas 
representativas de receitas futuras, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. Teremos 
então como contas deste grupo por exemplo:
Receitas recebidas antecipadamente
( - ) Encargos a vencer sobre receitas antecipadas.
O grupo resultados de exercícios futuros é muito restrito, dele devendo constar apenas valores 
recebidos e que não serão, em hipóteses alguma, devolvidos pela empresa, nem representam obrigações 
quaisquer de sua parte de entregar bens ou prestar serviços.
Além disso, esses recebimentos devem referir-se a operações que afetarão o patrimônio nos 
exercícios seguintes após transitarem pelo resultado.
 observação
Antes das Leis 11.638/07 e 11.941/09, o Resultado de Exercícios Futuros 
era evidenciado em um grupo específico no passivo e entendeu-se que isso 
seria desnecessário em prol da simplificação.
Assim, por exemplo, se a Cia “A” alugar um imóvel para Cia “B”, e esta pagar antecipadamente o 
aluguel de 1 ano no valor de $ 12.000, teremos, para a Cia “A”, uma receita antecipada de aluguéis (que 
é semelhante a uma obrigação de deixar a Cia “B” utilizar o imóvel alugado), daí a classificação da conta 
aluguéis a vencer no grupo resultados de exercícios futuros.
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Caso o aluguel seja intermediado por uma administradora que cobre por exemplo 10% de comissão, 
teremos no balanço da Cia “A”:
• aluguéis a vencer 12.000
• custo de aluguéis a vencer (1.200) 10.800
Observa-se que, no contrato de ligação do imóvel entre a Cia “A” e Cia “B”, deve constar expressamente 
que não haverá reembolso, devolução, mesmo que a Cia “B” devolva o imóvel antes do prazo contratual.
Exemplo de aplicação
Um exemplo muito interessante de resultados de exercícios futuros para o nosso estudo são as 
operações que envolvem Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da empresa Embraer. Segundo Embraer 
(2011), nas Demonstrações Financeiras ITR (Informações Trimestrais) de 30/06/11: 
Como parte desse acordo de fornecimento, essas contribuições estão 
atreladas ao cumprimento pela Companhia de algumas etapas e eventos 
importantes do desenvolvimento, incluindo certificação da aeronave, 
primeira entrega e número mínimo de aeronaves entregues. A companhia 
registra essas contribuições quando recebidas como passivo não circulante, 
as quais não serão exigidas caso os objetivos contratuais sejam alcançados. 
À medida que essas etapas e eventos sejam alcançados e, portanto, não 
mais passíveis de devolução, esses valores são abatidos dos gastos de 
desenvolvimento das aeronaves registrados no intangível, no ativo não 
circulante.
 saiba mais
Para um melhor entendimento do exigível a longo prazo, pesquise 
balanços patrimoniais de empresas que costumam realizar grandese 
demonstrados investimentos, como é o caso das empresas geradoras e 
distribuidoras de energia elétrica como a Eletropaulo, CEMIG, Furnas, Itaipu 
e outras.
6 Patrimônio Líquido
Compreende o patrimônio líquido, os recursos próprios de entidade, da empresa, ou seja, a diferença 
maior do valor do ativo, sobre o valor do passivo.
O patrimônio líquido será dividido em:
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• capital social;
• reservas de capital;
• ajustes de avaliação patrimonial;
• reservas de lucros;
• ações em tesouraria;
• prejuízos acumulados.
A seguir, demonstra-se graficamente o local onde o Patrimônio Líquido é disposto no Balanço 
Patrimonial: 
Passivo
Patrimônio 
líquido
Figura 8 – Lado direito do balanço patrimonial = Passivo + Patrimônio Líquido
6.1 Capital social
6.1.1 Capital
É o investimento feito pelos proprietários (acionistas/cotistas) na empresa. Compreende a parte do 
patrimônio líquido formada pelas ações subscritas na constituição ou no aumento do capital de uma 
empresa.
6.1.2 Capital a realizar
Também denominado capital a integralizar, corresponde ao capital social subscrito pelos proprietários 
e ainda não realizado, ainda não integralizado.
É a dívida dos proprietários perante a própria empresa.
 
É uma conta redutora do capital social, ou seja, representada por saldo devedor.
6.1.3 Capital realizado (integralizado)
É a diferença entre o capital subscrito e o capital a integralizar.
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6.2 reservas de capital
São constituídas por valores recebidos dos proprietários ou de terceiros. Trata-se de recursos 
entregues à empresa para suas operações, de acordo com os interesses dos proprietários e/ou terceiros 
(por exemplo, os acionistas).
Podemos ter as seguintes reservas de capital:
• reserva de ágio recebido na emissão de ações;
• reserva de alienação de partes beneficiárias;
• reserva de alienação de bônus de subscrição.
6.2.1 Reserva de ágio na emissão de ações
Devemos entender como ações os títulos representativos do capital social de uma sociedade 
anônima. O estatuto da sociedade anônima fixará o número de ações em que se divide o capital social, 
e indicará se as ações terão ou não valor nominal, sendo este o valor indicado em moeda na cautela de 
ações (certificado de propriedade de acionista).
No caso de as ações terem valor nominal, o ágio é o excesso do preço de emissão (preço de venda) 
pago sobre o valor nominal, e comporá uma reserva de capital de mesma denominação.
6.2.2 Reserva de alienação de partes beneficiárias
As partes beneficiárias são valores mobiliários que normalmente são dados gratuitamente como 
prêmio a pessoas que de alguma forma tiveram papel importante para a companhia (fundadores, 
acionistas ou terceiros). Neste caso, não darão origem à reserva de capital.
As partes beneficiárias garantem uma participação no lucro da empresa. Entretanto, algumas vezes 
as partes beneficiárias podem ser vendidas, como por exemplo aos empregados. O valor dessa venda 
comporá uma reserva de capital.
6.2.3 Reserva de alienação de bônus de subscrição
Bônus de subscrição são títulos de crédito emitidos pela companhia no limite do capital autorizado 
pelo estatuto, os quais dão a seus titulares o direito de subscreverem ações de companhia, mediante a 
apresentação do título e pagamento do preço da emissão das ações. Caso esses bônus sejam vendidos, 
o valor recebido pela empresa deverá compor uma reserva de capital.
6.2.4 Ajustes de avaliação patrimonial
Serão classificados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computados no resultado 
do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumento ou diminuição de 
valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência de sua avaliação a preço de mercado.
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 observação
Normalmente, as contas de capital não sofrem alterações nas empresas. 
É muito comum que permaneçam anos e anos completamente intactas. 
Observe esse aspecto no balanço que estiver analisando.
6.3 reservas de lucro
As reservas de lucro são compostas por contas que fazem parte do patrimônio líquido e que têm 
origem no lucro líquido da empresa. Constituem pois, uma das partes de lucro líquido, quando de sua 
distribuição.
Como uma analogia, reproduz-se a seguir uma figura com um barril de “lucro” que é distribuído!
Figura 9 – Distribuição de lucros
As reservas de lucro podem ser de dois tipos, conforme veremos a seguir.
6.3.1 Reserva de lucro obrigatória
A reserva legal é a única reserva de lucro obrigatória, daí o termo legal, considerando a obrigatoriedade 
da lei societária.
Essa reserva tem por finalidade dar proteção ao credor da empresa. Daí, 5% do lucro líquido do 
exercício deve ser destinado para tal reserva, que não poderá superar 20% de capital social corrigido.
6.3.2 Reservas de lucros facultativas ou estatutárias
O estatuto de uma empresa pode criar reservas para destinação do lucro líquido desde que indique a 
sua finalidade, indique a parcela anual de lucro líquido que será destinado à sua constituição e estabeleça 
o seu limite máximo.
Observando esses critérios gerais, tratemos a seguir das principais reservas facultativas.
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Reserva para contingências
Objetiva esta reserva compensar, em exercício futuro, a diminuição de lucro decorrente de perda 
julgada provável, cujo valor possa ser estimado. Como exemplo dessas perdas, podemos citar, greve, 
seca, redução das vendas no próximo exercício em virtude da entrada no mercado de uma nova empresa 
concorrente etc.
Reserva para expansão
Também denominada reserva orçamentária, destina-se à realização de projetos de investimento na 
empresa. Observe-se que, para a criação desta reserva, deverá haver previsão orçamentária previamente 
aprovada pela Assembleia Geral de Acionistas.
Reserva de lucros a realizar
Objetiva a constituição dessa reserva o adiamento do pagamento de dividendos sobre os lucros 
ainda não realizados principalmente no próximo exercício. Desta forma, a empresa, que, apesar de ter 
um resultado positivo, não dispõe de caixa para pagar dividendos reteria através dessa reserva de lucros 
a realizar parte do lucro para evitar o desembolso com a distribuição de dividendos.
6.4 Prejuízos acumulados
É a conta que recebe o prejuízo do exercício (se houver).
 observação
Observe que a conta de lucros ou prejuízos acumulados é a que “se 
comunica” com o balanço patrimonial. Ou seja, do confronto entre receitas 
e despesas (contas de resultado) surge uma conta patrimonial, que é 
“transportada” para o balanço patrimonial”.
Ao final da apuração do resultado das operações da empresa em um exercício social, é possível que 
surja um saldo remanescente de prejuízo que irá compor o patrimônio líquido no balanço patrimonial. 
Se o resultado for lucro, não se deve constituir uma conta de lucros acumulados.
Antes das leis 11.638/07 e 11.941/09, essa conta recebia a denominação de “Lucro ou Prejuízo 
Acumulado”, de onde saiam os valores para a constituição das reservas de lucros e para a distribuição 
de dividendos. Ou seja, admitia-se que a conta informasse o resultado da empresa, tanto o lucro como 
prejuízo. No entanto, as normas internacionais de contabilidade trouxeram uma novidade no tratamento 
do resultado de uma empresa em que se entende que não é razoávelque uma empresa constitua um 
“lucro acumulado”. Entende-se que, se a empresa obteve um lucro, deve ser algo real e que, por isso 
mesmo, deve ser distribuído aos proprietários e/ou acionistas ou devidamente destinado a reservas, 
de acordo com a legislação local. Acumular lucros seria um artificialismo que não é bem-vindo para o 
usuário da contabilidade. Portanto, atualmente admite-se apenas que prejuízos sejam acumulados. 
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 saiba mais
O conceito de “Prejuízos Acumulados” na Lei nº 11.638/07 (em que se 
enfatiza: atualmente só se admitem prejuízos acumulados e não mais lucros 
acumulados) gerou discussões doutrinárias na contabilidade. Por exemplo, 
em um artigo publicado em sua página pessoal, o eminente contador 
Antônio Lopes de Sá teceu críticas a esse conceito e suas consequências: 
<http://www2.masterdirect.com.br/448892/index.asp?opcao=7&cliente=4
48892&avulsa=5927>.
 
Trata-se de outro exemplo do esforço brasileiro para a convergência 
contábil internacional. 
6.5 ações em tesouraria
São as ações da empresa adquirida pela própria empresa. É uma conta devedora, retificadora de 
patrimônio líquido. A empresa adquire suas próprias ações, objetivando adequar o seu capital social a 
uma nova realidade, por exemplo.
 observação
Ações em tesouraria são uma operação bastante sofisticada, mas utilizadas 
em algumas situações. Os americanos costumam dizer que há momentos onde 
investidores praticam a “compra hostil”, onde uma empresa que não está a 
venda passa para as mãos de um investidor a contragosto porque esse investidor 
consegue comprar grandes lotes de ações dessa empresa. É um exemplo de 
situação onde a empresa decide comprar suas próprias ações, protegendo-se de 
uma “compra hostil”.
6.6 Exemplo de um balanço patrimonial de empresas existentes
 saiba mais
Observe que o balanço abaixo é da empresa de cosméticos Natura 
S.A., que é uma empresa que demonstra forte preocupação com o meio 
ambiente e com a qualidade de vida das pessoas e de seus funcionários. 
Pesquise como os contadores e administradores da Natura demonstram 
essa preocupação nas demonstrações contábeis.
Acesse: <http://scf.natura.net/Conteudo/Default.aspx?MenuStructure=
5&MenuItem=12>.
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6.7 relatórios contábil‑financeiros de propósito geral, análise e uso das 
demonstrações contábeis/financeiras
Como discutimos nos tópicos anteriores, a estrutura das demonstrações contábeis/financeiras é 
concebida de uma forma a facilitar a análise, intepretação, gerência ou tomada de decisões (sejam 
elas decisões mais simples que exijam pequeno volume de recursos ou decisões complexas que exijam 
grande volume de recursos). O intuito é o de atender as necessidades dos usuários externos, embora a 
estrutura das demonstrações contábeis/financeiras facilite também a comunicação entre contadores, 
auditores e com demais profissionais dentro da empresa (usuários internos).
Antes das Normas Contábeis Internacionais, os contadores já tinham uma preocupação sobre como 
devem apresentar as demonstrações contábeis financeiras de forma a facilitar a análise do investidor, 
mas com a entrada das normas internacionais, essa orientação ficou ainda mais evidente.
Mais do que isso, até há bem pouco tempo, na ânsia ou na necessidade de tomar decisões, não 
raramente, os usuários da contabilidade solicitavam para as empresas (e contadores) que preparassem 
demonstrações específicas para propósitos especiais (o que alguns denominam de demonstrações ad 
hoc), mas isso é prejudicial, porque cria enormes dificuldades operacionais e resulta em uma queda 
na credibilidade da contabilidade como um todo. Para resolver essa inconveniente situação, criou-se 
uma estrutura que atendesse a todos, com informações básicas e imprescindíveis, de forma a que os 
usuários não solicitem dados e/ou informações adicionais. Surgiu, então, o conceito de “Relatórios 
contábil-financeiros de propósito geral”, exposto da seguinte forma no Pronunciamento Conceitual 
Básico, CPC (2013: OB5 e OB6):
OB5. Muitos investidores, credores por empréstimo e outros credores, 
existentes e em potencial, não podem requerer que as entidades que 
reportam a informação prestem a eles diretamente as informações de que 
necessitam, devendo, desse modo, confiar nos relatórios contábil-financeiros 
de propósito geral, para grande parte da informação contábil-financeira que 
buscam.
Consequentemente, eles são os usuários primários para quem relatórios 
contábil-financeiros de propósito geral são direcionados.
OB6. Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não 
atendem e não podem atender a todas as informações de que investidores, 
credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, 
necessitam. Esses usuários precisam considerar informação pertinente 
de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e 
expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama 
para a indústria e para a entidade.
Dessa forma, entende-se que cada usuário da contabilidade irá utilizar as demonstrações contábeis/
financeiras disponibilizadas a todos, mas as analizará utilizando técnicas consagradas e particulares, 
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de acordo com as informações complementares de que dispõem, crenças, expectativas, clima político, 
intuição para os negócios, panoramas etc., que formarão uma base para tomar suas próprias decisões.
Exemplos de como os usuários utilizam as demonstrações contábeis/financeiras, analisam os dados, 
tomam decisões com base em suas análises são difíceis de conhecer, porque muitas vezes os usuários 
não revelam essas práticas.
 observação
As técnicas consagradas de análise de demonstrações serão estudadas 
na disciplina Análise de Balanços. Há um ramo avançado da contabilidade 
que estuda o processo de tomada de decisões dos usuários, a Behavioral 
Accounting – Contabilidade Comportamental.
Em algumas situações, nem os próprios usuários sabem explicar com facilidade ou mesmo descrever 
como analisam as demonstrações e tomam as suas decisões.
A seguir, convido-o(a) a conhecer um exemplo muito interessante de uso das demonstrações 
contábeis/financeiras por um usuário:
Exemplo de aplicação
Mary Buffett, ex-nora do milionário e filantropo Norte Americano Warrem Buffet admira os métodos 
utilizados por Buffett nos negócios e propôs ao “buffettologista” (generalização de algum profissional 
que dedicou um estudo de alguns aspectos da vida desse homem que desperta curiosidade) a preparar 
um livro que revelasse os métodos que ele utiliza ao analisar negócios. Esse livro foi publicado em 
2008, nos Estados Unidos e em 2010, no Brasil, e mostra que Buffett é um entusiasta do uso das 
demonstrações contábeis/financeiras.
 Lembrete
A Contabilidade nos Estados Unidos, ou a chamada “escola 
norte-americana” tem forte preocupação com o mercado de capitais e foi 
uma influência para a contabilidade brasileira.
Os autores Buffet e Clarck (2010, p. 12) reproduziram o seguinte pensamento de Buffett:
Você precisa entender de contabilidade e deve compreender as nuances 
dessa ciência. Esse é o idioma dos negócios, um idioma imperfeito, porém, 
a menosque esteja disposto a fazer o esforço de aprender contabilidade – 
como ler e analisar demonstrações financeiras –, não deveria escolher ações 
por conta própria.
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Contabilidade intermediária
Buffet e Clarck (2010) comentam que, normalmente, nos Estados Unidos, os investidores não 
costumavam (ou não costumam) analisar demonstrações contábeis/financeiras, baseando suas decisões 
em análises com base na flutuação das ações na bolsa de valores em curto prazo ou curtíssimo prazo. 
Muitos negócios, envolvendo altos riscos, são analisados e realizados da noite para o dia!
 observação
Ressalta-se que o método de análise descrito no livro de Buffet e Clarck 
(2010) é particular, não deve ser entendido como recomendável para uso 
geral, mas pode servir como inspiração e é muito interessante para o nosso 
estudo.
Muitos investidores não se importam com uma análise de longo prazo. Buffett, ao contrário, percebeu 
que a análise de longo prazo traria informações muito úteis ao investidor. Buffet e Clarck (2010) revelaram 
que Warren Buffett observou que grande parte das empresas de sucesso a longo prazo teriam algum tipo 
de vantagem competitiva, o que as tornava atraentes para investimento. Em particular, ele se preocupava 
em encontrar empresas que conseguissem manter a sua vantagem competitiva a longo prazo.
Se uma empresa com características que a mantêm competitiva por um período longo estivesse com 
um preço das ações e/ou um valor no mercado abaixo do que considerava o valor que essa empresa 
deveria ter, Buffett comprava essa empresa. Com isso, desenvolveu um método que combinava modelos 
básicos de negócios com o posicionamento da empresa no mercado e análise das demonstrações.
Buffet identificava três modelos de negócios:
• vendem um produto exclusivo;
• prestam um serviço exclusivo;
• vendem a preço baixo custo um produto ou serviço de que o público sempre precisa.
A análise que Warrem Buffet costuma fazer é bastante extensa. Ele considera todas as contas e 
os grupos de contas no balanço patrimonial importantes para sua análise, mas nota-se que olha com 
atenção para o grupo de Ativo Não Circulante, conta “Investimentos de Longo Prazo”. A esse respeito, 
Buffet e Clarck (2010) descreveram que:
Os investimentos de longo prazo podem nos informar muito acerca da 
tendência de investimentos da direção da empresa. Ela investe em outras 
companhias que possuem vantagens competitivas duráveis ou que 
estão em mercados altamente competitivos? Às vezes, vemos a equipe 
de gestão de uma empresa maravilhosa fazendo investimentos em 
negócios medíocres simplesmente porque acham que maior é melhor. 
Em algumas ocasiões, vemos algum gestor iluminado de uma empresa 
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medíocre fazendo investimentos em organizações que têm uma vantagem 
competitiva durável.
O livro de Buffet e Clarck (2010) traz nos apêndices dois exemplos de Balanços Patrimoniais e DRE´s, 
de uma empresa que Buffett considera “que possui uma vantagem competitiva durável” e de outra 
empresa que ele considera “medíocre”. Nesta unidade, analisaremos o Balanço Patrimonial e na próxima 
unidade retomaremos este exemplo de aplicação com a DRE.
A seguir, reproduz-se o Modelo de Balanço Patrimonial de uma empresa que possui uma vantagem 
competitiva durável.
Quadro 14 – Modelo de Balanço Patrimonial de uma empresa que possui 
uma vantagem competitiva durável, segundo Buffet e Clarck (2010):
Balanço Patrimonial
(em milhões de R$)
Ativo Passivo
Ativo disponível e investimentos de curto prazo 4.208 Contas a pagar 1.380
Estoque total 2.220 Despesas provisionadas 5.535
Contas a receber, saldo líquido 3.317 Dívida de curto prazo 5.919
Despesas pagas antecipadamente 2.260 Dívida de longo prazo a vencer 133
Demais ativos circulantes 0 Demais passivos circulantes 258
Ativo circulante total 12.005 Passivo circulante total 13.225
 
Ativo Imobilizado 8.493 Dívida de longo prazo 3.277
Fundo de comércio, valor líquido 4.246 Imposto de renda diferido 1.890
Ativos intangíveis, valor líquido 7.863 Participação minoritária 0
Investimentos de longo prazo 7.777 Demais passivos 3.133
Demais ativos de longo prazo 2.675 Passivo não circulante 8.300
Demais ativos Passivo Total 21.525
Ativo não circulante total 31.054 
Patrimônio líquido
Ativo total 43.059 Ações preferenciais 0
Ações ordinárias 1.296
Reserva de capital (emissão de ações) 7.378
Lucro acumulado 36.235
Ações em tesouraria – ordinárias -23.375
Patrimônio líquido total 21.534
 
Passivo total e patrimônio Líquido 43.059
Fonte: Buffet e Clarck (2010 – Apêndice).
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E a seguir, reproduz-se o Modelo de Balanço patrimonial de uma empresa medíocre não que possui 
uma vantagem competitiva durável:
Quadro 15 – Modelo de Balanço Patrimonial de uma empresa medíocre, que 
não possui uma vantagem competitiva durável, segundo Buffet e Clarck (2010):
Balanço Patrimonial
(em milhões de R$)
Ativo Passivo
Ativo disponível e investimentos de curto prazo 28.000 Contas a pagar 22.468
Estoque total 10.190 Despesas provisionadas 5.758
Contas a receber, saldo líquido 69.787 Dívida de curto prazo 32.919
Despesas pagas antecipadamente 260 Dívida de longo prazo a vencer 920
Demais ativos circulantes 5 Demais passivos circulantes 258
Ativo circulante 108.242 Passivo circulante total 62.323
 
Ativo Imobilizado 40.012 Dívida de longo prazo 133.277
Fundo de comércio, valor líquido 736 Imposto de renda diferido 5.890
Ativos intangíveis, valor líquido 333 Participação minoritária 0
Investimentos de longo prazo 43.778 Demais passivos 3.133
Demais ativos de longo prazo 22.675 Passivo não circulante 142.300
Demais ativos 5.076 Passivo Total 204.623
Ativo não circulante total 112.610 
Patrimônio líquido
Ativo total 220.852 Ações preferenciais 150
Ações ordinárias 880
Reserva de capital (emissão de ações) 7.378
Lucro acumulado 7.821
Ações em tesouraria – ordinárias 0
Patrimônio líquido total 16.229
 
Passivo total e patrimônio líquido 220.852
Fonte: Buffet e Clarck (2010 – Apêndice).
Observe que os dois balanços patrimoniais estão dispostos na estrutura exigida com as normas 
contábeis internacionais. E observe também que as contas contábeis são iguais e os valores diferentes. 
Logo, duas perguntas surgem:
• O que isso quer dizer?
• O que faz Warren Buffet classificar o primeiro balanço patrimonial como de uma empresa com 
vantagem competitiva durável e o outro de uma empresa medíocre?
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Vamos analisar em primeiro lugar o Ativo. Para isso, vamos colocar os dois ativos das empresas lado 
a lado para facilitar a análise:
Quadro 16
Ativo
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Ativo disponível e investimentos 4.208 28.000
de curto prazo
Estoque total 2.220 10.190
Contas a receber, saldo líquido 3.317 69.787
Despesas pagas antecipadamente 2.260 260
Demais ativos circulantes 0 5
Ativo circulante 12.005 108.242
Ativo Imobilizado 8.493 40.012
Fundo de comércio, valor líquido 4.246 736
Ativos intangíveis, valor líquido 7.863 333
Investimentos de longo prazo 7.777 43.778
Demais ativos de longo prazo 2.675 22.675
Demais ativos 5.076
Ativo não circulante total 31.054 112.610
Ativo total 43.059 220.852
Observe que o Ativo da empresa “Medíocre” é bem maior que o da empresacom “vantagem 
competitiva durável”. Sabe-se também que o valor do capital próprio (patrimônio líquido) das duas 
empresas é muito próximo.
 Lembrete
O Ativo são as aplicações de recursos, ou seja, onde está ou onde 
o dinheiro da empresa foi aplicado. Ou ainda, qual é a estrutura que a 
empresa montou para prestar serviços à sociedade.
Ao mesmo tempo, se calcularmos o percentual de participação apenas dos principais grupos, ou seja, 
do ativo circulante e do não circulante descobriremos a seguinte situação:
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Quadro 17
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Ativo circulante 12.005 108.242
Ativo não circulante total 31.054 112.610
Total 43.059 220.852
Ativo circulante 28% 49%
Ativo não circulante total 72% 51%
O que descobrimos? Que a empresa “com vantagem competitiva durável” tem um Ativo não 
Circulante maior do que a empresa “medíocre” (72%) que tem 51% de Ativo Não Circulante. Essa rápida 
análise já nos mostra informações preciosas de como a administração dessas empresas gerem o negócio.
Todavia, vamos realizar a mesma análise para o Passivo. De acordo com os conceitos que estudamos 
até agora, é natural que o Passivo da empresa “medíocre” também seja maior do que o da empresa “com 
vantagem competitiva durável”.
Quadro 18
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Passivo
Contas a pagar 1.380 22.468
Despesas provisionadas 5.535 5.758
Dívida de curto prazo 5.919 32.919
Dívida de longo prazo a vencer 133 920
Demais passivos circulantes 258 258
Passivo circulante total 13.225 62.323
Dívida de longo prazo 3.277 133.277
Imposto de renda diferido 1.890 5.890
Participação minoritária 0 0
Demais passivos 3.133 3.133
Passivo não circulante 8.300 142.300
Passivo Total 21.525 204.623
Patrimônio líquido
Ações preferenciais 0 150
Ações ordinárias 1.296 880
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Reserva de capital (emissão de ações) 7.378 7.378
Lucro acumulado 36.235 7.821
Ações em tesouraria – ordinárias -23.375 0
Patrimônio líquido total 21.534 16.229
Passivo total e patrimônio líquido 43.059 220.852
Como já adiantado anteriormente, a conta Capital (ou seja, os recursos próprios) das duas empresas 
se equivalem, não há uma variação muito alta.
Quadro 19
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Patrimônio líquido total 21.534 16.229
E a empresa “com vantagem competitiva durável” consegue apresentar um lucro maior do que a 
“medíocre” que conta com uma estrutura bem maior.
Quadro 20
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Lucro acumulado 36.235 7.821
 Lembrete
O Passivo são as origens de recursos, ou seja, o Patrimônio Líquido é 
o capital próprio dos sócios e/ou acionistas e o Passivo são os recursos de 
terceiros.
A empresa “com vantagem competitiva durável” comprou ações dela mesma (o que é 
denominado de “ações em tesouraria”) enquanto a “medíocre” não fez isso. Agora, vamos realizar 
exatamente o mesmo procedimento que realizamos no Ativo, ou seja, apurar a porcentagem de 
cada grupo do Passivo:
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Quadro 21
Com 
vantagem 
competitiva 
durável
Medíocre
Passivo circulante total 13.225 62.323
Passivo não circulante 8.300 142.300
Patrimônio líquido total 21.534 16.229
Passivo total e patrimônio líquido 43.059 220.852
Passivo circulante total 31% 28%
Passivo não circulante 19% 64%
Patrimônio líquido total 50% 7%
Analisados os grupos do Passivo, vemos que na empresa “com vantagem competitiva durável” 
o Patrimônio Líquido, que é considerado o capital próprio da empresa, representa 50% da soma 
do Passivo total e Patrimônio Líquido e na empresa medíocre apenas 7%. Isso significa que a 
empresa medíocre usa capital de terceiros muito mais intensamente, o que para muitos analistas é 
algo muito desconfortável. E há 64% de obrigações a longo prazo (Passivo não Circulante), o que 
também é preocupante.
Enfim, analisados todos esses dados, lembrando que existem várias outras possibilidades de análise 
que iremos estudar em outras disciplinas, chegamos à conclusão que a empresa “medíocre” não apresenta 
os fatores que o Warren Buffett utiliza para decidir por um bom investimento.
É importante dizer que isso não significa de forma alguma que a empresa “medíocre” seja um mau 
investimento. Outro investidor que valorize outros critérios de análise e características poderá enxergar 
uma excelente oportunidade de negócio na empresa “medíocre”.
O que é fundamental para o nosso estudo é que você observe que é possível obter uma série de 
conclusões a partir da análise dos dados que são publicados nas demonstrações contábeis/financeiras e 
que é imprescindível manter a estrutura e os grupos definidos internacionalmente para que os usuários 
da contabilidade consigam realizar suas análises de forma satisfatória.
Os investidores realmente se baseiam nos dados apresentados nas demonstrações contábeis/
financeiras. Imaginemos, por hipótese, que esses dados não estivessem disponíveis ou ainda que 
não existissem. O investidor e/ou usuário da contabilidade não iria deixar de tomar a sua decisão 
e realizar negócios, mas faria isso utilizando outros procedimentos de análise (como a flutuação 
das ações, por exemplo). Com os dados da contabilidade, tem condições de tomar uma decisão 
mais racional.
Esses dados são tão necessários que, como comentamos no subcapítulo 6.7 alguns 
usuários tinham por hábito solicitar às empresas dados e/ou demonstrações adicionais para 
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uso particular para deixar sua análise ainda mais racional e/ou confiável. Com as normas 
internacionais o intuito é que todos utilizem o mesmo conjunto de demonstrações contábeis/
financeiras e confiem nelas!
Eu o (a) convido a continuar essa análise na próxima unidade, onde estudaremos a DRE!
Exemplos de Aplicação
1. Língua e Jargão
Ao longo da unidade, você teve contato com termos da área contábil que correspondem a 
determinados conceitos e, em razão disso, propõe-se que você aprofunde sua compreensão em 
relação a esses termos. Assim, tente explicar a seguir com suas próprias palavras o que significa o 
termo em destaque (caso necessite, volte ao texto, releia-o e pesquise em livros e na internet não 
só o que o termo significa, mas como os profissionais da área contábil o utilizam).
O termo é: Reservas
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Contabilidade intermediária
2. No espaço a seguir, tente montar um mapa mental ou um esquema com os principais conceitos 
estudados nesta unidade.
 resumo
Nesta unidade, estudamos o lado direito do balanço, o ativo e 
patrimônio líquido. O que devemos demonstrar no passivo e PL e quais são 
as classificações internacionais que o contador deve seguir.
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Utilizamos os seguintes tópicos:
• Passivo;
— Passivo circulante;
— Passivo exigível a longo prazo;
• Resultados de exercícios futuros;
• Patrimônio Líquido ;
— Capital social;
— Capital;
— Capital a realizar;
— Capital realizado;
— Reservas de capital;
— Reserva de ágio na emissão de ações;
— Reserva de alienação de partes beneficiárias;
— Reserva de alienação de bônus de subscrição;
— Ajustes de avaliação patrimonial;
— Reservas de lucro;
— Reserva de lucro obrigatória;
— Reservas facultativas;
— Reserva para contingência;
— Reserva para expansão;
— Reserva de lucro a realizar;
— Lucros ou prejuízos acumulados;
— Ações em tesouraria;
— Exemplo de um balanço patrimonial de empresa existente.
Depois de estudar o Ativo na Unidade II, agora você estudou o “lado 
direito” do balanço patrimonial: o Passivo e Patrimônio Líquido. Trata-se 
das origens dos recursos que foram aplicados no lado esquerdo, no Ativo.
O Passivo nos mostra informações importantíssimas sobre a chamada 
“estrutura de capital”, ou seja, quanto de recursos é de terceiros e 
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Contabilidade intermediária
quanto de recursos são próprios. Os analistas de mercado e os usuários 
da contabilidade normalmente consideram que uma empresa em uma 
situação financeira confortável tem poucos recursos externos. Todavia, 
isso pode não ser uma verdade! Há administradores que trabalham com 
recursos externos (“dinheiro dos outros”, como muitos falam) e com isso 
conseguem alavancar as atividades de uma empresa. De qualquer forma, o 
passivo mostra a qualidade da gestão da entidade.
Nesta unidade você também teve a oportunidade de observar 
como um investidor (usuário externo) utiliza os dados presentes no 
Balanço Patrimonial para realizar suas análises. Na próxima unidade, 
você irá estudar a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), 
além do Pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
para Pequenas e Médias Empresas e Demonstração do Resultado 
Abrangente.
Estudamos os complexos conceitos de “reservas”, que costumam ser de 
difícil compreensão para os usuários externos e até entre os próprios contadores.
Agora que você já conheceu os conceitos de ativo, passivo e patrimônio 
líquido, você está preparado os desafios da unidade IV.
Importante: agora o conteúdo está ficando mais complexo. Caso você 
não tenha entendido algum ponto nas Unidades I e II e nesta, recomenda-se 
que entre em contato com o seu tutor presencial ou a distância, antes de 
entrar no estudo da unidade IV.
E vamos para a Unidade IV!
 Exercícios
Questão 1. (CESGRANRIO, 2011). Considere as seguintes afirmativas atinentes ao Balanço 
Patrimonial.
I – No passivo, não são lançadas somente obrigações definidas, certas e suportadas por documentação 
que não deixe dúvidas quanto ao valor e data prevista para pagamento.
II – Existem passivos que também devem ser registrados, apesar de não terem data fixada de 
pagamento ou mesmo não conterem expressão exata de seus valores.
III – No exigível, deve ser contabilizada a totalidade das obrigações, encargos e riscos conhecidos e 
calculáveis.
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As afirmativas acima estão relacionadas ao conceito de:
A) Reservas de capital.
B) Reservas de lucros.
C) Provisões.
D) Patrimônio Líquido.
E) Reservas de Capital e Patrimônio Líquido.
Resposta correta: alternativa C. 
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: as reservas de capital são constituídas por valores recebidos dos proprietários ou de 
terceiros. Tratam-se de recursos entregues à empresa para suas operações, de acordo com os interesses 
dos proprietários e/ou de terceiros.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: as reservas de lucros são compostas por contas que fazem parte do patrimônio líquido 
e que têm origem no lucro líquido da empresa.
C) Alternativa correta.
Justificativa: as provisões, quer sejam contas do ativo, quer sejam do passivo, representam estimativas 
que envolvem incertezas de graus variáveis. Assim sendo, as provisões do Passivo, por exemplo, 
representam obrigações de valores incertos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os recursos próprios da empresa compreendem o Patrimônio Líquido, ou seja, a 
diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo. O Patrimônio Líquido é composto por capital social, 
reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos 
acumulados.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: as reservas de capital são constituídas por valores recebidos dos proprietários ou de 
terceiros. Tratam-se de recursos entregues à empresa para suas operações, de acordo com os interesses 
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Contabilidade intermediária
dos proprietários e/ou de terceiros. Os recursos próprios da empresa compreendem o patrimônio líquido, 
ou seja, a diferença maior entre o valor do ativo e o valor do passivo. O Patrimônio Líquido é composto 
por capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em 
tesouraria e prejuízos acumulados.
Questão 2 (FCC, 2012, TCE-SP, adaptada). O lado direito do Balanço Patrimonial apresenta as contas 
do Passivo que compreende as origens de recursos, representadas por obrigações. Com relação às contas 
do Passivo, indique a alternativa correta: 
A) É impossível que o valor do patrimônio líquido de uma empresa com fins lucrativos seja negativo.
B) As contas do passivo, na escrituração contábil regular, aumentam por débito e diminuem por 
crédito.
C) O valor registrado no patrimônio líquido de uma empresa compreende, dentre demais recursos 
próprios, o capital a integralizar.
D) Provisões para 13º salário bem como pagamentos de férias aos funcionários devem ser lançados 
no Passivo Não Circulante. Afinal, ocorrerão somente no futuro.
E) Açõesem tesouraria que são lançadas em Patrimônio Líquido representam as ações que 
determinada empresa adquiriu de outra empresa.
Resolução desta questão na plataforma.

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