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Direitos Das Pessoas Com Deficiência Caderno.

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ESTATUTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – LEI 13.146
Capítulo I – Disposições Preliminares e Definições
Art. 1 = É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Art. 2 = Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de LONGO PRAZO de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
	§1º = A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
		I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
		II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
			#Os 2 primeiros verificam se há impedimento de Longo Prazo.
		III – a limitação no desempenho de atividades; e
		IV – a restrição de participação.
			#Os 2 últimos verificam se os impedimentos impedem o exercício pleno da cidadania.
	§2º = O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
Art. 3 = Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
	I – Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
	II – Desenho UNIVERSAL: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem USADOS POR TODAS AS PESSOAS, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
		#Desenho Universal no sentido de design.
	III – Tecnologia Assistiva ou Ajuda Técnica: Produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
	IV – Barreiras: Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
		A) Barreiras Urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
		B) Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
		C) Barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes; 
		D) Barreiras nas Comunicações e na Informação: Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
		E) Barreiras Atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da PCD em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoais;
	V – Comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braile, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
	VI – Adaptações Razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a PCD possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;
	VII – Elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;
	VIII – Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
IX - Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
X - Residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
XI - Moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;  
XII - Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIII - Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.
Capítulo II – Da Igualdade e da Não Discriminação
Art. 4 = Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
	§1º = Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito (DOLO) ou o efeito de prejudicar (CULPA), impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
	§2º = A pessoa com deficiência NÃO está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
		#A PCD não é obrigada a utilizar os benefícios dessa Lei.
Art. 5 = A PCD será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
	§ÚNICO = Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, sãoconsiderados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6 = A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
	I – casar-se e constituir união estável;
	II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
	III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar.
	IV - conservar sua fertilidade, sendo VEDADA a esterilização compulsória;
	V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
	VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7 = É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.
	§ÚNICO = Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as violações previstas nesta Lei, DEVEM remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 8 = É DEVER do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com PRIORIDADE, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Capítulo III – Do Atendimento Prioritário
Art. 9 = A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
	I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
	II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
	III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;
	IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque;
	V - acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
	VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
	VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.
		§1o = Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, EXCETO quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
		§2o = Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de atendimento médico.
			#Ela terá prioridade dentre as pessoas com a mesma urgência de atendimento. Por exemplo, se a PCD estiver com gripe e chegar alguém enfartando, obviamente que essa será atendida primeiro.
Capítulo IV – Do Direito à Vida
Art. 10 = Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida.
	§ÚNICO = Em situações de risco, emergência ou estado de calamidade pública, a PCD será considerada VULNERÁVEL, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
Art. 11 = A PCD NÃO poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
	§ÚNICO = O consentimento da PCD em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
Art. 12 = O consentimento prévio, livre e esclarecido da PCD é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
	§1º = Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de consentimento.
	§2º = A pesquisa científica envolvendo PCD em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras PCD’s e desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.
Art. 13 = A PCD somente será atendida SEM seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de morte e de emergência em saúde, RESGUARDADO seu superior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
Capítulo V – Do Direito ao Trabalho
Art. 34 = A PCD tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
	§1º = As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza SÃO OBRIGADAS a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
	§2º = A PCD tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
	§3º = É VEDADA restrição ao trabalho de pessoas com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.
	§4º = A PCD tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.
	§5º = É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
Art. 35 = É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e garantir condições de acesso e de permanência da PCD no campo de trabalho.
	§ÚNICO = Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, DEVEM prever a participação da PCD e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
Capítulo VI – Da Habilitação e Reabilitação Profissional
Art. 36 = O poder público DEVE implementar serviços e programas completos de habilitação profissional e de reabilitação profissional, para que a PCD possa ingressar, continuar ou retornar ao campo de trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
	§1º = Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no §1o do artigo 2 desta Lei, programa de habilitação ou de reabilitação que POSSIBILITE à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.
	§2º = A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propiciar à PCD a aquisição de conhecimentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.
		#MNEMÔNICO = CHÁ -> Conhecimentos, Habilidades, Aptidões para exercício da profissão.
	§3º = Os serviços de habilitação profissional, reabilitação profissional e educação profissional DEVEM SER dotados de recursos necessários para atender a toda PCD, independentemente de sua característica específica, A FIM de que ela possa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
	§4º = Os serviços de habilitação profissional, reabilitação profissional e educação profissional DEVERÃO ser oferecidos em ambientes acessíveis e inclusivos.
	§5º = A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, ESPECIALMENTE de saúde, de ensino e de assistênciasocial, em todos os níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou diretamente com o empregador.
	§6º = A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de prévia formalização do contrato de emprego da PCD, que será considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o disposto em regulamento.
	§7º = A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à pessoa com deficiência.
Capítulo VII – Da Inclusão da Pessoa Com Deficiência no Trabalho
Art. 37 = Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
	§ÚNICO = A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
		I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
		II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
		III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada;
		IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;
		V - realização de avaliações periódicas;
		VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
		VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
Art. 38 = A entidade contratada para a realização de processo seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está OBRIGADA à observância do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.
Resolução CNJ 230-16
Capítulo I – Disposições Preliminares
Art. 1 = Esta Resolução orienta a adequação das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares em relação às determinações exaradas pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo Facultativo e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
	§ÚNICO = Para tanto, entre outras medidas, convola-se, em resolução a recomendação CNJ 27, bem como institui-se as Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão.
Art. 2 = Para fins de aplicação desta Resolução, consideram-se:
	I – Discriminação por Motivo de Deficiência: Significa qualquer diferenciação, exclusão ou restrição, por ação ou omissão, baseada em deficiência, com o propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
	II – Acessibilidade: Significa possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
	III - Barreiras: Significa qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
		a) Barreiras Urbanísticas: As existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
		b) Barreiras arquitetônicas: As existentes nos edifícios públicos e privados;
		c) Barreiras nos transportes: As existentes nos sistemas e meios de transportes;
		d) Barreiras nas comunicações e na informação: Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
		e) Barreiras atitudinais: Atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas; e
		f) Barreiras tecnológicas: As que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
	IV - Adaptação razoável: Significa as modificações e os ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;
	V - Desenho universal: Significa a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. O “desenho universal” não excluirá as ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias;
		#Desenho Universal no conceito de projeto de produtos e coisas.
		#O Estatuto da PCD diz que é Desenho Universal aquele projetado que pode ser utilizado por TODAS AS PESSOAS, já a Resolução diz que é aquele que pode ser usado, NA MAIOR MEDIDA POSSÍVEL, por todas as pessoas.
	VI - Tecnologia Assistiva (ou “ajuda técnica”): Significa produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
	VII – Comunicação: Significa forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
	VIII - Atendente Pessoal: Significa pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas; e
	IX – Acompanhante: Significa aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.
Capítulo II – Da Igualdade e da Acessibilidade
Art. 3 = A fim de promover a IGUALDADE, adotar-se-ão, com urgência, medidas apropriadas para eliminar e prevenir quaisquer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na informação, atitudinais ou tecnológicas, devendo-se garantir às pessoas com deficiência – servidores, serventuários extrajudiciais, terceirizados ou não – quantas adaptações razoáveis ou mesmo tecnologias assistivas sejam necessárias para assegurar acessibilidade plena, coibindo qualquer forma de discriminação por motivo de deficiência.
Art. 4 = Para promover a ACESSIBILIDADE dos usuários do Poder Judiciário e dos seus serviços auxiliares que tenham deficiência, a qual não ocorre sem segurança ou sem autonomia, dever-se-á, entre outras atividades,promover:
	I - ATENDIMENTO AO PÚBLICO – pessoal, por telefone ou por qualquer meio eletrônico – que seja adequado a esses usuários, inclusive aceitando e facilitando, em trâmites oficiais, o uso de línguas de sinais, braille, comunicação aumentativa e alternativa, e de todos os demais meios, modos e formatos acessíveis de comunicação, à escolha das pessoas com deficiência;
	II - ADAPTAÇÕES ARQUITETÔNICAS que permitam a livre e autônoma movimentação desses usuários, tais como rampas, elevadores e vagas de estacionamento próximas aos locais de atendimento; e
	III - ACESSO FACILITADO para a circulação de transporte público nos locais mais próximos possíveis aos postos de atendimento.
		§1º = A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os membros, os servidores e terceirizados que atuam no Poder Judiciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência.
		§2º = Cada órgão do Poder Judiciário deverá dispor de, pelo menos, 5% de servidores, funcionários e terceirizados capacitados para o uso e interpretação da LIBRAS.
			#5% em cada um dos órgãos do Poder Judiciário.
		§3º = As edificações públicas já existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência as normas de acessibilidade vigentes.
		§4º = A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de edificações deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.
		§5º = A formulação, a implementação e a manutenção das ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
			I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recursos para implementação das ações; e
			II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos.
		§6º = Para atender aos usuários externos que tenham deficiência, dever-se-á reservar, nas áreas de estacionamento abertas ao público, vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas com deficiência e com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados, em percentual equivalente a 2% DO TOTAL, garantida, no mínimo, 1 VAGA.
		§7º = Mesmo se todas as vagas disponíveis estiverem ocupadas, a Administração deverá agir com o máximo de empenho para, na medida do possível, facilitar o acesso do usuário com deficiência às suas dependências, ainda que, para tanto, seja necessário dar acesso a vaga destinada ao público interno do órgão.
			#Deve ser feito tudo que é necessário para garantir a facilidade de acesso da PCD, até mesmo, quando todas as vagas próprias estiverem ocupadas, disponibilizar vagas destinadas aos servidores do órgão.
Art. 5 = É PROIBIDO ao Poder Judiciário e seus serviços auxiliares impor ao usuário com deficiência custo anormal, direto ou indireto, para o amplo acesso a serviço público oferecido.
	#Ñ é apenas o custo $, mas sim qlqr custo, inclusive moral
Art. 6 = Todos os procedimentos licitatórios do Poder Judiciário deverão se ater para produtos acessíveis às pessoas com deficiência, sejam servidores ou não.
	§1º = O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.
	§2º = Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.
Art. 7 = Os órgãos do Poder Judiciário DEVERÃO, com urgência, proporcionar aos seus usuários processo eletrônico adequado e acessível a todos os tipos de deficiência, inclusive às pessoas que tenham deficiência visual, auditiva ou da fala.
	§1º = Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
	§2º = A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia.
Art. 8 = Os serviços notariais e de registro NÃO PODEM negar ou criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.
	§ÚNICO = O descumprimento do disposto no caput deste artigo constitui discriminação em razão de deficiência.
Art. 9 = Os Tribunais relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988 e os serviços auxiliares do Poder Judiciário devem adotar medidas para a remoção de barreiras físicas, tecnológicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais para promover o amplo e irrestrito acesso de pessoas com deficiência às suas respectivas carreiras e dependências e o efetivo gozo dos serviços que prestam, promovendo a conscientização de servidores e jurisdicionados sobre a importância da acessibilidade para garantir o pleno exercício de direitos.
	#Aqui foi excluído o STF e o CNJ, ao fazer alusão à CF.
Capítulo III – Das Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão
Art. 10 = Serão instituídas por cada Tribunal, no prazo máximo de 45 DIAS, Comissões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão, com caráter multidisciplinar, com participação de magistrados e servidores, com e sem deficiência, objetivando que essas Comissões fiscalizem, planejem, elaborem e acompanhem os projetos arquitetônicos de acessibilidade e projetos “pedagógicos” de treinamento e capacitação dos profissionais e funcionários que trabalhem com as pessoas com deficiência, com fixação de METAS ANUAIS, direcionados à promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência, tais quais as descritas a seguir:
		#É obrigatório aos TRIBUNAIS, portanto, os juízes e cartórios de 1º grau não precisa ter a Comissão. Porém essa Comissão atuará no 1º também.
	I – construção e/ou reforma para garantir acessibilidade para pessoas com termos da normativa técnica em vigor (ABNT 9050), inclusive construção de rampas, adequação de sanitários, instalação de elevadores, reserva de vagas em estacionamento, instalação de piso tátil direcional e de alerta, sinalização sonora para pessoas com deficiência visual, bem como sinalizações visuais acessíveis a pessoas com deficiência auditiva, pessoas com baixa visão e pessoas com deficiência intelectual, adaptação de mobiliário (incluindo púlpitos), portas e corredores em todas as dependências e em toda a extensão (Tribunais, Fóruns, Juizados Especiais etc);
	II – locação de imóveis, aquisição ou construções novas somente deverão ser feitas se com acessibilidade;
	III – permissão de entrada e permanência de cães-guias em todas as dependências dos edifícios e sua extensão;
	IV – habilitação de servidores em cursos oficiais de Linguagem Brasileira de Sinais, custeados pela Administração, formados por professores oriundos de instituições oficialmente reconhecidas no ensino de Linguagem Brasileira de Sinais para ministrar os cursos internos, a fim de assegurar que as secretarias e cartórios das Varas e Tribunais disponibilizem pessoal capacitado a atender surdos, prestando-lhes informações em Linguagem Brasileira de Sinais;
	V – nomeação de tradutor e intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, sempre que figurar no processo pessoa com deficiência auditiva, escolhido dentre aqueles devidamente habilitados e aprovados em curso oficial de tradução e interpretação de Linguagem Brasileira de Sinais ou detentores do certificado de proficiência em Linguagem Brasileira de Sinais – PROLIBRAS, nos termos do art. 19 do Decreto 5.626/2005, o qual deverá prestar compromisso e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do Judiciário;
	VI – sendo a pessoa com deficiência auditiva partícipe do processo oralizado e se assim o preferir, o Juiz deverá com ela se comunicar por anotações escritas ou por meios eletrônicos, o que inclui a legenda em tempo real, bem como adotar medidas que viabilizem a leitura labial;
	VII – nomeação ou permissão deutilização de guia-intérprete, sempre que figurar no processo pessoa com deficiência auditiva e visual, o qual deverá prestar compromisso e, em qualquer hipótese, será custeado pela administração dos órgãos do Judiciário;
	VIII – registro da audiência, caso o Juiz entenda necessário, por filmagem de todos os atos nela praticados, sempre que presente pessoa com deficiência auditiva;
	IX – aquisição de impressora em Braille, produção e manutenção do material de comunicação acessível, especialmente o website, que deverá ser compatível com a maioria dos softwares livres e gratuitos de leitura de tela das pessoas com deficiência visual;
	X – inclusão, em todos os editais de concursos públicos, da previsão constitucional de reserva de cargos para pessoas com deficiência, inclusive nos que tratam do ingresso na magistratura (CF, art. 37, VIII);
	XI – anotação na capa dos autos da prioridade concedida à tramitação de processos administrativos cuja parte seja uma pessoa com deficiência e de processos judiciais se tiver idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, nos termos da Lei n. 12.008, de 06 de agosto de 2009;
	XII – realização de oficinas de conscientização de servidores e magistrados sobre os direitos das pessoas com deficiência;
	XIII – utilização de intérprete de Linguagem Brasileira de Sinais, legenda, audiodescrição e comunicação em linguagem acessível em todas as manifestações públicas, dentre elas propagandas, pronunciamentos oficiais, vídeos educativos, eventos e reuniões;
	XIV – disponibilização de equipamentos de autoatendimento para consulta processual acessíveis, com sistema de voz ou de leitura de tela para pessoas com deficiência visual, bem como, com altura compatível para usuários de cadeira de rodas.
	#O objetivo da Comissão é garantir que todas as ações necessárias para a igualdade de condições de acesso para as PCD’s sejam disponibilizadas. Todos esses incisos são obrigações da Comissão.
Art. 11 = Os órgãos do Poder Judiciário relacionados nos incisos II a VII do art. 92 da Constituição Federal de 1988 devem criar unidades administrativas específicas, diretamente vinculadas à Presidência de cada órgão, responsáveis pela implementação das ações da respectiva Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão.
Art. 12 = É INDISPENSÁVEL parecer da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão em questões relacionadas aos direitos das pessoas com deficiência e nos demais assuntos conexos à acessibilidade e inclusão no âmbito dos Tribunais.
	#Ainda que a Comissão não intervenha ou participe da ação, deve dar ser parecer.
Art. 13 = Os prazos e as eventuais despesas decorrentes da implementação desta Resolução serão definidos pelos tribunais, ouvida a respectiva Comissão Permanente de Acessibilidade e o órgão interno responsável pela elaboração do Planejamento Estratégico, com vistas à sua efetiva implementação.
Capítulo IV – Da Não Discriminação e Da Proteção da Integridade Física e Psíquica
Art. 14 = É PROIBIDA qualquer forma de discriminação por motivo de deficiência, devendo-se garantir às pessoas com deficiência – servidores, serventuários extrajudiciais, terceirizados ou não – igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer motivo.
Art. 15 = Toda pessoa com deficiência – servidor, serventuário extrajudicial, terceirizado ou não – tem o direito a que sua integridade física e mental seja respeitada, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 16 = A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
	I – prioridade em proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
	II – prioridade de atendimento em todos os serviços de atendimento ao público;
	III – prioridade na disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;
	IV – prioridade no acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
	V - prioridade na tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.
		§ÚNICO = Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao disposto no inciso V deste artigo.
Capítulo V – Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Serviço Público
Art. 17 = Aplicam-se aos servidores, aos serventuários extrajudiciais e aos terceirizados com deficiência, no que couber, todas as disposições previstas nos Capítulos anteriores desta Resolução
Art. 18 = A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:
	I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
	II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
	III - a limitação no desempenho de atividades; e
	IV - a restrição de participação.
Art. 19 = Os editais de concursos públicos para ingresso nos quadros do Poder Judiciário e de seus serviços auxiliares DEVERÃO prever, nos objetos de avaliação, disciplina que abarque os direitos das pessoas com deficiência.
Art. 20 = IMEDIATAMENTE após a posse de servidor, serventuário extrajudicial ou contratação de terceirizado com deficiência, dever-se-á informar a ele de forma detalhada sobre seus direitos e sobre a existência desta Resolução.
Art. 21 = Cada órgão do Poder Judiciário DEVERÁ manter um cadastro dos servidores, serventuários extrajudiciais e terceirizados com deficiência que trabalham no seu quadro.
	§1º = Esse cadastro deve especificar as deficiências e as necessidades particulares de cada servidor, terceirizado ou serventuário extrajudicial.
	§2º = A atualização do cadastro deve ser permanente, devendo ocorrer uma revisão detalhada uma vez por ano.
	§3º = Na revisão anual, cada um dos servidores, serventuários extrajudiciais ou terceirizado com deficiência deverá ser PESSOALMENTE QUESTIONADO sobre a existência de possíveis sugestões ou adaptações referentes à sua plena inclusão no ambiente de trabalho.
	§4º = Para cada sugestão dada, deverá haver uma resposta formal do Poder Judiciário em prazo razoável.
Art. 22 = Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
	§ÚNICO = A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
		I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção no campo de trabalho;
		II - provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
		III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com deficiência apoiada;
		IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;
		V - realização de avaliações periódicas;
		VI - articulação intersetorial das políticas públicas; e
		VII - possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
Art. 23 = A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
	§1º = Os órgãos do Poder Judiciário são OBRIGADOS a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
	§2º = A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
	§3º = É VEDADA restrição ao trabalhoda pessoa com deficiência e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.
	§4º = A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.
	§5º = É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
Art. 24 = É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que MAXIMIZEM sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
Art. 25 = Se HOUVER qualquer tipo de estacionamento interno, será garantido ao servidor com deficiência que possua comprometimento de mobilidade vaga no local mais próximo ao seu local de trabalho.
		#Desde que seja uma deficiência que cause comprometimento de mobilidade.
	§1º = O percentual aplicável aos estacionamentos externos a que se referem o art. 4º, § 6º, desta Resolução e o art. 47 da Lei 13.146/2015 não é aplicável ao estacionamento interno do órgão, devendo-se garantir vaga no estacionamento interno a cada servidor com mobilidade comprometida.
	§2º = O caminho existente entre a vaga do estacionamento interno e o local de trabalho do servidor com mobilidade comprometida NÃO DEVE conter qualquer tipo de barreira que impossibilite ou mesmo dificulte o seu acesso.
Art. 26 = Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do sistema “home office”, dever-se-á dar prioridade aos servidores com mobilidade comprometida que manifestem interesse na utilização desse sistema.
	§1º = A Administração NÃO PODERÁ OBRIGAR o servidor com mobilidade comprometida a utilizar o sistema “home office”, mesmo diante da existência de muitos custos para a promoção da acessibilidade do servidor em seu local de trabalho.
	§2º = Os custos inerentes à adaptação do servidor com deficiência ao sistema “home office” deverão ser suportados EXCLUSIVAMENTE pela Administração.
Art. 27 = Ao servidor ou terceirizado com deficiência é garantida adaptação ergonômica da sua estação de trabalho.
Art. 28 = Se houver serviço de saúde no órgão, aos servidores com deficiência será garantido atendimento compatível com as suas deficiências.
Capítulo VI – Do Horário Especial e Das Penalidades
Art. 29 = A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 2º, da Lei 8.112/1990 a servidor com deficiência NÃO justifica qualquer atitude discriminatória.
		#O Horário Especial independe de compensação.
	§1º = Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais servidores do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao servidor com horário especial, mas de modo proporcional.
	§2º = Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial NÃO PODERÁ ser negado ou dificultado, colocando-o em situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício de função de confiança ou de cargo em comissão.
	§3º = O servidor com horário especial NÃO será obrigado a realizar, conforme o interesse da Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder ocasionar qualquer dano à sua saúde.
	§4º = Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado de forma proporcional pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial.
Art. 30 = Se o órgão possibilitar aos seus servidores a realização de trabalho por meio do sistema “home office”, dever-se-á dar prioridade aos servidores que tenham cônjuge, filho ou dependente com deficiência e que manifestem interesse na utilização desse sistema.
Art. 31 = Se houver serviço de saúde no órgão, ao cônjuge, filho ou dependente com deficiência de servidor será garantido atendimento compatível com as suas deficiências.
 Art. 32 = A concessão de horário especial conforme o art. 98, § 3º, da Lei 8.112/1990 a servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência não justifica qualquer atitude discriminatória.
	§1º = Admitindo-se a possibilidade de acumulação de banco de horas pelos demais servidores do órgão, também deverá ser admitida a mesma possibilidade em relação ao servidor com horário especial, em igualdade de condições com os demais.
	§2º = Ao servidor a quem se tenha concedido horário especial não poderá ser negado ou dificultado, colocando-o em situação de desigualdade com os demais servidores, o exercício de função de confiança ou de cargo em comissão.
	§3º = O servidor com horário especial NÃO SERÁ OBRIGADO a realizar, conforme o interesse da Administração, horas extras, se essa extensão da sua jornada de trabalho puder ocasionar qualquer dano relacionado ao seu cônjuge, filho ou dependente com deficiência.
	§4º = Se o órgão, por sua liberalidade, determinar a diminuição da jornada de trabalho dos seus servidores, ainda que por curto período, esse mesmo benefício deverá ser aproveitado pelo servidor a quem tenha sido concedido horário especial.
Art. 33 = Incorre em PENA DE ADVERTÊNCIA o servidor, terceirizado ou o serventuário extrajudicial que:
	I - conquanto possua atribuições relacionadas a possível eliminação e prevenção de quaisquer barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e na informação, atitudinais ou tecnológicas, não se empenhe, com a máxima celeridade possível, para a supressão e prevenção dessas barreiras;
	II - embora possua atribuições relacionadas à promoção de adaptações razoáveis ou ao oferecimento de tecnologias assistivas necessárias à acessibilidade de pessoa com deficiência – servidor, serventuário extrajudicial ou não –, não se empenhe, com a máxima celeridade possível, para estabelecer a condição de acessibilidade;
	III - no exercício das suas atribuições, tenha qualquer outra espécie de atitude discriminatória por motivo de deficiência ou descumpra qualquer dos termos desta Resolução.
		§1º = Também incorrerá em PENA DE ADVERTÊNCIA o servidor ou o serventuário extrajudicial que, tendo conhecimento do descumprimento de um dos incisos do caput deste artigo, deixar de comunicá-lo à autoridade competente, para que esta promova a apuração do fato.
		§2º = O fato de a conduta ter ocorrido em face de usuário ou contra servidor do mesmo quadro, terceirizado ou serventuário extrajudicial é INDIFERENTE para fins de aplicação da ADVERTÊNCIA.
		§3º = Em razão da prioridade na tramitação dos processos administrativos destinados à inclusão e à não discriminação de pessoa com deficiência, a grande quantidade de processos a serem concluídos NÃO JUSTIFICA o afastamento de advertência pelo descumprimento dos deveres descritos neste artigo.
		§4º = As práticas anteriores da Administração Pública NÃO JUSTIFICAM o afastamento de advertência pelo descumprimento dos deveres descritos neste artigo.
Art. 34 = Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.

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