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2016 0915 ABC da Exportação

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ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 05 |
O Brasil já está maduro o suficiente para conhecer novos 
mercados. Mas para a pequena e média empresa, este 
desafio é enorme, às vezes sendo um grande obstáculo, mas 
quando superado, traz muitos ganhos. A empresa precisa 
estar plenamente estruturada e ter conhecimento do país 
para o qual vai exportar.
Todos concordam que a exportação é um bom negócio porque 
pode gerar melhorias financeiras, reduzir instabilidade, 
diluir riscos, ampliar mercado e criar economia de escala.
Além disso, as tecnologias em transportes e os meios de 
comunicações em larga escala, transformaram as transações 
comerciais em algo mais próximo das pequenas corporações, 
que colaborou com o processo de integração econômica 
mundial. 
E o resultado desta integração foi a transformação do 
capitalismo naquilo que conhecemos hoje, em que qualquer 
empresa, independente do porte, pode comprar e vender bens 
no mundo inteiro, com um custo de transação relativamente 
baixo.
Empreender no comércio exterior, assim como em qualquer 
outro mercado, não é uma tarefa indicada para aventureiros. 
Questões como a busca por parceiros comerciais, 
compromissos com prazos, inovação tecnológica, serviços 
de pós-venda e política de preço são questões essenciais 
 | 06 |
CARLOS ARAÚJO 
para que se tenha credibilidade e sucesso internacional. 
O Brasil participa com muito pouco nas transações mundiais 
de comércio. Estima-se que o nosso país participe com 
menos de 1,5% exportações mundiais, o que nos mostra que 
há muito espaço para crescer. 
Mais adiante vamos discutir o processo de internacionalização 
das empresas e os meios de exportação disponíveis.
A localização da empresa
A legislação brasileira não entende que um negócio de 
importação possa ser exclusivamente virtual. Na verdade, 
uma empresa nunca poderá ser virtual para os burocratas 
brasileiros. É preciso ter um endereço físico, e que disponha 
de capacidade financeira e operacional adequada (falaremos 
mais sobre isto adiante).
Escolher o seu ponto comercial vai ser a primeira decisão 
importante que irá tomar para conceber a sua empresa 
exportadora (e possivelmente não poderá ser a sua casa!).
Nela, você deve estar atento às condições operacionais que 
o seu negócio vai exigir, como salas em edifícios modernos, 
com acesso à tecnologia, conforto e proximidade dos centros 
urbanos, além de também estar próximo das unidades 
aduaneiras na qual a sua mercadoria estará obrigada.
Em outras palavras, quero dizer que a sua empresa precisa 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 07 |
estar estabelecida próximo dos seus clientes e fornecedores, 
mas também perto da zona portuária/aeroportuária. 
Mesmo com toda a tecnologia disponível para que as 
transações aconteçam à distância, é recomendável que você 
estiver pronto para atender a uma solicitação de um ente 
governamental que cuide do seu processo de exportação, 
ou próximo do seu armazém logístico.
Com a sua empresa instalada nestes locais, certamente o 
logística aduaneira, o transporte de materiais e o embarque de 
produtos serão facilitados, e você irá ganhar mais agilidade.
O que se entende por capacidade operacional?
Esta não é uma pergunta fácil de responder, e muitos 
aqui poderiam dizer que um home office ofereceria todos 
os elementos necessários para tocar uma operação de 
exportação, mas eu vou sintetizar o que pensam os burocratas 
de Brasília.
Capacidade operacional significa a quantidade de recursos 
humanos, materiais, logísticos, bens de capital, imóveis, 
tecnologia, e se estão condizentes com aquelas necessárias 
para a condução das importações e exportações presentes 
e futuras. Ou seja, você precisa provar, com instalações, de 
que tem a quantidade de recursos adequada para que as 
operações aconteçam.
Para alguns isto pode parecer um contrassenso, mas por 
experiência posso afirmar que você não será habilitado no 
 | 08 |
CARLOS ARAÚJO 
Radar, sem que a empresa esteja devidamente montada e 
equipada. Mas não se preocupe agora porque mais adiante 
voltaremos neste assunto.
A criação da empresa para exportar
Para facilitar o processo, vamos considerar que esta empresa 
que iremos criar terá o fim específico de exportação, e que 
existir apenas dois sócios nesta formação.
Neste momento o seu principal herói vai ser o contador. 
Você não vai conseguir fazer tudo sozinho, e este profissional 
vai ser a sua tábua de salvação para os problemas futuros 
decorrentes de qualquer deslize.
O contador é o profissional legalmente habilitado para 
elaborar os atos constitutivos da empresa, além de assessorar 
na escolha da forma jurídica mais adequada ao seu projeto 
de exportação. 
Ele também será a pessoa mais adequada para o preenchimento 
dos formulários exigidos pelos órgãos públicos (que não 
são poucos) de inscrição de pessoas jurídicas. O contador 
também irá lhe informar sobre as obrigações tributárias 
concernentes ao seu negócio.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 09 |
O objeto social (no contrato social) das empresas que 
operam com exportação ou importação
O objeto social é o coração do contrato da empresa. É nele 
que se determina o que a empresa pretende executar como 
atividade econômica para geração de receitas ao negócio.
Uma empresa que planeja fazer da exportação um dos 
seus negócios precisa ter no objeto social a atividade de 
importação e exportação.
Na legislação aduaneira não existe a exigência específica de 
vincular o objeto social da Pessoa Jurídica com os produtos 
que são importados. 
Assim, meu entendimento diz é permitido importar ou 
exportar qualquer produto, dentro das exigências legais. No 
entanto, é recomendável a definição compatível do objeto 
social com as atividades que serão desempenhadas.
Outro elemento importante nesta etapa é a adequação do 
CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) com 
a sua atividade econômica, e a pergunta mais recorrente é: 
vou abrir uma empresa exportadora de um produto XX, 
e gostaria de saber se existe um CNAE específico para a 
atividade exportadora. 
A resposta padrão é não existe um CNAE específico de 
exportação. 
 | 10 |
CARLOS ARAÚJO 
Existe apenas a obrigatoriedade de ser inserida o CNAE de 
comércio atacadista ou na fabricação dos produtos. 
Informação valiosa: você até pode escolher redigir o seu 
contrato social, escolher a atividade econômica de acordo 
com a tabela da Receita Federal, e tentar ultrapassar várias 
destas barreiras sem auxílio. 
Entretanto, com a experiência de quase três décadas, eu 
recomendo que você transfira esta obrigação para o contador 
contratado. 
Além de ser mais ágil, ele tem todas estas resposta na ponta 
da língua, e economizar o seu tempo (e o seu bolso) para 
que você pense naquilo que é mais importante: a estratégia 
dos seus negócios.
Como escolher este profissional?
Sinceramente, você não vai poder abrir o Google e digitar 
´eu quero um contador´ para achar o melhor profissional.
 Será necessário ir atrás de referências e indicações com 
outros empresários do ramo, até achar um adequado ao seu 
orçamento e as suas urgências. 
Não recomendo balizar a sua contratação apenas no preço. 
Olhe o histórico deste profissional e em quantas empresas 
iguais a sua ele já assessorou. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 11 |
A contabilidade é uma ciência padrão para várias áreas do 
ramo empresarial, mas o comércio exterior carrega consigo 
uma dose alta de peculiaridade, em que é preciso ter 
experiência ´de campo´ para poder prestar um bom serviço. 
Em outras palavras, opte por escolher o profissional que já 
tenha em sua carteira empresas exportadoras (e também 
importadoras).
Quantas etapas para abertura desta empresa?
Dividiríamos esta etapa em duas seções: 
1. Criação da empresa;
2. A habilitação para operarno comércio exterior.
O motivo desta divisão é que o comércio exterior é um 
capítulo a parte. 
Qualquer empresa, depois de constituída, vai precisar 
cumprir um ritual de obrigações e inscrições em órgãos 
exclusivamente ligados as atividades de importação e 
exportação, e é por isto que comentamos acima que o 
contador precisa ter experiência teórica e prática para 
assessorar os interessados em ingressar neste ramo.
 | 12 |
CARLOS ARAÚJO 
A criação da empresa
Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas), para legalizar a empresa, é necessário 
procurar os órgãos responsáveis para as devidas inscrições. 
Será necessário efetuar o Registro de empresa nos seguintes 
órgãos:
• Junta Comercial;
• Receita Federal do Brasil (CNPJ);
• Secretaria Estadual da Fazenda;
• Prefeitura do Município para obter o alvará de 
funcionamento;
• Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa 
ficará obrigada ao recolhimento anual da Contribuição 
Sindical Patronal);
• Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no 
sistema Conectividade Social – INSS/FGTS;
• Corpo de Bombeiros Militar;
• Obtenção do alvará de licença sanitária (nos casos em que 
o objeto social contemple a importação ou exportação de 
produtos controlados pela ANVISA).
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 13 |
 A Habilitação da empresa para operar no comércio exterior
O processo de habilitação no Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (Siscomex) se refere a procedimento prévio ao 
despacho aduaneiro necessário para que exportadores, 
importadores e internadores da Zona Franca de Manaus 
possam realizar operações no referido sistema. 
Algumas operações de Pessoas Físicas ou de Pessoas 
Jurídicas estão dispensadas de registro no Siscomex.
O Siscomex é um sistema informatizado responsável por 
integrar as atividades de registro, acompanhamento e 
controle das operações de comércio exterior, por meio de 
um fluxo único e automatizado de informações.
Esta habilitação consiste em um exame prévio realizado 
pelos Auditores Fiscais da RFB, para qualquer pessoa física 
ou jurídica que pretende realizar operações de comércio 
exterior. Esse registro tem o nome de Rastreamento da 
Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) e figura 
entre os momentos mais importantes e decisivos para o 
empresário.
Com essa ‘chave de entrada’, é possível que a empresa 
autorize os seus despachantes aduaneiros, funcionários, 
sócios, diretamente no ambiente Web da Receita Federal, 
para praticarem as atividades relacionadas com o despacho 
aduaneiro.
 | 14 |
CARLOS ARAÚJO 
Por que habilitar a empresa?
A sistemática de habilitação para operar no comércio 
exterior brasileiro visa analisar a necessidade e a utilidade 
do provimento e verifica a situação fática. Uma pessoa 
jurídica adquire identidade própria com o registro de seus 
assentamentos nas juntas comerciais e passam a ter vida 
como estrutura operacional. 
Para tanto, nesse momento, é necessário que em seus 
atos constitutivos tenham no objeto social a atividade de 
exportação e/ou importação. 
São as Juntas Comerciais os órgãos responsáveis pelas 
funções executora e administradora dos serviços de registro, 
a quem incumbe a execução de Registro de Empresas 
Mercantis.
Essa empresa existe fazendo uso da energia do trabalho 
de seus empregados e do ingresso do capital social, o que 
atende o objetivo social da empresa, o qual é algo como uma 
missão, ou seja, algo que ela pretende fazer. 
E essa sinergia, o trabalho, a expertise do empresário e o 
dinheiro injetado visa a atender ao objetivo social. A estrutura 
operacional consiste em agrupar recursos e atividades, com 
vistas aos objetivos e resultados fixados no contrato social. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 15 |
Todos esses elementos resultam na constatação de que a 
organização deixou de ser um elemento fruto da imaginação, 
de um registro público, e passou a ser algo que existe no 
mundo real.
Sob esse prisma, a Receita Federal do Brasil (RFB) exerce a 
função de verificar as condições das empresas que desejam 
operar no comércio exterior, e se elas realmente foram 
criadas para operar com compra e venda de mercadorias. 
E no exercício das atribuições legais descritas em leis, os 
auditores fiscais verificam, entre outras coisas: 
• A comprovação da integralização do capita; 
• A documentação de identidade do responsável pela 
pessoa Jurídica; 
• Os atos constitutivos e comprovantes de domicílio 
empresarial; 
• Alvará municipal de licença de funcionamento; 
• Certidões negativas; e 
• Provas existenciais do estabelecimento da empresa.
 | 16 |
CARLOS ARAÚJO 
Além desses, também podem ser solicitados:
• balanço patrimonial relativo ao último exercício 
encerrado ou balanço de abertura; 
• balancete de verificação relativo ao mês anterior ao da 
protocolização do requerimento de habilitação; e 
• demonstrativo de resultados, relativo ao último período 
encerrado.
Como vimos, a habilitação da empresa junto ao Radar é 
coisa séria e vai requerer muita dedicação do empresário 
em cumprir esta etapa.
Existem empresas especializada em proceder com esta 
habilitação, normalmente um consultor especializado 
em normas aduaneiras ou um advogado, e há também a 
prestação de serviços por parte de alguns contadores.
Minha opinião é que esta etapa é sui generis, e requer alguém 
com experiência teórica e prática para que ela surta efeitos 
positivos. Novamente, não acredite que qualquer um poderá 
lhe fornecer cumprir esta etapa sem maiores complicações. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 17 |
Você, caso deseje, pode partir para fazer a habilitação 
da sua empresa exportadora, arregaçando as mangas e 
compreendendo o que a legislação vigente diz. As seguintes 
normas irão nortear o seu objetivo:
• Instrução Normativa RFB 1.603/2015
• Ato Declaratório Executivo COANA 123/2015
Em regra geral, a Habilitação no Radar está descrita da 
seguinte forma:
• Pessoa Física
• Pessoa Jurídica
o Modalidade Expressa
o Modalidade Limitada
o Modalidade Ilimitada
A submodalidade expressa é destinada para as seguintes 
situações:
1. Pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade 
anônima de capital aberto, com ações negociadas em 
bolsa de valores ou no mercado de balcão, bem como suas 
subsidiárias integrais;
2. Pessoa jurídica certificada como operador econômico 
autorizado (OEA);
3. Empresa pública ou sociedade de economia mista;
 | 18 |
CARLOS ARAÚJO 
4. Órgãos da administração pública direta, autarquia e 
fundação pública, órgão público autônomo, organismo 
internacional e outras instituições extraterritoriais;
5. Pessoa jurídica que pretenda realizar operações de 
exportação, sem limite de valores, e de importação, cujo 
somatório dos valores, em cada período consecutivo 
de 6 (seis) meses, seja inferior ou igual a US$ 50.000,00 
(cinquenta mil dólares dos estados unidos da américa); e
6. Pessoa habilitada para fruir dos benefícios fiscais 
concedidos para a realização dos jogos olímpicos de 
2016 e dos jogos paralímpicos de 2016, previstos na lei nº 
12.780, de 9 de janeiro de 2013, inclusive a contratada para 
representar os entes referidos no § 2º do art. 4º da referida 
lei.
A pessoa jurídica habilitada na submodalidade limitada 
poderá realizar operações de importação com cobertura 
cambial, em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, até 
o limite de US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares 
norte-americanos), ou o equivalente em outra moeda, caso 
sua capacidade financeira estimada seja superior a US$ 
50.000,00 (cinquenta mil dólares norte-americanos) e igual 
ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares 
norte-americanos). 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 19 |
A pessoa jurídica habilitada na submodalidade ilimitadapoderá realizar operações de importação com cobertura 
cambial, em cada período consecutivo de seis meses, acima 
do limite de US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares 
norte-americanos), ou o equivalente em outra moeda, caso 
sua capacidade financeira estimada seja superior a tal 
montante.
Pergunta que não quer calar: Uma empresa recém 
constituída pode ser habilitada no Siscomex? A resposta é 
SIM. 
Apesar de a empresa ainda não possuir um histórico de 
recolhimentos tributários e previdenciários, não há fator 
impeditivo de habilitação baseado exclusivamente nestes 
critérios.
Organização Interna
Este é um tema que mereceria um livro inteiro, e não 
teremos espaço aqui para discutir o assunto com a devida 
profundidade. Entretanto, quero apenas que você tenha 
uma noção exata do quão importante é esta etapa (note, você 
ainda nem chegou a decidir como irá exportar, e já precisa 
pensar na organização operacional dos seus processos!), e 
conduzindo-a de forma eficiente, tudo vai ficar mais fácil lá 
na frente.
 | 20 |
CARLOS ARAÚJO 
A primeira coisa que você vai precisar exercitar é o 
Mapeamento de Processos. O que é isto?
Controlar todos os passos chave do funcionamento das suas 
operações vai ser o segredo do seu sucesso. Você não vai 
conseguir ir muito longe sem que tenha o controle de como 
a coisa está funcionando. E é neste ponto que entra a gestão 
e o mapeamento dos processos.
O mapeamento é uma forma de gestão e organização desses 
processos, que é a keymaster do funcionamento de uma 
empresa, de forma a torná-los mais eficazes.
O mapeamento de processos encurta o caminho para a 
criação de sistemas de indicadores de desempenho, que 
avaliará, em tempo real, a execução das tarefas, medições 
dos resultados, a produtividade de cada setor e pessoa, além 
da avaliação dos custos. 
Lembre-se: O primeiro passo para ganhar controle sobre 
uma organização é conhecer e entender os processos básicos. 
Para a Consultoria de Qualidade, Bertha Paigel, as atividades 
das empresas de Comércio Exterior são mais complexas e 
demandam, além do conhecimento técnico, muita atenção 
e agilidade, onde possíveis falhas podem gerar grandes 
transtornos e prejuízos. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 21 |
Por isso, ressalta, deixar de implementar a técnica de 
mapeamento de processos pode trazer graves consequências 
ao sucesso do negócio.
Montando um departamento de exportação
O investimento em profissionalização da área de exportação 
é também um elemento importante na condução para o 
sucesso no mercado externo. E um ponto importante neste 
processo é a criação de um departamento de exportação.
Este departamento tem que de tratado como estratégico 
pela alta direção da empresa, e não apenas como um 
apêndice do departamento de vendas no mercado interno. 
Precisa ter gerência própria, funcionários especializados, 
ferramentas específicas e sistema de informação adequado 
às necessidades, e que fale a língua dos negócios externos.
Vamos tratar com mais detalhes nas próximas páginas sobre 
isto, mas a exportação é cheia de siglas, procedimentos, 
documentos específicos e condições que o mercado interno 
nunca irá ver. 
Atividades do Departamento de Exportação
O renomado consultor de exportação, Nicola Minervini, 
indica várias atividades do departamento de exportação, e 
que necessitam de ser implementados:
 | 22 |
CARLOS ARAÚJO 
• Criar, identificar e selecionar as principais oportunidades 
de negócios;
• Definir os mercados onde atuar prioritariamente;
• Planejar e coordenar o plano de promoção;
• Definir as formas de ingresso nos mercados;
• Selecionar parceiros com os quais estabelecer colaborações 
comerciais;
• Criar um portfólio de clientes e gerenciar a manutenção 
dos contatos;
• Analisar as solicitações de ofertas;
• Avaliar e confirmar os pedidos recebidos pelos clientes;
• Monitorar todo o processo, do recebimento dos pedidos 
ao recebimento dos pagamentos;
• Monitorar constantemente os mercados.
Como demonstrado, um departamento de exportação não 
se assemelha, nem de perto, com as atividades que tem o 
departamento de venda no mercado interno. 
Aqui não queremos dizer que há melhor ou pior, mas apenas 
demonstrar que uma vez decidido pelo mercado externo, a 
empresa vai precisar de especialização em várias etapas, de 
sistemas de controle e de softwares de gestão.
 | 24 |
CARLOS ARAÚJO 
Ela está em vários lugares, de forma acessível e gratuita. O 
problema, neste caso, é selecionar a melhor informação que 
servirá ao seu propósito.
No início, não é possível responder para qual lugar eu vou 
exportar meu produto, e sim: eu posso exportar? Eu estou 
preparado para isto? 
Pode parecer uma pergunta sem sentido, principalmente se 
você já for um líder de mercado, mas o problema é mais 
profundo do que parece. 
Na verdade, você primeiro precisa saber se o seu produto 
está preparado para exigências do mercado internacional, 
somente depois de responder a esta primeira pergunta, é 
que você dará o passo seguinte, que é: Em que lugar eu sou 
menos vulnerável? 
Neste momento você precisará encontrar qual o lugar em 
que você possa ser mais competitivo com o seu produto em 
relação ao mercado e aos concorrentes. 
Não se deve menosprezar, também, a cultura do povo em 
que você irá negociar. Para o consultor italiano, e autor do 
livro ´O Exportador´, Nicola Minervini, mas de 70% dos 
negócios não se realizam devido a falta de conhecimento da 
diferenças culturas.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 25 |
É importante não eliminar os mercados que, aparentemente, 
podem parecer pouco atrativos. 
Para os especialistas, é justamente este mercado que pode 
lhe dar experiência operacional e aprendizado de como 
compreender e atender aos diferentes clientes pelo mundo, 
principalmente em fatores estranhos ao que você está 
acostumado no mercado interno.
Distância cultural x distância física
Um cuidado especial para este fator. Com muita frequência, 
a distância cultura é muito maior e mais pesada do que a 
distância física.
O que é isto?
A crescente internacionalização das empresas brasileiras 
torna mais nítida as diferenças entre as culturas e a 
necessidade de se desenvolver uma gestão multicultural.
Pesquisas indicam que a América Latina continua sendo o 
principal destino das transações internacionais praticadas 
por empresas brasileiras, chegando a ser mais da metade.
E por quê? Porque esta é uma tendência típica das fases 
iniciais do processo de internacionalização, já que reflete a 
influência da proximidade geográfica e cultural na redução 
dos custos envolvidos no processo de expansão para o 
 | 26 |
CARLOS ARAÚJO 
exterior.
Não estou dizendo que um argentino e um brasileiro são 
iguais. Não, não são. O que quero dizer é que é mais fácil 
para uma empresa exportar para um país que está aqui do 
lado, em que culturas podem ser parecidas ou convergentes, 
e isto facilita o meu processo de aprendizagem comercial e 
de entender e atender as demandas necessárias.
Os estudos indicam que o processo de internacionalização 
encontra enormes desafios entre as diferentes culturas, que 
estão incluídas as variações de idiomas, costumes, bem 
como práticas de negócios, desenvolvimento industrial, e 
do fluxo comércio entre países.
Para vencer estas barreiras, a maior parte das empresas 
procura iniciar o seu processo de exportação com agentes 
mais próximos (fisicamente). Em seguida, a partir da 
aprendizagem resultante do processo de internacionalização, 
e que dependendo do grau dessa distância pode ocorrer uma 
interferência no fluxo de informações entre países e novos 
mercados, é que se buscam novos desafios.
Em outras palavras: começo pelo que é mais fácil, e depois 
de ganhar aprendizado, caminho para o mais difícil.ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 27 |
O processo de internacionalização acontece de forma 
evolutiva e não homogênea, e a aquisição de experiências 
nestes mercados regionais traz inúmeros subsídios (e 
também implicações), que irão auxiliar como indicadores 
de sucesso para a empresa.
Gargalos no processo de internacionalização
Internacionalizar uma empresa pressupõe uma série de 
decisões que envolvem uma definição clara das estratégias 
de negócios da empresa. Não podem ficar de fora, o modelo 
de governa corporativa e também o modelo de gestão.
Inserir a sua empresa e o seu produto no exterior deve ser 
resultado de um minucioso planejamento estratégico focado 
no mercado externo, que deve envolver alguns elementos 
chaves:
• Capacidade exportadora da empresa: física, de recursos 
humanos e tecnológicos;
• Definição do que exportar;
• Identificação e análise do mercado alvo, inclusive dos 
possíveis concorrentes;
• Avaliação da situação atual do mercado e das suas 
perspectivas;
• Definição de estratégias mercadológicas;
• Formação de preço para a exportação.
 | 28 |
CARLOS ARAÚJO 
Quais são os desafios da internacionalização?
Mas quais são os desafios, principalmente para a pequena e 
média empresa? 
A comunidade acadêmica e os órgãos de apoio aos negócios 
concordam que as empresa de porte pequeno e médio ainda 
tem um longo caminho a percorrer para chegar ao mercado 
internacional.
Boa parte desta dificuldade é resultante da burocracia estatal, 
e neste ponto o poder público tem função primordial. Só ele 
pode colaborar para que empresas de tamanhos diversos 
possam experimentar o mercado externo.
De uma forma bem resumida, estes são alguns dos entraves 
encontrados no processo de internacionalização:
• Fata de continuidade do processo de exportação, 
principalmente quando o mercado interno está aquecido;
• Falta de investimentos permanentes no mercado externo, 
inclusive oferecendo um nível mínimo de serviço pós-
venda;
• Falta de conhecimento, no mínimo o essencial, sobre os 
entraves aduaneiros e cambiais do mercado destino;
• Falta de conhecimento sobre embalagens, etiquetagem 
e requisitos sanitários/fitossanitários vigentes para o 
produto no mercado pretendido;
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 29 |
• A distribuição local naquele país está nas mãos de 
amadores, que não tem conhecimento sobre uso, a forma 
de abordagem e outras informações importantes do 
produto na ponta de venda;
• Erro na formulação do preço de exportação;
• Aguardar, ansiosamente, por resultados rápido (este é o 
pior de todos!).
A lista de problemas poderia resultar em um livro, mas em 
meu entendimento é necessário se preocupar com os aspectos 
relevantes (mais do que todos) que a empresa aspirante ao 
mercado externo não pode deixar de ser preocupar.
Para um processo de internacionalização ser bem sucedido, 
é preciso que ele esteja alicerçado em três pilares:
• Posição doméstica sólida
• Estratégia de entrada eficiente
• Capacidade de execução
O que é isso? Calma, que irei explicar.
Uma posição forte no mercado interno significa que ou você 
é líder de mercado, ou está próximo dele. Uma empresa que 
sequer consegue liderar o seu mercado, certamente não terá 
sucesso lá fora. 
O Core Business e a Expertise que ela desenvolveu junto aos 
seus players vai servir de combustível para enfrentar os 
concorrentes lá fora.
 | 30 |
CARLOS ARAÚJO 
Nicola Minervini costuma dizer que uma empresa que não 
consegue colocar os seus produtos no melhor shopping 
do seu estado ou país não está preparada para vencer os 
desafios que o mercado externo exige. 
E eu concordo com esta afirmação. Sabe por quê? Porque as 
expansões internacionais necessitam de investimentos para 
estruturar as operações até que elas sejam autossuficientes, 
e a fonte de recurso desta operação será o mercado interno. 
Então como ter sucesso lá fora se vai faltar combustível ($$) 
antes que ele amadureça?
Um segundo ponto importante nesta análise e a Estratégia 
Eficiente de Entrada. 
Já dissemos que um dos primeiros entraves ao processo 
é a distância cultural (ou distância psíquica, como alguns 
chamam), que envolve elementos como distância geográfica, 
cultura, língua, nível educacional, nível de desenvolvimento 
econômico, dentre outros. Mas não é só isso. 
O sucesso da expansão internacional também depende de 
outros elementos. 
O primeiro deles é a escolha do(s) mercado(s) alvo(s). 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 31 |
Para escolha deste quesito, deve-se levar em consideração 
além do tamanho do mercado, o lucro gerado disponível e 
a concorrência interna. Muitos autores recomendam que o 
começo deva ser por aqueles em que estou menos vulnerável, 
considerando a dinâmica da indústria local.
Uma vez escolhido o mercado a ser atingido, deve-se decidir 
a forma de entrada. Ela pode acontecer por intermédio de 
exportação (direta ou indireta), escritórios comerciais de 
vendas de produtos ou serviços, licenciamento, franchising 
ou a construção ou compra de plantas industriais naquele 
mercado.
Uma vez decidido como entrar, agora é colocar a mão 
na massa. É ter capacidade de execução do processo de 
internacionalização. E como isto vai acontecer? 
Agora não tem mais jeito, a organização está comprometida 
com o novo mercado (ou então tempo e dinheiro foram 
jogados no lixo!).
Para ter sucesso nesta empreitada, toda a empresa precisa 
por em prática uma das mais importantes etapas: ter um 
modelo de negócio que possa ser replicado no mercado o 
mercado alvo.
 | 32 |
CARLOS ARAÚJO 
Não esotu querendo dizer que a internacionalização só vai 
funcionar se for aplicado a padronização dos mercados. Nem 
sempre isto é possível, e na maioria das vezes é necessário 
fazer adaptações ao gosto e a cultura local. 
A chamada Glocalização (um neologismo resultante da 
fusão dos termos globalização e localização. Refere-se à 
presença da dimensão local na produção de uma cultura 
global).
Mas é saudável ter um modelo de negócios que pode ser 
replicado em vários mercados também ajuda. 
Poder repetir uma fórmula de sucesso do seu mercado local 
em vários países facilita em vários fatores, mas nem sempre 
isto é possível, salvo exemplos clássicos como o da Avon, 
que cresceu em vários mercados emergentes entre 1994 e 
2004.
Em outras palavras, empresas com estrutura organização 
flexíveis têm altos índices de sucesso no processo de 
internacionalização.
 | 34 |
CARLOS ARAÚJO 
Ninguém discute que a exportação é importante.
A exportação representa o primeiro passo da 
internacionalização, e é uma alternativa muito utilizada, já 
que requer um grau reduzido de riscos e comprometimento 
por parte da organização. 
Basta que haja interessados do outro lado, e aqui cumpriremos 
as formalidades processuais e enviaremos o produto. Certo? 
Nem tanto, mas podemos dizer que sim. O problema é que 
algumas perguntas precisam ser respondidas para que isto 
aconteça. Vamos lá!
A primeira delas: o que é a exportação? Pode parecer 
repetitivo (e está sendo), mas esta definição passar por 
alguns fatores estruturais dentro da empresa. 
Antes de tudo, a exportação é um compromisso com a 
qualidade, o profissionalismo e método, o que nos obriga 
a improvisar menos e usar mais método durante este 
processo. Estes quesitos são fundamentais na mentalidade 
exportadora da empresa.
Antes de decidir exportar, a organização deve se perguntar: 
qual a sua motivação em partir para o mercado externo? 
Esta decisão está intimamente ligada com a capacidade 
empreendedora dos seus dirigentes, que envolve seus 
pontos fracos e pontos fortes. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 35 |
Em outras palavras, a exportação não pode ser uma aventura 
para alguém que acordou e leu a notícia de que o dólar está 
valorizado epor isto vender lá fora vai lhe trazer mais receita. 
Este é um dos principais pecados.
É sabido que o ato de exportadar, quando bem planejado, 
pode resultar em uma série de fatores positivos, como 
maiores lucros, ampliação do mercado, melhor utilização 
da capacidade instalada e aprimoramento da qualidade, 
dentre outros. 
Entretanto, se este processo não levar em conta as metas 
e objetivos empresariais, certamente energias, recursos 
materiais e financeiros serão desperdiçados. Em suma, 
acredite, nem todo mundo pode ou deve exportar. Para 
algumas empresas, o mercado interno está bom demais.
Por que exportar?
Já dissemos anteriormente, mas é preciso reforçar, a 
exportação é algo que precisa estar alinhado com a estratégia 
da empresa. Não pode ser o desejo de um gestor porque 
as vendas internas estão baixas, ou porque o dólar está em 
franca expansão. 
A exportação não se começa da noite para o dia. Normalmente, 
aventureiros tem poucos resultados posivitos, e somente as 
empresas que apostam num projeto de longo prazo é que 
tem sucesso.
 | 36 |
CARLOS ARAÚJO 
É preciso compreender que o mercado não aceita bem o 
fornecedor ´por oportunidades (aquele apenas se move por 
intermédio daquelas oportunidades momentâneas, como a 
variação do dólar.)
Somente terão sucesso na exportação aquelas empresas 
que tem um projeto estruturado e de longo prazo (mais de 
cinco anos). Só assim vai descobrir que pode ser vantajoso 
exportar, mesmo que um dólar não esteja a seis reais.
O que exportar?
Esta é a pergunta de um milhão de dólares. 
A crença popular indica que todo mundo compra alguma 
coisa, e o seu produto pode entrar no radar destes 
compradores, desde que observados alguns fatores.
Mas é claro que o ´desvio padrão´ de um produto pode 
resultar em negócios mais rápidos ou preços melhores. O 
diferencial que transforma um produto comum em algo que 
interessa a diversos mercados pode ser o custo, a adaptação, 
cuidados com a embalagem ou as exigências daquele 
mercado local escolhido.
Não imagine que seu principal diferencial estratégico vai 
ser o preço. Há muitas empresas mais maduras, que tem 
preços melhores do que o seu. Pense em exportar qualidade, 
inovação, design e serviço pós-venda.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 37 |
Exportação Direta
A exportação direta é caracterizada por aquela em que o 
envio da mercadoria ao exterior é feito sem a participação 
de uma trading no mercado local.
Nem todas as empresas iniciantes têm à sua disposição 
recursos materiais, tecnológicos, humanos e expertise para 
proceder sozinho com uma operação. Note que não estou 
falando das exigências do mercado destino, mas das questões 
operacionais e burocráticas exigidas em seu país. 
No Brasil, por exemplo, qualquer empresa que esteja se 
preparando para exportar precisar estar atendo a questões 
importantes como:
• Tributária – Emissão de Notas Fiscais, de ter certificados 
digitais específicos para esta emissão, controles contábeis 
específicos e completos;
• Operacionais - Habilitação no Radar, emissão do Registro 
de Exportação, da Declaração de Exportação, Emissão 
de Fatura Comercial, Packing List, Conhecimento de 
Embarque e Certificados de Origem;
• Logísticos/Aduaneiros – cuidar dos trâmites burocráticos 
aduaneiros, do embarque da carga, da emissão dos 
documentos e das obrigações cambiais. 
Pode parecer que este processo é simples, mas requer alguma 
preparação inicial, que irá tomar tempo.
 | 38 |
CARLOS ARAÚJO 
Exportação Indireta
Já para aquelas empresas que optam por não errar logo na 
primeira operação, e não dispõe de recursos financeiros para 
contratar uma consultoria especializada para lhe assessorar, 
ou mais ainda, a primeira venda externa já aconteceu, então 
elas podem optar por fazer uma exportação indireta.
Uma exportação indireta significa que haverá a 
intermediação de uma trading entre o produtor e o 
comprador no exterior. 
A principal vantagem de operar nesta modalidade de 
exportação é que a obrigatoriedade de conhecimento das 
normas e trâmites burocráticos, ou até mesmo obrigações 
acessórias exigidas localmente, são de responsabilidade 
deste intermediário, não necessitando o fabricante de uma 
estrutura própria.
Para onde exportar?
Dissemos anteriormente que qualquer produto pode ser 
vendido (em tese), porém nem tudo pode ser exportador 
para aquele país que você escolheu.
Inicialmente, é necessário conhecer os riscos e 
obrigatoriedade de cada país. Muitos países impõem 
controles de ordem sanitárias, burocráticas e documentais, 
e neles são necessários cumprir exigências de certificação, 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 39 |
licenças prévias, adaptações ou documentos específicos, que 
dificultam a sua entrada naquele mercado. Como exemplo, 
o Brasil é campeão nestas barreiras. Somos uma das mais 
fechadas economias para o mercado externo.
Uma das formas mais eficazes de conhecer estas barreiras, 
além de conhecer o mercado e a concorrência, é participar 
de missões empresariais e feiras internacionais.
Procure conhecer qual é a feira mais importante do seu 
segmento, e qual o seu calendário oficial. Somente através 
da participação de uma feira é que você vai poder se medir 
em relação aos concorrentes e ao que o mercado demanda.
Mas isto não quer dizer que você de imediato, e no primeiro 
momento, vai participar como expositor. Isto é um erro que 
pode custar dezenas de milhares de dólares e sem qualquer 
retorno prático. 
Vá como visitante e reserve tempo para conhecer os stands, 
participe dos workshops e rodadas de negócios que ela 
venha lhe oferecer. 
Vá também até os escritórios dos prospects que lá estão. Com 
muita frequência é possível fazer visitas técnicas a partir 
destas feiras, o que sem dúvida é uma excelente oportunidade 
comercial.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 41 |
Eu costumo dizer que formar o preço é um dos elementos 
mais importante (se não o principal). Estou exagerando? 
Não, e vou explicar o porquê.
A estratégia de preço precisa estar alinhada com as outras 
estratégias, e ela tem de condizer com o mercado alvo.
Determinar o seu preço adequadamente é decisivo para 
assegurar as condições de competitividade do produto 
a ser vendido para o exterior. A fixação errônea do preço 
pode começar a gerar prejuízos bem antes de o produto 
ser entregue e sugere que a estabilidade do projeto não se 
sustentará por um quesito simples: não haverá lucro, nem 
no curto e tão pouco no longo prazo.
Não precisaria repetir o mantra, mas entendo ser necessário, 
de que a formação do preço deverá ser precedida de um 
estudo detalhado dos custos de produção (no seu mercado 
de origem) e condições do mercado (destino).
Assim como ocorre no mercado doméstico, o seu target 
precisa de um monitoramento constante para acompanhar 
as tendências, novos entrantes, as forças dos compradores, 
regras gerais que aquele mercado passou a adotar (públicas 
ou privadas) e as alterações de demanda.
Um produto sucesso de venda hoje poderá sofrer alguma 
interferência futura dos concorrentes locais ou ser 
pressionado pelo governo local e deixar de ser competitivo. 
 | 42 |
CARLOS ARAÚJO 
Nestes quesitos estão incluídas as tarifas aduaneiras, regimes 
de licenciamento de importação, de cotas ou questões 
administrativas internas daquele país.
O Brasil tem histórico recentes de mudnaças bruscas na 
administração das importações. De um momento para 
o outro, as regras para produtos importados mudaram 
radicalmente e o produto antes competitivo, deixava de ser 
por culpa dos entraves burocráticos. 
Fatores que influenciam o preço de exportação
Dizer que a cotação da moeda estrangeira ou fatores logístico 
são os mais impactantes na formação do preço simplificar 
demais o processo.
A formaçãode preço é uma condição multifatorial, em 
que não apenas um, mas vários itens são importantes na 
composição e cada caso passa a ser único. 
E há um conjunto de variáveis que precisam ser analisadas 
momento de definir o preço externo. São elas:
• Competidores locais (e potenciais);
• Comportamento dos consumidores;
• Custos de produção na origem;
• Despesas de exportação (que detalharemos adiante);
• Esquemas de financiamento à exportação;
Novas tecnologias (que podem reduzir o custo de produção);
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 43 |
• Preços praticados por concorrentes de outros países;
• Tratamento tributário aplicável à exportação.
Você pode determinar que o seu preço seja o mesmo (ou 
menor) praticado pelos seus principais concorrentes (locais 
ou de outros países que lá atuam). 
Mas sabe-se que empresas que não fazem análises 
multifatoriais na formação de preço não consegue sobrevir 
por muito tempo.
O que são despesas de exportação?
Por definição, são todas as importâncias indispensáveis, 
cobradas ou debitadas, do início até o desembaraço da 
mercadoria, ainda que venham a ser conhecidas somente 
após a liberação aduaneira.
São aquelas oriundas das operações de transporte, 
deslocamento e armazenagem do produto, na qual se 
utilizam as instalações de porto e/ou aeroporto, ou ainda 
por serviços prestados por terceiros, que tenha ligação direta 
com o produto e/ou processo. 
Elas são calculadas unitariamente, ou por serviço, ou ainda 
pelo peso/volume. Algumas são pagas antecipadamente, já 
outras são pagas depois da mercadoria embarcar.
 | 44 |
CARLOS ARAÚJO 
É importante frisar que responsabilidade destas despesas 
está diretamente ligada ao Incoterms pactuado.
Os Incoterms na formação do preço
Se fossemos falar de Incoterms (International Commercial 
Terms) neste material, deveríamos escrever centenas de 
páginas, sem esgotar o assunto. 
Mas aqui vamos citar alguns pequenos pontos, que julgamos 
necessários, para fazer compreender o motivo de algumas 
considerações sobre preços mudam radicalmente se o termo 
pactuado for diferente.
Os Incoterms são termos de vendas 
internacionais, publicados pela Câmara Internacional de 
Comércio (ICC), organização de caráter privado, sediada 
em Paris, França. 
Na prática dos contratos de compra e venda de bens, 
permitem estabelecer, com exatidão, a divisão de tarefas, de 
custos e de riscos entre compradores e vendedores.
E se a divisão dos custos pode mudar de acordo com o termo 
de venda pactuado, então temos a necessidade de descrever, 
antes de tudo, que o preço praticado está calculado sob a 
de um determinado Incoterms.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 45 |
Não é muito difícil de compreender que de acordo com o 
Incoterms praticado na operação, algumas despesas serão 
direcionadas para o seu comprador (ou vice-versa), e não 
porque ela deixou de existir. 
Pela ótica destes termos, só existem duas figuras na operação 
de compra e venda: Exportador e importador. Assim, se 
uma despesa não for de uma parte, será da outra. 
Os Incoterms não falam apenas de custo, mas aqui, por 
questão de espaço e profundidade, vamos abordar somente 
esta particularidade.
Para facilitar o entendimento neste material, a nossa formação 
de preço será calculada pelo Incoterms FOB. 
Também por definição, FOB (Free on Board) significa que 
o exportador se compromete a entregar a mercadoria livre 
a bordo do navio, ou seja, todas as despesas, desde a sua 
fábrica até o embarque da mercadoria, serão por conta de 
quem está vendendo. Dalí por diante, incluindo o frete e o 
seguro internacional, tudo será por conta do importador.
Resumindo: no Preço FOB pactuado, o exportador se obriga 
a custear as seguintes despesas:
• Coleta do contêiner e entrega no terminal de ovação 
(fábrica/armazém);
• Embalagem de exportação;
 | 46 |
CARLOS ARAÚJO 
• Custos de carregamento na origem (fábrica/armazém);
• Transporte local até o porto;
• Seguro local da carga até o porto;
• Despesas de recepção da carga no porto;
• Pesagem / preparação de houver;
• Procedimentos aduaneiros (despachante aduaneiro, 
emissão de ticket de pesagem, presença de carga, tributos 
se houver, dentre outros);
• Liberação alfandegária;
• Emissão de documentos (conhecimento de embarque, 
certificados);
• Envio dos documentos ao exterior.
Tratamento tributário na exportação
Exportar não é um ato de enviar tributos (ou não deveria). 
De certa forma, os governos desoneram os encargos 
tributários sobre os produtos exportados, buscando criar 
competitividade nos mercados externo. 
E isto acontece por intermédio de eliminação dos impostos 
indiretos, inclusive aqueles incidentes nos insumos, mas 
que são incorporados aos produtos finais.
Esta competitividade no mercado internacional é beneficiada 
por incentivos fiscais e tributários oferecidos pelo governo.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 47 |
 
Estes benefícios são destinados a eliminar os tributos 
incidentes sobre os produtos nas operações normais de 
mercado interno. 
Os seguintes tributos não são recolhidos em uma operação 
de exportação:
• IPI - Os produtos exportados não sofrem incidência do 
Imposto Sobre Produtos Industrializados;
• ICMS - O Imposto Sobre circulação de Mercadorias e 
Serviços não incide sobre operações de exportações;
• COFINS - As receitas decorrentes da exportação, na 
determinação da base de cálculo da Contribuição para 
Financiamento da Seguridade Social são excluídas;
• PIS - As receitas decorrentes da exportação são isentas da 
contribuição para o Programa de Integração Social;
• IOF - As operações de câmbio vinculadas à exportação têm 
alíquota zero no Imposto sobre Operações Financeiras.
Não existe outro tributo na exportação? Sim, o Imposto de 
Exportação (IE).
Entretanto, ele só é cobrado para aqueles produtos em que 
o governo brasileiro não tem interesse em exportar, o que 
reduz drasticamente a sua incidência. Para todo o restante, 
a alíquota deste imposto é 0% (zero).
 | 48 |
CARLOS ARAÚJO 
O IE é de competência da União e sua base de cálculo é o 
preço de venda pactuado na Fatura Comercial.
Simulando um preço de exportação
Utilizamos um modelo disponibilizado no site do Ministério 
do Desenvolvimento, que utiliza uma forma padrão 
adotada por muitos exportadores. Apesar de este modelo 
ser bem simplista, ele consegue captar muitas das variáveis 
existentes, e a título de aprendizado servirá de base do 
conhecimento que se pretende adquirir neste material.
Para efeitos do cálculo deste exemplo, utilizamos o seguinte 
método:
1. Eliminam-se todos os componentes que se encontram 
agregados ao preço de mercado interno e que não 
ocorrerão na exportação do produto (tributos agregados 
ao preço de mercado interno, lucro e embalagem de mercado 
interno, despesas de propaganda e distribuição no mercado 
interno, dentre outros);
2. Adicionam-se ao resultado anterior todos os componentes 
que não faziam parte do preço interno, mas que deverão 
compor o preço de venda para o exterior (embalagem para 
exportação, transporte internacional, taxas aduaneiras, seguro 
internacional, dentre outros).
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 49 |
3. Acrescenta-se o percentual do lucro desejado na 
exportação e a taxa cambial.
4. 4. Aqui, o lucro desejado na exportação é calculado sobre 
o PREÇO de exportação em moeda nacional e não sobre 
o CUSTO TOTAL (= Preço no mercado Interno sem IPI (-) 
Componentes do preço no mercado interno (+) Componentes do 
preço de Exportação), o que significa dizer que o PREÇO 
equivale a 100%. Isto é, o PREÇO (100%) = CUSTO TOTAL 
(X%) + LUCRO (Y%), onde X + Y = 100. Esse cálculo (“por 
dentro”) é feito mediante uma regra de três simples.
Vamos aos números:
 | 50 |
CARLOS ARAÚJO 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 51 |ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 53 |
A década de 90 foi importante para a quebra de paradigma 
no comércio exterior brasileiro. 
Várias mudanças estruturais foram implementadas e a 
tentativa de diminuir (ou erradicar) a burocracia excessiva 
foi, finalmente, iniciada. 
E o ponto mais importante nesta nova arquitetura foi a 
criação de uma ferramenta eletrônica de gerenciamento 
das importações e exportações brasileiras.
Em parceria com o Banco Central do Brasil, Receita Federal 
do Brasil e Secretaria de Comércio Exterior, foi criado o 
Siscomex (Sistema integrado de comércio exterior). 
Este sistema teve o objetivo de integrar as atividades de registro, 
acompanhamento e controle das operações de comércio 
exterior, através de um fluxo único e computadorizado de 
informações. 
Trata-se de um sistema sem precedente no mundo, que 
engloba 100% das operações de importação e exportação no 
Brasil.
O Siscomex foi instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de 
setembro de 1992, é um sistema informatizado responsável 
por integrar as atividades de registro, acompanhamento e 
controle das operações de comércio exterior, através de um 
fluxo único e automatizado de informações.
 | 54 |
CARLOS ARAÚJO 
O módulo de exportação foi posto em operação inicial 
em 1993 e reformulado em outubro de 2006, tendo suas 
informações disponibilizadas na internet. 
Resumidamente, destacam-se as seguintes vantagens do 
Sistema: 
1. Agilidade na coleta e processamento de informações por 
meio eletrônico; 
2. Ampliação dos pontos do atendimento; 
3. Crítica de dados utilizados na elaboração das estatísticas 
de comércio exterior;
4. Diminuição significativa do volume de documentos; 
5. Eliminação de coexistências de controles e sistemas 
paralelos de coleta de dados; 
6. Harmonização de conceitos e uniformização de códigos e 
nomenclaturas; 
7. Redução de custos administrativos para todos os 
envolvidos no sistema; 
8. Simplificação e padronização de documentos.
A título de curiosidade, até 1992 (na exportação) e até 1996 
(na importação), quando um importador ou exportador 
precisava obter suas licenças, estas eram feitas por intermédio 
de formulários próprios para esse fim, gerando muitas vias, 
procedimentos burocráticos e um atraso que não combinaria 
com a dinâmica do comércio global na atualidade. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
 | 55 |
 
Hoje temos o Programa Portal Único de Comércio Exterior, 
uma iniciativa de reformulação dos processos de importação, 
exportação e trânsito aduaneiro, que foi possível estabelecer 
processos mais eficazes, harmonizados e integrados para 
com todos os intervenientes públicos e privados no comércio 
exterior. 
Com o Portal Único a demanda por serviços mais eficientes 
no comércio exterior brasileiro poderá ser atendida na sua 
plenitude, e o Siscomex vai continuar sendo a ferramenta que 
simplifica e integrar os negócios internacionais brasileiros, 
objetivos estes que foram traçados lá no início dos anos 90, 
com a abertura de mercado promovida pelo Governo Collor.
Principais documentos emitidos pelo Siscomex
Registro de Exportação (RE)
Documento eletrônico em que o exportador informa os 
dados de natureza comercial, cambial e fiscal. O RE é a 
licença de exportação que apresenta, de forma detalhada, 
como a transação será realizada. Em linhas gerais, ele deve 
ser obtido antes do despacho aduaneiro, e poucas operações 
são dispensadas deste documento.
Dependendo da categoria do produto, a análise, crítica e 
deferimento desta licença acontece automaticamente pelo 
sistema.
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CARLOS ARAÚJO 
Registro de Exportação Simplificada (RES)
O RES é a simplificação do RE (Registro de Exportação), 
criado para facilitar algumas operações que não ultrapassem 
US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares americanos), com 
cobertura cambial e para embarque imediato para o exterior.
Não são todos os produtos/operações que são contemplados 
com esta sistemática, e o exportador deverá conhecer a 
relação de produtos fornecidas pelo SECEX.
O RES tem grande utilidade para as pequenas e médias 
empresas que estão iniciando no comércio exterior.
Registro de Crédito (RC)
Documento emitido quando a exportação for financiada, ou 
seja, quando o prazo de pagamento for acima de 360 dias. 
Assim, o Registro de Crédito (RC) é o documento eletrônico 
que contempla as condições definidas para as exportações 
financiadas e, como regra geral, deve ser preenchido 
previamente ao RE.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Registro de Venda (RV)
Alguns produtos que são negociados em bolsas internacionais 
de mercadorias ou de commodities, possuem características 
comerciais específicas e precisam ter documentos eletrônicos 
exclusivos emitidos no Siscomex. Entre os produtos, podemos 
destacar soja em grão, óleo e farelo, açúcar demerara, cristal 
e refinado.
O RV é o conjunto de informações que caracterizam uma 
operação de commodities e assegura ao exportador os 
parâmetros fixados no momento da venda. O preenchimento 
do RV é prévio ao RE e, por consequência, ao embarque.
Declaração de Exportação (DE)
O despacho aduaneiro de uma mercadoria na exportação 
é o momento em que a fiscalização aduaneira verifica a 
exatidão das informações prestadas pelo exportador quando 
a natureza comercial, fiscal, tributária e administrativa, 
quanto aos documentos apresentados, à carga e à legislação 
específica. Se tudo estiver de acordo com os procedimentos 
legais exigidos, a mercadoria será desembaraçada e a sua 
saída para o exterior será autorizada.
E o documento em que o exportador declara estas 
informações e inicia esse procedimento aduaneiro é a 
Declaração de Exportação (DE). Essas informações são 
inseridas eletronicamente no Siscomex, tendo a si vinculadas 
 | 58 |
CARLOS ARAÚJO 
um ou mais Registros de Exportação, e dependendo do caso 
poderá ser simplificado (DSE).
Declaração Simplificada de Exportação (DSE)
Idêntico ao RES, em que é facilitado ao exportador o 
processo de liberação aduaneira, a Declaração Simplificada 
de Exportação é o documento alternativo a DE, em quem 
algumas situações, o interessado pode optar pelo despacho 
aduaneiro simplificado.
São exemplos de exportações passíveis do uso de DES, as 
mercadorias cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 
50,000.00, exportação temporária, reexportação, contidos 
em remessa postal internacional (Exporta Fácil) e bagagem 
desacompanhada de viajantes.
A DSE é uma operação que apresenta uma configuração de 
poucos procedimentos e de fácil formulação, alavancando 
os negócios de exportação das pequenas e médias empresas.
Comprovante de Exportação (CE)
Uma vez em que a mercadoria já foi desembaraçada 
pela autoridade aduaneira no Siscomex, e a averbação e 
confirmação do embarque também lançada no sistema, será 
fornecido ao exportador, quando solicitado, o Comprovante 
de Exportação (CE). O CE sintetiza todos os dados e 
registros vinculados a uma exportação.
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CARLOS ARAÚJO 
Nas transações internacionais, seja na importação ou na 
exportação, os documentos desempenham uma importante 
função de negociação. 
São eles que descrevem o que está sendo vendido, 
transportados ou atestam a qualidade do produto feita 
através de um laboratório ou de uma instituição credenciada 
de renome internacional.
Fatura Proforma
O primeiro existente em uma transação comercial 
internacional é a fatura proforma (ou proforma invoice). Este 
documento é emitido pelo exportador para o importador e 
formaliza e confirma a negociação internacional. 
Muitos entendem que este é o primeiro contrato entre as 
partes, apesar de não gerar obrigações de pagamento por 
parte do importador. 
É uma tomada de preço internacional, onde o interessado 
(importador) busca detalhes daquilo que está disposto a 
comprar.Contrato Internacional
Contratos internacionais são manifestações de vontades 
entre as partes, comprador e vendedor ou demais partes, 
que visam criar relações patrimoniais ou de serviços. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Estas relações estarão sujeitas mais de um sistema jurídico, 
e tal como a documentação que embasa a negociação 
comercial, o contrato é parte fundamental na regulação dos 
direitos e deveres entre as partes.
Mas alguém pode dizer, “e os Incoterms, não ditam direitos 
e deveres entre exportador e importador? E eu ainda estou 
obrigado a ter um contrato internacional?”. 
Sim, está, porque os Incoterms ditam as relações de direitos 
e deveres com relação aos custos e responsabilidades no 
processo logístico, no que tange a condição de entrega de uma 
mercadoria, mas não fala nada sobre o processo comercial 
na sua totalidade.
Os contratos internacionais apresentam especificidades, 
como: a) alcance, b) submissão, c) idioma, d) Lei aplicável 
e foro, e e) jurisdição competente, já que ficam a escolha 
das partes.
De modo a garantir a certeza para a execução do negócio, um 
contrato internacional deve abordar, dentre outras coisas, 
os seguintes tópicos:
1. Qualificação das partes
2. Delimitação clara do que está sendo comercializado entre 
as partes, descrevendo suas características de forma 
detalhada;
3. Qual a modalidade e forma de pagamento internacional;
 | 62 |
CARLOS ARAÚJO 
4. Qual Incoterms pactuado;
5. Quanto a mercadoria estará pronta para ser entregue e 
em que local;
6. Quais os documentos deverão ser apresentados pelo 
exportador;
7. A forma como as partes se comunicarão;
8. Quais idiomas conterão no contrato;
9. Certificações necessárias para a operação, para a carga e 
para a empresa exportadora;
10. Qual a embalagem necessária para o transporte da 
mercadoria;
11. Qual o meio de solução de controvérsias.
A prática usual no comércio internacional dispensa o uso 
de contrato internacional, em que elas são realizadas sem a 
formalização documental. 
Porém, sabemos também que uma vez iniciado uma 
controvérsia, a solução fica difícil para ambos os lados. 
Por isto recomenda-se formalizar todas as operações 
internacionais com um contrato de compra e venda, mesmo 
que as relações comerciais já sejam antigas e duradoras. 
Assim, é possível evitar dúvidas e confusões sobre os pontos 
acordados durante as negociações, mas que não tenham sido 
fixados por escrito.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Purchase Order
A Purchase Order (PO) é emitida pelo importador e 
endereçada ao exportador, e representa um compromisso 
formal de compra.
 
A partir do envio da PO, o exportador já assume as 
providências de preparação do material a ser exportado, e 
que já foi descrito em trocas de mensagens anteriormente, 
como fatura proforma e/ou contrato internacional. É o start 
do processo que terminará com o embarque da mercadoria.
Às vezes, a condição de pagamento exige a transferência 
de alguma quantidade de recursos antecipadamente, e isto 
também fica condicionado ao envio de recursos financeiros. 
Entretanto, a partir do recebimento da PO, o exportador 
já sabe que terá um compromisso de entrega no prazo 
combinado.
Enquanto a Fatura Proforma indica a cotação do exportador 
para com o importador, em que várias mudanças podem 
ser feitas, na PO o importador e exportador concordam 
que aquela será a descrição final do que será embarcado, 
contendo as condições gerais, como preço, quantidade, tipo, 
forma de pagamento, prazo de entrega e local de embarque, 
entre outros, elaborado e firmado entre ambos.
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CARLOS ARAÚJO 
Reserva de Praça (Ou booking).
Obter uma Reserva de Praça, ou fazer um booking, ou 
ainda ´bookar´ uma carga, é solicitar junto à companhia de 
transporte um espaço para a carga a ser embarcada.
Ela pode ser feita pelo exportador ou importador, 
dependendo do Incoterms negociado (e de quem será o 
responsável pelo pagamento do frete), e realizada com a 
maior antecedência possível.
Na prática, com a chegada do booking pelo transportador 
significa que a mercadoria já está reservada para aquele 
navio indicado no documento, principalmente no transporte 
marítimo.
Transportadores reservam espaços para aquela carga, 
baseada em algumas condições enviadas por aquele que 
solicitou a serva.
Para a reserva de um booking é necessário enviar informações 
ao transportador, tais como:
1. Porto de Embarque e Desembarque da mercadoria;
2. Embarcador e consignatário da carga;
3. Navio/viagem ou data pretendida de saída;
4. Descrição resumida da carga a ser embarcada;
5. Peso bruto e metragem cúbica da carga;
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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6. Tipo de equipamento (quando for embarcada em 
contêineres);
7. Incoterms;
8. Condição de Pagamento do Frete;
9. Indicar se a mercadoria é perigosa ou se detém condições 
especiais de transporte.
Os principais desafios da operação são o equacionamento 
da data de embarque, deadlines (prazo final para conclusão) 
informados pelo armador com a disponibilidade da carga 
para ser estufada e entregue no porto.
Em outras palavras, ter um booking em mãos significa que 
o prazo para embarque já está previsto, e com isto a carga 
também deverá estar pronta para embarcar. 
Por outro lado, não se podem ignorar etapas importantes, 
como o pagamento (ou parte dele) e as obrigações aduaneiras 
que o exportador precisa vencer para que a carga seja 
colocada no mar/ar. A isto tudo se dá o nome de Logística 
Aduaneira.
Não estamos falando neste momento da cotação do frete. 
Entendemos que esta etapa deveria ter sido vencida 
anteriormente, e não no momento em que a carga já está 
quase pronta para embarcar.
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CARLOS ARAÚJO 
Instrução de Embarque (IE) na exportação
Este é o momento mais importante de toda a operação de 
exportação. Daqui pra frente, é crucial que todos os passos 
logísticos e operacionais da exportação sejam conduzidos por 
uma instrução enviada pelo importador. A este documento 
damos o nome de Instrução de Embarque (ou Shipping 
Instructions).
A Instrução de Embarque (IE) é a um documento 
que relaciona cada passo a ser seguido na exportação, 
principalmente no que concerne aos documentos a serem 
emitidos.
Se você pensar que uma exportação é um conjunto de passos 
a serem seguidos (interno, administrativo, tributário e 
logístico) dentro do seu país, certamente terá conhecimento 
de tudo que precisa ser feito. 
Porém, é preciso ter em mente que do outro lado, no país do 
seu comprador, estas ações sofrerão influência das regras 
comerciais e aduaneiras de lá, e é preciso estar em sintonia 
com tudo que será preciso, ou seu importador poderá ter 
problemas para liberar a carga.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Assim, a IE consiste na preparação correta dos documentos 
de embarque (faturas comerciais, romaneios, certificados 
de origem, certificados de inspeção, conhecimentos 
marítimos, aéreos, ferroviários e rodoviários) e o envio 
destes, dentro do prazo, para o destino correto. 
E “emitir corretamente” significa também preencher de acordo 
com o que a legislação daquele país determina.
Ficou confuso? Então vamos lhe dar exemplos práticos. 
Se você fosse um vendedor americano, e fosse fazer a sua 
primeira exportação para o Brasil, deveria saber que a fatura 
comercial para o nosso país precisa ser assinada de próprio 
punho, que tem que ser original, sem rasuras e precisa conter 
a identificação do signatário. 
Além disso, o conhecimento de embarque necessita ter o 
CNPJ do Importador no campo consignatário e precisa ter 
a identificação da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). 
Quer mais? Se o produto for pneus, o exportador precisa 
estar cadastrado no Inmetro, e cada operação precisará da 
certificação deste órgão para serautorizado a sua liberação.
E mesmo o exportador americano tendo vários anos de 
experiência no ramo, ele só saberá das peculiaridades desta 
operação se alguém lhe disser. Para isto existe a Instrução 
de Embarque, em que o Importador envia e detalha como 
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CARLOS ARAÚJO 
cada documento deverá ser emitido e quais informações 
deverão conter.
Não existe modelo padrão para IE e cada empresa deverá 
adaptar de acordo com a sua necessidade. É por isto que 
não se recomenda que o exportador interfira em modelos 
ou informações contidas, ou então ele poderá assumir 
responsabilidades desnecessárias.
Porém, em qualquer IE é comum ter um conjunto de 
informações, que giram em todos do seguinte:
1. Informações para o preenchimento da Fatura Comercial;
2. Informações para o preenchimento do Packing List;
3. Informações especiais caso a mercadoria seja embarcada em 
embalagens de madeira, e suas exigências internacionais 
de tratamento (fumigação);
4. Informações Especiais para etiquetagem da mercadoria;
5. Informações gerais, como endereço do consignatário, 
dados bancários e dados do agente de carga ou companhia 
de transporte que fará o processo logístico do envio.
Fique atento para receber esta instrução antes de iniciar 
qualquer processo de embarque. Você pode se surpreender 
com o nível de exigência de cada país, e em alguns deles 
nem será possível avançar por falta de competência interna 
da sua organização.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Este não é um documento oficial, e sim uma simples instrução 
que pode facilitar a vida do exportador, e o principal motivo 
é não incorrerem em multas ou penalidades por falta de 
informações.
Com esta IE em mãos, o próximo passo é enviar por e-mail 
ao comprador tudo aquilo que você emitir, com a devida 
antecedência e cobrar dele um prazo para lhe responder. 
De preferência, antes da saída da mercadoria para que se 
possa conferir e analisar, e se houver erros ou discrepâncias, 
então que seja devidamente retificado e uma nova análise 
seja solicitada.
E aqui a dica de um milhão de dólares: se alguém envolvido 
na operação reclamar que este tipo de documento pode 
atrasar ou burocratizar o processo, lembre-os de que 
estamos lidando com empresas de outros países e por 
isso os profissionais daqui não possuem conhecimento das 
obrigações legais de lá, e o que pode parecer óbvio para eles, 
não é tão assim à outra parte.
Falhas em cumprir os prazos expostos e instruções podem 
colocar o embarque em atrasos desnecessários e gerando 
custos adicionais. Ou seja, sem IE a exportação não deve 
andar.
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CARLOS ARAÚJO 
O Draft do BL e as etapas seguintes do embarque
Antes de falar do documento em si, precisamos falar da 
operação e dos prazos envolvidos em todas as cadeias.
A operação marítima, principalmente, é algo complexo 
que envolve centenas de pessoas e/ou órgãos, e um navio 
parado por falha no planejamento pode significar centenas 
de milhares de dólares por dia.
Com isto, os transportadores estipulam prazos em que a 
carga de exportação deve estar completamente liberada, e 
os documentos de embarque (conhecimento de embarque) 
já confeccionados. A este prazo estipulado damos o nome 
de deadline. 
Este deadline é o prazo limite para a aceitação de carga 
seca e refrigerada pelo armador, considerando os fatores 
limitadores do terminal e com a capacidade de embarque 
pelo transportador. Mesmo estando com o seu booking 
confirmado, é necessário que você cumpra este prazo ou 
então sua mercadoria não embarcará.
E um dos elementos a serem cumpridos neste deadline é o 
draft do BL (chamado de deadline documental).
Já dissemos que o conhecimento de embarque é um dos 
documentos mais importantes no comércio exterior, e o 
principal na navegação. E para embarcar a mercadoria, o 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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transportador exige o preenchimento de um modelo enviado 
pelo exportador, chamado de draft de BL. Neste draft o 
exigem-se as seguintes informações:
1. Informações do embarcador
2. Informações do navio e da viagem
3. Dados do Consignatário
4. Do notificado
5. Porto de Embarque e Porto de Descarga
6. Dados gerais da Mercadoria
7. Dados do contêiner (se a carga for embarcada neste)
8. Dados do Lacre
9. Peso Bruto e Líquido
10. Forma de pagamento do frete
11. Número da RE e DE (exigências brasileiras)
12. Identificação da NCM (exigência também brasileira)
O draft é uma obrigação que o exportador tem com o 
transportador, mesmo que ele não tenha contratado o frete. 
A falta de envio do documento pode ensejar no cancelamento 
do embarque, ou no pagamento de uma multa que será 
arcada pelo embarcado. 
Note que nem sempre é possível enviar este draft para 
o importador para ser revisado. Por isto, busque estas 
informações necessárias na Instrução de Embarque enviada 
pelo comprador, conforme dissemos anteriormente.
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CARLOS ARAÚJO 
Fatura Comercial
Após a discussão dos termos contratuais da fatura proforma, 
e depois das condições pactuadas do pagamento, a operação 
é concretizada através do aceite (assinatura) de alguma 
proposta ou na própria fatura proforma, e o exportador irá 
emitir a fatura comercial (ou commercial invoice). 
Este documento representa que a operação já foi consumada 
e que daqui por diante, o exportador deverá cuidar dos 
trâmites operacionais de envio da mercadoria para o país 
comprador.
Packing List
Outro documento tão importante nos procedimentos 
logístico de embarque é o Packing List (ou romaneio de 
embarque). 
Trata-se de uma relação dos produtos embarcados, indicando 
os tipos de volumes, quantidade, dimensões, peso líquido e 
bruto, além dos seus respectivos conteúdos. 
Não se trata de um relatório que substitua a fatura comercial, 
mas apenas uma lista detalhada do que está sendo enviado 
ao importador e que serve de roteiro para a conferência 
aduaneira no país de destino.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Apesar de muitos considerarem o packing list um 
documento meramente burocrático, este é fundamental 
para as autoridades aduaneiras efetuarem uma correta e 
rápida conferência da carga no país destino, quanto para o 
importador poder recepcionar os produtos comprados em 
seu armazém. 
Conhecimento de Embarque
O próximo documento pode ser considerado o mais 
importante do comércio exterior. Trata-se do conhecimento 
de embarque, e que recebe denominações de acordo com 
o meio de transporte utilizado. Este documento é emitido 
pela companhia transportadora, ou através do seu agente 
ou representante. 
É ao mesmo tempo um contrato de transporte, um recibo 
de que a mercadoria foi entregue para o transporte e um 
documento de propriedade, definindo assim um título de 
crédito.
O senso comum chama o conhecimento de embarque (ou de 
carga ou de transporte) de BL (de Bill of Lading). Na verdade 
o BL é apenas para quando o modal de transporte for o 
marítimo. Quando esta modalidade for aérea, o nome para 
este documento será AWB (de Airway Bill). Para o transporte 
rodoviário, o nome utilizado será CRT (de conhecimento 
rodoviário de transporte).
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CARLOS ARAÚJO 
E por último, quando o meio de transporte for o ferroviário, 
o nome será TIF (Conhecimento de Carga Ferroviário).
Além destes quatro importantes documentos, ainda há os 
certificados diversos que sua necessidade varia de acordo 
com o produto e/ou com o tipo de operação.
Certificados Diversos
Para começar, temos os certificados de origem. Este 
documento é imprescindível para o importador, quando o 
produto e o país exportador são beneficiários de acordos 
internacionais que permitem a isenção ou a redução do 
imposto de importação. 
Além do benefício tributário, o certificado de origem 
também é exigido em decorrência de disposições previstas 
na legislação internado país.
 
Dependendo do acordo internacional, existem vários 
modelos de certificado de origem. No Brasil, o Certificado 
de Origem Mercosul e o Certificado de Origem Aladi são 
documentos muito utilizados para importações originárias 
de países da América do Sul.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Nota Fiscal de Exportação
A Nota de Exportação será utilizada quando for efetuada 
uma venda de mercadoria para fora do Brasil. Ou seja, se o 
seu cliente é estrangeiro. 
Por força da legislação brasileira, essa exportação é 
acobertada pela não incidência do ICMS, bem como pela 
imunidade do IPI, devendo ser emitida nota fiscal referente 
a essa mercadoria sem destaque desses impostos, e há um 
destaque de informações no documento que precisa ser 
atentado pelo exportador. 
Por isto, destaca-se, é importante que se busque a orientação 
de um contador experiente, evitando erros e multas.
Via de regra, este documento é emitido depois da aprovação 
do RE (Registro de Exportação), que documento acompanha 
a mercadoria desde a saída do estabelecimento até o efetivo 
desembaraço físico na Receita Federal do Brasil, e tem apenas 
circulação interna.
Registro de Exportação
Documento eletrônico em que o exportador informa os 
dados de natureza comercial, cambial e fiscal. O RE é a 
licença de exportação que apresenta, de forma detalhada, 
como a transação será realizada. 
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CARLOS ARAÚJO 
Em linhas gerais, o RE deve ser obtido antes do despacho 
aduaneiro, e poucas operações são dispensadas deste 
documento.
Dependendo da categoria do produto, a análise, crítica e 
deferimento desta licença acontece automaticamente pelo 
sistema.
Registro de Exportação Simplificada (RES)
O RES é a simplificação do RE (Registro de Exportação), 
criado para facilitar algumas operações que não ultrapassem 
US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares americanos), com 
cobertura cambial e para embarque imediato para o exterior.
Não são todos os produtos/operações que são contemplados 
com esta sistemática, e o exportador deverá conhecer a 
relação de produtos fornecido pelo SECEX.
O RES tem grande utilidade para as pequenas e médias 
empresas que estão iniciando no comércio exterior.
Registro de Exportação (RC)
Documento emitido quando a exportação for financiada, ou 
seja, quando o prazo de pagamento for acima de 360 dias. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Assim, o Registro de Crédito (RC) é o documento eletrônico 
que contempla as condições definidas para as exportações 
financiadas e, como regra geral, deve ser preenchido 
previamente ao RE.
O RC é o documento eletrônico em que o Banco Central 
autoriza a concessão de prazo maior que 360 dias de 
pagamento da exportação. Esta autorização não acontece 
de forma eletrônica e automática no sistema, mas através de 
uma análise do órgão competente.
Registro de Venda (RV)
Alguns produtos que são negociados em bolsas internacionais 
de mercadorias ou de commodities, possuem características 
comerciais específicas e precisam ter documentos eletrônicos 
exclusivos emitidos no Siscomex. Entre os produtos, podemos 
destacar soja em grão, óleo e farelo, açúcar demerara, cristal 
e refinado.
O RV é o conjunto de informações que caracterizam uma 
operação de commodities e assegura ao exportador os 
parâmetros fixados no momento da venda. O preenchimento 
do RV é prévio ao RE e, por consequência, ao embarque.
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CARLOS ARAÚJO 
Declaração de Despacho de Exportação (DDE)
O despacho aduaneiro de uma mercadoria na exportação 
é o momento em que a fiscalização aduaneira verifica a 
exatidão das informações prestadas pelo exportador quando 
a natureza comercial, fiscal, tributária e administrativa, 
quanto aos documentos apresentados, à carga e à legislação 
específica. 
Se tudo estiver de acordo com os procedimentos legais 
exigidos, a mercadoria será desembaraçada e a sua saída 
para o exterior será autorizada.
E o documento em que o exportador declara estas informações 
e inicia esse procedimento aduaneiro é a Declaração de 
Despacho de Exportação (DDE). 
Essas informações são inseridas eletronicamente no 
Siscomex, tendo a si vinculadas um ou mais Registros de 
Exportação, e dependendo do caso poderá ser simplificado 
(DSE).
Declaração Simplificada de Exportação (DSE)
Idêntico ao RES, em que é facilitado ao exportador o 
processo de liberação aduaneira, a Declaração Simplificada 
de Exportação é o documento alternativo a DDE, em quem 
algumas situações, o interessado pode optar pelo despacho 
aduaneiro simplificado.
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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São exemplos de exportações passíveis do uso de DES, as 
mercadorias cujo valor total seja igual ou inferior a US$ 
50,000.00, exportação temporária, reexportação, contidos 
em remessa postal internacional (Exporta Fácil) e bagagem 
desacompanhada de viajantes.
A DSE é uma operação que apresenta uma configuração de 
poucos procedimentos e de fácil formulação, alavancando 
os negócios de exportação das pequenas e médias empresas.
Comprovante de Exportação (CE)
Uma vez em que a mercadoria já foi desembaraçada 
pela autoridade aduaneira no Siscomex, e a averbação e 
confirmação do embarque também lançada no sistema, será 
fornecido ao exportador, quando solicitado, o Comprovante 
de Exportação (CE). O CE sintetiza todos os dados e registros 
vinculados a uma exportação.
Romaneio de embarque
Já falamos anteriormente sobre o Packing list e qual a sua 
importância no comércio exterior. Agora vamos falar sobre 
o Romaneio de Embarque, que muito se assemelha ao 
documento internacional.
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CARLOS ARAÚJO 
Este documento é cobrado pelos terminais antes do 
embarque da carga, especificamente para acontecer a 
liberação aduaneira. 
O Romaneio contém um conjunto de informações sobre a 
carga, como booking, navio/viagem, número do contêiner, 
lacre, tara, peso bruto e líquido, quantidade de volumes e 
tipo. Tem também o número da RE e da DE, além de uma 
descrição sumaria sobre a mercadoria a ser embarcada.
Os terminais utilizam este documento para lançar e controlar 
as informações do embarque, fazer a presença de carga 
no Siscomex, acompanhamento da fiscalização, e também 
quando o processo aduaneiro de exportação é parametrizado 
no canal laranja ou vermelho.
Este também não é um documento em que exista modelo 
oficial, e cada empresa adapta o seu padrão e a sua 
necessidade. Alguns terminais também exigem informações 
personalizadas, e é preciso conhecer as necessidades locais 
de cada unidade de embarque, e assim evitará problemas 
na liberação aduaneira.
Ticket de Pesagem 
Este é um documento emitido pelo terminal de embarque da 
mercadoria, que controla o peso bruto da carga, descontando 
a tara do contêiner. 
ABC DA EXPORTAÇÃO 
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Com esta informação, todos sabem o peso real da carga 
embarcada, e isto tem implicações diretas em vários lugares 
por onde a carga vai passar. 
Várias estradas no exterior tem limitação de tráfego de peso, 
e o exportador aqui precisa conhecer esta limitação e evitar 
problemas com as fiscalizações locais.
Mas apesar de muito importante durante muito tempo, 
conhecer o peso real da carga tornou-se importante em 
2016, com a obrigação VGM (Verified Gross Mass / Peso Bruto 
Verificado).
A Solas (do inglês Safety of Life at Sea, ou Convenção 
Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no 
Mar) tornou obrigatório aplicação da norma de pesagem de 
contêineres em 01/07/2016, e todo armador deverá passar 
a receber, com antecedência, a pesagem certificada para 
autorizar ou não o embarque dos containers. 
Sendo assim, o peso do recipiente e da carga nele contida 
deve ser documentado (pesos estimados não são permitidos).
Como funcionaria o VGM? Ele é uma nova exigência para 
que os armadores solicitem dos embarcadores

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