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Fatores Abióticos

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Meio ambiente
Prof. Delfim S. Neves
Fatores Ecológicos Abióticos
Conceito de fator ecológico
Todos os seres vivos estão submetidos ás ações de agentes climáticos, químicos ou bióticos muito variados. Fator ecológico (bióticos ou abióticos) é todo elemento do meio ambiente capaz de atuar diretamente sobre o ser vivo, ou pelo menos, durante uma fase de seu desenvolvimento.
 
Fator limitante (Lei do mínimo):
	O termo “lei do mínimo” foi primeiramente proposto para descrever situações nas quais espécies sofriam alterações variadas em resposta à ação de algum fator limitante natural. Exemplo: a quantidade de fosfatos na água do mar pode ser um fator limitante sobre a densidade das populações que constituem o Plâncton, mesmo que outros elementos nutricionais estejam presentes em abundância. 
Com o aumento das pesquisas sobre as ações impostas por fatores naturais aos seres vivos, concluiu-se que os efeitos provocados pela “lei do mínimo” seriam mais bem compreendidos, se ela passasse a chamar-se “fator limitante”. Compreendeu-se que um fator ecológico desempenha o papel de fator limitante sobre uma espécie, uma população ou até uma comunidade inteira de um ecossistema. 
O fator ecológico atua como limitante quando está ausente ou reduzido abaixo de um mínimo crítico, ou então, excede o nível máximo tolerável. Assim, cada ser vivo apresenta em face dos diversos fatores ecológicos que atuam sobre ele, limites de tolerância, entre os quais se situa seu ótimo ecológico.
Como se pode esperar, muitos fatores ecológicos atuam ao mesmo tempo sobre um ser vivo e as interações entre esses fatores podem alterar os limites de tolerância que foram determinados para cada fator isoladamente. Além disso, a variação aleatória de alguns fatores ecológicos impede uma adaptação rigorosa dos seres vivos ao seu meio. 
Obs. “O limite de tolerância de uma espécie está diretamente relacionado à adaptação fisiológica dela ao seu meio. Portanto, já que os limites são quase sempre fixados por mecanismos genéticos nas espécies locais, estas recebem denominação de raças ecológicas ou ecótipos.”
Valência ecológica
	Refere-se ao potencial de uma espécie povoar ambientes diferentes. Espécies de baixa valência só suportam variações limitadas de fatores ecológicos (estenoécias), e por isso ocupam poucos ambientes. As espécies de alta valência (euriécias) são capazes de povoar ambientes diversos com alta variação nos fatores ecológicos.
 LIMITES DE TOLERÂNCIA DA ESPÉCIE
 ZONA ÓTIMA
 ESPÉCIE ESPÉCIE 
 AUSENTE AUSENTE
 ESPÉCIE ESPÉCIE
 RARA RARA
 MÍNIMO ÓTIMO MÁXIMO
 Intensidade do fator ecológico
Alguns exemplos de fatores ecológicos abióticos
	 
I) TEMPERATURA (seres Estenotérmicos e Euritérmicos) 
	
As espécies estenotérmicas só toleram variações limitadas de temperatura. As espécies euritérmicas toleram variações de maior amplitude.
	
Os seres vivos são divididos em: 
Homeotermos ou Endotérmicos (temperatura do corpo é relativamente constante). Existem algumas exceções de animais endotérmicos que hibernam, podendo alterar a temperatura de seus corpos. 
Os Pecilotérmicos ou Exotérmicos (animais cuja temperatura corporal varia). Neste grupo, existem três categorias:
Ciclotérmicos = possuem temperatura corporal bem assemelhada a do
 ambiente.
Quimiotérmicos = podem elevar a temperatura corporal por aumento da 
 atividade muscular (borboletas, abelhas, etc.)
Heliotérmicos = se aquecem ao Sol. (lagartos, serpentes)
Todo ser vivo apresenta uma temperatura preferencial, e ela varia muito segundo a espécie e seu estágio de desenvolvimento. A importância disso é grande, porque explica as particularidades da distribuição das espécies em suas áreas geográficas (biótopos) assim como seus deslocamentos (migrações). 
Os limites das áreas de distribuição geográficas são, na maior parte das vezes, determinados pela temperatura que atua como fator limitante. Por exemplo, os corais exigem água com temperatura de 20ºC, portanto, variações de temperatura no meio marinho, constituem “barreiras” na distribuição desses seres em outros pontos do oceano.
Existem seres vivos que podem escapar em parte às condições desfavoráveis em seu meio. Uma solução muito eficaz se dá pela migração, o que permite escapar por exemplo, de condições climáticas desfavoráveis ou de outra natureza.
Outros comportamentos são percebidos em outras espécies, como por exemplo, na floresta tropical a distribuição dos mosquitos obedece a altura, partindo da base (solo). Essa distribuição é função das variações da temperatura, ou seja, na parte mais baixa da floresta o clima é mais úmido e a temperatura mais constante, entretanto, na parte alta da floresta a temperatura apresenta maior variação e um clima mais semelhante de fora da floresta, daí algumas espécies de mosquito preferem a parte inferior e outras espécies a parte superior.
Algumas espécies exibem mesmo em condições favoráveis uma parada em seus desenvolvimentos. Chamamos essa “parada” de Diapausa. Essa condição acha-se essencialmente sob controle de fatores fisiológicos, mas dependem também dos fatores externos do meio, particularmente da temperatura. Já o estado de “quiescência” é determinado diretamente e imediatamente em resposta a condições ambientais desfavoráveis. A quiescência pode manifestar-se sob a forma de estivação ou sob a forma de hibernação. A primeira em resposta ao aumento demasiado da temperatura, e o segunda em resposta a queda demasiada da temperatura com risco de cessar o desenvolvimento da espécie. A passagem à quiescência pode fazer-se em todos os estágios do desenvolvimento. 
Adaptações morfológicas as temperaturas extremas
Nos animais endotérmicos as perdas de calor fazem-se essencialmente pela superfície do corpo. Na relação [ Volume / Superfície ] quanto maior o volume de um animal menor é a sua superfície, consequentemente, menor é a perda de calor. Se dá o inverso nos animais de menor volume.
Modificação da pilosidade (modificação morfológica provisória)
Aclimatação (adaptação fisiológica nos endotérmicos às temperaturas desfavoráveis) se dá por alterações na taxa metabólica, geralmente para cima, gerando calor em clima frio e muito frio. A taxa metabólica cai em alguns animais em resposta as temperaturas elevadas, além de vasodilatação periférica e aumento da transpiração cutânea.
A temperatura é um fator limitante da fotossíntese na maioria dos vegetais. Sua elevação tem um efeito favorável até cerca de 30ºC. Se temperatura está mais alta, por volta dos 45ºC se dá uma ação depressiva que conduz a interrupção total da fotossíntese. 
II) LUMINOSIDADE 
A luminosidade age principalmente por sua intensidade e pela duração de sua ação. Nos vegetais, intervêm na fotossíntese, que tem grande importância na produtividade dos ecossistemas. O papel ecológico essencial da luz é a manutenção de ritmos biológicos que podem ser: diários, sazonais.
Muitos ritmos biológicos são induzidospelo fotoperiodo. Alguns ritmos biológicos tem o papel de sincronizar o ciclo de desenvolvimento com as estações do ano e fazer coincidir o período de reprodução com a estação favorável.
III) ÁGUA (influencia das necessidades de água pelo ser vivo)
	A água atua como fator ecológico por suas propriedades físicas e químicas como: tensão superficial, pH, dinâmica da água, solubilidade dos gases, turbidez, sais minerais solubilizados, etc.
pH 
Intervêm freqüentemente na distribuição dos organismos aquáticos. Os peixes geralmente suportam pH compreendidos entre 5.0 – 9.0. Em pH inferiores a 5.0 deve-se esperar grande mortandade. Os pH superiores a 10 são mortais para todos os peixes. A produtividade é máxima entre pH 6.5 – 8.5.
Dinâmica da água (águas Lóticas e águas Lenticas) 
A água agitada (lótica) possibilita certa constância de temperatura em toda a sua espessura, além disso, aumenta o teor de O2 dissolvido. Nas águas lenticas, esses processos são quase inversos.
Solubilidade de gases
 
	No meio terrestre o oxigênio não é um fator limitante, porém no meio aquático tem frequentemente essa função. O oxigênio equivale a 35% dos gases dissolvidos na água (21% na atmosfera). Sua solubilidade na água do mar é cerca de 80% de sua solubilidade na água doce.
	A distribuição do O2 dissolvido em um lago é função da temperatura, da agitação das águas, da natureza e da abundância dos seres que ali vivem.
	
	O CO2 é 35 vezes mais solúvel em água do que o O2. É encontrado na água em forma dissolvida ou constituindo carbonatos e bicarbonatos de metais. O mar é um grande reservatório de CO2 (40 – 50 cm3/L), isto é 150 vezes mais do que a concentração na atmosfera.
	O CO2 tem papel considerável na natureza, por permitir a fotossíntese das algas e plantas aquáticas, agindo sobre o pH da água e, além disso, possibilita a construção de estruturas calcáreas como conchas, esqueletos e carapaças de inúmeros invertebrados.
Turbidez 
Água carregada de materiais em suspensão. Reduz a intensidade luminosa e consequentemente afeta à produtividade autotrófica. O teor de O2 está geralmente em razão inversa à turvação da água.
Sais minerais 
Afetam as atividades metabólicas dos seres vivos. O papel particular dos sais de fosfato e nitratos na potencialização reprodutora de algas. 
 
IV) UMIDADE
 
Influencia das necessidades de água pelo ser vivo, classificamos em: 
Organismos Hidrófilos = vivem na água permanentemente.
Organismos Higrófilos = só podem viver em ambientes muito úmidos.
Organismos Mesófilos = tem moderadas necessidades de água ou de umidade atmosférica e suportam as alternâncias de estações secas e úmidas.
 (Exs. A grande maioria dos animais)
Organismos Xerófilos = vivem em meios com grande escassez de água.
 
Como podemos perceber os fatores abióticos são importantíssimos na adaptação, no crescimento, no desenvolvimento e no comportamento das espécies em seus respectivos meios. Daí, todas as atividades humanas que geram efeitos poluidores, degradadores, contaminadores, etc., têm efeitos impactantes enormes sobre os seres vivos, suas populações, podendo atingir até toda uma comunidade existente em um ou mais ecossistemas. A poluição pode intervir fortemente nas ações dos fatores abióticos, interferindo nas complexas interações existentes entre organismos e/ou entre eles e o seu meio, produzindo alterações negativas, diretas e/ou indiretas, reversíveis ou não, que podem conduzir a degradação de um ecossistema.

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