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FACULDADE DE DIREITO DO SUL DE MINAS 
Abril / Maio de 2012 - 1º Período 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I 
Noções propedêuticas organizadas pela 
Professora Ms. Fafina Vilela de Souza 
As dimensões do estudo do Direito e a relação com suas Leis.
 Noções sobre leis jurídicas e os elementos, requisitos e características das normas jurídicas com fundamentação na nova Ordem Constitucional e na tridimensionalidade.
Definições e elementos fixos do Direito.
Doutrinas e suas Hermenêuticas. 
Dogmática Jurídica e Dogmática Jurídica Crítica.
Antinomias jurídicas. Noções sobre conflitos de regras jurídicas e colisões de princípios normativos
As dimensões do estudo do Direito
- A letra da LEI e as exigências da JUSTIÇA – Tridimensionalidade do Direito 
 
- Miguel Reale: Direito – influência de Fatos sociais e Valores que geram as Normas jurídicas. Teoria tridimensional do Direito: Fato, Valor e Norma. (Dimoulis, 2011: 48)
- Influências na elaboração, aplicação e execução do Direito contemporâneo.
- Consequências doutrinárias: - o Direito é observado por meio de suas faces discursivas. Conhecimentos teóricos permitem a interpretação técnica do fenômeno jurídico (Dimoulis, 201: 51)
Lei Jurídica soba a Tendência Jurídica Positivista - Letra da Lei
- Positivismo jurídico é diferente de Direito Positivo.
 Positivismo Jurídico é apenas tendência doutrinária.
 Direito Positivo é o Direito em vigor na sociedade, posto pelo Estado ou por sua delegação e acatado nos Tribunais.
Sob o enfoque do Positivismo Jurídico, a Lei jurídica é a principal fonte do Direito. A lei jurídica é a própria norma jurídica, composta apenas por Regras Jurídicas. Só elas determinam os comandos para os destinatários, pois os poucos Princípios que existem não são Normativos.
- Hermenêutica tradicional ou sistemática – ciência que estuda os métodos e técnicas da interpretação tradicional ou sistemática do Direito sob a influência do Positivismo Jurídico. Nessa perspectiva, o conhecimento jurídico está todo dentro do todo sistematizado pelo Estado - Sistematização/ Codificação) e representa o “dogmatismo jurídico”:
 “Se A é, logo B deve ser”.
- premissas: maior ( a lei) e menor ( o fato em juízo) 
- inferência
- conclusão
 	Associam-se ao esquema anterior: argumentos lógico-dedutivo, silogísticos. 
Doutrina legalista, dogmática ou lógico-sistemática: é um “método de construções jurídicas” mediante processos dedutivos.
Pela subsunção, comprova-se a relação entre a premissa maior e a menor. Após as inferências (logo, então), chega-se a uma conclusão considerada verdadeira. 
Esse raciocínio é possível apenas em relação às Regras Jurídicas, cujas prescrições são imediatamente aplicáveis pela pouca densidade valorativa.(Montoro, 2011: 434). As premissas são claras, determinadas, possibilitando chegar-se à conclusão. 
Exemplo: 
1 – Premissa maior: “fazer concorrência desleal é crime ( art. 196 CP)
 Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano.
2 – Premissa menor: “Tomasino fez concorrência desleal”
3 – Conclusão: “ Tomasino cometeu um crime, logo, certamente, estará sujeito à pena que o magistrado determinar por meio de decisão considerada verdadeira.”.
- Métodos hermenêuticos tradicionais – 
 influência positivista (Dimoulis, 2011: 147)
- Método gramatical ou filológico
- Método lógico-sistemático
- Método histórico
- Método sociológico ou teleológico objetivo – art. 5º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LICC até 2010): buscando os fins sociais e exigências do bem comum com fundamento na igualdade apenas formal.
No caso de ausência de norma prevista para a solução de caso concreto, o julgador deve aplicar os meios de integração da norma jurídica.
 
Lei Jurídica sob a Tendência Jurídica Pós-positivista -
Exigência da Justiça após meados do século XX.
- Para Ferraz Jr. (2003:233), após o advento do neoconstitucionalismo, sob a influência Pós-positivista, a Lei jurídica passou a ser apena o revestimento formal escrito (segundo das diretrizes da sobrenorma - lei fundamental) criado pelo Legislador competente, com data de início determinado, vigência permanente até revogação, com presunção de eficácia.
	Seu conteúdo são as normas jurídicas. 
A Lei Jurídica (constitucional ou infraconstitucional) dá às normas sociais o caráter institucionalizado de normas jurídicas: elas tornam-se obrigatórias, gerais e coercitivas. Assim transforma uma mera conduta social em prescrição jurídica. 
A Norma Jurídica pode inicialmente apenas descrever um preceito e depois prescrever (determinar de forma obrigatória, vinculante) a conduta em sociedade. A que prescreve: obriga, proíbe ou permite. 
Assim, com fundamento nos ensinos de Bonavides (2008: 273), a Lei jurídica, desde 1988, é composta de normas jurídicas que são consideradas como um gênero cujo conteúdo pode ser apresentado por meio de 2 espécies. 
 Suas espécies:
1 – Princípios Normativos ou Princípios Constitucionais – altamente abstratos e subjetivos, de difícil interpretação na aplicação.
2 - Regras Jurídicas – facilmente identificáveis pela possibilidade de imediata concretude.
Para Bonavides (2008: 264) no Brasil: após a CF/1988: os Princípios Constitucionais passaram a ser tratados como Direito – normas vinculantes - não mais apenas como fonte subsidiária ou normas programáticas. 
A normatividade dos Princípios constitucionais fez brotar o neoconstitucionalismo. 
- Hermenêutica constitucional ou problemática – ciência que estuda os métodos e técnica da interpretação do Direito sob a influência pós-positivista, fruto do neoconstitucionalismo (Montoro, 2011: 431).
Ela se opõe às doutrinas do “pensamento sistemático jurídico” e adere à “zetética jurídica”- definida como “o caminho para o conhecimento” relacionado à investigação sobre sua existência, validade, justiça e eficácia. (Gonzaga, Roque, 2011: 53)
 Obs.: Significados de Validade ( Bonavides, 2008: 279):
 – harmonia sistêmica com o Ordenamento Jurídico ( base para o Positivismo)
- a norma jurídica encontra amparo em determinado fundamento: que pode ser a Justiça, a efetividade social ou a harmonia sistêmica com o Ordenamento Jurídico ( base para o Pós-positivismo)
Associam-se à nova hermenêutica constitucional: argumentos quase-lógicos: proporcionalidade, ponderabilidade (dimensão de pesos), razoabilidade. 
Aplica-se o Direito a partir da investigação das circunstâncias concretas e problemáticas de cada caso, dando especial ênfase à linguagem, à situação comunicativa e aos fatores sociais atuais no entorno de cada caso concreto. 
Daí a possibilidade das várias normas jurídicas individuais surgirem de um único Princípio Normativo, visto que agora ele é uma das espécies da norma jurídica geral.
Denominações associadas à Hermenêutica Constitucional (Montoro, 2011: 431):
 Lógica do razoável ( Recaséns Siches); 
Lógica da controvérsia, do provável (Chäim Perelman); 
Tópica (Theodor Viehweg - do grego topos = lugar, situação); 
Zetética ( do grego zetein = investigar, que se opõe ao dogma absoluto das correntes dogmáticas, sistemáticas).
Essência do DIREITO no mundo contemporâneo - 
1 - deter o monopólio da segurança jurídica e defesa dos direitos fundamentais num palco de:
- quebra de paradigmas clássicos 
- normatividade dos Princípios Constitucionais - Nova hermenêutica constitucional 
	
Funções dos Poderes Estatais em relação do estudo do Direito
- função do Legislativo: legislação ou delegação do poder de legiferar
- função do Judiciário: jurisdicional - aplicação da legislação em juízo / julgamento / Decisão judicial: Sentença ou Acórdão.
- busca da decisão mais acertada - prevalecente - não da decisão verdadeira. ( Ferraz Jr, 2003: 18)
 - função do Executivo: monopólio da execução das Decisões judiciais. 
2 – prerrogativa de coação a serviço do Direito para garantia da segurançacoletiva:
- cumprimento de decisões judiciais transitadas em julgado
- uso da força ou do exercício da violência a serviço do Direito = emprego efetivo, ação atual de meio impositivo contrário à vontade de quem sofre a pressão = violência contra a vontade de alguém num EDD é coação lícita ( Telles Júnior, 2008)
TEORIA DA NORMA JURÍDICA
Dimoulis, 2011: 99- 103
Elementos da Norma Jurídica: Preceito e Sanção 
1 – Preceito: enunciado, hipótese prevista, hipótese normativa, disposição constitucional ou legal, prescrição da conduta obrigatória
São, portanto, as hipóteses de incidência normativas que estabelecem as condutas sociais obrigatórias, proibitivas, permissiva ou determinado fim ou objetivo da República a ser alcançado. 
2 – Sanção: penalidade predeterminada para ser aplicada em caso de violação do preceito, após decisão judicial transitada em julgado.
A coerção é característica da norma jurídica e a coação a serviço do Direito é a concretização (efetiva aplicação) da sanção
 
Tipos de Decisões judiciais:
- Sentença judicial – por juiz singular, monocrático.
- Acórdão – por colégio de desembargadores/ ministros; poder colegiado. 
O detentor do monopólio da aplicação da sanção é o Estado-juiz ou a quem ele delega tal prerrogativa. 
Esquema de aplicação das Normas Jurídicas:
“ Se A é, B deve ser”
 Como aplicar?
Em havendo violação à hipótese prevista na norma jurídica, após trânsito em julgado de decisão judicial, deverá haver a aplicação da sanção - a conseqüência jurídica negativa prevista para a violação da conduta determinada na norma jurídica.
Obs.: a norma penal tem outra estrutura, pois seus preceitos tipificam os crimes – apenas apresentam as definições dos atos considerados crimes. 
Quando ocorrem as hipóteses tipificadas na lei penal, após todos os trâmites legais, efetiva-se a pena prevista logo após a tipificação do crime.
NORMAS JURÍDICAS CONTEMPORÂNEAS
Lei jurídica compostas de Normas jurídicas gerais
Normas jurídicas individuais ( Decisões judiciais - Poder criador do magistrado)
Norma jurídica geral = gênero com duas espécies.
Espécies do gênero Norma Jurídica geral: 
1 - Regras jurídicas 
2 – Princípios constitucionais ou normativos 
Observação: Dimoulis ( 2011:101) não considera essa distinção por achar que não há distinção entre regras e princípios. Ele considera que os Princípios se limitam a indicar a meta que os destinatários devem perseguir. 
Para ele ( 2011: 116), elas são apenas programáticas (visão ainda positivista), sem previsão de sanções caso as metas não sejam alcançadas e os governantes têm liberdade para fixar o nível de proteção social. 
	Nossa opção no estudo da IED, todavia, é pela distinção. 
 Conforme apresentado adiante, seguimos doutrinadores como Paulo Bonavides, Humberto Ávila e Alexandre de Moraes, influenciados pelos maiores doutrinadores neoconstitucionalistas europeus como: Robert Alexy, Ronald Dworkin; Miguel Atienza; Chäim Perelman, dentre outros. 
 
Espécies da Norma Jurídica Geral
 a serem consideradas para estudo e avaliação 
a – Regras Jurídicas
b – Princípios Constitucionais ou normativos
a - Regras Jurídicas: são também chamadas de enunciados normativos, proposições normativas, as premissas maiores no raciocínio silogístico, disposições constitucionais ou legais, hipóteses normativas ou hipóteses de incidência. Elas estabelecem o dever ser de forma imediatamente prescritiva. Prescrevem o padrão de conduta social obrigatório, devendo haver harmonia entre seus comandos – que são o dever ser.
De acordo com Dimoulis (2011: 37-38), o dever ser é uma série de mandamentos, de comandos obrigatórios que devem ser acatados pelos seus destinatários e cumpridos. 
Os destinatários das normas jurídicas são as pessoas: físicas ou jurídicas.
O dever ser é ameaçador porque a força da lei – sua validade e legitimidade - é mecanismo de coerção. 
O preceito está na Lei e deve ser acatado. Caso seja violado, há a previsão de penalidade. Em havendo violação ao preceito, as pessoas ficam sujeitas às penalidades previstas. 
A previsão que gera a “possibilidade” de a pessoa que viola o preceito da norma jurídica sofrer a penalidade é que torna a norma jurídica “coercitiva”. 
A aplicação do dever ser é garantida por essa “ameaça psicológica” e que é aplicável pelo detentor do monopólio da coação a serviço do Direito - o Estado ( Telles Júnior, 2008:88)
As regras jurídicas são aplicadas diretamente quando ocorre a hipótese normativa. É a subsunção do fato à norma jurídica.
Subsunção está ligada ao raciocínio silogístico. Silogismo é o raciocínio composto de 3 proposições dispostas de tal modo que a 3ª deriva logicamente das 2 primeiras premissas.
Raciocínio é a busca de um juízo novo, de um tipo de afirmação ou negação entre dois enunciados.
Proposição: é o enunciado de um juízo (afirmação ou negação)
Ex.: Ao afirmarmos que “matar” é crime, acabamos de formular um juízo ( tipo de afirmação) 
Para Dimoulis (2011: 125), o silogismo é fundamentado na subsunção – do verbo latim subsumere “acolher algo sob categoria mais geral”.
Assim, juridicamente subsumir (verbo) significa constatar que determinada hipótese corresponde a uma norma jurídica. 
O papel do magistrado é avaliar a relação entre as hipóteses e os fatos segundo as normas jurídicas. 
Sendo a norma válida e, em havendo violação, a sanção deve der determinada em juízo (pelo Juiz da causa, na Justiça) 
Enfim, as Regras Jurídicas são dotadas de reduzida carga valorativa (influência da tendência doutrinária positivista), pois não se preocupam em realizar os anseios de Justiça. 
 
b – Princípios Normativos: são a outra espécie da norma jurídica geral
Eles são normas jurídicas diretivas, altamente abstratas e dotadas de grande densidade valorativa. Desta forma, não estabelecem um comando concreto, facilmente identificável. Dependem da subjetividade do aplicador da norma, da sua bagagem cultural, dos fins sociais que se pretendem – sempre no sentido de realizar os Valores que o Preâmbulo da CRFBrasil/88 dispõe ou os objetivos dos fundamentos que o EDD e a República estabelecem nos primeiros artigos da CRFBrasil/88 determinam. 
Desde 1988, os Princípios Constitucionais ou Normativos possibilitam que, da aplicação da norma jurídica geral, surjam normas jurídicas individuais derivadas das decisões judiciais.
Isso porque os Princípios normativos passaram a prescrever, de forma vinculante, os fins sociais preestabelecidos de forma fundamental (objetivos fundamentais) necessários ao desenvolvimento da sociedade desenhada no Preâmbulo da Lei Fundamental.
Apesar de não constar de forma clara, por analogia, as sanções para as violações aos Princípios são variáveis: indenizações por danos morais, retratações; reintegrações.
Antes de 1988, os Princípios Constitucionais eram apenas fonte subsidiária ou normas programáticas para os governantes. Como normas programáticas, não eram vinculantes (Bonavides 2008: 262).
Só após 1988, quando tornaram-se uma das duas espécies das normas jurídicas, passaram a ter positividade, vinculatividade, ou seja, caráter obrigatório, sujeitos às penalidades. 
Desde então, são aplicados com prioridade, são fundamento para outras leis (normogênese) e contribuem para a interpretação e a aplicação otimizada das Regras Jurídicas. São superiores às Regras Jurídicas.
Os Princípios Normativos não podem ser aplicados diretamente como as Regras Jurídicas.
Isso porque não há conexão clara, direta entre o enunciado e uma possível consequência jurídica danosa. Vejamos:
 Art. 3º da Constituição da República de 1988 ( mesmo com as inúmeras Emendas)-
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil”:
I –
II- 
III-
IV – promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
	Paraa interpretação dos preceitos abstratos aí contidos - como “bom de todos”, “preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade” e “discriminação” - 
 há necessidade de ponderação subjetiva, específica em cada caso.
	Como resultado, de um Princípio Normativo podem surgir inúmeras interpretações diferentes em cada caso.
Em vista disso, considera-se que os Princípios Normativos não contêm comandos definitivos e a Teoria dos Princípios é hoje o coração das Constituições (Bonavides, 2008: 281). 
Eles sobrepõem-se às Regras Jurídicas e podem contribuir para sua retirada de vigência.
Entre os comandos das Regras Jurídicas e os dos Princípios Normativos, só os comandos dos Princípios Normativos podem ser considerados em um caso e desconsiderados em outro (prima facie). E é isso que possibilita ao magistrado criar inúmeras normas jurídicas individuais a partir de um mesmo Princípio Normativo – que é uma norma jurídica geral. 
	Os Princípios Normativos são fruto do neo constitucionalismo, que gerou a influência Pós-positivista. Houve necessidade de estudo da sua aplicação quando se constatou que não se podiam usar os mesmo recursos de interpretação das Regras Jurídicas.
Verificamos que a doutrina jurídica Pós-positivista considera que a presença dos Princípios Normativos tornou o Sistema Jurídico mais flexível e aberto. Tudo devido à possibilidade de o aplicador da norma poder interpretar cada caso de forma mais subjetiva. 
Essa subjetividade se dá porque os Princípios Normativos são muito dinâmicos e permitem muitas interpretações - de acordo com as especificidades de cada caso. 
	Não há hierarquia entre os princípios normativos: o que há são diferentes níveis de concretização, ou seja, concretizam-se de formas diferentes em um caso e em cada caso surge uma norma jurídica individual. 
Um mesmo Princípio concretiza-se em outro caso e gera outra decisão judicial diferente, sem contudo excluir o Princípio do Ordenamento Jurídico.
Enfim, as normas jurídicas - apresentadas pelas Leis em forma de Princípios Normativos ou de Regras Jurídicas – são padrões de conduta social obrigatórios, válidos e legítimos.
Imperatividade das normas jurídicas gerais 
Montoro (2011:385) ensina que as normas jurídicas determinam condutas na sociedade. Elas são classificadas com base na sua força obrigatória:
1 – imperativas stricto sensu ou impositivas. Jus cogens - Imperatividade absoluta. 
 Normas de ordem pública. 
 Podem ser: afirmativas / positivas ou proibitivas/ negativas
 
2 – dispositivas. Sào relativamente cogente – dispositivum
 Podem ser: permissivas ou supletivas
 
3 – comportamentos para atingir fins sociais 
O fato de serem obrigatórias elas não garante que todos cumprirão necessariamente as determinações das leis – comandos. 	
Todavia, elas existem e impõem seus efeitos independentemente da apreciação ou da concordância humana. Entretanto, não são garantia de cumprimento pelos destinatários.
Requisitos das Normas Jurídicas – tridimensionalidade 
- Fundamento axiológico: base valorativa 
- Eficácia social: aceitação social 
- Validade formal: vigência - Forma técnica
Características das Normas Jurídicas
1 – generalidade: casos e sujeitos inespecíficos
2 - atributividade: reconhece direito de uma parte
 O mesmo que exigibilidade.
3 – exterioridade: execução por ato externo
4 – condicionalidade: fato, valor, norma 
5 – bilateralidade: alteridade, intersubjetividade, transubjetividade
6 – heteronomia: sujeição à vontade alheia – foro externum
7 – coercitividade: ameaça de sanção
8 – imparcialidade: todos são iguais perante a lei.
Dinâmica da norma jurídica geral
Preceito > Imperatividade > coerção > hipótese normativa > aplicação > sanção > coação. 
Leis jurídicas - Esfera do Poder Público de que emanam:
 ( Montoro, 2011: 384-398)
- Leis federais; estaduais e municipais.
Quanto à aplicabilidade das normas jurídica gerais:
- Leis autoaplicáveis - autoexecutáveis 
- Leis dependentes de complementação – dependentes de regulamento, não bastantes em si mesmas.
Quanto à sistematização das normas jurídicas gerais:
- Leis esparsas ou extravagantes: editadas isoladamente
- Códigos ou microssistemas: corpo orgânico de normas sobre determinado campo do Direito.
O Código é uma única lei que dispõe de modo sistemático sobre um ramo do Direito.
- Consolidações: reúne, de modo sistemático, leis esparsas já existentes e em vigor, sobre determinada matéria.
Exs.: Consolidação das Leis Civis – Teixeira de Freitas – antes da promulgação do CC de 1916. 
 CLT – maio de 1943 
Quanto à natureza dos enunciados das normas jurídicas gerais :
- Leis substantivas ou materiais – prescrevem as relações jurídicas ou criam direitos
- Leis adjetivas ou processuais - regulam o processo para fazer cumprir as leis substantivas.
Noções sobre Modais deônticos
A norma jurídica é um fenômeno comunicativo complexo que determina a aplicação de suas determinações obrigatórias, seus comandos coercitivos.
A decisão judicial está ligada aos processos deliberativos que levam à aplicação dos comandos do Direito. Por isso, há uma relação de autoridade institucionalizada em seu grau máximo, protagonizada pelo Estado. 
É essa relação de autoridade que dá poder institucionalizado para decidir uma questão jurídica em juízo.
Os comandos jurídicos apresentados nos enunciados das normas jurídicas são os modais deônticos. Eles são encargos de direitos e deveres constantes nos princípios normativos ou nas regras jurídicas ( Dimoulis, 2011: 113).
Eles determinam as hipóteses de incidência e, a partir daí, as consequências são determinadas em decisões transitadas em julgado.
Deôntico – vem de Deontologia – estuda a razão da obrigatoriedade das normas jurídicas.
Portanto, os modais são os comandos contidos nos preceitos das normas jurídicas. Só elas têm a natureza do dever ser: obrigam, proíbem, permitem.
Os comandos ou modais deônticos nas normas jurídicas determinam condutas sociais:
 obrigatórias – impõem o dever mais intenso 
Proibitivas – impõem intenso dever de não fazer
 permissivas - não impõem dever, apenas oferecem a oportunidade de ação.
Há ainda os fins a serem atingidos – que se relacionam aos comandos contidos nos enunciados dos Princípios Normativos. Eles incentivam os destinatários a comportarem-se para atingir o objetivo estabelecido na norma. As sanções à violação a ele são diferenciadas. 
O nexo deôntico é o vínculo que compõe a norma e que imputa à determinada facti species a sanção (penalidade, consequência jurídica negativa) prevista para a sua violação (Gonzaga, Roque, 2011: 53).
Facti species é a hipótese normativa, hipótese de incidência, espécie de fato que pode ocorrer, a previsão normativa, a hipótese legal, o tipo legal.
Os modais deônticos podem ser apresentados de vária maneiras:
a – como uma obrigação
b - como uma proibição
c – como uma permissão (negativa ou positiva)
a – como uma obrigação:
A Lei diz que na venda de imóveis é necessário recolher impostos ( fato A - premissa maior) 
Joaquim vendeu um imóvel (fato B – premissa menor).
Deduz-se (infere-se) pelo nexo deôntico que se formou que Joaquim deve recolher impostos (Conclusão) . 
Raciocinando de forma silogística: Caso Joaquim não recolha os impostos, então ele sofrerá uma sanção (a conclusão vem em forma de decisão judicial).
 Outros Exemplos:
Art. 967 – CC: É obrigatória a inscrição do empresário no registro Público de Empresas mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Art. 1.846 – CC: Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
b – como uma proibição: - todo aquele que empregar alguém está proibido de humilhá-lo.
 Art. 1.521 – CC: Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes,seja o parentesco natural ou civil
 
c – como uma permissão (negativa ou positiva): 
- todo aquele que vende doces pode vender outros gêneros de alimentos. 
Art. 1.303 - CC	- Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho 
Art. 1.542 – CC – O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. 
Dimensões do Estudo do Direito segundo Dimoulis (2011: 48-55)
Noções sobre Dogmática Jurídica e Dogmática Jurídica Crítica.
 	Dimensões são critérios de reconhecimento pelos quais uma norma jurídica pertence ao Ordenamento Jurídico e pode ser eficaz (ter alto grau de aceitação e cumprimento):
1 – Axiológica
2 – Dogmática jurídica
3 – Sociológica
1 – Axiológica: estuda o Direito sob o prisma da idealidade, dos ideais democráticos, dos anseios da coletividade manifestos no Preâmbulo da Lei Fundamental. Permite a hermenêutica problemática e é ligada à Dogmática Jurídica Crítica – associação aos valores e princípios morais.
2 - Dogmática jurídica: estuda o Direito sob o prisma normativo, positivista, independente de qualquer ligação com moralidade. 
Na visão positivista jurídica, o Direito é o que o Estado determina, de forma fechada - Dogmática Jurídica. Não há pluralismo jurídico. Lei e norma jurídica são sinônimos. A aplicação do Direito depende apenas da validade da lei, sua hierarquia conforme o Ordenamento Jurídico, que é formado pelas Leis Jurídicas 
- Para a tendência positivista – a validade das leis jurídicas depende apenas da hierarquia das leis - a partir da norma fundamental – que é a Lei Magna.
- A partir da influência europeia desde meados do século XX, surge a nova tendência jurídica doutrinária: o Pós-positivismo ou pós-modernismo.
 A Dogmática Jurídica – passa a ser considerada Dogmática Jurídica Crítica: pois a validade das normas jurídicas deve satisfazer também as exigências da Justiça e outros valores 
contidos nos Princípios Normativos.
	A expressão “crítica” advém do fato de agora o intérprete da norma jurídica poder interpretar uma de suas espécies (os Princípios) de forma mais aberta, flexível e subjetiva.
Assim, são os Princípios Normativos que dão ao magistrado liberdade para manifestar sua subjetividade, seus valores, sua humanidade em cada caso concreto, considerar os valores e os fatores sociais do Direito.
Sob o novo enfoque,criou-se a possibilidade para o Ativismo Judiciário.
3 – Sociológica Jurídica: - estuda o Direito sob o prisma da eficácia social das normas jurídicas (facticidade do Direito = dimensão real do fenômeno jurídico na sociedade e sua relação com a grau de satisfação da aplicação das normas jurídicas)
SOLUÇÃO DE ANTINOMIAS
Antinomia: conflito entre duas normas em sua aplicação ao caso particular. Caberá ao aplicador do Direito solucioná-lo (Gonzaga, Roque, 2011: 53) 
Condições:
 devem pertencer ao mesmo Ordenamento Jurídico
 2 – ambas devem ter o mesmo âmbito de validade: temporal, espacial, pessoal ou material.			
Ocorre conflito de regras jurídicas – chamado de antinomia jurídica própria - quando há situação de incompatibilidade entre 2 Regras Jurídicas. 
A que for considerada inválida deve ser excluída do Sistema Jurídico (Bonavides, 2008: 279). Diferentemente ocorre com os Princípios Normativos: a ponderação leva a valorizar mais um Princípio em um caso que no outro, sem, contudo, excluir aquele que teve menos valor no caso específico. Isso porque não há hierarquia entre eles.
	Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – um com junto de normas sobre normas, constituindo um direito sobre direito por ser um direito coordenador de direitos, de dezembro de 2010 – antiga LICC de 1942 - ( Diniz, 2011: 92 e seguintes), os critérios para a solução dos conflitos de Regras Jurídicas são de ordem técnica, tendo em vista que há hierarquia entre as Regras Jurídicas:
1 – lei posterior derroga a anterior
2 – lei superior derroga a inferior
3 – lei especial derroga a geral.
	
Obs.: Segundo Diniz (2011:88), Revogação é gênero que contém duas espécies: 
1 – Ab-rogação: suspensão total da norma anterior, por ter a nova lei regulado inteiramente a matéria, ou por haver incompatibilidade entre ambas.
2 – Derrogação: torna sem efeito uma parte da norma. 
 A norma derrogada não perderá sua vigência, pois somente os dispositivos atingidos é que não terão mais obrigatoriedade.
	Atualmente, emprega-se o termo Revogação para indicar tanto a Ab-rogação como a Derrogação
 Desta forma, não é demandado qualquer juízo valorativo do aplicador do Direito ao aplicar as Regras Jurídicas. Basta seguir seguir as diretrizes técnicas do Ordenamento Jurídico.
Quanto aos Princípios Normativos – normas-chaves de o todo o sistema jurídico (Bonavides, 2008: 286) não há antinomia própria, mas sim, colisão – que é apenas uma tensão entre eles.
	No caso de colisão de Princípios Normativos: o intérprete utiliza de juízo valorativo, pois os Princípios possuem uma dimensão de peso: o princípio de maior peso no caso concreto se sobrepõe ao outro, sem contudo este último perder a validade ( No caso das Regras Jurídicas, uma exclui a outra do Ordenamento).
Com fundamento em Bonavides (2008: 279), considera-se, portanto, que o conflito de Regras Jurídicas se resolve na dimensão da Validade e a colisão de Princípios Normativos se resolve na dimensão do Valor. 
Referencial:
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 23. ed. atual. e ampliada. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2008. 
DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda., 2011.
DINIZ, Maria Helena. Lei de introdução ao código brasileiro interpretada. 16. ed., rev. e atual. São Paulo: São Paulo: Saraiva, 2011.
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003
GONZAGA, Álvaro de Azevedo; ROQUE, Nathaly Campitelli ( Coords.) Vade mecum humanístico. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda., 2011. 
MONTORO, André Franco. Introdução a ciência do direito. 29. ed. revista e atualizada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 
TELLES JÚNIOR, Goffredo. Iniciação na ciência do direito. São Paulo: Saraiva, 2008

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