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POLUICAO SONORA - apostila

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IFRJ
Meio Ambiente
Prof. Delfim
Poluição Sonora
Conceito de som
	É o resultado da vibração acústica capaz de produzir sensação auditiva. O som, como poluição, está associado ao ‘ruído estridente’ ou ao ‘som não desejado’. Embora o conceito de som esteja perfeitamente definido pela física, o conceito de ‘som não desejado’ (como poluição) é muito relativo.
	Para fins práticos, o som é medido pela pressão que ele exerce no sistema auditivo humano. Na medida em que essa pressão provoca danos à saúde humana, comportamentais ou físicos, ela deve ser tratada como poluição.
A medida da intensidade do som é feita em decibéis (dB).
O homem possui a capacidade de ouvir o som numa faixa auditiva que vai de 20 a 20 000 Hertz (vibrações por segundo). Abaixo de 20 Hz tem-se o infra-som, acima de 20 000 Hz, o ultra-som.
O som possui três qualidades essenciais: 
 intensidade, altura e timbre.
A intensidade depende da amplitude do movimento vibratório, da fonte sonora, da distância entre o ouvido e a fonte e da natureza do meio entre a fonte e a receptor. Tudo isso condiciona dizer se o som é forte ou fraco. A altura, ou freqüência do som, é a sensação de som ‘agudo’ ou ‘grave’. Finalmente, dois sons de mesma intensidade e mesma altura podem proporcionar sensações diferentes, ou seja, eles distinguem-se pelo timbre. É o que se sente quando se ouve um violino e um piano, por exemplo.
O ruído
O ruído pode ser classificado em:
Contínuo: som que se mantém no tempo;
Intermitente: som não contínuo, em que nos intervalos há dissipação da pressão;
Impulsivo: som proveniente de explosões, escape de gás etc.;
Impacto: som proveniente de certas máquinas, como prensa gráfica, por exemplo.
Obs. A unidade de medida do som é o decibel (dB).
A tabela a seguir apresenta o nível sonoro de diversas atividades humanas:
	Atividade
	Nível (dB)
	Limiar auditivo
	0
	Estúdio de gravação
	20
	Biblioteca forrada
	30
	Sala de descanso
	40
	Escritório
	50
	Conversação
	60
	Datilografia
	70
	Tráfego
	80
	Serra circular
	90
	Prensas excêntricas
	100
	Marteletes
	110
	Aeronaves
	130
	Limiar da dor
	140
No meio urbano o nível sonoro varia de 30 a 120 dB.
A investigação do potencial de risco de uma área é feita pelo levantamento do espectro sonoro do local. O espectro sonoro é uma curva que fornece a variação do nível sonoro com a freqüência (análise de freqüência).
Medição Sonora
	Um medidor de nível sonoro (decibelímetro), quantifica o nível de pressão sonora no ambiente.
	A medição exige uma série de preparos para que fatores externos não mascarem os resultados, como, por exemplo, a influência do ambiente (umidade, alta temperatura, etc.) no equipamento de medida e a interferência de outros fatores físicos como vento, vibrações, campos eletromagnéticos, poeiras, vapores, etc. para assegurar a obtenção de dados confiáveis, o instrumento deve ser calibrado no local.
O ruído e a saúde humana
	O ouvido converte a energia das ondas sonoras em impulsos nervosos, que são interpretados no cérebro, resultando na sensação do som. No organismo humano o som captado chega até o tímpano e a membrana timpânica que produz as vibrações da fonte sonora. Esses movimentos são transmitidos aos três ossículos do ouvido médio, que funcionam como um sistema de alavancas, convertendo mecanicamente as vibrações. Essas vibrações passam para o cérebro (região do córtex auditivo), produzindo sensação de som.
	O campo auditivo, ou zona de sensibilidade do ouvido, está restrito ao limite da audição e ao limite da dor.
	Uma série de pesquisas mostra os efeitos dos sons excessivos na saúde humana. Como exemplo citamos o levantamento feito nas proximidades do aeroporto de Los Angeles nos EUA. Das 200.000 mortes ocorridas em 8 anos, constatou-se um alto número de mortes por ataques cardíacos (acima do valor esperado), suicídios e assassinatos.
	
Os principais efeitos danosos do ruído à saúde humana são:
Perda auditiva (temporária ou permanente): temporária, quando se está exposto a ruídos excessivos; permanente, quando ocorrer uma perda de audição, irreversível, causada geralmente pela exposição prolongada ao ruído e devido a sons de alta freqüência (em torno de 4 000 Hz (Hertz), faixa de maior sensibilidade). A taxa e a extensão da perda dependem da intensidade e da duração da exposição ao ruído. Diversos profissionais estão sujeitos a estes danos permanentes: operadores de caldeiras, de tratores, de prensas, de bate-estacas e outras máquinas com nível de ruído alto, motoristas de ônibus e táxis, mecânicos, empregados de bares e restaurantes, etc.
Interferência na fala: a fala é afetada pela perda auditiva e pela presença de sons que competem pela atenção do ouvinte (mascaramento).
Estresse e hipertensão: ruídos instantâneos, de alta freqüência, podem constringir artérias, dilatar pupilas, tensionar músculos e aumentar o batimento cardíaco e a pressão arterial, causando paradas respiratórias e espasmos estomacais. Paralelamente, podem ocorrer dores de cabeça, úlceras e alterações e alterações neurológicas.
Outros problemas associados ao ruído são desconforto, perturbações no trabalho e perda de rendimento, além, é claro do incômodo que é causado por níveis excessivos de ruídos.
Avaliação de nível de ruído
	A avaliação do nível de ruído em ambientes é feita segundo dois critérios básicos: conforto acústico e ocupacional.
	O controle do ruído para conforto acústico é regulamentado pela resolução CONAMA 01, de 08/03/1990, na qual é estabelecido que os níveis de ruído prejudiciais á saúde e ao sossego público são os estabelecidos na norma NBR 10.152 de 12/1987. 
	O critério ocupacional trata dos efeitos auditivos causados pelo ruído (Portaria nº 3214 R 15, de 08/06/1978, do Ministério do Trabalho). Para ruídos contínuos a legislação estabelece os limites fixados na tabela a seguir.
	Tempo
	Decibéis
	8 horas
	85
	4 horas
	90
	2 horas
	94
	1 hora
	100
	30 minutos
	105
	15 minutos
	110
	07 minutos
	115
Controle de ruídos
	O controle dos ruídos pode ser feito na fonte, no percurso ou receptor. O controle na fonte envolve atividade de realocação de equipamentos e ações mecânicas (isolamento acústico, abafadores, confinamento, etc.). O controle no percurso é feito pela introdução de barreiras entre a fonte e o receptor. O controle no receptor envolve ações de controle administrativo (limitar a duração da exposição) e a utilização de equipamentos de proteção individual.
	Todavia, se esses controles podem ser aplicados em ambientes especiais (indústrias, escritórios e residências), o mesmo não acontece no ambiente comum de convivência da sociedade. Já existe tecnologia bastante desenvolvida para produção de veículos, tratores e máquinas mais silenciosas.

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