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Justiça de Paz
Regras gerais
Art. 98, inciso II da CRFB/88: a União, no DF e nos Territórios, e os Estados:
Criarão Justiça de Paz.
Remunerada.
Composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, seguindo a dispo-
sição do art. 14, §3º, VI, c, CRFB/88, ou seja, é necessária a idade mínima de 21 anos.
Com mandato de 4 anos.
Com competência para, na forma da lei.
Celebrar casamentos.
Vericar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de ha-
bilitação.
Exercer atribuições conciliatórias sem caráter jurisdicional.
E outras atribuições previstas em lei.
STF: as remuneração dos juízes de paz só pode ser xada em lei de iniciativa exclusi-
va do TJ do Estado. A regra do art. 98, II, CRFB/88 não dispensa a competência exclu-
siva trazida pelo art. 96, II, b, CRFB/88.
A remuneração tem valor xo e predeterminado. Os juízes de paz são agentes públi-
cos e a remuneração deles deve ter como base valor xo e predeterminado, e não
deve ser calculada por participação no que é recolhido aos cofres públicos. Os juízes
de paz integram o Poder Judiciário, a gente já vai falar melhor sobre isso, e por isso
estão sujeitos à previsão do art. 95, pu, II, CRFB/88, que veda aos juízes receber, a
qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo.
Nos termos do art. 39, §4º, o juiz de paz deve ser remunerado exclusivamente por
subsídio xado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer graticação, adi-
cional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obe-
decido o disposto no art. 37, X e XI, da CRFB/88.
Poder Judiciário: estrutura - Parte 7
Direito Constitucional II

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O papel da Justiça de Paz é delimitado por meio da lei, tanto federal, criada pela
União, pra atuar no âmbito do DF e dos Territórios, mediante projeto de lei enca-
minhado pelo TJDF, quanto estadual, que vai disciplinar a Justiça de Paz do Estado
respectivo, com projeto de lei encaminhado pelo TJ local.
Os juízes de paz integram o Poder Judiciário?
ADI 954 // STF: a Justiça de Paz se qualica como magistratura eletiva, com compe-
tência de caráter judiciário, mas sem competência pra exercer atividades jurisdicio-
nais, com vedação explícita no art. 98, II, CRFB/88.
A Justiça de Paz não é só órgão do PJ, ela integra a organização judiciária local.
Os juízes de paz:
São componentes de uma magistratura especial, eletiva e temporária.
Não são vitalícios, já que eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato
de 4 anos.
São inamovíveis e gozam da irredutibilidade de subsídios.
Estão sujeitos às vedações do art. 95, parágrafo único, II, CF/88.
Não podem ter mais de 70 anos.
As atividades por eles desenvolvidas qualicam-se como estatais.
E ocupam cargos vinculados ao mandato eletivo, e, por isso, a remuneração deve
partir dos cofres públicos, não sendo admitida participação nas custas devidas pe-
los usuários do serviço.
Precatórios:
Regras gerais
Precatório judicial: instrumento através do qual se cobra um débito do Poder Públi-
co, ou seja, pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital
e Municipais), conforme o art. 100 da CF/88, em razão de sentença judiciária.
O CPC prevê um procedimento especial para as execuções por quantia certa contra a
Fazenda Pública. Esse procedimento não tem a natureza própria de execução força-
da, ela se dá por meio de simples requisição de pagamento, feita entre o Poder Judici-
ário e Poder Executivo, de acordo com os arts. 730 e 731 do Código de Processo Civil.
Uma vez proposta a ação executiva, a “execução imprópria”, fundada em título exe-
cutivo judicial ou extrajudicial, a Fazenda Pública vai ser citada pra, nos termos do art.
730, opor embargos, no prazo de 30 dias.

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Se os embargos forem rejeitados denitivamente ou se não forem interpostos, o juiz,
em razão de solicitação do credor, vai requisitar o pagamento por intermédio do Pre-
sidente do Tribunal Superior, aquele que detiver a competência recursal ordinária.
De acordo com o § 5.º do art. 100 da CF/88, é obrigatória a inclusão, no orçamento
das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários,
apresentados até 1.º de julho, fazendo--se o pagamento até o nal do exercício se-
guinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.
A Súmula Vinculante n. 17/2009 -STF estabelece que “durante o período previsto no
§ 1.º do art. 100 da Constituição (atual § 5.º), não incidem juros de mora sobre os pre-
catórios que nele sejam pagos”.
Espécies de precatórios e exceção no caso das obrigações de pequeno valor
Existem duas espécies de precatórios:
De natureza alimentícia.
De natureza não alimentícia.
Art. 100, §1º, CRFB/88: “Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles
decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em
responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão
pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referi-
dos no § 2º deste artigo”
STF: essa denição não é exaustiva. Conforme os arts. 22 e 23 da Lei n. 8.906/94, os
honorários advocatícios incluídos na condenação pertencem ao advogado, consubs-
tanciando prestação alimentícia cuja satisfação pela Fazenda ocorre via precatório,
observada ordem especial restrita aos créditos de natureza alimentícia.
Art. 100, § 3.º, da CRFB/88: a obrigatoriedade da expedição de precatório pro paga-
mento das dívidas públicas não se aplica aos pagamentos de obrigações denidas
em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em razão de
sentença judicial transitada em julgado. É vedada a expedição de precatórios com-
plementares ou suplementares de valor pago, e também o fracionamento, reparti-
ção ou quebra do valor da execução para ns de enquadramento de parcela do total
a montante que seria considerado como de “pequeno valor”.
STF: é possível o fracionamento de execução de sentença para expedição de requi-
sição de pequeno valor, só em caso de litisconsórcio facultativo ativo e não de ação
coletiva intentada por legitimado extraordinário ou substituto processual.
O conceito de “pequeno valor” se dá por leis que podem xar valores distintos às
entidades de direito público, de acordo com as diferentes capacidades econômicas,
desde que o mínimo seja igual ao valor do maior benefício do regime geral de previ-
dência social (art. 100, § 4.º, CRFB/88).