Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* Fisiologia do exercício: sistema cardiovascular e respiratório * Roteiro 1- O exercício provoca adaptações agudas e crônicas sobre o sistema cardiovascular. Descrever as respostas agudas em relação às seguintes variáveis: a frequência cardíaca (FC), o volume de ejeção, o débito cardíaco (Q) e a pressão arterial. 2- Descrever as adaptações fisiológicas impostas pelo treinamento aeróbico no sistema cardiovascular 2- Sintetizar os ajustes da ventilação no exercício 3- Quais as adaptações respiratórias causadas pelo treinamento aeróbico 4- Como ocorre a captação de VO2 max ( consumo máximo de oxigênio) * Exercício físico e sistema cardiovascular O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua homeostase. A compreensão das funções cardíacas é de fundamental importância para se entender as bases fisiológicas do exercício, como também para se entender as adaptações agudas e crônicas que o exercício provoca nesse sistema. Essas adaptações são aquelas mudanças que ocorrem em resposta ao estresse do exercício: -respostas agudas incluem às seguintes variáveis: a frequência cardíaca (FC), o volume de ejeção, o débito cardíaco (Q) e a pressão arterial. - respostas crônicas: hipertrofia, diminuição da PA, * 1.1- Frequência cardíaca A FC de repouso em média, de 60 a 80bpm, e sofre influências : de a idade, o nível de condicionamento físico e as condições ambientais em que o indivíduo se encontra. Também é menor em indivíduos mais bem condicionados aerobiamente. A FC pré-exercício se eleva acima dos níveis de repouso, o que é conhecido como resposta antecipatória ao estímulo. Essa resposta é mediada :noradrenalina (SNS), e adrenalina (suprarrenais) . Dentro desse processo,também ocorre uma redução do tônus parassimpático Iniciado o exercício FC aumenta rapidamente, em função do aumento da intensidade do esforço, o consumo de oxigênio ou até que o indivíduo esteja próximo dos limites da exaustão. À medida que esses limites se aproximam, a FC tende a se estabilizar, indicando que a FC máxima (FCmax) está sendo alcançada. (McARDLE; KATCH; KATCH, 2011) * Frequência cardíaca máxima A Fcmax é considerada a maior frequência cardíaca atingida durante a realização de um esforço máximo, antes da exaustão. Essa frequência permanece praticamente constante para cada pessoa, variando ligeiramente a cada ano, em função da idade. FCmax = 220 – idade * Frequência cardíaca máxima Nos indivíduos, os aspectos como idade, sexo, modalidade esportiva, meio onde é mensurada a FC e características como sedentarismo e inatividade física levam a críticas da FCmax. ao se considerar somente idade. A fórmula de Karvonen é mais precisa, por considerar os valores da frequência cardíaca de reserva (diferença entre a frequência cardíaca máxima e a frequência cardíaca de repouso FC treino = FCR + intensidade (Fcmax- FCR) (FCR corresponde ao número de batimentos cardíacos por minuto em repouso) * 1.2Volume sistólico Durante o exercício, o VS aumenta para valores superiores aos de repouso. Esse aumento do volume de ejeção durante o esforço ocorre de maneira paralela ao aumento na intensidade do exercício. Entretanto, quando a intensidade de esforço se encontra na faixa entre 40% e 60% da capacidade individual máxima, o VS tende a se estabilizar. * O volume de ejeção é controlado por dois mecanismos fisiológicos : a) o primeiro, intrínseco ao miocárdio, requer um aumento no enchimento cardíaco,o que resultaria em maior força de contração no coração; b) sob influência neuro-hormonal envolvendo um enchimento ventricular normal, porém acompanhado por uma ejeção mais forte, gerando um maior esvaziamento cardíaco. * 1.3-Pressão arterial sistólica e diastólica P= Q x RPT Durante o exercício, as respostas da pressão arterial sistólica e diastólica são bastante distintas. Em exercícios envolvem grandes grupos musculares, a PAS aumenta em proporção direta ao aumento da intensidade do esforço, podendo exceder 200mmHg no pico da sístole e no momento da exaustão. PAS é resultante do aumento do Q, que acompanha os aumentos na intensidade do exercício e proporciona um rápido fluxo do sangue pelos vasos * 1.3-Pressão arterial sistólica e diastólica PAD praticamente não se altera durante o exercício Durante o exercício, aumentos de cerca de 15mmHg ou mais na PAD são considerados respostas anormais, e podem ser entendidos como um dos sinais para se interromper, por exemplo, uma avaliação ergométrica, uma corrida durante uma partida de futebol, entre outros. * Redução da PA pelo exercício Os mecanismos pelos quais o exercício físico reduz a PA ainda não foram completamente elucidados. No entanto, diferentes componentes têm participação: a) redução da hiperreatividade simpática; b) redução dos depósitos de gordura visceral; c) redução do estado inflamatório crônico; d) aumento da circulação de substâncias vasodilatadoras (adenosina, dióxido de carbono, etc.); e) redução da hiperinsulinemia (melhoria da função renal). * 1.3 Débito cardíaco Em repouso:, o Q é de aproximadamente 5L/min, aumenta com a intensidade do esforço para valores entre 20 e 40L/min. esses valores variam em função da dimensão corporal e do nível de condicionamento aeróbio do indivíduo. * 1.3-Alterações do débito cardíaco durante o exercício Durante o exercício, Q aumenta aumento da intensidade do exercício, na tentativa de atender ao acréscimo das demandas de O2 pelos músculos em atividade (à taxa metabólica exigida ). Nas fases iniciais do exercício aumento do Q ocorre em função do aumento tanto da FC quanto do VS. Quando a intensidade do exercício supera a faixa dos 40% a 60% da capacidade individual máxima, o aumento do Q deve-se principalmente ao aumento da FC (uma vez que nessas intensidades de esforço espera-se que o VS já tenha se estabilizado, ou aumentado apenas discretamente). * Débito cardíaco máximo Após os trinta anos de idade em homens e mulheres: - o débito cardíaco tende a diminuir de forma linear em função da diminuição da frequência cardíaca máxima; Como o Q= FC x VE, qualquer diminuição da FC acarreta diminuição do débito. FC max + 220-idade (anos) * 1.4-Fluxo sanguíneo Durante exercício intenso, a necessidade metabólica de O2 aos músculos é muito superior à do valor de repouso; Para satisfazer esta demanda de O2 o fluxo sanguíneo ao músculo deve aumentar. A liberação de O2 é conseguido por dois mecanismos: - aumento do débito cardíaco - redistribuição do fluxo sg dos órgãos inativos músculo em atividade * 1.4- Redistribuição do fluxo sanguíneo No exercício é necessário que seja aumentado o fluxo sanguíneo músculos ativos em detrimento de outros órgãos como fígado, os rins, o TGI. - em repouso ~ 15-20% do débito cardíaco total é direcionado aos músculos; - durante exercício máximo 80-85% do débito cardíaco mm em contração. * 1-Redistribuição de fluxo durante o exercício * Regulação do fluxo sanguíneo local no exercício a) no repouso SNS vasoconstrição fluxo sg baixo b) no exercício: - remoção da atividade simpática - autoregulação vasodilatação que é mantida e aumentada pelo controle metabólico extrínseco (aumento do CO2 e óxido nítrico, potássio e adenosina e a diminuição do pH. Essas alterações locais produzir vasodilatação das arteríolas que nutrem os mm esquelética aumentar o fluxo sanguíneo ( aumento de 15 a 20 x ao fluxo de repouso); vasodilatação recruta novos capilares do mm ( quase 100% em comparação a 5-10% dos capilares abertos no repouso) * 2-Adaptações fisiológicas determinadas pelo treinamento aeróbio Adaptações do sistema cardiovascular. Volume cardíaco: o peso e o volume aumentam com treinamento aeróbio de longa duração. Aumento da cavidade ventricular esquerda e ligeira hipertrofia. Volume de ejeção: aumento no volume de ejeção em repouso e exercício, decorrente de um maior enchimento do ventrículo e maior força de contração. * Frequência cardíaca: a FC diminui em repouso e exercício. A FC máxima tende a não se alterar com o treinamento. Volume plasmático e hematócrito: volume plasmático aumenta rapidamente com o treinamento; o aumento no número de hemácias são mais demorados. aumenta a capacidade de transporte de O2 e regulação da temperatura corporal. Debito cardíaco (Q): aumento do débito cardíaco máximo Número de capilares: aumenta o número no músculo. Aumenta a concentração de mioglobina. Fluxo sanguíneo: maior vasodilatação dos capilares, melhor distribuição do fluxo sanguíneo. 2-Adaptações fisiológicas determinadas pelo treinamento aeróbio * 2-Exercício físico e sistema pulmonar A regulação da ventilação pulmonar ocorre de tal maneira que a frequência e a profundidade da VE ajustam-se simultaneamente em função das necessidades metabólicas individuais. Esse controle ventilatório abrange tanto fatores neurais como químicos e humorais (McARDLE; KATCH; KATCH, 2011). * Ciclo respiratório normal é resultado da atividade dos neurônios do bulbo; em repouso, fatores químicos agem diretamente sobre o centro respiratório, ou modificam sua atividade de maneira reflexa, por meio dos quimiorreceptores para controlar a ventilação alveolar; dentre esses fatores, um dos mais determinantes é o nível arterial da pressão de CO2 e de PCO2 , e a acidez; Uma queda da pressão arterial de oxigênio também modifica o padrão respiratório. (WILMORE; COSTILL, 2001). * Regulação da ventilação durante o exercício O exercício é um estímulo: - provoca desequilíbrios no sistema respiratório, levando-se em consideração sua intensidade, duração e volume, - provoca transformações nas características basais da respiração pulmonar e do nível de respiração celular, modificando com isso as características da produção de energia aeróbia em repouso. * Regulação da ventilação durante o exercício O aumento da intensidade do exercício: - provoca o incremento das trocas gasosas de O2 e de CO2. - os sistemas de transporte de O2 e de CO2 também aumentam o seu nível de funcionamento, procurando ajustar-se para restabelecer o suprimento de O2 e de CO2 entre as respirações celular e pulmonar. * Regulação da ventilação durante o exercício Os ajustes da VE estímulos químicos e neurais. O controle da VE durante o exercício: integração de fatores neurogênicos, químicos e da temperatura corporal. estímulos neurogênicos, sejam eles corticais ou periféricos (músculos esqueléticos), são responsáveis pelo aumento abrupto da VE no início do exercício. após essa alteração inicial, a ventilação-minuto tende a se elevar gradualmente até um nível estável; a partir de então, a regulação da VE é mantida por estímulos centrais e químicos (temperatura corporal, CO2 e H+. (McARDLE; KATCH; KATCH, 2011). * Quimiorreceptores Receptores no tecido pulmonar Mecanorreflexo Metaborreflexo Centro respiratório bulbar músculos ventilatórios Controle da respiração durante o exercício * Regulação da ventilação durante o exercício - durante o exercício intenso, a frequência respiratória e o volume corrente aumentam significativamente, de forma que a VE pode alcançar valores superiores a 100 l/min. Outro ponto importante é que o volume corrente raramente ultrapassa a faixa entre 55% e 65% da capacidade vital dos indivíduos, quer sejam treinados ou não. * Adaptações respiratórias causadas pelo treino aeróbio O sistema respiratório normalmente não limita o rendimento porque a ventilação pode aumentar em maior grau que o sistema cardiovascular. Pequeno aumento na Capacidade vital Pequena diminuição do Volume Residual * Consumo máximo de oxigênio (VO2max) A unidade VO2max é um parâmetro de avaliação da potência aeróbia máxima e corresponde à taxa máxima de captação, transporte e utilização de O2 pelo organismo O VO2max é o melhor indicador da capacidade do sistema cardiovascular, uma vez que ele está diretamente relacionado com o débito cardíaco (Q) e com a diferença arteriovenosa de O2, ou seja, o conteúdo arterial de O2 menos o conteúdo venoso de O2 . De forma geral, o VO2max é 25% superior nos homens em comparação com as mulheres, em função da composição corporal ou da massa muscular total. * Captação de oxigênio Exercício dinâmico gera energia a partir do metabolismo oxidatico. Três implicações surgem do consumo de oxigênio: 1- centralidade da utilização de oxigênio deu origem ao termo “exercício aeróbico”; 2- consumo de O2 durante os primeiros minutos de recuperação “dívida de oxigênio”; 3- cada pessoa de grande massa muscular apresenta uma “captação máxima de oxigênio” * VO2Máx VO2Máx = relacionado a resistência e capacidade aeróbia À medida que a intensidade de exercício se aproxima do máximo, o Q se torna o principal fator responsável pelo aumento do VO2 acima dos valores de repouso, assim como pelo aumento da FC. VO2 max: teto de 20 x ao do consumo basal (possivelmente dado pela capacidade da cadeia que leve oxigênio às mitocôndrias) * VO2 depende: Débito cardíaco Fluxo muscular: densidade capilar Quantidade de hemoglobina Massa muscular Tipo de fibra muscular Extração de oxigênio: densidade mitocondrial muscular, enzimas oxidativas Função pulmonar (espirometria) * Limiar anaeróbio Corresponde a uma intensidade de exercício em que o incremento de carga, por menor que seja, provoca a transição do metabolismo predominantemente oxidativo para o anaeróbio (glicólise anaeróbia), com o simultâneo e progressivo aumento dos valores de lactato. Limiar anaeróbio = limite em que se inicia a produção energética pela via anaeróbica. Pode ser entendido como o ponto de desequilíbrio entre a produção e remoção do lactato . Lactato sanguíneo e/ou plasmático – normalmente com o valor atribuído de 4mmol/l; * Consumo de oxigênio no exercício Adaptações da a-vo2 com o treinamento Aumento a a-v O2 = Eficiência oxidativa dos tecidos Número de mitocôndrias: capacidade das mitocôndrias de extrair O2 do sangue é de três a cinco vezes maior nas fibras tipo I em comparação com as fibras tipos IIa e IIb. Com o aumento do número e da densidade (tamanho) das mitocôndrias em consequência do treinamento aeróbio, os esportistas conseguem captar mais oxigênio que os indivíduos sedentários. * “Inatividade física é FATOR DE RISCO para o desenvolvimento de doença arterial coronariana” 1993 – ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO CORAÇÃO * * *
Compartilhar