Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/03/2017 1 Considere as afirmações abaixo: I. Para Winnicott, somos o produto de uma integração constante e permanente com o meio, resultado dos processos de maturação com um ambiente facilitador, que possibilita o desenvolvimento destas potencialidades. II. Para Winnicott, o bebê funciona, logo depois do nascimento, como se fosse um somatório de partes físicas e psíquicas não integradas. Para que a integração vá se desenvolvendo, gradualmente, é fundamental os cuidados maternos, quais sejam, estar sempre por perto atendendo prontamente a todos os desejos do bebê. III. No pensamento kleiniano prevaleceu a ênfase no mundo interno em relação ao mundo externo. Ela considerava o psiquismo em si mesmo e não se interessava pelo que acontecia no plano da intersubjetividade. IV. Segundo Winnicott, as falhas na função de ser uma “mãe suficientemente boa” podem provocar no latente intensa inquietação, distúrbios de sono e da função digestiva. 21/03/2017 2 V. Segundo Klein, a saúde psíquica e a capacidade de amar e reparar dependerão da elaboração da posição depressiva, isto é, da maneira de lidar com a ambivalência fundamental e, consequente, prevalência de impulsos amorosos. Assinale a alternativa correta: A. Todas as afirmações estão corretas. B. Apenas as afirmações I, II, IV e V estão corretas. C. Apenas as afirmações I, III, IV e V estão corretas. D. Apenas as afirmações I e IV estão corretas. E. Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas. Winnicott: � Ser humano nasce como um conjunto desorganizado de pulsões, instintos, capacidades perceptivas e motoras que conforme progride o desenvolvimento vão se integrando, até alcançar uma imagem unificada de si e do mundo externo. � O papel da mãe é prover o bebê de um ego auxiliar que lhe permita integrar suas sensações corporais, os estímulos ambientais e suas capacidades motoras nascentes. 21/03/2017 3 � Desenvolvimento psíquico - Maturação emocional - três etapas sucessivas: � Integração e personalização: � Na etapa inicial de desenvolvimento a questão primordial é a presença de uma mãe-ambiente confiável que se adapte às suas necessidades de maneira virtualmente perfeita. � Período em que a criança, graças às experiências , consegue reunir os núcleos do seu ego, adquirindo a noção de que ela é diferente do mundo que a rodeia. � A função do holding em termos psicológicos é fornecer apoio egóico, em particular na fase de dependência absoluta antes do aparecimento da integração do ego. � Adaptação à realidade: � Nessa etapa, a mãe tem o papel de prover a criança com os elementos da realidade com que irá construir a imagem psíquica do mundo externo. A adaptação absoluta do meio ao bebê se torna adaptação relativa, através de um delicado processo gradual de falhas em pequenas doses. � Crueldade primitiva (fase de pré-inquietude) � A mãe é, além do objeto que recebe, em certos momentos, a agressão da criança, é também aquela que cuida dela e a protege. Quando a criança exprime raiva e recebe amor, a criança confirma que a mãe sobreviveu e é um ser separado dela. O bebê adquire a noção de que suas próprias pulsões não são tão danosas e pode, pouco a pouco, aceitar a responsabilidade que possui sobre elas. 21/03/2017 4 Melaine Klein: � Diverge de Freud em relação à importância crucial que este atribui à sexualidade, na medida em que ela coloca a agressividade, inata na criança, como central em sua teoria, ao invés da vida sexual. � Posição esquizo-paranóide e posição depressiva: períodos normais do desenvolvimento que perpassam a vida de todas as crianças. São mais maleáveis, pois se instalam por necessidade e não por maturação biológica. � Bebê nasce imerso na posição esquizo-paranóide: a fragmentação do ego; a divisão do objeto externo (a mãe), ou mais particularmente de seu seio, já que este é o primeiro órgão com o qual a criança estabelece contato, em seio bom e seio mau – o primeiro é aquele que a gratifica infinitamente enquanto o segundo somente lhe provoca frustração –; a agressividade e a realização de ataques sádicos dirigidos à figura materna. � A partir da elaboração e superação destes sentimentos emerge a posição depressiva. Esta tem como principais atributos: a integração do ego e do objeto externo (mãe/seio), sentimentos afetivos e defesas relativas à possível perda do objeto em decorrência dos ataques realizados na posição anterior. Estas posições continuam presentes pelo resto da vida, alternando-se em função do contexto, embora a posição depressiva predomine num desenvolvimento saudável. 21/03/2017 5 Segundo Cunha (2000) o processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão verificadas nos passos seguintes do processo. Sobre os passos do processo psicodiagnóstico analise as afirmações a seguir: I - O contrato de trabalho é a etapa na qual define-se papéis, obrigações, direitos e responsabilidades mútuos, sem estimativa de tempo; II - O estabelecimento de um plano de trabalho, consiste em programar a administração de uma série de instrumentos adequados ao sujeito específico; III - Em relação a bateria de testes, são conjuntos de testes ou de técnicas, que são incluídos no processo para fornecer subsídios que irão confirmar ou não as hipóteses iniciais; IV - Na etapa de levantamento, análise, interpretação e integração dos dados é a fase em que são corrigidos e analisados os dados da entrevista, observação e resultados dos testes psicológicos. Estão CORRETAS somente as alternativas: A. I e II B. I e III C. I, II e III D. II, III e IV E. I, II, III e IV 21/03/2017 6 1) Formulação das perguntas básicas ou hipóteses; 2) Contrato de trabalho; 3) Estabelecimento de um plano de avaliação; a) Bateria de testes 4) Administração de testes e técnicas: particularidades da situação da interação com o examinado e do manejo clínico; 5) Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados a) Níveis de inferência clínica 6) Diagnóstico e Prognóstico a) Classificação diagnóstica 7) Comunicação dos resultados • Ponto de partida: encaminhamento. • Qualquer pessoa que encaminha um paciente: pressuposição de que apresenta problemas que têm uma explicação psicológica. • Objetivos dependem das perguntas iniciais. • Estabelecimento de plano de avaliação com base nas hipóteses para realizar um plano de trabalho. “Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, consequentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo” (Cunha, 2000, p.106). 21/03/2017 7 • Duração de um psicodiagnóstico - estimativa do tempo em que se pode operacionalizar tarefas implícitas pelo plano de avaliação até a comunicação dos resultados e recomendações pertinentes. • Estimativa de previsão: formalizar com o paciente ou responsável os termos em que o processo psicodiagnóstico vai se desenvolver, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidades mútuas. • Deve envolver certo grau de flexibilidade, devendo ser revisto sempre que o desenvolvimento do processo tiver de sofrer modificações. • Processo pelo qual se procura identificar recursos que permitam estabelecer uma relação entre as perguntas iniciais e suas possíveis respostas. • Contato com os fatos: • definir com mais precisão perguntas iniciais e objetivos do psicodiagnóstico; • complementar e confrontar os dados do encaminhamento com informações subjetivas e objetivas sobre o caso. • Consiste em traduzir essas perguntas em termos de técnicas e testes. • Nem todas as hipóteses levantadas devem ser necessariamente testadas, sob pena deo processo se tornar inusitadamente longo ou interminável. 21/03/2017 8 • “designar um conjunto de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos, que são incluídos no processo psicodiagnóstico para fornecer subsídios que permitam confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais, atendendo o objetivo da avaliação” (Cunha, 2000, p. 109). • Duas razões principais: 1) nenhum teste, isoladamente, pode proporcionar uma avaliação abrangente da pessoa como um todo. 2) Emprego de uma série de testes - tentativa de uma validação intertestes dos dados obtidos, a partir de cada instrumento em particular, diminuindo, dessa maneira, a margem de erro e fornecendo melhor fundamento para se chegar a inferências clínicas. Dois tipos principais de baterias de testes: • Padronizadas para avaliações específicas: • Com base em pesquisas realizadas com determinados tipos de pacientes e recomendada para exames bem específicos, como em certos tipos de avaliação neuropsicológica. • Não-padronizadas: • Organizadas a partir de um plano de avaliação e é a mais tradicional na prática clínica. • É organizada de acordo com critérios mais flexíveis. 21/03/2017 9 • Foco da testagem deve ser o sujeito, e não os testes. • Psicólogo deve: • Estar perfeitamente seguro quanto à adequabilidade do instrumento para o caso em estudo; • Estar bem familiarizado com as instruções e o sistema de escore; • Saber manejar o material pertinente; • Ter em mente os objetivos a que se propõe para a administração de cada instrumento. • Estabelecimento de um bom rapport. • Psicólogo: possui um acervo de observações que constitui uma amostra do comportamento do paciente durante as várias sessões em que transcorreu o processo diagnóstico, desde o contato inicial até a última técnica utilizada. Em resumo, é capaz de descrever o paciente. • Necessidade de organizar dados oriundos das diferentes técnicas, buscando um entendimento de coincidências e discordâncias, hierarquizando indícios e identificando os dados mais significativos, que, contrastados com as informações sobre o paciente, são integrados para confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais. 21/03/2017 10 • Para chegar à inferência clínica, chamada de diagnóstico, o psicólogo deve examinar os dados de que dispõe: • Englobam informações sobre o quadro sintomático, dados da história clínica, as observações do comportamento do paciente durante o processo psicodiagnóstico e resultados da testagem). • Em função de determinados critérios (critérios diagnósticos), podendo considerar, assim, várias alternativas diagnósticas. • Diagnóstico diferencial. • Avaliação mais compreensiva, baseada em informações adicionais, fornecendo um embasamento psicodinâmico. • “uma formulação diagnóstica psicodinâmica, que é uma explicação da psicopatologia do paciente, em termos de seus conflitos inconscientes e mecanismos de defesa e das origens de seu comportamento atual na experiência de vida precoce”. • Tipo de comunicação dos resultados ou do informe é definido basicamente pelos objetivos do exame. • Laudos, por exemplo, geralmente respondem a questões como “o que”, “quanto”, “como”, “por que”, “para que” e “quando”; • Pareceres: análise de problemas específicos colocados por determinado profissional que já dispõe de várias informações sobre o sujeito. • Dependendo dos objetivos, podem ser necessários vários tipos de comunicação. • Por exemplo, entrevista de devolução com os pais e com o sujeito, laudo encaminhado ao pediatra, laudo encaminhado à escola especial e parecer para o serviço de orientação de uma escola, que fez a sugestão inicial do exame. 21/03/2017 11 Num modelo psicológico, a história e o exame do paciente permitem a coleta de subsídios introdutórios que vão fundamentar o processo a que chamamos de psicodiagnóstico. A história pessoal ou anamnese pressupõe uma reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação. Sobre a entrevista de anamnese, pode-se dizer que: I - a história pessoal pretende caracterizar a emergência de sintomas ou de mudanças comportamentais; II - em função do estado de saúde da mãe ser muito importante para o bebê, é fundamental descrever como transcorreu a gestação do ponto de vista somente físico, a fim de investigar informações a respeito de aspectos nutricionais, doenças, acidentes e uso de drogas; III - na infância intermediária é fundamental investigar o ingresso na escola e adaptação da criança, bem como, seu desempenho escolar; IV - na pré-adolescência é importante analisar a facilidade ou não de estabelecer e manter relações; grau de intimidade nas amizades e papel desempenhado nos grupos; V - nem sempre o paciente dispõe de todos os dados, muitas vezes a história deve ser complementada com entrevistas com outros familiares e documentos. Assinale a alternativa correta: A. I e II B. II e III C. II, III e IV D. I, IV e V E. III, IV e V 21/03/2017 12 • “Como história, pode-se compreender a história pessoal ou anamnese, a história clínica ou história da doença atual e, ainda, a avaliação psicodinâmica, que também explora a perspectiva histórica para entender uma problemática atual dentro de um contexto vital de desenvolvimento” (Cunha, 2000, p.57). • História clínica = história da doença atual. • Examinar história pessoal: identificar quando ou como, a partir de um ajustamento global regularmente bom, começaram a se delinear dificuldades ou a se evidenciar comprometimentos em uma ou mais áreas de funcionamento social, profissional, acadêmico. • Levantamento da sintomatologia e das condições de vida do paciente, no momento atual, em várias áreas, além da investigação de sua história psiquiátrica. • Reconstituição global da vida do paciente, como um marco referencial em que a problemática atual se enquadra e ganha significação. • Tópicos que podem servir como pontos de referência para exploração da vida do paciente. • Maior ou menor ênfase em cada tópico ou a forma de seleção das informações significativas relacionadas ao objetivo do exame, tipo de paciente e sua idade. • Contexto familiar: • Genetograma - núcleo familiar atual. • Ocasião da concepção (ou da adoção da criança); • Status marital • Condições socioculturais (nível de instrução, nível socioeconômico, • rede de apoio social, etc.); • Clima das relações afetivas do casal ou da família. 21/03/2017 13 1) História pré-natal e perinatal; 2) Primeira infância (até os 3 anos); 3) Infância intermediária (3 a 11 anos); 4) Pré-puberdade, puberdade e adolescência; 5) Idade adulta. � Nem sempre o paciente dispõe de todos os dados. � Dependendo da gravidade do transtorno, muitas vezes a história deve ser complementada por um exame objetivo, através da entrevista com um familiar ou pessoa de seu convívio, como se verá mais adiante. � Eventualmente, uma entrevista conjunta com todos os membros da família é fundamental para uma compreensão da dinâmica familiar, tanto no caso do paciente adulto, como adolescente ou criança. Há muitas publicações a respeito das implicações negativas do psicodiagnóstico, enfatizando seu caráter reducionista e “rotulador” do sujeito. Críticas como o fato de este avaliar tão somente o sintoma, e não o indivíduo que ali se apresenta, são bastante comuns, criando uma dicotomia entre o psicodiagnóstico e a psicologia. Esta, não obstante, tem sérias implicações para o paciente, que é privado dos benefícios de cada uma de tais abordagens. Por outro lado, muitos estudos têm por objetivo, logo, trazer as vantagens de uma aliança entre o psicodiagnóstico, embasando-se no manual de diagnóstico DSM-V e as técnicas da psicologia e da psicanálise, demonstrando seus resultados positivossobre o “sujeito-paciente”. Uma das etapas importantes no processo de avaliação é a interpretação de dados sendo decisiva na compreensão do paciente, podendo ser de modo nosológico ou psicodinâmico. De acordo com o livro “Psicodiagnóstico - V”, o que sugere a autora, EXCETO: 21/03/2017 14 A. Após o levantamento da história clínica do indivíduo é necessário rever a hipótese inicial. B. As hipóteses levantadas durante o processo do psicodiagnóstico podem ser respondidas com os dados levantados ou não. C. As observações e as comunicações não verbais do paciente não são necessárias nesse momento da análise, uma vez que, a entrevista e os resultados dos testes são suficientes para o fechamento do psicodiagnóstico; D. A interpretação e análise dos dados dependem da organização e conclusões dos instrumentos aplicados além de outros dados adicionais como as observações de cada momento; E. A interpretação necessariamente precisa de informações consistentes da entrevista, das observações e dos dados objetivos relacionados com os testes aplicados. Os dados não-verbais são importantes também, pois podem indicar incoerências entre o discurso e o comportamento do paciente. Ademais, a observação é uma ferramenta fundamental e mais primordial do trabalho do psicólogo. 21/03/2017 15 Considerando o uso da inteligência na linguagem cotidiana, assinale a incorreta: A. O uso do conceito de inteligência na linguagem cotidiana não parece seguir a mesma lógica, no sentido de ter a função adverbial que caracterizar a maneira como as ações são executadas. B. Na linguagem cotidiana, no entanto, inteligente não é usado apenas para caracterizar ações específicas, mas também para caracterizar indivíduos. C. Considerando que o conceito de raciocínio tem sido frequentemente associado ao de inteligência na literatura psicológica, uma análise do seu uso na linguagem cotidiana também se justifica. D. Apesar de ambos os conceitos (i.e., inteligência e raciocínio) exercerem função adverbial na linguagem cotidiana, apresentando inclusive alguma sobreposição de uso, os conceitos não funcionam como equivalentes. E. Portanto, nem toda ação caracterizada como inteligente envolve raciocínio, e nem toda ação que envolve raciocínio pode ser caracterizada como inteligente. Com base nessa análise, pode-se concluir que os conceitos raciocínio e inteligência têm usos diferentes na linguagem cotidiana. � Quando um conceito é “importado” da linguagem cotidiana para qualquer linguagem científica, ele traz consigo uma carga de conotações, muitas das quais passam despercebidas no uso supostamente técnico. � Não há consenso em psicologia sobre a natureza, definição e nível de análise nas investigações relacionadas ao conceito de inteligência. � Análise do uso deste conceito na linguagem cotidiana indicou que o mesmo exerce função adverbial, a qual caracteriza uma ação como bem-sucedida. 21/03/2017 16 � Descreve-se como inteligente aquelas ações desempenhadas com sucesso e que representam exercício de alguma habilidade da pessoa, no sentido de saber como realizar algo muito bem. � Como “sucesso” é relativo a valores culturais, a definição de inteligência também depende da cultura. � A função adverbial pode vir a explicar pelo menos parte das divergências e controvérsias encontradas em psicologia. A inteligência pode se manifestar de diversas formas. A partir dos estudos sobre o conceito de inteligência, o que temos como certo é que nenhum teste de avaliação da inteligência reflete todo o comportamento inteligente do indivíduo. Como você classificaria os instrumentos de avaliação da inteligência, tendo como referência a afirmação acima citada. A. A escala de inteligência é capaz de resumir o desempenho de um indivíduo em um conjunto de tarefas específicas, isso não significa que essas tarefas sejam as únicas que podem servir a este propósito. B. Uma escala de inteligência não inclui atributos com traços e atitudes no planejamento e consciência da tarefa. C. O conceito adverbial de inteligência aponta como “sinônimo” uma ação bem sucedida. Esta ideia importada da linguagem cotidiana define o conceito, reduzindo a inteligência a um conjunto de habilidades específicas, que são reconhecidas apenas diante de seu resultado positivo. D. Os testes de inteligência são instrumentos altamente padronizados, mensuráveis, que apresentam um resultado quantificado, eliminando a necessidade de observações comportamentais. E. Todos os instrumentos de avaliação da inteligência são capazes de mensurar o raciocínio lógico e abstrato, classificações conhecida como fator geral. 21/03/2017 17 � O conceito de inteligência ainda é bem controverso na psicologia. � Não há consenso sobre uma definição única do fenômeno e há diferentes testes, compostos de diferentes tarefas para mensurar este constructo. � Porém, ressalta-se que um teste não é determinante e nem resume a inteligência de um indivíduo. Para Vygotsky as transformações ocorridas ao longo do desenvolvimento cognitivo têm como fundamento a interação social. A natureza Sócio-Histórica na perspectiva de Vygotsky aparece também na análise feita por ele acerca do desenvolvimento da linguagem e de sua relação com o pensamento. Assim, a respeito da linguagem, este autor afirma que: A. é tão-somente um meio de comunicação social. B. é sempre racional, tendo como função primeira a organização do pensamento e da ação. C. é usada inicialmente como uma função mental interna devido à conversão da fala comunicacional em fala interior. D. seu aparecimento é posterior ao desenvolvimento do pensamento. E. seu desenvolvimento precede e prepara o desenvolvimento do pensamento. 21/03/2017 18 � Desenvolvimento: ênfase no processo histórico-social e no papel da linguagem. � Questão central: aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. O sujeito é interativo, pois adquire conhecimentos a partir de relações intra e interpessoais e de troca com o meio, a partir de um processo denominado mediação. � Ênfase da dimensão sócio-histórica e na interação do homem com o outro no espaço social. � Aquisição da linguagem passa por três fases: � linguagem social, que seria esta que tem por função denominar e comunicar, e seria a primeira linguagem que surge. � linguagem egocêntrica � linguagem interior, intimamente ligada ao pensamento. 21/03/2017 19 A constituição de qualquer teoria psicológica esteve e está sustentada por diversos pressupostos que orientam a construção do pensamento. Esses pressupostos são buscados nas influências teóricas de cada autor de uma teoria psicológica. Abaixo você encontra algumas relações estabelecidas. Analise-as e assinale a alternativa FALSA: A. Schopenhauer e Brentano são precursores da Psicanálise de Freud. B. Charles Darwin e Einstein são precursores do Behaviorismo Radical. C. Isaac Newton e Charles Darwin são precursores do Behaviorismo Metodológico. D. Husserl e Heidegger são precursores do Existencialismo de Sartre. E. Descartes, Kant e Marx são precursores da Fenomenologia de Husserl. � Psicanálise: Filosofia e Medicina. � Schopenhauer: solitário de Frankfurt" precedeu o "solitário de Viena" quando atribuir a origem da doença psicológica a "memórias truncadas" que retornam por meio de "formações substitutivas" (os sintomas). � Franz Brentano: Freud foi aluno exatamente no ano em que o filósofo alemão publicou seu "Psicologia sob o Ponto de Vista Empírico“. � Behaviorismo: Física e Biologia Evolucionista. � Existencialismo: Atraído pela Fenomenologia, investigou as teorias de Husserl, o jovem professor francês de Heidegger, Karl Jaspers e Max Scheler, que aprofundavam as idéias de Kierkegaard sobre a angústia e o vazio da existência humana. Sartre, começava a amadurecer umanova Filosofia, misto de Fenomenologia e Existencialismo. � Fenomenologia: Husserl - limites das propostas filosóficas de Descartes, Kant e Hegel. 21/03/2017 20 � Behaviorismo: Física e Biologia Evolucionista. � Modelo de ciência que inicialmente vai influenciar Skinner é aquele associado às transformações pela qual a Física passava no final do século XIX e início do século XX e às críticas que, nessa época, se levantavam contra o modelo mecanicista fundado na Física newtoniana: eventos do mundo em termos da ação causal de forças diversas, no tempo e no espaço, sobre a matéria. � Esse modelo começa a ser criticado no final do século XIX por dois importantes autores, citados logo nas primeiras obras de Skinner: os físicos Ernst Mach e Percy Bridgman. � No início do século XX, surge uma nova visão desenvolvida pelos trabalhos de Albert Einstein, Neils Bohr e Werner Heisenberg: rejeitavam o modelo mecanicista do universo, originário da época de Galileu e Newton. A nova perspectiva da física descartava a necessidade de total objetividade e da completa separação entre o universo externo e o observador. Sobre as críticas que a psicologia sócio-histórica dirige às formas mais tradicionais de psicologia pode-se dizer: (assinale a alternativa incorreta) A. É fundamentalmente uma crítica à ideologia feita por estas ciências, que coloca certas concepções históricas sobre o homem como verdades universais, naturais sobre o homem, com as quais favorece e justifica a dominação de classe. B. Ideologia é um sistema teórico, cujas ideias têm sua origem na realidade, mas que as apresenta como se estas fossem autônomas, tendo um caráter mistificador. C. Na psicologia, de acordo com a crítica de ideologia, ao se construir as noções e teorizações sobre o fenômeno psicológico, tem-se ocultado sua produção histórica, objetiva e social. D. A história da psicologia, como ciência e profissão, se confunde nos diferentes momentos da organização social, com os interesses de determinados grupos sociais e lança mão de seus instrumentos e saberes para responder a esses interesses. E. A psicologia sócio-histórica é uma perspectiva crítica porque supera a postura marxista e positivista, que tem caracterizado a psicologia como ciência. 21/03/2017 21 Psicologia Sócio-Histórica: � Surge no início do séc. XX, na União Soviética, no momento em que procurava reconstruir suas teorias científicas a partir do marxismo e vinculada às demandas práticas referentes aos problemas sociais e econômicos da Rússia pós- revolucionária. � Dentro desta produção destaca-se Vygotsky (1896-1934) que deu os primeiros passos para a construção da Psicologia Sócio-Histórica. Seus seguidores foram: Luria (1902-1977) e Leontiev (1903-1979). � Psicologia Tradicional: modelo tradicional, baseado em uma intervenção clínica, medicalizante, utilizando a psicometria como instrumento de avaliação. Ênfase naturalizante e biologizante. � Referência: pressupostos marxistas, pautada na Psicologia Histórico-Cultural a partir dos estudos desenvolvidos pela Escola de Vygotsky. � Fundamentada no materialismo histórico e dialético, o psicólogo passa a entender o homem como "síntese das relações sociais“. � Homem: � passa a ser entendido como um sujeito concreto, que carrega, em seu psiquismo, marcas da história da humanidade e da sua própria história. � resultado da filogênese e da ontogênese e que, para se humanizar, necessita se apropriar dos bens materiais e culturais já produzidos. 21/03/2017 22 As afirmativas abaixo se referem à constituição da Fenomenologia por Husserl e suas críticas ao modelo de produção de conhecimento defendido pelo Positivismo. Analise-as e assinale a afirmativa falsa: A. Para a fenomenologia, toda a consciência é consciência de alguma coisa. A consciência se caracteriza exatamente pela intencionalidade. Isto implica na consideração da subjetividade do sujeito que produz o conhecimento. B. Considerar a subjetividade no processo de produção do conhecimento corrobora a formulação do modelo positivista que funda seu conhecimento na cisão entre sujeito e objeto. C. O projeto filosófico da fenomenologia caracteriza-se pela formulação de um método que pretende explicitar as estruturas implícitas da experiência humana do real, revelando o sentido dessa experiência através de uma análise da consciência em sua relação com o real. D. O lema básico da fenomenologia é de ‘voltar às coisas mesmas’, procurando com isso superar a oposição entre sujeito e objeto, consciência e mundo, realismo e idealismo. E. O método fenomenológico rompe com a atitude natural ou espontânea em que se constituem nossas crenças habituais. A redução fenomenológica corresponde a uma suspensão dos juízos, colocando o mundo entre parênteses. � Husserl: fenomenologia a partir do que considerou limites das propostas filosóficas de Descartes, Kant e Hegel. � Conhecimento só é possível através de uma redução Fenomenológica: despojar-se de todas as preconcepções: "O que um sujeito conhece refere-se àquilo que que apreendeu do objeto a partir de sua vivência e pressupostos”. � Redução Fenomenológica único meio de chegar a essência do objeto e não apenas à aparência. 21/03/2017 23 � Descrição da estrutura dos fenômenos: busca de um método universal que possa reger o pensamento de modo que se atinja o conhecimento universal e verdadeiro. Deve-se considerar tudo aquilo relacionado ao ato de conhecer, como, por exemplo, a subjetividade. � Todo conhecimento seria o retorno à "coisa mesma". "Coisa mesma" é entendida não como realidade existindo em si, mas como fenômeno; fenômeno este se dá a nós por intermédio dos sentidos dotados de uma essência. � Consciência intencional: o sujeito constitui o objeto, a consciência sempre será consciência de alguma coisa e o objeto sempre um objeto para uma consciência. O estudo das teorias psicológicas revela uma ampla diversidade de abordagens teóricas que se reflete nas diferentes definições do seu objeto de investigação no interior dos grandes sistemas. A esse respeito, é correto afirmar que: A. no surgimento da Psicologia seu objeto de estudo é a consciência, substituído, com o advento do Behaviorismo, pelo comportamento, único objeto na atualidade. B. do final do século XIX aos dias de hoje, os processos mentais têm sido o único objeto de estudo da Psicologia, dividindo-se em consciência e inconsciente. C. a abordagem mentalista, característica da Psicologia na ocasião de seu surgimento, cede lugar ao estudo do condicionamento, nas vertentes teóricas do Behaviorismo e do Existencialismo. D. o objeto de estudo da Psicologia é atualmente o comportamento, e o estudo da mente caracteriza apenas a Psicologia do século XIX. E. o Behaviorismo opera uma crítica radical da Psicologia da consciência em favor do estudo do comportamento, mantendo-se a importância da investigação dos processos mentais na contemporaneidade. 21/03/2017 24 � Diversidade de objetos de estudo das teorias psicológicas durante toda a história da psicologia e de sua consolidação como disciplina e profissão independente. � Tal diversidade de objetos e métodos de estudo é marca da psicologia enquanto ciência. Sobre a queixa inicial do paciente, escolha a alternativa correta: A. Um psicoterapeuta psicanalista entenderia que ela é herdeira de conflitos mais antigos relacionados aos embates dos desejos infantis com os desejos parentais. B. Um psicoterapeuta da abordagem fenomenológica-existencial entenderia a queixa como um sinal que revela como o sujeito vai realizando e objetivando os sentidos de ser/existir. C. Um psicoterapeuta cognitivista entenderia a queixa como uma disfunção nas crenças inatas do sujeito, produzida por uma falha na interação sujeito/mundo. D. Um psicoterapeuta psicanalista entenderia que os sintomas apresentadosna queixa derivam de uma formação de compromisso entre ego e superego. E. Um psicoterapeuta, que adota o behaviorismo radical, entenderia que os comportamentos inadequados são suscitados por estímulos ambientais que precisam ser investigados. 21/03/2017 25 � Processo terapêutico: sequência lógica e organizada de procedimentos psicológicos que produzem mudanças comportamentais graduais no cliente, as quais ao longo do curso da terapia vão se alterando e subsidiando a implementação de novos procedimentos por parte do terapeuta, sempre com vistas à meta final de melhora do cliente. � Psicanálise: busca a melhora dos sintomas através da compreensão do funcionamento atual e dos aspectos inconscientes envolvidos no conflito. � Terapia Cognitiva: ênfase na influência do pensamento distorcido e da avaliação cognitiva irrealista de eventos sobre os sentimentos e comportamentos do indivíduo. �Fenomenologia: percepção da realidade existencial do sujeito e seu histórico, buscando as experiências singulares deste existir e, junto com o próprio sujeito, compreender a própria existência e seus significados, permitindo-se à reflexão mais apurada dos fenômenos que surgem e do universo de escolhas. �Terapia Comportamental: busca descobrir, com seu cliente, as variáveis das quais os seus comportamentos-problema são função e identificar possibilidades de modificá-los. 21/03/2017 26 Oliveira-Castro, J. M., & Oliveira-Castro, K. M. (2001). A função adverbial de “inteligência”: Definições e usos em Psicologia. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 17(3), 257-264. RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. Disponível na internet. Outras que serão enviadas em arquivo independentes pela professora.
Compartilhar