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Saúde e Segurança no Trabalho Histórico e definições Prof. Tito Alencastro Prof. Luiz Victorino Histórico • 2360 a.C Papiro Seller II – Egito – Descreve as condições de trabalho • 460 a.C. Hipócrates (Pai da Medicina) – Relatos sobre acidentes e doenças no trabalho • 1556 George Bauer – Livro “De Re Metallica” – Estudos sobres os problemas relacionados à extração de minerais – Apresenta os principais acidentes e doenças mais ocorrentes entre mineiros – “Asma dos mineiros” – sintomas e causas Histórico • 1567 Aureolus Theophrastus (Paracelso) – “Dos ofícios e doenças da montanha” – 1º mansucrito sobre as relações de trabalho/doenças – Intoxicação com chumbo e mercúrio • 1700 Bernadino Ramazzini – Médico italiano e professor da Universidade de Pádua – Considerado o “Pai da Medicina do Trabalho” – Obra: “De Morbis Artificum Diatriba” – Descreve as doenças relacionadas a 52 ocupações de trabalho Histórico • Revolução Industrial 1760 – 1830 – Surgimento de máquinas – Fábricas improvisadas – Falta de qualificação mão-de-obra/empresário – Inexistência da jornada de trabalho – Mulheres e crianças – Ruídos e locais insulobres Histórico • 1802 – Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes – Parlamento Britânico – 1ª. Lei de Proteção aos trabalhadores – Jornada de 12 horas – Limpeza das paredes das fábricas 2 veezes /ano – Trabalho noturno proibido – Ventilação obrigatória Histórico • 1831 Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito - Michael Saddler "Diante desta comissão desfilou longa procissão de trabalhadores - homens e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados na sua qualidade humana, cada um deles era clara evidência de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o homem, uma impiedosa condenação daqueles legisladores, que quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes" Histórico • 1833 Factory Act – Lei das Fábricas – Legislação eficiente com a proteção do trabalhador – Jornada de até 69 horas semanais – Escolas para menores de 13 anos – Idade mínima para o trabalho: 9 anos – Atestado médico para o trabalho • 1833 Lei Operária (Alemanha) Histórico • 1842 Escócia – James Smith – diretor gerente de indústria têxtil – Contratação de médico: • Exame admissional • Exame periódico • Orientação e prevenção de doenças – Presença do médico em fábricas Histórico • 1877 – Massachusets EUA – Ato normativo referente a prevenção de acidentes • Uso de protetores de correias de transmissão • Saídas de emergência – Medidas não solucionaram o problema, mas amenizaram Histórico • 1967/68 Frank Bird (EUA) – Pesquisa em 297 empresas dos EUA – 170.000 pessoas / 31 grupos de tabalho – Acidentes ocorridos no período: 1.753.498 comunicações Histórico Brasil • Industrialização tardia • 1919 – 1ª. Lei contra acidentes – setor ferroviário • 1943 – Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto-lei N°5.452, 1º.maio de 1943 Conceitos A) TRABALHO B) SAÚDE C) SEGURANÇA D) HIGIENE TRABALHO • Dicionário Aurélio (1997): • Trabalho –s.m. 2- atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento. • Vamos refletir: • 1- atividade coordenada – isto é, planejada, com intuito definido, não acidental; • 2- De caráter físico e/ou intelectual – obtido por este ou aquele esforço ou por ambos; • 3- Necessária à realização de qualquer...(está presente em toda atividade humana) Saúde e Segurança no Trabalho SAÚDE • Organização mundial de Saúde (OMS): • “um estado completo de bem-estar físico, mental e social; não consiste somente na ausência de doença ou enfermidade" • Vamos refletir: 1. Estado completo – ou seja, não pode ser parcelado, tomado por partes, ou observado de forma não integral; 2. Físico, mental e social – o corpo, a mente e as relações sociais entre pessoas, entre grupos e a comunidade na qual estão inseridos; 3. Não consistindo somente na ausência de doença ou enfermidade – a estas geralmente, associamos a observação de sintomas. Se não estão presentes, quer dizer que não há doença? Se não há doença, então quer dizer que há saúde? Saúde e Segurança no Trabalho SEGURANÇA • Dicionário Michaelis (2011): • Segurança – s.f. 4 Certeza, confiança, firmeza, infalibilidade. • Reflexão: • 1- Certeza em alguma coisa, confiar em alguma coisa; • 2- Segurança é característica a ser buscada nas pessoas e nos meios ou elementos de um processo produtivo; • 3- Meio que pode oferecer segurança: material, ou imaterial, tangível ou intangível: ferramenta, máquina, informação, atmosfera, luz. Saúde e Segurança no Trabalho HIGIENE • Dicionário Aurélio (1997): • Higiene – s.f. ciência que visa à preservação da saúde e à prevenção da doença; • Reflexão: prevenir significa se preparar por meio da previsão, agir antecipadamente • Higiene mental– prática educativa, profilática ou psicoterápica aplicada para previnir pertubações mentais • Higiene do trabalho– a ciência e a arte dedicadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, tendo vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. Saúde e Segurança no Trabalho Saúde e Segurança • Questões Culturais • Descrença de ambas as partes: empresa e empregado • Envolvimento da Alta Direção: Falácia Mercantil • Programas orientados ao cumprimento da lei • Nexo Causal dos Acidentes: Foco no trabalhador Saúde e Segurança • E os determinantes desse comportamento? • “Ato Inseguro” • Os programas de treinamento: problemas e acertos • Monetarização do trabalhador: os adicionais de insalubridade e periculosidade • Ordenamento Formal do Trabalho e os conflitos de poder Saúde e Segurança • Condições de trabalho nem sempre compatíveis com as exigências contidas nos procedimentos escritos; • Deficiência na capacitação técnica dos trabalhadores para a correta execução das tarefas conforme prescrições normativas; • Duplicidade de orientação sobre como realizar as tarefas. Oliveira (2003) • Os gerentes que trabalham de forma direta com riscos potencialmente capazes de gerar danos à saúde dos trabalhadores não dispõem do conhecimento necessário para com eles lidar de modo adequado. • Os gerentes que lidam com os riscos podem saber de sua existência, mas não se esforçam para corrigi-los porque suas chefias superiores não lhes dão apoio para as ações necessárias. • A situação de risco é mantida porque sua existência não atrapalha; se atrapalha, não impede a realização do trabalho. Oliveira (2003) • A exposição, por longo tempo, a determinada condição de risco, sem o controle devido, termina induzindo as pessoas a enxergá-la como normal e aceitável. • A situação de risco é mantida porque ninguém toma qualquer providência para corrigi-la. • A situação de risco é mantida porque todas as preocupações e recursos são voltados prioritariamente para o atendimento às finalidades do negócio. Oliveira (2003) • A segurança no trabalho é mais importante no discurso da direção da empresa do que propriamente nas áreas onde ela deveria, de fato, ser realizada. • A Segurança do Trabalho, na prática, só adquire importância nos momentosde crise (quando ocorre acidente grave que pode comprometer principalmente a imagem da empresa). • O fosso que separa o discurso (SST como valor) da prática (o que efetivamente é feito) constitui o mais importante obstáculo no desenvolvimento das ações de SST na empresa. • As tarefas são descritas (Tarefa Padrão – TP ou Procedimento Operacional Padrão – POP) com base no que é desejável, no que às vezes é necessário. Oliveira (2003) • A avaliação inadequada do risco (minimizar ou exagerar) dificulta a tomada de decisões corretas em relação a seu controle, especialmente por parte das chefias. • Por não ser a segurança parte integrante das atividades produtivas, quem cria ou mantém a situação de risco (chefias das áreas operacionais) não se sente responsável por sua correção. • Por ser a produção prioritária, seus responsáveis sempre alegam não dispor de recursos para a correção de situações de risco, ainda que o recurso seja apenas o comprometimento. • A segurança do trabalho é exigida pelas chefias, desde que não interfira nos cronogramas de produção. Conclusão • O problema é sistêmico • Envolve desde a cultura, até a legislação e os instrumentos de fiscalização • A ideologia mercadológica também atrapalha • Intervenções pontuais não resolvem a questão, apenas amenizam e mantém uma estrutura perversa
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