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Guia de recolha de amostras em dermatologia - A Clínica Dia a Dia nº 2 (pag 28-32)

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Guia de recolha de amostras
em dermatologia
Citologia, tricograma, raspagens, culturas, etc.
Concerteza já ouviu falar de todas estas
técnicas. Mas, saberá utilizar a técnica mais
adequada para realizar a recolha?
Os problemas dermatológicos desenvolvem-se
com uma grande variedade de lesões. Numa pri-
meira consulta, após uma extensa anamnese,
deveria ser realizada uma recolha de amostras
básicas das lesões cutâneas. As correctas análises
e interpretação das amostras recolhidas depen-
dem, em grande parte, da técnica utilizada para
realizar a recolha. Este artigo pretende abordar
as diferentes técnicas utilizadas na obtenção de
amostras numa primeira consulta de dermatolo-
gia, que variam em função do tipo e localização
da lesão, assim como da suspeita clínica. 
A citologia está indicada em qualquer
problema de pele, especialmente
em doenças descamativas,
alopécias e naquelas que se
desenvolvem com prurido.
Pilar Brazis • Glòria Pol • UNIVET •
Serviço de Diagnóstico Veterinário 
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2
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4
5 5
As 5 técnicas mais frequentes
As técnicas mais utilizadas na recolha de amos-
tras em dermatologia são as seguintes: 
Citologia
Raspagens superficiais e profundas
Tricograma
Cultura de fungos
Cultura microbiológica
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. P
ol
Citologia
A citologia está indicada em qualquer problema de
pele, especialmente nos casos das doenças desca-
mativas, alopécias e naquelas doenças que se
desenvolvem com prurido. De uma maneira geral,
esta técnica deveria realizar-se de forma rotineira, já
que permite observar a presença de bactérias, fun-
gos, leveduras e diagnosticar infecções bacterianas
e/o fúngicas. Consoante a zona e o tipo de lesão,
poder-se-á utilizar uma modalidade diferente.
Técnica da impressão fita cola 
Indicada quando a superfície cutânea é lisa e tem
pouca gordura, é utilizada para avaliar a presen-
ça da levedura Malassezia. Também é de bastan-
te utilidade para identificar células inflamatórias
como neutrófilos, células epiteliais nucleadas (se
se suspeitarem de alterações da queratinização),
presença de bactérias e parasitas que residam na
superfície (como Cheyletiella).
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Deve-se colocar um pedaço de fita cola sobre a
superfície a analisar. Após pressionar, o pedaço de
fita cola é descolado da pele de forma rápida e
procede-se à coloração por qualquer técnica stan-
dard, tipo Diff Quick, sem passar pela primeira
solução (alcoólica). O pedaço de fita cola, já com
a coloração, é analisado ao microscópio (figura 1).
Impressão directa com lâmina 
É útil quando a pele se apresenta com gordura,
húmida ou se fôr observada supuração. É reali-
zada colocando directamente a lâmina sobre a
superfície a analisar e fazendo pressão para que
o material cutâneo fique aderido. Depois deixa-
-se secar ao ar e procede-se à coloração (figura 2).
Técnica da Ansa
Nos ouvidos, espaços interdigitais e pregas cutâ-
neas, recomenda-se a utilização de uma ansa para
recolher material da superfície da pele. Se a super-
fície estiver muito seca, deve-se humedecer a ansa
com uma solução salina estéril. Uma vez recolhida
a amostra, esta é espalhada pela lâmina de uma
forma homogénea e deixa-se secar para posterior-
mente proceder à sua coloração (figuras 3 e 4).
Material necessário para a citologia
Cada uma das diferentes técnicas utilizadas na
recolha de amostras em dermatologia requer
determinado tipo de material. No caso da citolo-
gia, deve-se ter em conta a técnica eleita:
Técnica da impressão fita cola: 
• Fita cola
• Lâmina
• Técnica de coloração
Impressão directa com lâmina: 
• Lâmina
• Técnica de coloração
Técnica com ansa:
• Ansa 
• Lâmina 
• Técnica de coloração
Raspagens superficiais e profundas
As raspagens são importantes para detectar a
presença de parasitas, que podem encontrar-se
nas camadas mais superficiais ou mais profun-
das da pele. É recomendável recorrer a esta téc-
nica nos casos de doenças que se desenvolvam Figura 3. Introdução do material no ouvido para a recolha da amostras. 
Figura 2. Citologia por impressão sobre uma lesão na extremidade posterior. 
Figura 1. Preparação da impressão fita cola para obser-
vação ao microscópio.
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com descamação e prurido, mediante suspeita
da presença de algum parasita.
Tipos de raspagens
A profundidade da raspagem varia em função
do parasita que se pretenda encontrar: 
• Raspagem superficial: para detectar parasitas
dos géneros de Cheyletiella spp., Otodectes
spp., Sarcoptes spp. ou Notoedres spp.
• Raspagem profunda (até provocar algum san-
gramento): para evidenciar a presença de
parasitas do género Demodex.
Técnica de raspagem
Deve ser retirado o pêlo da zona de onde se vá
realizar a raspagem. Depois coloca-se uma gota
de óleo de forma a impregnar a lâmina do bistu-
ri que se utilizará para a raspagem. E necessário
beliscar a zona a raspar e ter atenção às pregas
de pele (figura 5). 
O material recolhido com a lâmina do bisturi é
colocado na lâmina, e é homogeneizado com o
óleo. De seguida, cobre-se a lâmina com a lame-
la para impedir que o material seque, e observa-
-se ao microscópio (figura 6).
As raspagens são importantes para
detectar a presença de parasitas,
que podem ser encontrados nas
camadas mais superficiais ou mais
profundas da pele. 
Figura 4. Colocação numa lâmina do material recolhido com uma ansa. 
Figura 5. Raspagem cutânea numa zona lesionada.
Material necessário
Para realizar uma raspagem de pele precisaremos de:
• Lâmina de bisturi 
• Óleo mineral 
• Lâmina 
• Lamela
Tricograma
O tricograma, ou análise do pêlo, é uma técni-
ca de bastante utilidade naqueles pacientes
que apresentem alopecia e nos casos em que
se suspeitar de dermatofitose. Permite avaliar
a fase de crescimento na qual os pêlos se
encontram e se se apresentam de alguma for-
ma afectados pelo prurido dos animais. Esta
técnica é especialmente útil em gatos nos
quais é difícil saber se a alopécia se deve à
queda espontânea do pêlo, ou se é auto-indu-
zida por o animal se lamber. 
Com a ajuda de pinças, deve-se arrancar pêlos
da zona de pele afectada (se se tratar de uma
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lesão circular é melhor recolher pêlos dos bor-
dos da lesão) e colocá-los numa lâmina.
Observa-se depois ao microscópio com baixa
intensidade lumínica para avaliar a estrutura
do pêlo (figura 7).
Cultura de fungos
A cultura de fungos deve ser realizada nos
casos em que exista uma suspeita de derma-
tofitose e em pacientes que apresentem um
quadro com alopecia, pápulas, pústulas e/ou
crostas.
Para a realização desta técnica deve-se desin-
fectar a zona com álcool a 70% e esperar uns
minutos. Com a ajuda das pinças, recolhem-se
pêlos e descamações da periferia da lesão, que
se devem colocar num recipiente estéril para o
envio ao laboratório.
Cultura microbiológica
As culturas bacterianas a partir de lesões cutâ-
neas estão indicadas nos pacientes que sofram
de infecções recidivantes e nos casos onde, na
citologia cutânea, se visualizarem bacilos
Gram (-).
No caso das otites, as culturas microbiológicas
deveriam ser sempre realizadas para evitar
recidivas e evolução da cronicidade.
Devem realizar-se em lesões o mais intactas
possível, e nunca se deverá desinfectar a
superfície da pele. Em função da lesão presen-
te, utiliza-se uma das técnicas abaixo referidas.
• Pústulas e pápulas: deve-se romper a super-
fície com a ajuda de uma agulha estéril e
recolher o material que sai com a zaragatoa
para cultura.O tricograma é especialmente útil 
em gatos que apresentem alopécia,
nos quais é difícil saber se esta é
devida a uma queda espontânea do
pêlo ou é auto-induzida pelo lamber
do próprio animal. 
Figura 6. Preparação 
do material recolhido 
na raspagem para 
visualização ao 
microscópio.
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• Colaretes epidérmicos: passa-se a ansa 3-4
vezes pela lesão, e introduz-se no meio de
cultura.
• Fístula: introduz-se a ansa ao máximo na
lesão, evitando tocar a superfície. 
Após recolher a amostra, introduz-se a ansa
num meio de cultura estéril. É importante que
o transporte da amostra para o laboratório
dure menos de 24 horas.
Antes de proceder à recolha da amostra é
recomendável suspender durante uma semana
a administração de qualquer tipo de anti-
biótico.
Antes de se obter uma amostra 
para cultura microbiológica é
recomendável suspender durante
uma semana a administração de
qualquer tipo de antibiótico.
Juntamente com qualquer amostra enviada ao
laboratório para realizar uma cultura, aconse-
lha-se enviar sempre uma citologia da lesão.
Figura 7. Imagem de um tricograma ao microscópio. 
L.
 O
rd
ei
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ALOPÉCIA. Queda natural ou patológica do pêlo, carac-
terística de muitas doenças de pele. 
BACILO. Bactéria alargada cuja forma faz lembrar um
bastão recto.
CITOLOGIA. Análise de células para diagnosticar qual a
doença que se encontra na causa da lesão da pele. 
DESCAMAÇÃO. Desprendimento da epiderme seca em
forma de pedaços de pele.
GRAM. As bactérias podem ser divididas em dois gru-
pos: Gram positivo (+) e Gram negativo (-). Esta divisão
baseia-se na capacidade de reacção das bactérias frente
ao método de coloração, desenvolvido por Christian
Gram em 1884. As que adquirem cor com o corante são
Gram (+) e aquelas que não adquirem cor com o coran-
te são Gram (-).
PÁPULA. Lesão da pele de consistência sólida que faz
relevo. É inferior a 1 cm.
PRURIDO. Sensação de ardor que faz com que os ani-
mais se cocem. O facto de se coçarem continuamente
pode levar ao aparecimento de lesões importantes na
pele.
PÚSTULA. Pequena elevação da pele cheia de pus. Nor-
malmente tem uma cor amarelada, embora também
possa ser avermelhada.
RECIDIVA. Reaparecimento da doença depois de um
período de cura.
Glossário
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