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OS INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS E SUA VIABILIDADE NA ANALISE DE DESEMPENHO PARA A TOMADA DE DECISÃO. Luciana Novaes Vieira Ferreira* Luis Fernando Zacaron** Ortogamino Pereira Barbosa Filho*** Alan Muniz de Souza, Carlos Victor Correa da Silva, Renato Ribeiro Junqueira **** RESUMO O presente artigo tem como objetivo averiguar a importância da análise de desempenho através do uso dos indicadores de Liquidez, Rentabilidade e Estrutura de Capital. Busca-se através desses indicadores verificar se é possível ou não conhecer com antecedência a condição econômica e financeira de uma organização e com isso, desenvolver parâmetros para a tomada de decisão. Para tanto, foram escolhidos os seguintes indicadores: Liquidez corrente, Margem de Lucro Liquida, Lucro por ação e Retorno sobre o Patrimônio Líquido. A partir do conceito proposto por diversos autores em relação a esses indicadores encontrados na bibliografia disponível, foram feitos os referidos cálculos técnicos dentro de um período definido, com o propósito de analisar a situação econômica e financeira da empresa por meio de índices contábeis. Palavras Chaves: Análise de Desempenho, Indicadores Econômicos e Financeiros. ABSTRACT This paper aims to investigate the importance of performance analysis through the use of indicators Liquidity, Profitability and Capital Structure. Search is through these indicators see if you can or do not know in advance the economic and financial condition of an organization and thereby develop parameters for decision making. To this end, the following indicators were chosen: Current ratio, Net Profit Margin, Earnings per Share and Return on Equity. From the concept proposed by several authors in relation to these indicators found in the available literature, those technical calculations were made within a defined period, in order to analyze the economic and financial situation of the company through financial indices. Keywords: Analysis of Performance. Indicators Economics and Financial. * Graduada em Economia, Mestre em Extensão Rural e professora da FMG. ** Graduado em Ciências Contábeis, especialista em Auditoria e Contabilidade Financeira e professor da FMG. *** Graduado em Administração de Empresas e pós-graduando em Custos e Finanças Empresariais pela FMG. **** Graduandos em Administração pela FMG. 2 1 INTRODUÇÃO A internacionalização do processo produtivo, o livre fluxo dos capitais e as revoluções tecnológicas refletem elementos que estão modelando uma nova realidade mais complexa e exigente caracterizada pelo desaparecimento das fronteiras, pela aceleração das informações e pelo aumento da competitividade. Assim sendo, as atuais transformações econômicas, sociais, tecnológicas e políticas permitem uma melhor compreensão do mundo globalizado. O fenômeno da globalização associado ao aumento da competitividade tem pressionado as empresas a reduzirem seus custos e aumentarem sua produtividade. Nesse contexto, as empresas encontram-se frente a uma necessidade de modernização administrativa, gerencial e produtiva no qual métodos eficientes e seguros de análise de desempenho econômico e financeiro, constituem em ações necessárias para enfrentar as transformações dinâmicas do ambiente competitivo mundial. Dentro deste contexto, percebe-se que em um cenário onde a competitividade se torna cada vez mais acirrada entre as organizações, conhecer sua situação financeira e econômica é imprescindível para sua manutenção no mercado e criação de um planejamento de atuação mercadológica adequado. Omaki (2005), afirma que as ferramentas para a formação desse planejamento e estratégia encontram-se dentro da análise de desempenho econômica e financeira. Para aplicação dessa análise, citada pelo autor acima, utiliza-se dos indicadores para sua execução, ou seja, cálculos diversos que possibilitam o gestor planejar a tomada de decisão, a fim de obter-se o melhor resultado e manter a organização ativa e competitiva em seu espaço de atuação. A interpretação correta dos indicadores proporciona ao gestor condições seguras para tomada de decisão. Devido a isso, a proposta do presente estudo é verificar como a análise de desempenho econômico e financeiro (através dos índices), visualiza com antecedência o cenário financeiro e econômico da empresa com isso, tem-se como norte o seguinte problema: Como a análise de desempenho pode apresentar o cenário financeiro e econômico de uma organização? Para tanto adotou-se a seguinte metodologia: um estudo exploratório que conforme Richardson (1989, p. 281) “procura conhecer as características de um fenômeno para procurar explicações das causas e consequências de dito fenômeno”, com base nos relatórios financeiros da Petrobrás nos período de 2010 a 2014,disponíveis no site da Bolsa de 3 Mercadoria & Futuros Bovespa no endereço www.bmfbovespa.com.br, além da pesquisa bibliográfica que para Manzo (1971, p. 32), “ oferece meios para definir e resolver não somente problemas conhecidos, mas também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente’’ com diversos autores que tratam o referido tema. Somados as formas de pesquisa citadas acima, utilizou-se também reuniões com os autores do artigo para discussões diversas, leituras de materiais da área, pesquisas na internet e observação do contexto atual. Os pesquisadores utilizaram também suas experiências acadêmicas e profissionais, fazendo menção de conhecimentos anteriores para a devida análise e conclusão do assunto abordado. Destarte, busca-se com isso evidenciar a teoria existente com a situação financeiro-econômico da companhia e contribuir para a prática empresarial como também com a evolução da academia nesse ramo. Dentro deste contexto, torna-se necessário contextualizar o problema em um referencial teórico que substancie o objeto de investigação. Para tanto, a literatura utilizada busca equacionar e relacionar a importância dos indicadores na gestão empresarial e a descrição dos indicadores de análises. 2 A IMPORTÂNCIA DOS INDICADORES NA GESTÃO EMPRESARIAL Desde os primórdios, sempre se preocupou com o desempenho econômico organizacional. Conforme Matarazzo (1997), a cultura de análise de balanço, já possui mais de um século, mas no Brasil, difundiu-se nos anos 70, tendo sua permanência até a atualidade (ANTUNES; MARTINS, 2007). A análise de desempenho econômico vem com a proposta de auxiliar os gestores para a tomada de decisão. Assim sendo, percebe-se que a análise de desempenho, fornece ao gestor informações a possibilidade de realizar o acompanhamento da situação financeira e econômica da empresa em qualquer momento. Dentro deste contexto, Perez e Famá (2003) relatam que, com a análise de desempenho as organizações tornam-se mais competitivas, buscando diferenciar-se dos seus concorrentes. Essa ferramenta possibilita a empresa antever cenários e preparar-se estrategicamente para sua atuação no mercado, já que com o aumento da concorrência, as organizações estão sendo obrigadas a fundamentar suas decisões. Face a isso, percebe-se a necessidade da avaliação de desempenho organizacional. Segundo Macedo, Silva e Santos (2006), analisar o desempenho de uma empresa, sempre requer muita discussão sobre quais indicadores devem ser utilizados e como utilizá-los. Em 4 continuidade Martins (2000), afirma que essas discussões saem do âmbito empresarial e se aprofundam no campo acadêmico. Esses fatores contribuem para o avanço e surgimento de novas abordagens, modelos e ferramentas de avaliação de desempenho, dando maior auxilio ao setor gerencial. Conforme Antunes e Martins (2007), esse conceito de avaliar o desempenho de uma organização é abrangente, apresentando grande complexidadeem sua execução, devido às várias metodologias e abordagens existentes. Por isso é necessário buscar os melhores e mais transparentes indicadores para se ter com maior precisão informações para a tomada de decisão. Para Camargos e Barbosa (2005), essa técnica estende-se aos diversos demonstrativos contábeis, usados como fonte de informação, no caso denominados índices, possibilitando uma visão da evolução do desempenho financeiro e econômico da organização. A principal importância de tais indicadores consiste no fato de auxiliar a tomada de decisão, como objetivo de minimizar os erros que prejudicam o desempenho dos negócios. A análise adequada e coerente dos indicadores auxilia na manutenção da boa saúde econômica e financeira das organizações. De acordo com Gitman (2010), um índice mostra a relação entre um grupo de contas das demonstrações financeiras envolvendo métodos de cálculos e interpretações. De uma forma geral, os índices buscam compreender, analisar e monitorar o desempenho e a situação econômica e financeira das organizações. Gitman (2010) afirma em seus estudos que a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial (BP) são os insumos essenciais para a análise dos índices. A análise das demonstrações contábeis fornece informações da situação financeira e econômica das empresas. Ainda conforme Matarazzo (1997), a Estrutura de Capital e os Índices de Liquidez são considerados os principais índices para análise financeira. Para avaliar a situação econômica de uma empresa utiliza-se o Índice de Rentabilidade. Para Gitman (2010), o balanço patrimonial é um demonstrativo resumido da situação financeira da empresa em um dado momento. O Balanço Patrimonial é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido. O ativo é referente aos bens e direitos da organização. Já no passivosão as obrigações com terceiros, tais como fornecedores, tributárias, trabalhista, com as instituições bancárias. O Patrimônio Líquido, nada mais é do que a diferença entre o ativo e o passivo, representado pelos recursos próprios da entidade, objeto dos investimentos dos seus sócios ou proprietários (GITMAN,2010). 5 É importante ressaltar que o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício são as principais demonstrações contábeis, pois a primeira demonstra o patrimônio da empresa e sua evolução, enquanto a segunda evidencia a dinâmica do negócio através da apuração do resultado econômico. Assim sendo, sabe-se que a legislação dá uma maior ênfase em tais demonstrações uma vez que indicam a situação patrimonial, financeira e econômica da organização em determinado período. A demonstração do resultado do exercício fornece uma visão econômica sintética dos resultados operacionais da organização durante determinado período. Assim sendo, a demonstração do resultado é considerada uma poderosa ferramenta de gestão interna da organização, que irá auxiliar a tomada de decisão do gestor do negócio. Para tanto, a demonstração do resultado é considerada um relatório contábil que apresenta a gestão econômica e financeira de uma empresa, com objetivo de fornecer os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado período. 3 DESCRIÇÃO DOS INDICADORES DE ANÁLISES Hendriksen e Van Breda (1999), afirmam que a mensuração de desempenho de uma organização, pode ser feita de forma monetária. Essa avaliação é feita através dos índices de desempenho, que auxiliam para a tomada de decisão e também para a visualização do cenário organizacional. Nesse sentido, vários autores, tais como Iudícibus (2008), Assaf Neto (2006), Matarazzo (2003) e Perez Jr. e Begalli (2002), dizem que devido aos vários índices existentes, nota-se que cada um leva a uma conclusão diferenciada, sendo necessária uma análise conjunta destes índices, afim de se conhecer o cenário existente na íntegra, de forma abrangente, e não de forma parcial como resultado de uma análise isolada dos indicadores. Face a assertiva acima, o conjunto dos índices de Liquidez, Rentabilidade e Estrutura de Capital devem ser conhecidos em sua ação, como também seu conceito e propósito. Os índices de liquidez consistem em analisar a capacidade de pagamento nos prazos contratados, revelando a condição da empresa em continuar ou não sua atividade (GITMAN, 2010). Segundo Marques (2004), esse índice busca relacionar valores do balanço patrimonial, como base de pagamento das obrigações da empresa. A liquidez corrente, como sendo a expressa visão inicial de capacidade de pagamento, é a condição que a empresa possui de valores circulantes para pagar cada real de dívida de curto prazo. Gitman (2010) relata que a liquidez corrente é considerada um dos 6 índices mais utilizados pelo fato de apresentar como objetivo fundamental o grau de capacidade da empresa em saldar suas obrigações de curto prazo. Assim sendo, a liquidez corrente é calculada dividindo-se o ativo circulante (AC) pelo passivo circulante (PC): Figura 1: Índice de Liquidez Corrente Fonte: Gitman (2010, p. 51) O índice de Rentabilidade relaciona medidas especificas de lucros evidenciados na Demonstração do Resultado do Exercício. Esses quocientes são medidos em relação ao patrimônio líquido da empresa, ativo dos sócios, investimento dos sócios e receita (MARQUES, 2004). A avaliação de rentabilidade é feita através do ROA (Return on Assets ou Retorno sobre o Ativo Total) e do ROE (Return on Equity ou Retorno sobre o Capital Próprio). De acordo com Gitman (2010, p.60) o Retorno sobre o Ativo Total, também conhecido como retorno sobre o investimento (ROI), “mede a eficácia da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis. Quanto mais elevado o retorno sobre o ativo total de uma empresa, melhor”. Já o Retorno sobre o capital próprio (ROE) tem objetivo de medir o retorno realizado pelo investimento dos acionistas na organização, sendo calculado como: Figura 2: Retorno sobre o Capital Próprio Fonte: Gitman(2010, p.60) A estrutura de capital tem por finalidade analisar o composto de endividamento da empresa para financiar suas operações no longo prazo. Para tanto, a estrutura de capital auxilia no processo decisório na obtenção ou capacitação de financiamento para a realização Índice Liquidez Corrente � Ativo Circulante Passivo Circulante Retorno sobre o Capital Próprio � Lucro disponível para os acionistas ordinários Patrimônio Líquido dos acionistas ordinários 7 dos investimentos. De um modo geral, o financiamento das atividades empresariais ocorre por meio da utilização do capital próprio e do capital de terceiros. Em termos contábeis, o capital próprio é representado pelo patrimônio líquido e o capital de terceiros corresponde às contas do passivo circulante e não circulante. Em suma, a estrutura de capital é composta pelos recursos próprios e pelas exigibilidades de curto e longo prazo. Para Marques (2004), essas medidas relacionam grupos patrimoniais a fontes de financiamentos, como capital de terceiros e total, de terceiros e próprio, de curto e longo prazo e imobilização de capital próprio e de recursos. Para tanto, destaca-se o índice de margem de lucro liquida, que indica o quanto a empresa adquiriu de lucro líquido no exercício para cada real de receita operacional liquida. A margem líquida demonstra o montante destinado aos acionistas em relação às receitas. De acordo com Gitman (2010, p.59), “a margem de lucro líquido mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas, inclusive juros, impostos e dividendos de ações preferenciais”. Figura 3: Margem de Lucro Líquido Fonte: Gitman (2010, p.60)Em relação ao lucro por ação, seu propósito é avaliar o quão rentável foram os investimentos dos acionistas. Além disso, Hendriksen e Van Breda (1999) salientam que sobre o mesmo reside uma "(...) crença de que contém informação útil para a elaboração de predições a respeito de dividendos por ação e preços de mercado futuros." Assim sendo, percebe-se que o lucro por ação pretende avaliar o grau de lucratividade a partir da utilização dos recursos monetários dos acionistas. Em sua forma simplificada, o Lucro por Ação é obtido da divisão do resultado líquido do exercício pelo número de ações ordinárias em circulação no final do exercício. A fórmula é assim representada: Figura 4: Lucro por Ação Fonte: Gitman (2010, p.60) Margem de Lucro Líquido � Lucro Líquido Vendas Líquidas x 100 Lucro por Ação � Lucro disponível para os acionistas ordinários Número de ações ordinárias em circulação 8 Tendo a compreensão e a visão desse cenário, a organização consegue alinhar a sua estratégia à sua capacidade, podendo desenvolver um planejamento estratégico condizente com a sua realidade e prever situações futuras que poderão gerenciadas com decisões mais assertivas. 4 ESTUDO DE CASO 4.1 Descrição da Empresa1 Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás) é uma sociedade anônima de capital aberto, cujo maior acionista é a União Federal. É, portanto, uma empresa estatal de economia mista. Com sede na cidade do Rio de Janeiro, opera atualmente no Brasil, onde é líder do setor petrolífero, em outros 18 países, atuando como uma empresa integrada de energia nos seguintes setores: exploração e produção, refino, comercialização, transporte, petroquímica, distribuição de derivados, gás natural, energia elétrica, gás-química e biocombustível. O seu lema atual é "Uma empresa integrada de energia que atua com responsabilidade social e ambiental". A empresa foi constituída em 03 de outubro de 1953 sob forte apelo populare deteve o monopólio na exploração do petróleo até o ano de 1997, quando foi sancionada a lei que a abriu o mercado para outras empresas competirem com a Petrobrás, mas garantiu o monopólio da Petrobrás sobre os depósitos de petróleo. Gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos. Mesmo após a quebra do monopólio, a Petrobrás manteve a competitividade nos cenários interno e externo, tornando-se uma das maiores petrolíferas do mundo e a maior empresa brasileira. A Petrobrás é proprietária de refinarias, petroleiros e é uma grande distribuidora de derivados de petróleo sendo líder mundial no desenvolvimento de tecnologia avançada para a exploração petrolífera em águas profundas e ultra profundas. A Petrobras estava em 2011 no quinto lugar na classificação das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo. Em valor de mercado, é a segunda maior empresa do continente americano e a quarta maior do mundo, no ano de 2010. Em setembro de 2010, passou a ser a segunda maior empresa de energia do mundo, sempre em termos de valor de mercado, segundo dados da Bloomberg e da Agência Brasil. 1 Disponível em :<http:www.petrobras.com.br>Acesso em: 07 de outubro de 2015. 9 Em outubro de 2010 a empresa ficou conhecida internacionalmente por efetuar a maior capitalização em capital aberto da história: 72,8 bilhões de dólares (127,4 bilhões de reais), praticamente o dobro do recorde até então, que era da Nippon Telegraphand Telephone (NTT), com 36,8 bilhões de dólares capitalizados em 1987. Em 2014 a Petrobras teve um prejuízo de 21 bilhões de reais, é o maior prejuízo entre as empresas de capital aberto desde o ano de 1986, início da base de dados da consultoria Economática e o primeiro prejuízo da empresa desde 1991. Desde 2014 a Petrobrás está envolvida num escândalo de lavagem e desvio de dinheiro, considerado o maior esquema de corrupção da história do Brasil. O caso está sendo investigado pela Polícia federal e envolve, até o momento, diretores e ex-diretores da companhia, políticos e grandes empreiteiras, que pagavam propina em troca de contratos. Resumo da trajetória da Petrobrás nos seus 62 anos de existência: • Em 1961 é fundada a primeira refinaria da Petrobrás, a Refinaria Duque de Caxias (REDUC) no estado do Rio de Janeiro. É uma das maiores e mais importantes refinarias do Brasil; • Em 1963 é criado o Centro de pesquisa e Desenvolvimento (CENPES) no Rio de Janeiro. É um dos mais importantes centros de pesquisa aplicada do mundo. • Em 1968 é construída a primeira plataforma auto elevatória, a P1. Ela foi responsável pela primeira descoberta de petróleo no mar do Brasil, mas precisamente no litoral de Sergipe. • Em 1971 foi fundada a Petrobrás Distribuidora. É a maior empresa do Brasil na área de distribuição de petróleo e seus derivados. Está presente também em vários países da América do Sul. • Em 1974 é descoberta a Bacia de Campos no litoral fluminense. Tem cerca de 100 mil quilômetros quadrados. Nessa região operam várias plataformas, sendo as principais localizadas no litoral da cidade de Macaé, que é a principal produtora de petróleo no Brasil. • Em 2007 é descoberto o Pré Sal, na bacia de Santos, litoral do estado de São Paulo. 4.2 Análise da Pesquisa A realização do estudo exploratório e da pesquisa bibliográfica associado com os relatórios contábeis da Petrobrás nos períodos de 2010 a 2014 possibilitou a mensuração dos indicadores mencionados neste Artigo, com o objetivo principal de entender e analisar o cenário econômico e financeiro da companhia. 4.2.1 Liquidez Corrente Conforme observado no Gráfico 1, o período de 2010 a 2014 não apresentou grande variação.Em 2010 este indicador foi de R$ 1,89 indicando que a Companhia possuía prazo. Nos três anos seguintes este indicador apresentou queda, passando para R$ 2011, R$ 1,70 em 2012 e chagando a R$ 1,54 em 2013. Em relação ao ano de 2010, o índice de liquidez corrente de 2013 apresentou redução de 20%. Nestes três anos seguidos de declínio observa compromissos em curto prazo mesmo prazo. Já em 2014, pode de, aproximadamente, 6% em relação ao ano anterior, mais bem abaixo do apresentado em 2010. Este crescimento fo relação ao aumento dos compromissos com terceiros. 4.2.2 Margem de Lucro Líquido A análise deste indicador demonstra que a capacidade da Petrobrás gerar dividendos para seus acionais no período de 2010 a 2014 reduziu drasticamente. Conforme representando no Gráfico 2, n 17% decorrente de um lucro l R$ 212 bilhões. Nos anos seguintes o aumento da receita de vendas não acompanhou o 2010 1,893 Conforme observado no Gráfico 1, o índice de liquidez corrente da Petrobrás no período de 2010 a 2014 não apresentou grande variação.Em 2010 este indicador foi de R$ 1,89 indicando que a Companhia possuía este valor para cada um real de dívida Nos três anos seguintes este indicador apresentou queda, passando para R$ 2011, R$ 1,70 em 2012 e chagando a R$ 1,54 em 2013. Em relação ao ano de 2010, o índice de liquidez corrente de 2013 apresentou redução de 20%. Nestes três anos seguidos de declínio observa-se um aumento maior dos em curto prazo em relação aos recursos gerados pelos bens e direitos do , pode-se verificar no Gráfico 1 que o indicador teve um crescimento de, aproximadamente, 6% em relação ao ano anterior, mais bem abaixo do apresentado em 2010. Este crescimento foi motivado por um aumento maior dos recursos disponíveis em relação ao aumento dos compromissos com terceiros. Fonte: Elaborado pelos autores Margem de Lucro Líquido A análise deste indicador demonstra que a capacidade da Petrobrás gerar dividendos para seus acionais no período de 2010 a 2014 reduziu drasticamente. Conforme representandono Gráfico 2, no ano de 2010 a margem líquida foi de 17% decorrente de um lucro líquido de R$ 36 bilhões em relação a uma receita de vendas de lhões. Nos anos seguintes o aumento da receita de vendas não acompanhou o 2011 2012 2013 2014 1,776 1,696 1,542 1,633 Gráfico 1: Liquidez Corrente 10 índice de liquidez corrente da Petrobrás no período de 2010 a 2014 não apresentou grande variação.Em 2010 este indicador foi de R$ para cada um real de dívida em curto Nos três anos seguintes este indicador apresentou queda, passando para R$ 1,78 em Em relação ao ano de 2010, o índice de liquidez corrente de 2013 apresentou se um aumento maior dos lação aos recursos gerados pelos bens e direitos do o indicador teve um crescimento de, aproximadamente, 6% em relação ao ano anterior, mais bem abaixo do apresentado em i motivado por um aumento maior dos recursos disponíveis em A análise deste indicador demonstra que a capacidade da Petrobrás gerar dividendos para seus acionais no período de 2010 a 2014 reduziu drasticamente. a margem líquida foi de em relação a uma receita de vendas de lhões. Nos anos seguintes o aumento da receita de vendas não acompanhou o aumento verificado nos custos e despesas, o que provocou uma redução substancial neste indicador de rentabilidade. Em 2011 a margem líquida foi de 14% comparand bilhões com uma receita de vendas de R$ 244 b No ano seguinte, 2012, a margem líquida foi calculada em 7% sofrendo uma redução de, aproximadamente, 50% em r aumento nos custos da ordem de 26% e de 15% na receita de vendas. O luc foi de R$ 21 bilhões com redução de 40% em relação ao ano anterior. Em 2013 a margem líquida manteve do que o ano anterior (R$ 23 b foi compensada com o aumento da receita no mesmo patamar. Em 2014 a margem líquida ficou negativa em 7% decorrente de R$ 21 bilhões, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos impairment (R$ 44,6 bilhões), da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões). margem líquida seria positiva em 4.2.3 Lucro por Ação Analisando o valor de mercado da Petrobrás, calculado pelo indicador de Lucro por ação da companhia, percebe 2014, sofreu significativa queda. Em 2010, o lucro por ação da companhia foi de R$ 3,57 calculado a partir do lucro líquido de R$ 36 b 2010 16,94% aumento verificado nos custos e despesas, o que provocou uma redução substancial neste de. Em 2011 a margem líquida foi de 14% comparando-se um lucro líquido de R$ 33 ma receita de vendas de R$ 244 bilhões no período. No ano seguinte, 2012, a margem líquida foi calculada em 7% sofrendo uma redução de, aproximadamente, 50% em relação ao ano anterior. Neste ano verifica aumento nos custos da ordem de 26% e de 15% na receita de vendas. O luc ilhões com redução de 40% em relação ao ano anterior. Em 2013 a margem líquida manteve-se em 7% com um lucro líquido 10% maior anterior (R$ 23 bilhões). A variação dos custos e das despesas em torno de 9% foi compensada com o aumento da receita no mesmo patamar. Em 2014 a margem líquida ficou negativa em 7% decorrente de R$ 21 bilhões, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos (R$ 44,6 bilhões), da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no âmbito da operação Lava Jato (R$ 6,2 bilhões). Expurgando estes valores do resultado, a margem líquida seria positiva em 9%. Fonte: Elaborado pelos autores Analisando o valor de mercado da Petrobrás, calculado pelo indicador de Lucro por ação da companhia, percebe-se que, de acordo com o Gráfico 3, 2014, sofreu significativa queda. Em 2010, o lucro por ação da companhia foi de R$ 3,57 rtir do lucro líquido de R$ 36 bilhões. 2010 2011 2012 2013 2014 16,94% 13,56% 7,45% 7,55% -6,50% Gráfico 2: Margem de Lucro Líquido 11 aumento verificado nos custos e despesas, o que provocou uma redução substancial neste se um lucro líquido de R$ 33 No ano seguinte, 2012, a margem líquida foi calculada em 7% sofrendo uma elação ao ano anterior. Neste ano verifica-se um aumento nos custos da ordem de 26% e de 15% na receita de vendas. O lucro líquido no ano ucro líquido 10% maior ilhões). A variação dos custos e das despesas em torno de 9% Em 2014 a margem líquida ficou negativa em 7% decorrente do prejuízo contábil de R$ 21 bilhões, em função, principalmente, da perda por desvalorização de ativos – (R$ 44,6 bilhões), da baixa de gastos adicionais capitalizados indevidamente no estes valores do resultado, a Analisando o valor de mercado da Petrobrás, calculado pelo indicador de Lucro de acordo com o Gráfico 3, no período de 2010 a 2014, sofreu significativa queda. Em 2010, o lucro por ação da companhia foi de R$ 3,57 12 Com a redução do lucro líquido para R$ 33 bilhões em 2011, o lucro por ação foi calculado em R$ 2,55, o que representou uma queda de 29% em relação ao ano anterior. No ano de 2012, o indicador teve nova queda e foi calculado em R$ 1,62 (36% de redução em relação ao ano anterior). O lucro líquido no ano foi de R$ 21 bilhões. Já em 2013, devido a um pequeno aumento do lucro líquido de 10% o lucro líquido atingiu o valor de R$ 23 bilhões. Acompanhando este crescimento, o indicador foi calculado em 1,81. Posteriormente, no ano de 2014, devido ao reconhecimento das perdas com a corrupção na companhia, o lucro líquido ficou negativo em R$ 1,65, provocando um enorme prejuízo para os seus investidores. Fonte: Elaborado pelos autores 4.2.4 Retorno sobre o Patrimônio Líquido – ROE O retorno sobe o capital investido na Petrobrás pelos seus acionistas no período de 2010 a 2014 também acompanhou a queda verificada nos dois últimos indicadores. O valor do Patrimônio Líquido da Companhia, representado pelos investimentos dos seus acionistas manteve-se estável no período: R$ 310 bilhões em 2010 e R$ 311 bilhões em 2014, conforme pode ser observado pelo Gráfico 4. O que impactou negativamente este indicador foram as sucessivas reduções do lucro líquido no mesmo período analisado. Em 2010 este indicador foi de 12%, o que significou que os investidores da Companhia tiveram um retorno de R$ 12 para cada R$ 100 investido. Porém, no ano de 2011 o retorno do investimento dos acionistas foi reduzido para 10% e nova redução para 6% em 2012. Em 2013, devido ao pequeno aumento do lucro lí 7%, e, no ano seguinte este indicador também sofreu o impacto do reconhecimento contábil das perdas que a Petrobrás teve com a corrupção e foi calculado em 7% negativo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao proceder a análise conjunta dos indicadores escolhidos neste Artigo, percebe se uma substancial piora em todos os que levam em consideração o resultado econômico apresentado pela companhia no período considerado, quer sejam: Margem de Lucro Líquida, Lucro por Ação e o Patrimônio Líquido.Tal fato se deve, principalmente, ao crescimento menor da receita em relação aos custos e as despesas operacionais no período objeto da análise. É de conhecimento público que o governo federal, acionista majoritário da companhia e, portanto, seu controlador, não repassou para o preço dos combustíveis os aumentos que foram praticados pelo mercado internacional, como forma de segurar a inflação nos últimos anos. A consequência desta política intervencionista desenvolvida pe nos últimos anos foi a redução do lucro apurado pela Companhia e seu reflexo nos indicadores financeiros e econômicos. A perda da rentabilidade e da lucratividade da Petrobrás no período também foi influenciada pelos desvios de recursos Companhia e que estão sendo denunciados e apuração pelas investigações da Operação lava Jato. 2010 Gráfico 4 Em 2013, devido ao pequeno aumento do lucro líquido,o ROE foi calculado em este indicador também sofreu o impacto do reconhecimento contábil das perdas que a Petrobrás teve com a corrupção e foi calculado em 7% negativo. Fonte: Elaborado pelos autores 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao proceder a análise conjunta dos indicadores escolhidos neste Artigo, percebe se uma substancial piora em todos os que levam em consideração o resultado econômico apresentado pela companhia no período considerado, quer sejam: Margem de Lucro Líquida, ro por Ação e o Patrimônio Líquido.Tal fato se deve, principalmente, ao crescimento menor da receita em relação aos custos e as despesas operacionais no período objeto da É de conhecimento público que o governo federal, acionista majoritário da ompanhia e, portanto, seu controlador, não repassou para o preço dos combustíveis os aumentos que foram praticados pelo mercado internacional, como forma de segurar a inflação nos últimos anos. A consequência desta política intervencionista desenvolvida pe nos últimos anos foi a redução do lucro apurado pela Companhia e seu reflexo nos indicadores financeiros e econômicos. A perda da rentabilidade e da lucratividade da Petrobrás no período também foi influenciada pelos desvios de recursos decorrentes da corrupção que se instalou na direção da Companhia e que estão sendo denunciados e apuração pelas investigações da Operação lava 2010 2011 2012 2013 2014 12% 10% 6% 7% - Gráfico 4: Retorno sobre o Patrimônio Líquido 13 uido, o ROE foi calculado em este indicador também sofreu o impacto do reconhecimento contábil das perdas que a Petrobrás teve com a corrupção e foi calculado em 7% negativo. Ao proceder a análise conjunta dos indicadores escolhidos neste Artigo, percebe- se uma substancial piora em todos os que levam em consideração o resultado econômico apresentado pela companhia no período considerado, quer sejam: Margem de Lucro Líquida, ro por Ação e o Patrimônio Líquido.Tal fato se deve, principalmente, ao crescimento menor da receita em relação aos custos e as despesas operacionais no período objeto da É de conhecimento público que o governo federal, acionista majoritário da ompanhia e, portanto, seu controlador, não repassou para o preço dos combustíveis os aumentos que foram praticados pelo mercado internacional, como forma de segurar a inflação nos últimos anos. A consequência desta política intervencionista desenvolvida pelo governo nos últimos anos foi a redução do lucro apurado pela Companhia e seu reflexo nos A perda da rentabilidade e da lucratividade da Petrobrás no período também foi decorrentes da corrupção que se instalou na direção da Companhia e que estão sendo denunciados e apuração pelas investigações da Operação lava -7% 14 Diante dos fatos, a nova direção da Companhia adotou uma série de medidas para melhorar os controles internos e aperfeiçoar a sua gestão, sendo que a área financeira é um importante foco dos esforços atuais. Na reformulação do planejamento financeiro os investimentos foram reduzidos, novas possibilidades de financiamentos e incrementos do fluxo de caixa foram estudadas, de forma a garantir a preservação dos seus recursos. Sendo assim, recomenda-se que o estudo dos indicadores proposto neste trabalho acadêmico seja continuado por outro (s) pesquisador (es) afim de validar se as ações tomadas pela nova diretoria da Petrobrás surtiram os efeitos esperados, que possam levar a Companhia novamente ao status de uma das maiores petrolíferas do mundo. REFERÊNCIAS ANTUNES, M.T.P.; MARTINS, E. Capital intelectual: seu entendimento e seus impactos no desempenho de grandes empresas brasileiras. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, v. 4, n. 1, 2007. ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. CAMARGOS, M. A.; BARBOSA, F. D. Análise do desempenho econômico-financeiro e da criação de sinergias em processos de fusão e aquisição do mercado brasileiro ocorrido entre 1995 e 1999. Caderno de Pesquisas em Administração, v. 12, n. 2, 2005. GITMAN, LAWRENCE J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 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