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Jurisdição internacional

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P2 Jurisdição internacional
Corte Internacional de Justiça
A CIJ sucede a extinta Corte Permanente de Justiça internacional, que foi criada com a então existente sociedade das nações. Assim, a CIJ é criada formalmente em 1945, junto com a Carta da ONU.
A CIJ fundamentalmente julga casos entre Estados, diferenciando-se, assim, do TPI e da Corte Europeia de Direitos Humanos.
As questões podem ser lavadas a Corte de três maneiras:
Cláusula Raul Fernandes: o Estado previamente aceita se submeter a jurisdição da Corte.
Quando existe um tratado, bilateral ou multilateral, dispondo que a solução de questões que o envolvam serão submetidas à jurisdição da Corte.
Por um ato específico do Estado, expresso ou tácito, aceitando se submeter a jurisdição da Corte em caso particular. É possível a aceitação tácita quando, por exemplo, o Estado é demandado na CIJ e efetua sua defesa, mesmo que não tenha concordado expressamente com a jurisdição da Corte.	
OBS: a CIJ entende que é necessário um litígio concreto e real, que haja um conflito real de interesses para que a demanda seja analisada na Corte. Essa construção deriva da posição da antiga Corte Permanente de Justiça internacional e foi incorporada pela CIJ.
OBS²: a CIJ só analisa questões de Direitos Humanos excepcionalmente; não é sua competência originária.
A CIJ é composta de 15 juízes, sendo que não é permitido que se tenha mais de um juiz da mesma nacionalidade.
O TPI possui uma cláusula de igualdade de gênero na sua composição, o que não ocorre na CIJ.
Sistemas Regionais
Corte Interamericana de Direitos Humanos
Seu principal instrumento normativo é o pacto de São José da Costa Rica, que possui status supraestatal.
O Brasil se submete ao Sistema Interamericano de proteção aos Direitos Humanos.
O Sistema interamericano possui dois principais órgãos: a Comissão Interamericana e a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Não existe nenhuma menção expressa na Constituição brasileira sobre sua submissão ao Sistema Interamericano, diferentemente do que ocorre no caso do TPI. No entanto, nas ADCTs (art. 7º), há a base para uma futura menção expressa ao Sistema.
A comissão foi criada em 1959, antes da Corte (1969) e é composta por sete membros escolhidos para o cargo por um período de quatro anos renováveis. Ela possui um papel muito próximo do MP, porque investiga a demanda podendo submeter a questão à Corte. Para levar a demanda à Comissão, é necessário o esgotamento dos recursos internos (art. 46, Pacto de San José). A Comissão aceita demanda de particulares, da pessoa ofendida, o que não ocorre com a Corte. Esse fato constitui um argumento para a defesa de que pessoas também são sujeitos de DIP.
A jurisdição da Corte no Brasil foi aceita por meio do decreto 4463/2002. Por ter sido ato de vontade do Brasil se submeter à jurisdição da Corte, não é necessário que haja dispositivo que trate dos mecanismos de internalização das decisões da Corte, ou seja, a sentença não é classificada como estrangeira e, por isso, não precisa de homologação.
O art. 68 do Pacto de San José da Costa Rica dispõe que as sentenças de conteúdo indenizatório valerão como título executivo judicial e serão executadas conforme as normas processuais do país. No Brasil, os casos serão executados pela Justiça Federal na medida em que a União deverá arcar com a indenização fixada. O problema surge quando a Corte fixar sentenças de outro conteúdo que não o indenizatório; é o que acontece, por exemplo, nas obrigações de fazer. Nesses caos não existe norma no Brasil prevendo a forma de cumprimento. Na prática, um decreto presidencial determinará o cumprimento da sentença proferido pela Corte. Hoje, existe um projeto de lei (4667/2004) que trata de procedimento de internalização das Cortes internacionais.
O Brasil é bastante não avançado nesse sentido, pois inúmeros países preveem procedimentos próprios para o cumprimento das sentenças da Corte interamericana, como no caso da Colômbia, Costa Rica e Peru.
Além disso, diversos países admitem a vinculação do país às decisões da Corte interamericana, como é o caso da Argentina, por meio da Suprema Corte de Justiça; e da Bolívia, por meio de seu Tribunal Constitucional.
Incidente de deslocamento de competência (art. 109, §5º, CF): desloca-se a competência de um juiz estadual para um juiz federal, buscando evitar a incidência do caso numa Corte supranacional, em especial a CIDH. Ele pode ser suscitado pelo Procurador Geral da República perante o STJ, em casos de violações aos Direitos Humanos previstos em Convenções Internacionais. Ele pode ser suscitado nas hipóteses em que haja parcialidade num julgamento, demora excessiva na resolução e falta de efetividade do juiz estadual.
O IDC apresenta alguns problemas: segundo o princípio do juiz natural, a demanda proposta em face de juiz estadual, deveria, em tese, ser julgada por tal juiz, fato que inclusive levou à proposição de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Emenda Constitucional 45/2004. O STF afastou a inconstitucionalidade dessa EC, de forma que o IDC é um procedimento constitucional.
A Corte Interamericana atua de maneira antidemocrática quando o Estado decidir de maneira que viole a Convenção interamericana de Direitos Humanos. Um exemplo disso foi quando a Corte invalidou uma decisão no Uruguai que anistiaria os atos cometidos durante a Ditadura.
Sistema Europeu
Existem duas Cortes na Europa que possuem jurisdição regional: a Corte Europeia de Direitos Humanos e a Tribunal de Justiça da União Europeia.
A CEDH foi criada em 1950 por meio da Convenção Europeia de Direitos Humanos, no entanto, só foi implementada de fato em 1959. Originalmente, ela possuía um procedimento bifásico, com uma Corte e uma Comissão. Hoje em dia, ela é formada apenas pela Corte, atendendo, inclusive, demandas levadas pelo ofendido diretamente ao órgão.
Para que se possa recorrer à Corte deve haver o esgotamento das instâncias internas.
O Tribunal de Justiça foi criado originalmente em 1952, como o nome de Tribunal da Comunidade Europeia do carvão e do aço. Em 1957, o nome foi alterado para Tribunal d Comunidade Europeia e, em 2009, recebeu o nome atual.
O Tribunal julga principalmente casos entre Estados Europeus com base no direito comunitário do continente.
No ano de 2000 foi criada a Carta da EU para Direitos Fundamentais. Isso gerou a possibilidade de ocorrência de decisões conflituosas entre o Tribunal e a Corte, já que esta não é regulada por tal documento, mas sim pela Convenção Europeia de Direitos Humanos.
O Tribunal de Justiça da União Europeia se declara superior à Corte. Contudo, esta jamais se posicionou com relação a isso.
Sistema Africano
É muito parecido com o Sistema Interamericano. Também é bifásico.
Em 1981, foi criada a Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos, que, por sua vez, cria a Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos.
A comissão também recebe denúncias levadas pelos ofendidos, com a condição de que as instâncias internas tenham sido esgotadas.
Existe, também, a Corte Africana de Direitos Humanos e do Povos. Ela foi criada em 1998 por meio de um protocolo da Carta Africana. Ela só recebe denúncias da Comissão e dos Estados-parte.
Apesar da boa elaboração do Sistema Africano, o países transgridem suas normas reiteradamente.
Em 2008 foi promulgado um novo protocolo que permitiu a união entra a Corte Africana de DHs e dos Povos com o Tribunal de Justiça da União Africana, criando uma única Corte no Sistema Africano, que passou, inclusive, a receber denúncias de pessoas. Essa mudança, apesar de ainda não estar em vigor, representará um grande avanço do quadro dos sistemas de jurisdição regional, de forma que o africano poderá ser classificado como o mais moderno, caso a mudança venha a cabo.
Essa união foi proposta numa tentativa de maior efetividade ao Sistema Africano de proteção aos DHs.

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