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RESUMO FILOSOFIA

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RESUMO FILOSOFIA
Teorias Contratualistas
Os autores Contratualistas são Hobbes, Locke e Rousseau. Cada um desenha o contrato social de um modo diferente, para proveitos políticos específicos. Hobbes é absolutista e racionalista, Locke defende os interesses da burguesia, de modo que seu pensamento da bases ao liberalismo e, por fim, Rousseau, mais compromissado com as questões sociais, é quem vai mais fundo no desvendamento crítico da democracia.
Hobbes (1588-1679)
Autor do Leviatã (1651)
Defensor do Empirismo
Sua filosofia política se opunha a de Aristóteles. Ele afirmava que o indivíduo é a base do seu pensamento. Não é natural que outro homem tenha por fim a convivência com outros homens, como afirmava Aristóteles. Somente um contrato enseja que os homens, que vivem pelos seus interesses pessoais, passem a viver em conjunto. O que ocorre é que os indivíduos não escolhem viver em sociedade por boa vontade, mas sim devido aos seus próprios interesses, por medo de não poder se defender sozinho de tudo, por medo recíproco uns dos outros
Afirma que o estado de natureza do homem é um estado bélico, de guerra constante
“O homem é o lobo do homem”
A união é um meio de resguardar a vida de cada um, de modo que os homens renunciam de seus plenos poderes em favor da paz.
Ocorre que não há constância comportamental para que uma paz duradoura seja alcançada. Há discórdia e, por isso, é necessário mais que um pacto: o poder deve ser transferido a um homem ou a uma assembleia, de modo que seja feita uma única vontade, levando à paz e à segurança.
É preciso transferir as vontades subjetivas ao Estado, que como vontade única, age em todos os casos como se seus atos fossem os atos dos indivíduos.
Considerava que o poder absoluto não é advindo de Deus, ele é extraído de um contrato social. Os indivíduos que vivem em natureza - uma situação de medo e conflito - submetem-se voluntariamente ao poder do Estado.
Hobbes foi inovador na filosofia política moderna. Ele diferiu dos absolutistas tradicionais, deixando de lado as teorias teológicas.
Locke (1632-1704)
Mais destacado pensador da filosofia burguesa moderna
Também era defensor do Empirismo. Afirmava que o conhecimento se faz no indivíduo a partir de uma tábula rasa, de modo que a experiência sensível levaria ao conhecimento.
Defendia que o poder não vinha de Deus, na verdade era uma construção humana.
Antiabsolutista
Para ele, o poder político não podia ser mensurado de pai para filho, desmontando assim a concepção político-jurídica aristotélica, que considerava o Estado como uma família ampliada, sem distinguir o poder do pai e o poder do governante.
O poder político se difere dos demais porque é fundamentado num contrato social. A vida em sociedade civil provém dos próprios cidadão por meio de um consentimento.
Locke apresenta uma filosofia similar à de Hobbes e muito distinta de Aristóteles. Ambos negam que o indivíduo seja social por natureza.
Ele afirma, ao contrário de Hobbes, que o estado de natureza é pacífico, pois mesmo nessa condição o homem tem meios de compreensão da lei natural.
Em estado natural, os homens são iguais e livres, mas isso não significa que irão transgredir a lei natural a todo momento. O estado de guerra é apenas uma possibilidade, podendo também ocorres na vida política e, por isso, os indivíduos decidem viver em sociedade. O estado de natureza é, na verdade, um estado de guerra em potencial.
Há inconvenientes na vida natural, por conta da falta de proteção da propriedade. Os governos devem existir para resguardar a propriedade privada, sendo essa a finalidade do contrato social.
O Estado deve garantir os direitos naturais.
O homem renuncia do poder de fazer tudo quanto considere adequado para a preservação de si e do resto da humanidade, e também ao poder de usar sua força natural para castigar; passando lhes ao Estado.
Para Locke, a passagem do estado de natureza para a sociedade civil não é uma transformação da liberdade em submissão, como era no pensamento de Hobbes. O contrato social em Locke mantém a liberdade natural, apenas assumindo agora um contexto político e não mais individual.
O contrato social busca consolidar os direitos já existentes no estado de natureza, agora pela via social e institucional.
O que falta ao estado de natureza para ser um estado perfeito é um juiz imparcial para julgar as questões, o que só é possível com o contrato social.
A monarquia absoluta é incompatível com a sociedade civil.
Locke estabelece uma tripartição dos poderes legislativo, executivo e federativo, na qual o legislativo seria superior aos outros. Essa divisão é responsável por uma melhor garantia dos direitos naturais dos indivíduos.
Para Hobbes, a propriedade só surge a partir da criação da sociedade civil, antes, tudo é de todos, para ele, é o Estado que garante ou não a propriedade. Para Locke, a propriedade vem antes do Estado, sendo ela a razão de ser do contrato social.
Rousseau (1712-1778)
A sociedade é a culpada pela degeneração moral do homem. Em sociedade, o homem passa a buscar ganhos e vantagens pessoais.
Ele critica os contratualistas anteriores, afirmando que não conseguiram afastar alguns vícios da civilização ao considerar os indivíduos em estado de natureza.
Afirma que: “não é empiricamente que se constata o estado de natureza, porque toda empiria estaria viciada com a visão de mundo da constatação moderna”.
O discurso de Rousseau se diferencia do de Hobbes na medida em que afirma que o homem não é mau por natureza, mas na verdade é um bom selvagem. O hem, corrompido pelas paixões, se degrada.
O surgimento da propriedade privada é que marca a destruição da condição de felicidade natural, passado a impor aos homens os sofrimentos sociais.
Rousseau afirma que é a apropriação dos bens naturais por alguns que gera a vida social. Os homens passam a disputar entre si, uns tem mais que outros, gerando uma hierarquização e um estado de guerra devido à disputa.
Com esse estado de guerra instaurado a partir da propriedade privada e da competição entre os homens em sociedade, os próprios ricos pensam então em ludibriar os pobres, dando-lhes a promessa de que instituições seriam construídas para dar garantias a todos. O Estado e o direito daí se levantam, como enganação coletiva possibilitada por um contrato social em face da guerra que arruinava os homens.
Na vida social, o homem está em busca de poder e reputação, explora e é explorado, apropria-se dos bens e sofre para preservá-los. O contrato que os ricos fazem os pobres concordarem é para garantir a ordem jurídica e política da própria exploração.
Os homens, em condições prejudiciais à sua própria conservação, unem forças em busca do bem comum. Para Rousseau, a grande dificuldade que se impõe para enfrentar as forças que prejudicam a conservação do homem reside no fato de que a liberdade de cada homem é o seu primeiro instrumento de auto conservação, e uma associação poderia representar o fim dessa liberdade.
O contrato social permitirá que todos os homens constituam um corpo no qual sua foça individual passa a ser a força dessa coletividade, de modo que a liberdade seja mentida.
O homem é o legislador de si mesmo, por meio do corpo orgânico resultante da associação. Ele está submetido à lei que é fruto de sua própria vontade.
O homem passa a ser tratado como membro de um todo.
A teoria de Rousseau é radicalmente democrática. Os indivíduos entregam seus direitos a uma totalidade da qual faz parte, caracterizando uma cidadania ativa.
O Estado não é distinto de seus membros. Os indivíduos se laçam, ativamente, na consecução do interesse comum, que é o seu também.
A vontade geral é fixada em conjunto pelos membros do Estado, por meio de leis. Ela é soberana e maior que que os interesses individuais, devendo estar orientada para o bem comum.
Segundo o autor, “livre é aquele que segue a lei por ele mesmo determinada”.
O poder não é delegado a terceiros, o governo é subordinado ao povo.
Não se deve confundir soberanocom governo. O soberano é o povo.
Rousseau defende a democracia ativa e diretma.
Hegel
- VÍDEO
Dialética: conflito. A partir de Hegel, o conceito de filosofia muda, passando para um sentido de conflito e não mais apenas como diálogo.
Dialética é a forma de mudança da razão. Quando o conflito chega ao fim, as duas partes “somem”, caracterizando sua superação.
Tese x antítese 
Três grandes modos de produção na história, que marcaram três grandes conflitos: senhor e escravo, senhor feudal e servo e capital e trabalho assalariado.
A verdade é histórica.
“A verdade é um absoluto”: é absoluta em face do passado. Não é possível fazer uma análise de tempos passados com um olhar contemporâneo.
“A dialética é a rosa na cruz do sofrimento presente”: quem explora quem?
“A missão da filosofia está em conceber o que é, porque o que é a razão”.
A ideia de direito é controlar a liberdade, para manter a paz.
“O Estado é o racional em si e para si. Nele a liberdade obtém o seu valor supremo”.
“Se o Estado é o espírito objetivo, então só como membro é que o indivíduo tem objetividade, verdade e moralidade. A associação como tal é o verdadeiro conteúdo e o verdadeiro fim, e o destino dos indivíduos está em participarem numa vida coletiva; quaisquer outras satisfações, atividades e modalidades de comportamento têm o seu ponto de partida e o seu resultado neste ato substancial e universal”.
Você deve ceder seus domínios para o Estado, para que esse possa proteger as propriedades. Conceito absolutista que retoma Hobbes.
- TEXTO
É contemporâneo das revoluções europeias.
Constituiu uma teoria geral que se centra no problema filosófico da transformação, da história, da mudança
Hegel enxerga nos antigos uma ética, orgânica, social, que não fragmenta a totalidade em indivíduos que se pressuponham indiferentes.
Com o capitalismo, a ética transborda para o campo da individualidade, rompendo a coesão social antiga. O eixo da reflexão jurídica passa a ser o indivíduo autônomo e seus direitos.
A modernidade corrigiu a submissão do indivíduo ao todo, porém, o problema do perecimento dos vínculo entre os indivíduos aumentou.
É no Estado que Hegel enxergará a síntese superior entre o social e o individual. Seu modelo é distinto daquele dos gregos, pois prevê o direito do indivíduo, e também mais impactante que o contrato social moderno, pois não se limita a um momento originário no qual a vontade individual tenha que dar a diretriz da vida política. O Estado suplanta as razões individuais.
O Estado, para Hegel, está acima do cidadão.
A passagem para o Estado é o momento de plenificação do direito.
Hegel, buscando empreender um sistema filosófico que tivesse por vista a totalidade, não considera que seja possível compreender o direito a partir do seu estrito núcleo normativo-judicial. Mergulhado historicamente no todo social, o direito deve ser compreendido justamente na interface com os demais fenômenos desse todo.
Ele rejeita o tratamento do direito como ciência positiva, limitada às normas. Por isso, a filosofia do direito seria o momento superior de reflexão sobre o próprio direito.
A compreensão filosófica do direito no todo social aponta para seus laços com a economia, a política, a moral.
Seu projeto quer romper com duas parcialidades que enxergava, uma nos antigos e outra nos modernos: a parcialidade antiga do todo e a parcialidade moderna do individualismo burguês. A totalidade é a sua forma de compreender o fenômeno jurídico e também o horizonte almejado por sua filosofia do direito.
Direito abstrato, moralidade e eticidade 
Hegel divide sua obra em três pontos: 1º direito abstrato, 2º moralidade (ou moralidade subjetiva) e 3º eticidade (ou moralidade objetiva), o qual se expande em família, sociedade civil e Estado.
A primeira parte diz respeito ao direito natural moderno, que está diretamente ligado ao interesse do indivíduo, e cujo cerne principal é a propriedade privada e a autonomia moral da vontade nos contratos. A segunda parte diz respeito ao mundo da moralidade.
A moralidade inscreve-se na vontade individual de fazer o bem, mas também no bem que se deve fazer. Por isso, deve ser essa uma vontade e uma ação. Tal impasse do plano moral - vontade e bem como tal – só se resolve em outra instância, quando os deveres não passam mais pelo plano da vontade. Então, a moralidade troca-se pela ética. E essa ética não está na conta da mera individualidade, porque o indivíduo pode ou não concretiza-la por sua vontade. 
A eticidade é o momento superior de sua filosofia política e jurídica.
Ocorre que as primeiras formas dessa eticidade, que já escapa à vontade individual, ainda não são totalmente plenas: a família e a sociedade civil. Essas duas instâncias não alcançam a objetividade plena da moralidade. A família, para Hegel, é tomada no seu sentido moderno, baseada em laços de amor, na qual também reside o patrimônio, em busca de uma satisfação das necessidades econômicas.
No que tange à sociedade civil, trata-se da sua forma de organização burguesa. A interação entre os indivíduos, no campo da sociedade civil, é feita por meio dos liames da economia.
Para Hegel, o trabalho gera a desigualdade das riquezas quase que como mera desigualdade de aptidões entre os homens.
Só o Estado consegue plenificar o ser e o dever do direito. O Estado funda-se em si mesmo, em sua própria substancialidade. Não é o resultado do acordo de vontades dos indivíduos, ao contrário do que dizem as teorias do contrato social. O Estado é um momento dialético superior ao plano da moralidade e da individualidade. Ele não está em função do indivíduo, nem é resultante das vontades individuais
O Estado é soberano e os indivíduos lhe são subordinados, porém, ele é o espaço de consolidação da cidadania. Ao subordinar os indivíduos, integra-os e os dota de objetividade, verdade e moralidade.
Sua visão de Estado não é absolutista, pelo contrário, é justamente o Estado que garante o sujeito como cidadão, com seus direitos. E, ao mesmo tempo, sendo o Estado a razão, o indivíduo não se apresenta como o ápice da hierarquia dos interesses políticos.
Estado e sociedade civil
Hegel rompe com toda a tradição estabelecida na modernidade sobre a filosofia política e jurídica. O denominador comum de todo pensamento jusfilosófico moderno foi o individualismo e, em consequência a teoria do contrato social. Hegel romperá com essa ordem de explicações. O Estado não terá fundamento nem do indivíduo nem na sociedade civil, que lhe são momentos inferiores.
Individualidade e moralidade são reinos que devem ser subordinados a um momento superior, que é o da eticidade consubstanciada no Estado.
O Estado é dado em si e para si.
A sociedade civil não se confunde com o Estado.
O contrato social é a exacerbação do privado como explicação da constituição do público, que reelabora, dentro de si, o campo do privado.
O campo da sociedade civil é o campo do mercado.
Não chegando à conclusão da existência de um contrato social (já que a sociedade civil não forma o Estado), Hegel nega também a hipótese do estado de natureza. Toda evolução é histórica. Não existe um período pré-social e outro social.
A sociedade civil, para Hegel, é essencialmente a esfera privada burguesa.
Reprova o liberalismo econômico. Por isso, o direito, a Constituição e a soberania, em Hegel, são pensados diretamente a partir do Estado, e não a partir de um Estado que ecoe a vontade contratual dos indivíduos.
mMarx
-VIDEO
Materialismo: relações sociais concretas.
Materialismo histórico: é o conhecimento, identificação dessas relações concretas.
Materialismo dialético: conflito das relações sociais concretas
O marxismo é a teoria da práxis. É analisada teoricamente o que acontece na prática
“Tudo na vida social é um edifício”: o último andar é a cultura (superestrutura das relações sociais) e a base são as relações de produção (infraestrutura das relações sociais).
Modos de produção: escravagismo, feudalismo e capitalismo.
Segundo Marx, o que mantémas relações de exploração capitalista é o direito.
-TEXTO 
Para Marx, interessava não o homem tomado apenas em sua materialidade física ou antropológica, mas o aspecto prático do homem, tomado em sua sociabilidade.
Marx atrela a filosofia, necessariamente, a uma postura revolucionária. Essa proposta se choca frontalmente com a tradição filosófica de seu tempo, em especial a alemã. O subjetivismo, próprio do pensamento moderno, estará definitivamente sepultado pela crítica marxista. Não se trata mais de conhecer o mundo com base no homem em si, ou em sua essência, ou em sua natureza, ou em seus atributos fundamentais. Na verdade, o homem somente o é enquanto se perfaz nas próprias relações sociais, de trabalho.
Os homens começam a se distinguir dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida.
A compreensão humana é a partir da práxis, é a partir da atividade prática humana, da produção, do trabalho.
Filosofia e práxis
Marx assenta a preocupação fundamental de sua teoria na instância renegada pela especulação filosófica e pela atividade burguesa, a práxis.
A filosofia da práxis não é mera contemplação – como seria o caso da theoria –, tampouco é instrumental – como seria o caso da poiésis; é necessariamente transformadora.
Materialismo histórico
Marx, partindo da realidade social concreta, da atividade humana em seu nível produtivo, postula, filosoficamente, uma perspectiva totalmente distinta da tradicional visão moderna, que estava dividida na dicotomia filosófica entre racionalismo e empirismo. Mas, não sendo um idealista, tampouco é um empirista. A própria empiria, em Marx, não diz respeito a uma apreensão da matéria, no sentido físico, mas sim ultrapassa essa barreira em direção à historicidade do homem.
Justamente para se diferenciar dos pensadores burgueses modernos empiristas, para os quais somente contava a experiência concreta, física, Marx propugna um materialismo histórico, isto é, calcado, fundamentalmente, nas relações sociais. Não se trata de mera empiria, mas de um materialismo histórico, que dê conta do homem cientificamente, em sociedade, em processo, em relação, em história, pois.
Com o materialismo histórico, Marx inaugura uma nova fase na trajetória da filosofia. Inscrevendo-se na materialidade das relações produtivas, a história tem seu perfazimento não nos indivíduos, nem em suas consciências, mas sim na base econômico-produtiva da sociedade.
Materialismo dialético
Para Marx, a evolução da história dá-se de maneira dialética.
Enquanto para Hegel a dialética era o processo histórico de contradição na consciência, de plano ideal, para Marx a dialética será o processo histórico da contradição da realidade, das próprias relações produtivas e práticas do homem.
O materialismo dialético, proposto por Marx, entende a história não como uma mera sucessão linear de eventos. A dialética marxista diz respeito à própria práxis, à realidade social humana, produtiva e, além disso, não é uma dialética de síntese, mas de destruição, pois implica a destruição daquilo que é negado e a sua substituição por algo novo. 
Alienação
Revela a alienação como uma das mais nítidas condições do homem no sistema capitalista, pois o homem, afastado de suas possibilidades plenas, está alienado de si. Os indivíduos que não dominam seus meios de produção, não controlam a dinâmica do processo produtivo e vivem em sociedade vendendo sua força de trabalho. A tarefa imediata da filosofia seria, então, desmascarar a auto alienação humana.
Todo esse processo de alienação é marcado pela submissão do homem ao capital.
As necessidades humanas são subordinadas às da acumulação capitalista, o que significa dizer que os homens são tratados como mercadorias, isto é, como coisas, e não como seres humanos. Com isso, a relação entre os homens, na sociedade capitalista, se torna essencialmente desumana. Em vez de levar ao atendimento cada vez mais adequado das necessidades humanas, o desenvolvimento social produz desumanidades sempre maiores.
Explorados nas relações de produção capitalistas, jungidos aos meios de produção, os homens passam a viver subordinados. Suas essências, suas aparentes condições jurídicas e políticas de liberdade e igualdade, e a própria religião, fornecendo liberdades espirituais, escondem o quadro profundo e perverso da condição humana no sistema capitalista: o homem passa a ser não a finalidade última das relações de produção, mas o meio para a produção de bens. No capitalismo, o homem se torna, pois, mercadoria.
Estruturas sociais
Na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase do desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral.
Para dar ênfase à determinação de toda a vida social pelas relações de produção, Marx permite um entendimento didático desse mesmo todo como se fosse um prédio: os alicerces, que determinam toda a construção, são as relações de produção; os andares e as paredes do edifício são as instâncias variadas da vida social, como a política, o direito, a cultura etc.
A lógica do capital
As relações de produção, na sociedade capitalista, são orientadas por capitalistas, que, por possuírem os meios de produção, numa estrutura social na qual multidões não os possuem, podem comprar o trabalho livre de tais multidões. Essa relação entre os capitalistas e os trabalhadores é o núcleo do modo de produção.
Com o próprio funcionamento, o processo capitalista de produção reproduz, portanto, a separação entre a força de trabalho e as condições de trabalho, perpetuando, assim, as condições de exploração do trabalhador. Compele sempre ao trabalhador vender sua força de trabalho para viver, e capacita sempre o capitalista a comprá-la, para enriquecer-se.
A lógica de exploração do capitalismo é distinta daquela do feudalismo ou do escravagismo. Não é pela força que o trabalhador se submete ao capital. É pela impossibilidade do domínio direto dos meios de produção que os trabalhadores são impulsionados a venderem o seu trabalho aos capitalistas, que entesouram a mais-valia desse esforço de multidões de pessoas.
A reprodução contínua desse acúmulo e dessa exploração torna patente as diferentes posições, no todo social, de cada uma das classes sociais. A lógica do capital contém, assim, a lógica de exploração do trabalho assalariado e a lógica da circulação universal de todas as pessoas e coisas como mercadorias.
Estado e política
O capitalismo demanda que a apropriação da riqueza gerada pelo trabalho seja feita não a partir da coerção com violência contra o trabalhador. Pelo contrário, o trabalhador é constituído como sujeito de direito, livre, apto a ter direitos subjetivos e deveres, e, por meio dessa nova condição política, cada trabalhador pode vender seu trabalho aos capitalistas de maneira “livre”, isto é, por meio de vínculos que obrigam tendo por fundamento uma relação jurídica, e não a mera força. Assim sendo, a instância de coerção política não pode se apresentar como diretamente dominada pela burguesia. Ela se presta, de fato, ao interesse burguês, mas não porque seja controlada a todo momento pela vontade da burguesia, e sim porque sua lógica, ao constituir sujeitos de direito, torna todos juridicamente iguais e livres. O Estado moderno é burguês porque parece não o ser. Isto é, tornando a todos cidadãos livres e iguais formalmente, dá condições de que os capitalistas explorem os trabalhadores por meio de vínculos que se apresentam, à primeira vista, como voluntários.
O Estado surge como condição estruturante da exploração jurídica do trabalho. Serve como última ratiodo poder, na medida em que mantém um aparato de repressão para oprimir as ações que impeçam o funcionamento da máquina da reprodução econômica capitalista. Mas a opressão no capitalismo, ao contrário do escravagismo, se esconde. A ilusão de que o trabalhador é livre, porque escolhe quem o explorará, leva a essa máscara que se põe sobre a própria exploração do capital e do Estado.
No capitalismo, por sua vez, o Estado, que existe para garantir a possibilidade da exploração indistinta dos trabalhadores, se apresenta, aos olhos das pessoas, como o bem comum, a democracia, o público contra o privado etc.
O aparato político estatal moderno põe em funcionamento a possibilidade da reprodução contínua da exploração do trabalho por meio dos vínculos mercantis, fazendo do trabalhador uma mercadoria a ser vendida, cuja mais-valia é apropriada como riqueza pelo burguês.
Marx aponta para a revolução como necessidade imperiosa na transição ao socialismo.
O mais relevante de sua teoria política, tratando da transição ao socialismo, é a importância da revolucionarização das relações de produção.
O direito 
O direito se constitui pela necessidade histórica de as relações produtivas capitalistas estabelecerem determinadas instâncias que possibilitem a própria reprodução do sistema. Conforme as demandas capitalistas se impunham, os instrumentais jurídicos eram criados.
Da mesma forma que o Estado, o direito não nascerá da vontade geral. Toda a lógica do direito não está ligada às necessidades de bem comum, nem a verdades jurídicas transcendentes. Está intimamente ligada, sim, à própria práxis, à história social e produtiva do homem.
Somente as relações de produção capitalistas necessitam – diferentemente de outras na história – de um aparato jurídico que lhe sirva de suporte. O escravagismo se funda numa relação de violência direta. O capitalismo, no entanto, não vincula o trabalhador ao burguês por conta da violência bruta deste contra aquele. Os vínculos entre ambos se dão por meio de um contrato de trabalho. O trabalho assalariado presume o direito. Como qualquer burguês e qualquer trabalhador podem contratar a compra-e-venda do trabalho, o direito é o instrumento fundamental dessa circulação contínua da mercadoria trabalho.
O homem tem de ser livre para poder vender a sua força de trabalho no mercado, por meio de um contrato, portanto, sem que seja submetido a quaisquer modalidades de coerção ou de perturbação de sua vontade, e em condições de igualdade diante do comprador. Dotado de capacidade jurídica, o homem se transfigura em sujeito de direito, tornando-se apto a negociar a única mercadoria de que é proprietário, a sua força de trabalho.
A lógica da constituição do sujeito de direito, da liberdade do contrato, da autonomia da vontade, da igualdade entre os contratantes, tendo por início a necessidade da própria circulação mercantil capitalista, ilumina a explicação a respeito da origem dos próprios direitos humanos. Antes de serem conquistas da bondade humana ou da evolução do espírito, são necessidades práticas da exploração capitalista, razão pela qual tais instâncias jurídicas tendem a se afirmar universalmente – como universalmente se apresenta a reprodução da circulação mercantil.
A sociedade burguesa acaba por reduzir o direito à lei, de tal sorte que esse mecanismo seja a imediata reprodução da circulação mercantil. De modo geral, a sociedade capitalista aponta para a justiça como sendo a confirmação de suas regras.

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