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007. Termo Pratica Civil I

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PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 1 
 
Prof. Marcio Zago, Vinícius Cancian 
E-mail: eaaj.coordenador@toledoprudente.edu.br 
Prova: 28/03 
 
01/02/2016 
 Conteúdo 7° Termo – Parte Especial – Livro I – NCPC. 
 Grupo de Prática: Erga Omnes 
Andre Alia Borelli – CPF 422.156.478-41 – Tel. (18) 98176-7052 – R.A. 001.1.13.228 – e-mail: 
andre_borelli_@hotmail.com 
Bruna Aparecida de Jesus Moura – CPF 434.456.778-16 – Tel. (18) 99653-7379 – R.A. 
001.1.13.148 – e-mail: brunamoura2010@hotmail.com 
Jacqueline Bersan Roberto – CPF 325.886.018-12 – Tel. (18) 99792-0049 – R.A. 001.2.13.003 – 
e-mail: jacbersanroberto@gmail.com 
Kleber Luciano Ancioto – CPF 003.810.349-41 – Tel. (18) 99613-7818 – R.A. 001.1.13.401 
Leticia Barbosa da Silva – CPF 426.130.078-85 – Tel (18) 99798-0497 – R.A. 001.1.13.162 – e-
mail: leticiabarbosa07@hotmail.com 
Luis Antonio de Sousa Ávila – CPF 352.701.478-07 – Tel. (18) 98807-5090 – R.A. 001.1.13.400 – 
e-mail: luissavila@hotmail.com 
Rafael de Jesus Pedroso – CPF 408.581.808-20 – Tel. (18) 99614-0252 – R.A. 001.1.13.192 – e-
mail: rafaeldejesus-17@hotmail.com 
Renan Moreno Barhum – CPF 372.179.348-00 – Tel (18) 99726-8819 – R.A. 001.1.13.404 – e-
mail: renan.rmb@gmail.com 
 
15/02/2016 
 O PROCEDIMENTO COMUM NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 O Código de 1973 era composto por 5 livros, ao passo que o Novo Código traz apenas 
uma Parte Geral e uma Parte Especial, tendo aprimorado, portanto, a sua formatação. 
 Na Parte Geral estão institutos que são comuns a todos os livros da parte especial. 
 FENÔMENO JURÍDICO 
 1° Parte – Ordenamento Jurídico 
o Plano do Direito Material 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 2 
 
o Plano do Direito Processual 
Ambos os planos são unidos quando há uma lide. 
 
 2° Parte – Direito de Ação  Se presta para ingressar no veículo chamado processo 
que nos leva a jurisdição e culmina com a tutela jurisdicional. 
 
ESPÉCIES DE TUTELA VS ESPÉCIES DE PROCESSO 
 Tutela de Conhecimento  Predominância de atividade cognitiva. 
o Processo de Conhecimento 
 
 Tutela Executiva  Predominância de atividade executiva. 
o Processo de Execução 
Pedir para citar um indivíduo em 3 dias para pagar a pensão é incompatível com o 
pedido de majorar o valor da pensão, pois um tem natureza executiva e outro de 
conhecimento, em que pese, existir no processo de conhecimento alguma atividade executiva 
e vice versa, o pedido deve ser predominantemente acerca do procedimento em questão. 
 Tutela Cautelar  Predominância de atividade cautelar. 
o Tutela Cautelar 
 Livro V – Da Tutela Provisória 
 Capítulo III – Do procedimento da tutela cautelar requerida 
em caráter antecedente arts. 305 a 307. 
 
PROCESSO DE CONHECIMENTO 
 Processo vs Procedimento 
Processo diferencia-se de procedimento. Sabendo disso podemos afirmar que o 
processo é na verdade o procedimento animado pela relação jurídica processual. 
Processo = Procedimento + Relação Jurídica Processual 
Relação Jurídica Processual é a força que une as partes e o juiz, impulsionando o 
processo. A Relação Jurídica de Direito Processual que se instaura no processo de 
conhecimento é a mesma do processo de execução e o que os diferencia são os 
procedimentos. 
Nesse sentido, vamos estudar os procedimentos que compõe o processo de 
conhecimento. 
 CPC/73 vs NCPC 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 3 
 
O Código de 73 previa alguns procedimentos para o processo de conhecimento, que 
eram divididos em procedimento comum e procedimentos especiais. Para tal, os 
procedimentos especiais tratavam de direitos materiais que o legislador entendia como 
diferenciados e o restante como procedimentos comuns. Nesse sentido, o legislador entendia, 
por exemplo, que a Ação de Alimentos tratava-se de um direito diferenciado e, por tal razão 
criou um procedimento especial para ela, havendo também outros tipos de procedimentos 
especiais, que são batizados com o nome do direito material que se pretende tutelar, por 
exemplo, ações possessórias, ação de usucapião, etc. 
O procedimento comum no código de 1973 era dividido em Ordinário e Sumário. Já o 
Novo código divide os procedimentos apenas em comum e especial, sem haver o ordinário e 
sumário. 
FLEXIBILIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO 
O Sistema da Legalidade das Formas Procedimentais foi adotado pelo código de 73, 
neste caso as normas são públicas e, portanto, cogentes, assim nem as partes ou o juiz podiam 
mudar o que a lei determinava. Este sistema traz como vantagens a previsibilidade e 
segurança. 
O grande problema do sistema da legalidade das formas procedimentais é que o 
legislador não é capaz de prever procedimentos úteis para se adequar a todo tipo de tutela 
que demanda a população. 
Já o Novo Código adota do Sistema da Liberdade das Formas Procedimentais, o que 
leva a uma flexibilização do procedimento, trazendo como vantagem a utilidade e efetividade. 
Vejamos os dispositivos abaixo que veem corroborar com a afirmação acima: 
Art. 139, NCPC – O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste 
Código, incumbindo-lhe: [...] VI – dilatar os prazos processuais e alterar a 
ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades de 
conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; [...] 
Art. 190, NCPC – Versando o processo sobre direitos que admitam auto 
composição, é licito às partes plenamente capazes estipular mudanças no 
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre 
os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o 
processo. 
Neste sentido, o dispositivo acima traz a novidade que é chamada de negocio jurídico 
processual, onde as partes podem celebrar um contrato anterior a lide estipulando os poderes, 
faculdades, ônus e deveres processuais. 
 O negócio jurídico processual como fonte da flexibilização do procedimento 
Fato  (qualquer acontecimento do mundo real) 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 4 
 
Fato Jurídico em sentido amplo  o nascimento do sol é um fato, o nascimento de 
uma pessoa é um fato jurídico, pois o direito neste último caso tem interesse. 
O Fato Jurídico em sentido amplo é dividido em: 
 Fato jurídico em sentido estrito, que não depende da vontade humana, como 
um furacão, por exemplo. 
 Ato jurídico em sentido amplo que é dependente da vontade humana e é 
dividida em ato jurídico em sentido estrito, cuja pessoa tem vontade de praticar o ato, mas é 
incapaz de regular os efeitos que ele produz (ex. registro do nascimento de um filho); e 
negócio jurídico, onde há vontade das partes em criar o negocio jurídico e elas podem 
modular seus efeitos, qualquer contrato cai exatamente nesta espécie. 
 No negocio jurídico processual, as partes não apenas criam o negocio como 
também modulam seus efeitos. 
Atualmente, não sabemos quais os limites serão concedidos as partes para transigirem 
sobre o procedimento, por exemplo, será admitido suprimir uma instancia? 
DO PROCEDIMENTO COMUM 
 Características 
 
o Residualidade 
Art. 318, caput, NCPC – Aplica-se a todas as causas o procedimento 
comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. 
 Ao identificarmos que estamos diante de um procedimento cognitivo, saberemos que 
estamos diante de um processo de conhecimento, assim diante do caso concreto, temos que 
analisar qual é o objeto material que buscamos a tutela e se houver um procedimento especial 
previsto será este que deveremos utilizar, caso contrário, utilizaremos residualmente o 
procedimento comum. 
 Por essa razão aplicamos o procedimento comumem muito mais casos do que os 
procedimentos especiais. 
o Subsidiaridade 
Art. 318, Parágrafo único, NCPC – O procedimento comum aplica-se 
subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo 
de execução. 
Isto significa que os dispositivos que compõe a parte do processo civil que se aplica ao 
procedimento comum, não se aplica somente a ele, mas também subsidiariamente aos 
procedimentos especiais. 
Estas são as razões pelas quais estudarmos o procedimento comum, visto que ele é o 
mais utilizado e é utilizado subsidiariamente nos procedimentos especiais. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 5 
 
 Fases Lógicas do Procedimento Comum 
 
o Módulo Cognitivo 
 Fase Postulatória 
 Fase Ordinatória 
 Fase Instrutória 
 Fase Decisória 
 
o Módulo Executivo 
 Fase de Cumprimento de Sentença 
Cada fase é composta por atos processuais. 
 
22/02/2016 
 FASE POSTULATÓRIA 
Atos Processuais: 
Petição Inicial  Despacho Inicial  Audiência de Conciliação e 
Mediação (Novidade)  Contestação 
 
 PETIÇÃO INICIAL 
 Trata-se do ato processual pelo qual a parte autora, exercendo o direito de ação 
(demanda), deduz pretensão em juízo, buscando obter tutela jurisdicional através da 
instauração do processo. 
 Análise Conceitual 
 
o A Petição Inicial e os Princípios Processuais: 
 
 Princípio da Demanda 
Art. 2°, NCPC – O processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
 Princípio da Congruência 
Art. 141, NCPC – O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas 
partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo 
respeito a lei exige a iniciativa da parte. 
Art. 492, NCPC – É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa 
da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em 
objeto diverso do que lhe foi demandado. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 6 
 
o A Petição Inicial e a Teoria dos Atos Jurídicos 
A Petição Inicial é um ato jurídico, mas não se trata de um ato jurídico qualquer, visto 
que é um ato jurídico processual, que, portanto, só gera efeitos dentro do processo. Como 
todo ato jurídico devemos analisa-la sob as vertentes da existência, validade e eficácia. 
Ao compararmos a Petição Inicial com um contrato, perceberemos que o contrato gera 
efeitos a partir do momento que ele é firmado, bastando estar preenchidos os elementos de 
existência, validade e eficácia entre as partes. 
Por outro lado no caso de um indivíduo que narra um fato ao advogado, que percebe 
que aquela pretensão esta no último dia para prescrever, mesmo que o advogado prepare a 
Petição Inicial, se ela não for distribuída naquele dia a pretensão estará prescrita, pois como já 
foi afirmado, a Petição Inicial não gera efeitos fora do processo. 
 Noções Preliminares 
 
1) Petição Inicial trata-se de um Requerimento. 
E, como todo requerimento, possui uma estrutura a ser seguida: 
i. Vocativo  Endereçamento 
ii. Preâmbulo  Identificação das partes 
iii. Corpo do Texto  Justificativa do pedido 
iv. Requerimento  Pedido 
v. Fechamento  Local, Data e Assinatura. 
 
2) Linguagem 
No caso da Petição Inicial devemos utilizar textos não literários, com frases curtas e 
objetivas, de modo a conferir maior clareza. O narrador não participa da história (não têm “eu” 
e não têm “nós”). 
3) Requisitos 
 
a. Genéricos 
 
i. Extrínsecos 
1. Vernáculo 
2. Escrita 
3. Assinatura 
 
ii. Intrínsecos (Art. 319 do NCPC) 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 7 
 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III – o fato e os 
fundamentos jurídicos do pedido; IV – o pedido com suas 
especificações; V – o valor da causa; VI – as provas com que o autor 
pretende demonstrar a verdade dos fatos adequados; VII – a opção do 
autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
b. Específicos 
 
4) Demais aspectos que devem ser observados 
a. Competência; 
b. Instrumento de Mandato (Procuração); 
c. Valor da Causa; 
d. Pedido; 
e. Citação; 
f. Indeferimento da Inicial; 
g. Capacidade Processual; 
h. Organização Judiciária (Art. 92 da CF/88) 
Art. 92, CF – São órgãos do Poder Judiciário: I – o Supremo Tribunal 
Federal; I-A – o Conselho Nacional de Justiça; II – o Superior Tribunal 
de Justiça; III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; IV – 
os Tribunais e Juízes do Trabalho; V – os Tribunais e Juízes Eleitorais; VI 
– os Tribunais e Juízes Militares; VII – os Tribunais e Juízes dos Estados 
e do Distrito Federal e Territórios. 
 
 ENDEREÇAMENTO 
 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; 
[...] 
Não admite abreviaturas; Pronome de Tratamento utilizado deve ser Excelentíssimo; 
nunca utilizar o nome do Juiz visto que a Petição é dirigida ao cargo e não a pessoa do 
Magistrado. 
Para a correta elaboração do endereçamento, se faz necessário o domínio de 
conteúdo relativo às normas de COMPETÊNCIA e de ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA. 
EX. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE PRESIDENTE PRUDENTE/SP 
 PREÂMBULO 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: [...] II – os nomes, os 
prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão o 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 8 
 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu; [...] 
o Qualificação das partes 
Com a qualificação procura-se individualizar a pessoa em um universo maior de 
pessoas, evitando que alguém que não faça parte do processo sofra os seus efeitos, 
principalmente nos casos de homonímias. 
o Quem será o autor / réu? 
Para responder esta pergunta é necessário dominarmos os seguintes conceitos: 
 Legitimidade ativa; 
 Litisconsórcio necessário / facultativo; 
 Capacidade para ser parte; e 
o Importante frisarmos que morto não possui 
capacidade de ser parte. 
 Capacidade para estar em juízo. 
 
o Capacidade Postulatória (Art. 103, 104 e 106, I do NCPC); 
Caso o advogado não esteja regularmente inscrito, a Petição Inicial sequer será 
considerada existente e consequente o Processo também não  Falta de Pressuposto 
Processual de Existência. 
O NCPC possibilita que ao autor 15 dias para alterar o polo passivo da Ação, caso o réu, 
na contestação alegue ser parte ilegítima (Art. 338, NCPC) – Mas é importante termos em 
mente, que somente o polo passivo pode ser alterado, não o polo ativo. 
Art. 338, NCPC – Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima 
ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao 
autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para 
substituição do réu. Parágrafo único – Realizada a substituição, o 
autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador 
do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor 
da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, §8°. 
Ex.: 
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, analista de sistemas, portador da cédula de 
identidade R.G. sob n.° __ e do CPF n.° __, residente e domiciliado nesta Cidade de __ na Rua 
..., (neste ato representadopor sua genitora, Sra. BELTRANA DE TAL, brasileira, casada, 
portadora da Cédula de Identidade R.G. sob n.° __ [...]), por seu advogado, bastante 
procurador (Doc. 01), abaixo assinado, devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do 
Brasil, Secção de São Paulo, 29° Subseção, sob o n.° __, com escritório nesta cidade, na Rua __, 
n.° __, onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, perante Vossa 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 9 
 
Excelência, ajuizar (ou propor) AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, pelo 
procedimento comum, em face de CICRANO DE TAL, brasileiro, solteiro, médico, portador da 
Cédula de Identidade R.G. n.° __ e do CPF n.° __, residente e domiciliado nesta Cidade de __ na 
Rua__, n.°__, expondo e requerendo o quanto segue: 
 Questionamentos relevantes quando da elaboração do preâmbulo 
 
o O Autor e o Réu possuem capacidade para estar em juízo? 
Art. 70, NCPC – Toda pessoa que se encontre no exercício de seus 
direitos tem capacidade para estar em juízo. 
Art. 71, NCPC – O incapaz será representado ou assistido por seus 
pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. 
Art. 75, NCPC – Sendo representados em juízo, ativa e passivamente: I 
– a união, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante 
órgão vinculado; II – o Estado e o Distrito Federal, por seus 
procuradores; III – o Município, por seu prefeito ou procurador; IV – a 
autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente 
federado designar; V – a massa falida, pelo administrador judicial; VI – 
a herança jacente ou vacante, por seu curador; VII – o espólio, pelo 
inventariante; VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos 
constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus 
diretores; IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes 
organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a 
administração de seus bens; X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo 
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou 
sucursal aberta ou instalada no Brasil; XI – o condomínio, pelo 
administrador ou síndico. 
Art. 1°, CC – Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Art. 2°, CC – A personalidade civil da pessoa começa do nascimento 
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro. 
Art. 3°, CC – São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente 
os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4°, CC – São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira 
de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por 
causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos 
indígenas será regulada por legislação especial. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 10 
 
Art. 5° CC – A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando 
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela 
concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou 
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos 
completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego 
público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de 
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria. 
Art. 6°, CC – A existência da pessoa natural termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza 
a abertura de sucessão definitiva. 
 Tem capacidade postulatória? 
Art. 103, NCPC – A parte será representada em juízo por advogado 
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
Art. 104, NCPC – O advogado não será admitido a postular em juízo 
sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, 
ou para praticar ato considerado urgente. 
Art. 106, NCPC – Quando postular me causa própria, incumbe ao 
advogado: I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o 
endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil 
e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações; [...] 
 
29/02/2016 
 CAUSA DE PEDIR 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: [...]III – o fato e os 
fundamentos jurídicos do pedido; [...] 
 Fatos + Fundamentos Jurídicos = Causa de Pedir 
 Teoria da Substanciação: Trata-se da teoria adotada pelo nosso ordenamento jurídico 
e preleciona que a causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos jurídicos. Cabe ao 
autor alegar os fatos constitutivos de seu direito. 
 Importância da causa de pedir. 
O Art. 330 do NCPC disciplina os motivos pelos quais a Petição Inicial, trazendo já em 
seu primeiro inciso que ela será indeferida quando for inepta. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 11 
 
Art. 330, NCPC – A petição inicial será indeferida quando: I – for 
inepta; II – a parte for manifestamente ilegítima; III – o autor carecer 
de interesse processual; IV – não atendidas as prescrições dos arts. 
106 e 321. 
O parágrafo primeiro do mesmo dispositivo, traz as razões que levam a 
considerarmos a petição inepta e dois dos quatro incisos dizem respeito a causa de pedir, 
senão vejamos: 
Art. 330, §1°, NCPC – Considera-se inepta a petição inicial quando: I – 
lhe faltar pedido ou causa de pedir; II – o pedido for indeterminado, 
ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV – 
contiver pedidos incompatíveis entre si. 
Com isso, podemos concluir que o legislador deixou claro para quem fosse preparar a 
petição inicial que tomasse cuidado com a elaboração da causa de pedir, pois se ela não existir 
ou for mal formulada levará a petição a ser considerada inepta. 
 A razão para o legislador ser tão rigoroso é que a causa de pedir possui relação com os 
elementos identificadores da ação e com as condições da ação. 
o A causa de pedir e os elementos identificadores da Ação 
 Quanto a análise dos elementos identificadores da ação é muito fácil compararmos as 
partes e o pedido, no entanto, a causa de pedir é muito mais dificultosa de ser comparada. 
Assim, para facilitar essa comparação o legislador normatizou um padrão técnico que deve ser 
seguido ao formular a causa de pedir, facilitando a identificação de outras ações idênticas. 
 A razão dessa análise é para nos certificarmos que não estão presentes pressupostos 
processuais negativos, como litispendência e coisa julgada. 
o A causa de pedir e as condições da Ação 
 São condições da Ação: A possibilidade jurídica do pedido; interesse de agir; e 
legitimidade das partes. 
A causa de pedir possui relação direta com as condições da Ação, uma vez que é a 
partir da sua análise que verificamos se há interesse de agir do autor. 
 COMPONDO A CAUSA DE PEDIR 
A Causa de Pedir é divida em causa de pedir remota, que é composta pelos fatos e a 
causa de pedir próxima, que por sua vez é composta pelo direito. 
o DOS FATOS 
 
 Fatos Simples vs Fatos Jurídicos 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 12 
 
Normalmente os problemas são recheados de fatos, alguns interessam ser narrados e 
outros não. Nesse sentido, os fatos simples que não interessam para solução da lide devem ser 
desconsiderados e apenas os fatos jurídicos, ou seja, aqueles que possuem relevânciapara o 
julgamento da causa é que devem ser transcritos. 
 O que narrar? 
 Existe uma ordem cronológica para a narração dos fatos. Neste sentido, devemos 
respeitar a cadeia de acontecimentos lógicos narrando primeiro os fatos constitutivos do 
direito do autor e em seguida os fatos lesivos. 
1° os fatos constitutivos do direito do autor. 
2° os fatos lesivos do direito do autor. 
 Produção da prova documental 
Durante a narrativa da causa de pedir remota (fatos) devemos fazer menção às provas 
que comprovam os fatos narrados e, aquelas que dependam de comprovação documental 
devem ser juntados já com a petição inicial, conforme previsão do dispositivo abaixo: 
Art. 434, NCPC – Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a 
contestação com os documentos destinados a provar suas alegações. 
o DO DIREITO 
 Basicamente deve-se narrar a reação do ordenamento jurídico diante dos fatos 
alegados. 
 É importante frisar que fundamento jurídico não é fundamento legal. O fundamento 
jurídico se obtém argumentando e para tal é necessário que nos valhamos das leis, doutrinas e 
jurisprudência. Em outras palavras, buscamos convencer o Magistrado (destinatário da petição 
inicial) que o ordenamento jurídico vibra na direção da pretensão do autor. 
o DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: [...] VII – a opção do autor 
pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 O Novo Código trouxe um novo requisito para a Petição Inicial, que é a necessidade do 
Autor optar pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
 Caso o autor não observe a referida disposição, o Juiz poderá chegar a indeferir a 
inicial, conforme prevê o dispositivo elencado abaixo: 
Art. 321, NCPC – O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche 
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 13 
 
completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o 
juiz indeferirá a petição inicial. 
 Neste sentido, se faltar a opção pela audiência, o Juiz deve determinar que o Autor a 
emende ou complete e uma vez o Autor não cumprindo a diligencia, autoriza o Juiz a indeferir 
a petição inicial. 
 Com tais normatizações, não há como negarmos que o mandamento do inciso VII do 
Art. 319, NCPC não seja um requisito da petição inicial. 
Assim, tal exigência deve ser cumprida dentro do corpo do texto da petição inicial, 
para tal devemos subdividi-la em uma parte para a narrativa dos fatos (Dos Fatos), outra para 
a argumentação jurídica (Do Direito) e por fim uma parte em que o Autor dirá se deseja ou não 
a audiência de conciliação ou mediação (Da Audiência de Conciliação ou Mediação). 
 É importante que a opção pela realização ou não da audiência esteja em destaque, 
visto que o Magistrado procurará por ela no corpo da petição. 
 PARTE PETITÓRIA 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: [...] IV – o pedido com suas 
especificações; [...] 
 Basicamente a parte petitória é composta pelo requerimento de citação, os pedidos 
mediato e imediato, além dos pedidos implícitos ou complementares. 
o Necessidade de citação do requerido 
A luz do CPC/73 o Art. 282, VII normatizava ser requisito essencial o requerimento 
para citação do réu. Já o Art. 319 do NCPC não disciplinou o assunto. Por tal razão, há 
doutrinadores defendendo que, a partir da vigência do Novo Código, o Juiz poderá de ofício, 
determinar a citação do requerido. 
Por outro lado o Art. 115, Parágrafo único do NCPC, parece derrubar essa tese, 
senão vejamos: 
Art. 115, Parágrafo único, NCPC - Nos casos de litisconsórcio passivo 
necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos 
que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de 
extinção do processo. 
Ora, se fosse verdade que o Juiz esta autorizado a requerer a citação do requerido de 
ofício, não haveria necessidade de determinar que o autor requeira a citação dos litisconsortes 
necessários, conforme prevê o dispositivo acima. 
Neste sentido, continuará sendo necessário iniciar a parte petitória requerendo a 
citação do réu. E para isso temos que observar as diversas modalidades de citação. 
Ex. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 14 
 
Ante o exposto, requer se digne Vossa Excelência determinar a citação do réu, 
(modalidade de citação), no endereço indicado, para, querendo, apresentar resposta aos 
termos do pedido [...] 
Obs: Caso o requerido seja pessoa jurídica ou incapaz, é necessário requerer a citação 
na pessoa do seu representante legal. 
o Pedido propriamente dito 
Pedido = objeto imediato e mediato 
 Objeto imediato – trata-se da tutela jurisdicional desejada e admitida no tipo 
de processo escolhido; 
 Objeto mediato – diz respeito ao bem da vida 
O Código de 73 determinava que o juiz realiza-se uma interpretação restritiva quanto 
aos pedidos do Autor, o Novo Código mitigou esta determinação no dispositivo abaixo: 
Art. 322, §2°, NCPC – A intepretação do pedido considerará o 
conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. 
Assim, foi concedido maior liberdade ao Juiz, para que ele possa interpretar o que o 
Autor queria pedir, mas não o fez literalmente. 
 Ex. 
 Ante o exposto, requer se digne Vossa Excelência a determinar a citação..., julgando 
procedente o presente pedido para condenar o réu (pedido imediato – tutela condenatória), 
ao pagamento de R$ 1.000,00 a título de indenização por danos materiais (pedido mediato – 
bem da vida), acrescido de juros e correção monetária, além das custas e honorários 
advocatícios (pedido complementar). 
o Protesto por provas 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: [...]; VI – as provas com 
que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos adequados; [...] 
 O protesto por provas é genérico porque só se produz provas dos fatos controvertidos 
e eles assim tornar-se-ão se forem contrapostos pelo requerido. 
 Ex. 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. 
 VALOR DA CAUSA 
o Utilidade 
 O valor da causa se presta como critério de fixação de competência, para o 
recolhimento de custas, e calcular o valor de honorários. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 15 
 
 É importante frisarmos que o valor da causa não se confunde com o mérito da ação 
(pedido mediato), o que significa que eles podem até ter o mesmo valor, mas não é sempre. 
o Critérios de fixação 
Existem dois métodos de fixação do valor da causa: o Legal e o Por Estimativa. 
Primeiramente é necessário verificar se para o caso concreto há alguma lei ou súmula 
determinado como deve ser realizado o cálculo. É importante verificaremos tanto no NCPC 
(Art. 291 e Seguintes) como em legislações especiais. 
 Caso não encontremos nada que regule o valor da causa no caso concreto a ser 
discutido, o valor da causa é realizado por estimativa, sendo o Autor livre para atribuir o valor 
da causa que achar conveniente. 
 FECHO 
 Ex. 
 Termos em que, 
 P. deferimento, 
 
Cidade, ... de ... de ... (Data) 
 
 Advogado 
 OAB n.° 
 
14/03/2016 
 FLUXOGRAMA DA FASE POSTULATÓRIA 
 Petição Inicial  Distribuição (Art. 284, NCPC)  Autuação (Art. 206, NCPC)  Juiz 
(Despacho Inicial) 
Art. 284, NCPC – Todos os processos estão sujeitos a registro, 
devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz. 
Art. 206, NCPC – Ao recebera petição inicial de processo, o escrivão 
ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do 
processos, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de 
seu início, e precederá do mesmo modo em relação aos volumes em 
formação. 
A autuação ocorre apenas nos casos do processo ser físico e, na pratica consiste na 
colocação de uma capa ao processo contendo informações dos autos, conforme disposto no 
dispositivo acima. 
Modificação ou Aditamento da Inicial 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 16 
 
 A possibilidade de modificação ou aditamento encontra-se regulada pelo Novo Código 
de Processo Civil nos incisos do Art. 329. 
Art. 329, NCPC – O autor poderá: I – até a citação, aditar ou alterar o 
pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do 
réu; II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a 
causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório 
mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 
15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Na prática, modificar trata-se de trocar o pedido ou causa de pedir por outro, já o 
aditamento consiste numa somatória, ou seja, acrescentar uma causa de pedir ou pedido aos 
que já compõem a Petição Inicial. Para proceder tais alterações ou aditamento é necessário 
fazer uma petição intermediária, requerendo apenas as modificações ou aditamentos 
desejados. 
 Resumindo: 
 Antes da Citação 
Após a Citação e 
Antes do 
Saneamento 
Após o Saneamento 
Partes 
Somente pode-se 
alterar o Réu. 
Somente o réu, com 
o seu consentimento. 
Nunca 
Causa de Pedir Sim 
Sim, mas com 
consentimento do 
réu. 
Nunca 
Pedido Sim 
Sim, mas com 
consentimento do 
réu. 
Nunca 
 
 Não há uma disposição expressa acerca da permissão para alterar o Réu antes do 
saneamento, no entanto, como o Art. 338 do NCPC permite que o Réu indique ao Autor em 
sede de Contestação quem é parte legítima para figurar no polo passivo da Ação, caso em que 
o Autor terá quinze dias para proceder com a alteração ou seguir com o processo da forma 
como se encontra, entendemos que por lógica permite-se também que a qualquer momento o 
Autor possa alterar o polo passivo da Ação, desde que antes do Saneamento e, se depois da 
citação, com o consentimento do Réu. 
 Já em relação a alteração do polo ativo da Ação (Autor), nós acreditamos que continua 
sendo proibido altera-lo. 
 Após o Saneamento não é permitido alterações, pois o processo precisa se estabilizar 
para que ele possa seguir seu curso, em sentido contrário, se fosse permitido alterar a 
qualquer momento a Petição Inicial, o processo nunca terminaria uma vez que o ordenamento 
exige que a cada alteração se abra prazo para a parte contraria e assim os processos poderiam 
se arrastar por décadas. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 17 
 
Voltando ao fluxograma, tão logo a Petição Inicial é distribuída o processo é 
encaminhado para o Juiz para que ele profira o Despacho Inicial, também conhecido como 
Despalho Liminar. A função do despacho liminar é promover uma atividade saneadora inicial. 
Este é o primeiro contato do Juiz com a Petição Inicial, permitindo que ele realize uma 
análise para detectar se não há algum vício que impeça o seu prosseguimento regular. Por tal 
razão o conteúdo deste despacho liminar pode ser em dois sentidos: Positivo ou Negativo. 
Positivo (Art. 334 do NCPC) – significa que a Petição Inicial preenche os requisitos 
essenciais, ou seja, os requisitos internos e externos encontra-se em ordem; ou 
Art. 334, NCPC – Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais 
e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 
30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) 
dias de antecedência. 
 A grande novidade é que além de citar o réu ele deverá ser intimado para comparecer 
a Audiência de Conciliação. 
Negativo (Art. 321, 330 do NCPC) – significa que a Petição Inicial não preencheu os 
requisitos essenciais. 
Art. 321, NCPC – O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche 
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. Parágrafo único – Se o autor não cumprir a diligência, o 
juiz indeferirá a petição inicial. 
Art. 319, NCPC – A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço 
eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III – o fato e os 
fundamentos jurídicos do pedido; IV – o pedido com suas 
especificações; V – o valor da causa; VI – as provas com que o autor 
pretende demonstrar a verdade dos fatos adequados; VII – a opção do 
autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
Art. 320, NCPC – A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
Com relação a emenda da Petição Inicial, a novidade é que o Juiz deverá indicar 
precisamente o que o Autor deverá emendar. Tal fato já era entendimento jurisprudencial do 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 18 
 
STJ que ao proferir o despacho mandando emendar a Petição Inicial o Juiz deve indicar o erro, 
agora se tornou uma exigência do Novo Código. 
O Juiz pode mandar emendar a Inicial quantas vezes for necessário até que ela 
preencha os requisitos essenciais, caso o Autor descumpra a diligência, conforme previsto no 
Parágrafo único do Art. 319, NCPC trata-se de um dos motivos que autorizam o 
indeferimento da Inicial. 
Outros motivos que ensejam o Despacho Inicial de Conteúdo Negativo estão elencados 
no Art. 330 do NCPC, cujos incisos trazem hipóteses que autorizam o indeferimento da 
Petição Inicial, senão vejamos: 
Art. 330, NCPC – A petição inicial será indeferida quando: I – for 
inepta; II – a parte for manifestamente ilegítima; III – o autor carecer 
de interesse processual; IV – não atendidas as prescrições dos arts. 
106 e 321. §1° Considera-se inepta a petição inicial quando: I – lhe 
faltar pedido ou causa de pedir; II – o pedido for indeterminado, 
ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; 
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV – 
contiver pedidos incompatíveis entre si. 
Obs.: Petição Inicial Inepta não é sinônimo de Petição Indeferida, uma vez que a 
inépcia é apenas uma das causas que leva ao indeferimento existindo outras causas, conforme 
disposto acima. 
É possível ocorrer o indeferimento parcial da Petição Inicial, o que significa que não 
necessariamente o indeferimento levará a extinção do processo. Neste sentido, se o Juiz 
perceber que um dos litisconsortes passivos não é parte ilegítima na causa, pode indeferir a 
petição inicial em relação a este consorte e prosseguir com os demais. 
Caso o indeferimento seja total, o recurso cabível é o de Apelação, já se for parcial, o 
recurso é de Agravo na modalidade por Instrumento. 
 As situações previstas no Art. 330 do NCPC ao contrário das previstas no Art. 321 do 
mesmo dispositivo, não permitem a emenda da Inicial. 
Parte Manifestamente Ilegítima vs Parte Ilegítima 
É importante diferenciarmos quando a parte é manifestamente ilegítima e autoriza 
queo Juiz indefira a Inicial de parte ilegítima, que causa mera extinção do processo sem 
resolução do mérito. 
Parte manifestamente ilegítima é aquela que salta aos olhos, o Juiz não precisa se 
aprofundar no caso para perceber que a parte é ilegítima. Por exemplo, uma Ação de Divorcio 
é personalíssima, ou seja, só pode ser impetrada por um dos nubentes contra o outro, assim 
caso uma pessoa estranha à relação peticione com a pretensão de que o casal se divorcie, 
tratar-se-á de parte manifestamente ilegítima e o Juiz estaria autorizado a indeferir a Inicial de 
plano. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 19 
 
 Já a parte ilegítima somente com uma análise mais criteriosa do caso é que é possível 
identifica-la, por tal razão não autoriza o indeferimento da Inicial, mas sim a extinção do 
processo quando constatada a ilegitimidade. 
A importância de diferenciarmos as duas situações é que embora em ambos os casos o 
recurso cabível seja o de Apelação, o que é interposto contra a Sentença que indefere a 
Petição Inicial admite juízo de retratação, já o interposto contra a Sentença que extinguiu o 
processo não admite tal faculdade. 
 
21/03/2016 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 
 A ideia do NCPC é que as partes resolvam os conflitos por elas mesmas, evitando a 
atuação do Estado Juiz. 
 Neste sentido, 
 Há estímulo a solução consensual dos litígios (Art. 3°, §2°, NCPC). 
Art. 3°, §2°, NCPC – O Estado promoverá, sempre que possível, a 
solução consensual dos conflitos. 
 Por tal razão a abertura do procedimento estimula os meios alternativos de solução de 
disputas, tornando a solução judicial a ultima ratio. 
 Assim o réu não é mais citado para apresentar contestação, mas sim intimado a 
comparecer a audiência de conciliação. 
 Tal audiência é baseada nos princípios da independência, imparcialidade, autonomia 
da vontade, confidencialidade, oralidade, informalidade e decisão informada. 
 Em suma aplica-se a adoção de técnicas negociais com o objetivo de construir 
ambiente favorável à autocomposição. 
 Insta salientar que as partes não podem utilizar o que for dito na audiência de 
conciliação para beneficia-la caso não ocorra uma composição e o processo precise seguir. 
Art. 334, NCPC – Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais 
e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 
30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) 
dias de antecedência. §1° O conciliador ou mediador, onde houver, 
atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, 
observando o disposto neste código, bem como as disposições da lei 
de organização judiciária. §2° Poderá haver mais de uma sessão 
destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) 
meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 20 
 
à composição das partes. §3° A intimação do autor para a audiência 
será feita na pessoa de seu advogado. §4° A audiência não será 
realizada: I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, 
desinteresse na composição consensual; II – quando não se admitir a 
autocomposição. §5° O autor deverá indicar, na petição inicial, seu 
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, 
apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da 
audiência. §6° Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da 
audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. §7° A 
audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio 
eletrônico, nos termos da lei. §8° O não comparecimento injustificado 
do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato 
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até 
2% (dois por cento) da vantagem econômica pretendida ou do valor da 
causa, revertida em favor da União ou do Estado. §9° As partes devem 
estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. §10 
A parte poderá constituir representante, por meio de procuração 
específica, com poderes para negociar e transigir. §11 A 
autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por 
sentença. §12 – A pauta das audiências de conciliação ou de mediação 
será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) 
minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
 A participação do conciliador é mais abrangente que a do mediador. O Conciliador 
pode propor uma solução para o conflito, já o mediador a princípio apenas media a conversa 
entre as partes sem maiores incursões. 
 A audiência não será realizada, apenas se ambas as partes expressamente 
peticionarem ao Juiz manifestando a vontade de não realizar a audiência ou nos casos em que 
os direitos não comportarem composição. 
 Se uma das partes não comparecer a audiência, o Juiz poderá aplicar multa por ato 
atentatório a dignidade da justiça, conforme prevê o §8°. 
 
28/03/2016 
 RESPOSTAS DO RÉU 
 Petição Inicial / Liminar  Citação/Intimação  Audiência de Conc./Mediação  
Respostas do Réu (Contestação). 
 No código de 73 o direito de defesa, ou seja, o direito do Réu em responder quando 
esta sendo demandado nascia da bilateralidade do Direito de Ação. Quando o Autor exercita o 
Direito de Ação implicitamente surge para o Réu o direito de se defender. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 21 
 
 Porém de nada adiantaria reconhecer o Direito de Defesa, se o Réu não fosse 
aparelhado para exercitar este direito. Com este propósito o Código de 73 permitia que o Réu 
se utilizasse de vários instrumentos, como a Contestação, a Reconvenção, a Exceção, a 
Intervenção de Terceiros, a Ação Declaratória Incidental, a Impugnação ao Valor da Causa. 
Cada um destes instrumentos possuíam alvos específicos, que podiam ser: o processo 
(pressupostos processuais); a ação (condições da ação) e o mérito (lide, direito material 
pretendido pelo Autor). 
 No Novo Código de Processo Civil o direito de defesa do Réu continua tendo como 
base a Bilateralidade do Direto de Ação e continua tendo como alvo o processo, a ação e o 
mérito tal qual o CPC/73, no entanto, quanto a ferramenta a ser utilizada o Novo Código de 
Processo Civil criou o que chamamos de “Super Contestação” (Arts. 335 a 342, NCPC), uma 
vez que este único instrumento passa a ser utilizado para atacar qualquer um dos alvos 
elencados, com um “poder de fogo” muito maior que o conferido a Contestação pelo CPC/73. 
Art. 335, NCPC – O réu poderá oferecer contestação, por petição, no 
prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I – da 
audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de 
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; II – do protocolo do 
pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, §4°, 
inciso I; III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita 
a citação, nos demais casos. 
Art. 336, NCPC – Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a 
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que 
impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende 
produzir. 
 Assim, todos os institutos que antes eram manejados em peças autônomas passam a 
ser manejados em uma única peça denominada Contestação. 
 O termo inicial para contagem do prazo para a contestação, nos casos em que não 
houver autocomposição na audiência de conciliação será a data da própria audiência (Art. 
335, I, NCPC), já no casodela não ocorrer será a data da juntada da carta citatória ou do 
mandado aos autos (Art. 335, II e III, NCPC). O prazo em ambos os casos exclui-se o dia inicial 
e contando-se continuamente os próximos 15 dias úteis. 
 CONTESTAÇÃO 
 Considerações iniciais: 
A contestação é a defesa por excelência, uma vez que ela pode atingir os três alvos 
possíveis (processo, ação e mérito) com “poder de fogo” suficiente para destruí-los. 
 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 22 
 
Para tal, há necessidade de realizarmos uma defesa preliminar (processual) e a defesa 
de mérito propriamente dita. 
A Defesa Processual consiste nas Preliminares que estão previstas nos incisos do Art. 
337 do NCPC, neste caso, é possível atacar tanto o alvo ação (condições da ação), quanto o 
alvo processo (pressupostos processuais). 
A Defesa de Mérito, por sua vez, pode ser: Direta, quando o Réu atacar diretamente 
os fatos ou fundamentos jurídicos do pedido do Autor; ou Indireta quando o réu apresenta 
fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do Autor. 
Para que a defesa seja plena, há a necessidade de que observemos a Regra da 
Eventualidade (Art. 336, NCPC), que determina que todas as matérias de defesas devem ser 
alegadas por ocasião da Contestação sob pena de ocorrer preclusão consumativa. 
 Há ainda o ônus da impugnação especificada (Art. 341, NCPC), que determina que o 
Réu deve impugnar cada argumento trazido na Petição Inicial, em outras palavras, o Réu deve 
se posicionar contrariamente aos argumentos trazidos pelo Autor especificando os motivos de 
tal contraposição, argumentando juridicamente de forma a desfazer a tese levantada pelo 
Autor. Caso este ônus não seja observado, os fatos não impugnados especificamente serão 
presumidos como sendo verdadeiros. 
 Peça Propriamente Dita 
A forma da Contestação, tal qual a Petição Inicial é de requerimento, por tal razão, 
deve conter endereçamento, preâmbulo, síntese da inicial, preliminar, defesa de mérito, 
reconvenção – causa de pedir, pedido e requerimentos, especificação de provas, local, data e 
assinatura. 
A Contestação será oferecida ao Juiz da Causa ou do Domicílio do Réu, nos casos de 
incompetência Absoluta/Relativa, conforme determina o Art. 340, NCPC, em outras palavras, 
no caso do Réu alegar incompetência relativa, ele poderá endereçar a Contestação para o juízo 
que julgar ser o competente. 
 Ex. de Endereçamento: 
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE PRESIDENTE PRUDENTE/SP 
Com relação ao preâmbulo, haverá a necessidade de qualificar o Réu, apenas quando o 
Autor não o tiver qualificado com todos os dados ou nas hipóteses em que há necessidade de 
corrigir algum dado errôneo. 
Devemos atentar para o fato de o Réu possuir ou não capacidade para estar em juízo e 
se ele possui capacidade postulatória, uma vez que a Contestação trata-se de um ato 
processual e, portanto, somente pode ser praticado por alguém dotado de tal condição. 
 Neste sentido, é necessário que qualifiquemos o advogado, para que as demais partes 
no processo possam se certificar quanto a sua capacidade postulatória, uma vez que caso ele 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 23 
 
não esteja regularmente inscrito nos quadros a OAB ou esteja por alguma razão com sua 
inscrição suspensa a Contestação será considerada nula. 
Uma vez a Contestação sendo considerada nula, o Réu é considerado revel e o Juiz 
poderá Julgar Antecipadamente a Lide. 
 Ex. de Preâmbulo: 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, (neste ato representado por sua genitora, 
sra. BELTRANA DA SILVA ....), por seu advogado, bastante procurador (fls. xx), abaixo assinado, 
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, 29° Subseção, 
sob o n° xxxx, com escritório nesta cidade, na Rua ..., n°..., bairro, CEP, onde recebe intimações 
e norificações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência nos autos da AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS (FEITO N° XXX), que lhe move CICRANO DE TAL, 
também já qualificado, oferecer CONTESTAÇÃO, expondo e requerendo o quanto segue. 
 Síntese da Inicial 
Trata-se do resumo dos argumentos elencados pelo Autor na Petição Inicial, serve para 
ajudar na construção da impugnação especificada, em outras palavras, para impugnarmos é 
necessário analisarmos a tese defendida pelo Autor e procurarmos com argumentos jurídicos 
derruba-la. 
Ex. de Síntese da Inicial 
Trata-se de ação de indenização que BELTRANO DE TAL propôs em face de FULADO DE 
TAL, apoiando sua tese nas seguintes premissas: 
a) Que o autor conduzia seu veículo pela rua TAL quando, próximo ao número X, teve sua 
trajetória interceptada pela motocicleta conduzida pelo réu; 
b) Que o réu vinha em alta velocidade e sem usar capacete; 
c) Que a culpa pelo evento deve ser atribuída ao réu que não respeitou o cruzamento; e 
d) Que houve nexo de causalidade os danos montam a quantia de [...]. 
 
 Preliminar 
Haverá preliminares basicamente quando o Réu entender que não há Condições da Ação 
ou lhe faltar Pressupostos Processuais, o que nos leva a concluir que não será sempre que 
haverá o tópico DAS PRELIMINARES em sede de Contestação. Vejamos o dispositivo abaixo, 
que trata do tema: 
Art. 337, NCPC – Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I 
– inexistência ou nulidade da citação; II – incompetência absoluta e 
relativa; III – incorreção do valor da causa; IV – inépcia da petição 
inicial; V – perempção; VI – litispendência; VII – coisa julgada; VIII – 
conexão, IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta 
de autorização; X – convenção de arbitragem; XI – ausência de 
legitimidade ou de interesse processual; XII – falta de caução ou de 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 24 
 
outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII – indevida 
concessão do benefício de gratuidade de justiça . 
Mesmo em sede preliminar é necessário que defendamos uma tese completa acerca 
daquilo que suscitarmos, ou seja, é necessário que haja um começo, meio e fim, uma vez que o 
processo funciona como um sistema de engrenagens. 
 
 
 
Com essa premissa, imaginemos que pretendamos suscitar uma ilegitimidade de parte, 
ao fazê-la automaticamente movimentamos a engrenagem de que o Autor é carecedor do 
Direito de Ação, o que tem como consequência a extinção do processo sem resolução do 
mérito (Art. 485, VI, NCPC). 
Art. 485, NCPC – O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VI – 
verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; [...] 
Para cada preliminar devemos abrir um tópico específico. 
 Defesa de Mérito 
 Neste tópico há necessidade de que destruamos a tese que sustenta a pretensão do 
Autor. 
Assim se a tese do Autor for construída baseada em, por exemplo, uma 
responsabilidade subjetiva, que possui como alicerce a conduta, o dano, o nexo de causalidade 
e a culpa, teremos que encontrar argumentos que destrua qualquer um destes pilares, 
buscando nos defendermos. 
A argumentação jurídica deve ser apoiada na lei, doutrina e jurisprudência. 
Há casos ainda, que é possível realizarmos uma defesa indireta, demonstrando a 
existência de fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 25 
 
 Reconvenção 
Nos casos em que houver motivos para que o Réu apresente pedidos para o Autor 
como uma forma de se defender, é necessário abrir um tópico expondo a causa de pedir. 
 Pedido 
Exemplo de Pedido: 
Ante o exposto, requer se digne Vossa Excelência: 
1°) os pedidos referentes às preliminares – quandohouver – realizar um 
pedido para cada preliminar; 
2°) Pedido quanto à defesa de mérito, que sempre será declaratória negativa; 
3°) Pedidos complementares – custas e honorários advocatícios; e 
4°) Pedidos da reconvenção. 
 Protesto por Provas 
Ex. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, 
especialmente os meios de prova testemunhal, pericial e documental. 
 Fechamento 
Local, Data e Assinatura. 
 
18/04/2016 
FASE SANEADORA 
Inicia-se a fase saneadora após o prazo de resposta (do réu, em contestação, ou do 
autor, em sede de reconvenção). 
Composta por duas etapas: 
a) providência preliminares (Art. 347, NCPC); 
b) julgamento conforme o estado do processo (Art. 353, NCPC) 
Providências Preliminares 
Objetivo: São aquelas a serem, caso necessário, determinadas pelo juiz após o decurso 
do prazo de manifestação do réu, de modo a garantir o contraditório e o devido processo legal 
e permitir uma ordenação do feito para expungi-lo de vícios a dar-lhe curso mais célere e 
apropriado, conduzindo-o, se for o caso, até uma definição antecipada (DANTAS, Marcelo 
Navarro Ribeiro. Breves comentários ao Novo Código de Processo Civil / Teresa Arruda Alvim 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 26 
 
Wambier; Fredie Didier Junior; Eduardo Talamini... [et al.], coordenadores. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2015, p. 944). 
Rol de Providências Preliminares (Arts. 348 a 352, NCPC). 
a) Não observância da revelia e intimação do autor para especificação das provas 
(Art. 348, NCPC); 
a. Na “Adoção Brasileira”, que é aquela que o indivíduo se apaixona por uma 
mulher que sabe estar grávida de outro e quando o filho dela nasce ele o 
registra como sendo seu próprio filho, nos casos em que o “amor” acaba, 
comumente o indivíduo buscando se livrar do pagamento dos alimentos 
ajuíza uma ação, a mulher em comum acordo não a contesta, uma vez que 
todos sabem que o filho realmente não é do indivíduo. Neste caso, mesmo 
havendo revelia, o Juiz deverá requerer a produção de prova, uma vez que 
trata-se de direito indisponível. 
b) Produção de provas pelo réu revel, comparecendo no processo no estado em que 
estiver, desde que antes da instrução (Art. 349, NCPC); 
c) Réplica: Somente tem cabimento nos casos em que o réu apresente defesa de 
mérito indireta (Art. 350, NCPC) e/ou preliminares (Art. 351, NCPC); 
d) Saneamento de irregularidades ou vícios sanáveis no prazo máximo de 30 dias 
(Art. 352, NCPC). 
Cabe informar que este rol não é taxativo. 
 
 
Ação Declaratória Incidental 
Se tratava de providencia preliminar do CPC/73 (Art. 325), que foi suprimida no Novo 
Código. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 27 
 
No CPC/2015, passou a ser admitida a extensão ope legis da coisa julgada sobre as 
questões prejudiciais, na forma do Art. 503, desde que cumprido seus requisitos previstos nos 
incisos do §1° (independente de provocação). 
Art. 503, NCPC – A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito 
tem força de lei nos limites de questão principal expressamente 
decidida. §1° O disposto no caput aplica-se à resolução de questão 
prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I – 
dessa resolução depender o julgamento do mérito; II – a seu respeito 
tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de 
revelia; III – o juízo tiver competência e razão da matéria e da pessoa 
para resolvê-la como questão principal. §2° A hipótese do §1° não se 
aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à 
cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão 
prejudicial. 
Se houver questão prejudicial, sobre a qual não tenha sido exercido o contraditório 
prévio e efetivo, conforme prevê o inciso II do §1° do Art. 503 do NCPC, da qual a parte 
tenha interesse que seja atingida pela coisa julgada, haveria, portanto, requerimento da parte 
para este fim. 
 A natureza jurídica desse requerimento, que força a parte contrária a se manifestar 
sobre a questão, cumprindo, portanto, o requisito do contraditório, seria de Ação Declaratória 
Incidental. 
O Enunciado 111 do FPPC (Fórum Permanente de Processualistas Civis) vem 
corroborar com tal entendimento, senão vejamos: (Arts. 19, 329, II, 503, §1°, NCPC) Persiste 
o interesse no ajuizamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial incidental 
(Grupo: Coisa Julgada, Ação Rescisória e Sentença). 
Assim, segundo a doutrina majoritária a Ação Declaratória Incidental não deixou de 
existir, mas tão somente ganhou uma nova roupagem, uma vez que embora o Art. 503 caput 
c/c seu §1° tenha dispensado a necessidade do requerimento para que a questão prejudicial 
fizesse coisa julgada, por força da exigência do inciso II do próprio §1°, mantem-se a 
possibilidade do Autor ingressar com um requerimento para que o Réu manifeste-se acerca da 
questão prejudicial, em cumprimento ao requisito do contraditório. 
Em suma, é justamente com base no inciso II do referido dispositivo que podemos 
afirmar que a Declaratória Incidental continua existindo no Novo Código. 
RÉPLICA 
Prazo: 15 dias (úteis). 
Termo Inicial: Publicação no diário de justiça do despacho que determina a 
manifestação sobre a contestação. 
 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 28 
 
 
 
 Estrutura da Réplica 
 
a) Endereçamento: ao juízo da causa, ainda que haja preliminar de incompetência do 
juízo; 
 
b) Preâmbulo: simples, como na contestação (fundamento: Arts. 350 e/ou 351, 
NCPC); 
a. Há necessidade de colocar que a parte é representada pelo advogado, 
uma vez que por tratar-se de um ato processual, há necessidade de se 
demonstrar capacidade postulatória. 
 
c) Síntese do processado: como na contestação; 
 
d) Irregularidades processuais: são irregularidade que atingem a contestação. 
Discorrer sobre o vício e qual sua consequência. Ex: intempestividade da 
contestação  revelia (preclusão temporal)  presunção de veracidade dos fatos 
alegados na Petição Inicial. 
a. Isto pode garantir o ganho da causa, sem a necessidade de se delongar 
acerca do mérito. 
b. Esta defesa ganha relevância principalmente em causas onde há grande 
controvérsia jurisprudencial. 
c. É importante salientarmos que nem sempre haverá irregularidades 
processuais. 
 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 29 
 
e) Impugnação à defesa processual manejada na contestação (se houverem 
preliminares); 
 
f) Impugnação à defesa de mérito: local apropriado para suscitar a (i) não 
impugnação de algum fato, pelo réu, na contestação; e (ii) a impugnação a defesa 
de mérito, propriamente dita. 
 
g) Pedido: a cada irregularidade processual corresponde um pedido; e 
a. Requerer: a) a procedência do reconhecimento das irregularidades, com 
sua correspondente consequência (se houverem); b) improcedência das 
preliminares (se houverem); e c) improcedência dos pedidos manejados 
na contestação. (errado) 
 
h) Fecho. 
 
02/05/2016 
 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, DEBATES E JULGAMENTO 
A audiência de instrução e julgamento é a sessão pública, que ocorre de portas 
abertas, presidida por órgão jurisdicional, com a presença e participação das partes, 
advogados, testemunhas e auxiliares da justiça. Tem por objetivo tentar conciliar as partes, 
produzir prova oral, debater e decidir a causa. 
Diz-se de "instrução e julgamento", porquanto sejam esses seus objetos centrais: 
instruir (produzir provas) e julgar (decidir) oralmente - não obstante também contenha uma 
tentativa de conciliação e um momento de debate (alegações finais). 
Contudo,não se trata de ato essencial dentro do processo, podendo ser dispensada 
quando cabível julgamento antecipado do mérito (Art. 355, NCPC). As principais atividades 
desenvolvidas na audiência de instrução e julgamento, portanto, são: a tentativa de 
conciliação; a arguição do perito; a produção de prova oral; a apresentação de alegações 
finais; a prolação de sentença. 
 Fundamentação: 
Entre os Artigos 358 e 368 do Código de Processo Civil. 
 Mudanças em Relação a Prova Testemunhal 
Cuidaremos neste tópico de algumas novidades envolvendo a prova testemunhal no 
Novo Código de Processo Civil, tratada especificamente nos Artigos 442 a 463. 
Inobstante os diversos pontos a serem ainda debatidos, sob o aspecto prático, podem 
ser destacados os seguintes: prazo para apresentação do rol de testemunhas; dever do 
advogado de intimar as testemunhas arroladas a comparecerem na audiência; e possibilidade 
de perguntas diretas das partes às testemunhas. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 30 
 
Sobre o prazo de apresentação do rol de testemunhas, o Art. 451 do NCPC faz 
referência ao disposto no Art. 357, §§ 4° e 5°, que, por sua vez, trata da apresentação do rol 
de testemunhas no prazo comum não superior a 15 dias, a ser fixado pelo juiz, no caso de 
haver sido determinada a produção de prova testemunhal. 
Entretanto, no caso de ter sido designada audiência para o saneamento compartilhado 
da demanda, as partes deverão levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de 
testemunhas, até mesmo para que, em cooperação com a parte contrária e com o juízo, seja 
discutida a necessidade da produção de prova testemunhal no caso concreto, bem como, por 
exemplo, já sejam excluídas eventuais testemunhas incapazes, impedidas ou suspeitas. 
Trata-se de novidade muito importante no Novo Código de Processo Civil, a consagrar 
o princípio da cooperação na prática processual, evitando desperdício de tempo por parte de 
todos os sujeitos processuais e focalizando na resolução do mérito da questão objeto de 
análise. 
O Art. 455 do Novo Código estabelece expressamente que “cabe ao advogado da 
parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da 
audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo”. O § 1° do mesmo dispositivo ainda 
acrescenta que essa intimação deverá ser realizada por carta (com AR), cumprindo ao 
advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 03 dias da data da audiência, 
cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento. 
Por fim, poderá, ainda, a parte, comprometer-se a levar a testemunha arrolada 
independentemente de intimação, tal como ocorre atualmente no âmbito dos Juizados 
Especiais Cíveis (Lei Federal n° 9.099/95, art. 34, caput), presumindo-se, entretanto, caso a 
testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição. 
Observa-se, diante disso, que o Novo Código de Processo Civil buscou prestigiar a 
celeridade e a boa-fé processuais, assim como, novamente, a cooperação dos sujeitos 
processuais, que se tornam responsáveis por levar as testemunhas arroladas à audiência de 
instrução, evitando-se o recurso à burocracia estatal. 
Por fim, interessante alteração permitirá, segundo o Art. 459 do Novo Código, que as 
perguntas sejam formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a 
arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação 
com as questões de fato objeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já 
respondida. 
Como já preconizava a doutrina: “ora, se no processo penal, onde as garantias para o 
acusado são observadas com ainda mais atenção, permite-se a inquirição direta pelas partes, 
nada justifica que se mantenha essa formalidade obsoleta no processo civil.” (DIDIER JR., 
Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual civil. 7. ed. Salvador: 
JusPodivm, 2012,p. 221). 
 
09/05/2016 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 31 
 
 Até o presente momento durante o módulo cognitivo nosso processo já passou por 
diversas fases (Fase Postulatória / Fase Saneadora / Fase Instrutória / Fase Decisória), agora 
passaremos para o módulo executivo do processo que consiste na Fase de Cumprimento de 
Sentença. 
FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 Conforme dispunha o Art. 475-J do CPC/73 a Fase de Cumprimento de Sentença 
somente se iniciava nos casos onde o Juiz condenasse o Réu a pagar uma quantia em dinheiro 
(líquida), senão vejamos: 
Art. 475-J, CPC/73 – Caso o devedor, condenado ao pagamento de 
quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de 
quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no 
percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado 
o disposto no art. 614 inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de 
penhora e avaliação. 
O Novo Código de Processo Civil admite a inauguração da fase de cumprimento de 
Sentença em qualquer Sentença condenatória, possuindo variáveis conforme a obrigação que 
o Réu for condenado (Obrigação de Fazer, Não Fazer ou de Dar), estando elas previstas a partir 
do Art. 513 do NCPC. 
 Nos casos em que a condenação envolver a obrigação de pagar quantia certa, como é 
o nosso caso, o cumprimento de sentença é regulado a partir do Art. 520 do NCPC, sendo que 
o dispositivo abaixo é o que retrata o antigo Art. 475-J do Código Revogado. 
Art. 523, NCPC – No caso de condenação em quantia certa, ou já 
fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela 
incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a 
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o 
débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 
Conforme disposição legal acima, caso o Devedor não cumpra com a obrigação 
espontaneamente, o legislador não abriu mão do princípio do dispositivo para inaugurar a Fase 
de Cumprimento de Sentença, ou seja, é condicio sine qua non o Requerimento do Credor, 
para iniciar a referida fase, não podendo o Juiz agir de ofício. 
 Este Requerimento é bastante simples e, contém o formato idêntico as demais peças 
já realizadas, ou seja: 
 Endereçamento – deve ser realizado para o juízo da causa; 
 Preâmbulo – quem o inaugura é o credor, que deve sempre estar 
representando pelo seu advogado, salvo se ele (credor) possuir capacidade postulatória, deve 
fazer referencia sobre em face de quem a petição esta sendo proposta e por fim fazer menção 
ao Requerimento do Início da Fase de Cumprimento de Sentença. 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 32 
 
 Tópicos – primeiramente faz-se um brevíssimo resumo dos acontecimentos no 
processo, incluindo os parâmetros fixados na sentença e na sequencia apresenta-se os cálculos 
para pagamento dentro de 15 dias somente com a correção monetária e os juros fixados pelo 
Juiz na Sentença e os honorários advocatícios, sem fazer incidir a multa de 10% sobre o valor 
da causa e 10% de honorários advocatícios e um segundo cálculo para pagamento após este 
prazo, com incidência das multas acima. 
 Ex. “Tendo em vista o não pagamento espontâneo por parte do Devedor até o 
presente momento, apresenta-se os cálculos para dar início a fase de cumprimento de 
Sentença”. 
 Assim, ao ser intimado se o Devedor pagar dentro do prazo, só incide o valor 
estipulado pelo Juiz na Sentença, agora se ele não pagar neste prazo, incidirão as multas. 
 Pedido - neste tópico requer-se o início da Fase de cumprimento de Sentença, 
que o Devedor seja intimado a pagar dentro do prazo legal, sob pena de incidir as multas já 
explicadas e para que o Oficial de Justiça penhore quantos bens foremnecessários para o 
cumprimento da obrigação. 
 Fecho – local, data e assinatura. 
Insta salientar que a intimação do Devedor se dá por intermédio da pessoa do 
advogado, salvo se o Credor demorar mais de 1 (um) ano para iniciar a Fase de Cumprimento 
de Sentença, ocasião em que o Réu deverá ser intimado pessoalmente. 
o IMPUGNAÇÃO DO DEVEDOR 
No caso que estamos trabalhando, os autos estão preparados para oferecimento do 
meio de defesa do Devedor, uma vez que: 
A parte contraria não se ateve aos parâmetros fixados pelo Juiz na Sentença 
para calcular os valores a serem pagos pelo Devedor, o que caracteriza excesso 
de execução (Art. 525, §1°, V, NCPC) que autoriza a impugnação; e 
O Oficial de Justiça penhorou a única Ambulância da Lupimed Presidente 
Prudente, ordenando que ela fosse recolhida ao pátio e a avaliou em cerca de 
R$ 90 mil reais, no entanto, ela vale aproximadamente R$ 1 milhão de reais, o 
que caracteriza avaliação errônea (Art. 525, §1°, IV, NCPC) e também autoriza 
a propositura de impugnação. 
 Sendo assim, genericamente falando, a Impugnação deve conter endereçamento e 
preâmbulo, nos mesmos moldes que fizemos na Contestação. 
 As matérias que autorizam a propositura da Impugnação do Devedor encontram-se 
elencadas nos incisos do §1° do Art. 525 c/c o Art. 917, §2° (explica o que vem a ser excesso 
de execução) ambos no NCPC, que transcrevemos abaixo: 
Art. 525, §1°, NCPC – Na impugnação, o executado poderá alegar: I – falta ou 
nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
PRATICA CIVIL I 
 
Kleber Luciano Ancioto Página 33 
 
II – ilegitimidade de parte; III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da 
obrigação; IV – penhora incorreta ou avaliação errônea; V – excesso de 
execução ou cumulação indevida de execuções; VI – incompetência absoluta 
ou relativa do juízo da execução; VII – qualquer causa modificativa ou extintiva 
da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou 
prescrição, desde que supervenientes à sentença. 
Art. 917, §2°, NCPC – Há excesso de execução quando: I – o exequente 
pleiteia quantia superior à do título; II – ela recai sobre coisa diversa daquela 
declarada no título; III – ela se processa de modo diferente do que foi 
determinado no título; IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe 
corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; V – o 
exequente não prova que a condição se realizou. 
 Por fim devemos suscitar o Efeito Suspensivo, previsto no §6° do Art. 525 do NCPC, 
uma vez que a regra é de que a impetração da Impugnação não suspende a execução, senão 
vejamos: 
Art. 525, §6°, NCPC – A apresentação de impugnação não impede a prática 
dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a 
requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, 
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus 
fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for 
manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou 
incerta reparação. 
 Portanto, há a necessidade de demonstrarmos a verossimilhança das alegações e 
ainda o perigo do dano para o executado. 
 Neste sentido, a Ambulância penhorada e recolhida ao pátio atrapalha, por ser a única 
equipada com todos os aparelhos de uma UTI atrapalha imensamente a atividade empresarial, 
por tal razão, é importante requeremos o efeito suspensivo e a restituição do bem. 
 Por fim no pedido devemos requerer que sejam ajustados os valores da execução aos 
cálculos apresentados na Impugnação, a devolução do bem penhorado e a concessão do efeito 
suspensivo durante o tramite da Impugnação. 
 
16/05/2016 
 Prova 7,0 
Parte Processual  Procedimento Comum (Petição Inicial a Fase de Cumprimento de 
Sentença) 
Peças  Contestação / Réplica / Impugnação 
Direito Material  Responsabilidade Civil.

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