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APOSTILA COMPLETA CONTABILIDADE FINANCEIRA

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Professores conteudistas: Maria José Teixeira / Alexandre Saramelli
Maria José Teixeira
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de São Paulo, Graduada em Ciências Contábeis pela 
Universidade Católica de São Paulo, Licenciatura pela Faculdade de Educação Campos Salles e Curso de Controladoria, 
Controle de Custos e Orçamentos - Programa de Educação Continuada para Executivos - pela Fundação Getúlio Vargas.
Experiência na área de Contabilidade Societária, Contabilidade Tributária, Custos e Controladoria exercendo 
diversas funções de coordenação, contadora e gerente de contabilidade em grandes grupos empresariais nacionais e 
multinacionais.
Experiência na área acadêmica atuando nas disciplinas de Contabilidade em geral, Custos e Análise de Balanços 
em diversas instituições de ensino superior.
Atualmente, professor adjunto I da UNIP - Universidade Paulista, ministrando as disciplinas de Contabilidade 
Societária, Contabilidade Financeira, Contabilidade Pública e Planejamento Contábil Tributário.
Alexandre Saramelli
Nascido na cidade de São Paulo, é contador formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo e 
mestre profissional em Controladoria pela mesma universidade.
Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e grande porte como contador em áreas de custos 
e orçamentos e foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora alemã SAP. Atualmente é professor 
adjunto na Universidade Paulista e consultor empresarial.
Entusiasta de tecnologia da informação e ambientes altamente informatizados, é um incentivador da pesquisa, 
difusão e uso eficiente e intensivo das modernas ferramentas de gestão, “transferência de conhecimento”, ensino a 
distância e audiovisual.
É autor de materiais para ensino a distância, redige livros didáticos e atividades de apoio educacional e instrucional, 
elabora avaliações e grava aulas em estúdio audiovisual, além de ser radialista e apresentador de televisão com DRT.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T266c Teixeira, Maria José.
Contabilidade financeira. / Maria José Teixeira, Alexandre 
Saramelli. – São Paulo: Editora Sol, 2014.
96 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-051/14, ISSN 1517-9230.
1. Contabilidade financeira. 2. Estimativas e provisões. 3. 
Pagamentos. I.Saramelli, Alexandre. II. Título.
CDU 657.15
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Amanda Casale
Sumário
Contabilidade Financeira
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 ESTIMATIVAS E PROVISÕES ..................................................................................................................... 11
1.1 Estimativas como contas redutoras do ativo ............................................................................ 13
1.1.1 Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (ECLD) ...................................................... 14
1.1.2 Estimativa para perdas na realização de investimentos temporários ............................... 23
1.1.3 Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques ...................................................... 29
1.1.4 Estimativa para perdas permanentes ............................................................................................. 33
1.1.5 Depreciação e exaustão ....................................................................................................................... 33
2 DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E PROVISÕES COMO EXIGÍVEIS ........................................................... 35
3 RESERVAS ........................................................................................................................................................... 36
3.1 Reservas versus provisões para contingências ......................................................................... 36
4 FUNDOS ............................................................................................................................................................... 36
Unidade II
5 FOLHA DE PAGAMENTO ................................................................................................................................ 40
5.1 Salário ....................................................................................................................................................... 40
5.2 Remuneração ......................................................................................................................................... 40
5.3 Horas extras e jornada de trabalho ............................................................................................... 41
5.4 Adicional de insalubridade ............................................................................................................... 42
5.5 Adicional de periculosidade ............................................................................................................. 42
5.6 Décimo terceiro salário ...................................................................................................................... 43
5.7 Salário-família ....................................................................................................................................... 43
5.8 Salário-maternidade ........................................................................................................................... 44
5.9 Faltas ao trabalho ................................................................................................................................. 44
5.10 Descanso semanal remunerado ................................................................................................... 45
5.11 Cálculo de horas extras .................................................................................................................... 45
5.12 Férias ....................................................................................................................................................... 45
6 RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO DO INSS, IRRF E CONTRIBUIÇÃO 
SINDICAL DO EMPREGADO ............................................................................................................................. 47
6.1 sociais por parte do empregador ................................................................................................... 48
6.1.1 Vale-transporte ........................................................................................................................................49
6.1.2 Alimentação .............................................................................................................................................. 50
6.2 Contribuição sindical dos empregados ....................................................................................... 51
Unidade III
7 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ............................................................................. 58
8 CASO PRÁTICO .................................................................................................................................................. 66
7
APRESENTAÇÃO
Este livro-texto propõe-se a atingir o objetivo da disciplina Análise de Custos, dentro do contexto do 
curso de Ciências Contábeis que é o de contribuir para o desenvolvimento das competências requeridas 
dos alunos, para que possam exercer o papel de contador, conforme definidas no Projeto Pedagógico 
do Curso/PPC, em consonância com as diretrizes Curriculares Nacionais para Graduação em Ciências 
Contábeis – Resolução CNE/CES 10/2004. 
Mais especificamente, o objetivo traçado para esta disciplina é o de proporcionar meios ao aluno(a) 
para estudar assuntos inerentes à atividade contábil, entre eles, a questão das perdas estimadas 
como contas redutoras do ativo e provisões como contas de passivos, considerando-se o processo de 
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais. Trata, ainda, da contabilização da 
folha de pagamento e seus reflexos nas demonstrações contábeis da empresa, sendo que esta disciplina 
traz ainda a Demonstração do Valor Adicionado.
A contabilidade financeira, de uma forma geral, é conhecida como uma contabilidade dedicada 
ao usuário externo, que vai produzir as Demonstrações Contábeis/Financeiras. Há diversos assuntos e 
temas que devem fazer parte de uma demonstração contábil/financeira e que são estudados ao longo 
de algumas disciplinas do curso de Ciências Contábeis.
Muitos dos termos que são utilizados já foram estudados em outras disciplinas. Aqui, introduzem-se outros 
conhecimentos envolvidos, com destaque absoluto para a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. O objetivo 
é que o aluno conheça como uma empresa deve proceder, de acordo com as leis e das normas contábeis e 
entenda como aplicar esse conhecimento. Para tal, inseriram-se alguns exercícios resolvidos, para que o aluno 
tenha condições de entender o “como fazer”, ao mesmo tempo em que entende o “por que fazer”. 
A maior parte do conteúdo a ser abordado aplica-se a empresas de qualquer porte e/ou ramo 
e, atualmente, com as normas internacionais de contabilidade, em praticamente todos os países do 
planeta. Contudo, há alguns assuntos, como as Reservas e a Demonstração do Valor Adicionado – DVA, 
que são usados normalmente pelas empresas sociedades anônimas e de grande porte. 
Há também o intuito de orientar o aluno em relação ao processo de convergência contábil 
internacional, um grande esforço dos contadores e que está em pleno andamento. Há espaço também 
para lidar com a cultura corporativa, os jargões próprios da área contábil/financeira e administrativa, 
ajudando o estudante a se inserir no mercado de trabalho.
Na elaboração deste livro-texto, seguiram-se orientações do Conselho Federal de Contabilidade e 
da Fundação Brasileira de Contabilidade (Proposta Nacional de Conteúdo para os Cursos de Graduação 
em Ciências Contábeis), do Ministério da Educação (Resolução CNE/CES 10/2004 e Parecer CNE/CES 
269/2004). Além disso, as orientações da Organização das Nações Unidas – ONU, da United Nations 
Conference on Trade and Development – Unctad, da International Accounting Standards Board – IASB 
com as Normas Internacionais de Contabilidade, e da International Federation of Accountants – IFAC 
com as Normas Internacionais de Educação Contábil e os pronunciamentos do Comitê [brasileiro] de 
Pronunciamentos Contábeis – CPC. 
8
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a).
Imagino que você já deva estar bastante ansioso(a) e excitado(a) para começar a estudar esta 
disciplina e não é para menos: trata-se de um dos assuntos que mais atraem a atenção dos contadores. 
Mas é preciso ter cuidado com o nome Contabilidade Financeira, pois nós não iremos tratar apenas de 
assuntos financeiros, empréstimos, financiamentos, juros. O “financeiro” do qual estamos nos referindo 
é uma contabilidade voltada a usuários externos da empresa, que mostra tópicos essenciais para a boa 
administração de uma empresa. Por exemplo, será que a empresa gere bem os seus salários e encargos, 
a sua folha de pagamentos? Essa empresa é lucrativa, mas distribui riqueza para as pessoas?
Surge aqui a necessidade de dizer a verdade, de mostrar o que realmente ocorreu na empresa. Então, 
vamos estudar três tópicos que chamam a atenção para a boa execução dos negócios, justamente por 
serem assuntos que não raramente são difíceis de lidar e envolvem altas somas em dinheiro: estimativas, 
folha de pagamento e demonstração do valor adicionado.
No que se refere às estimativas, sabe-se que as demonstrações contábeis das empresas devem 
retratar o mais fielmente sua realidade econômico-financeira, visto que as informações servirão aos 
mais diversos usuários (governo, acionistas, fornecedores, concorrentes). Os ativos da empresa devem 
estar gravados no balanço patrimonial da companhia pelo seu valor de provável realização, resguardadas 
suas respectivas regras, e todos os seus passivos deverão estar devidamente reconhecidos.
Na unidade I, estudaremos a técnica de constituir as estimativas relacionadas no ativo e as provisões 
registradas no passivo; também delinearemos a diferença entre elas e as chamadas reservas, subgrupo 
do patrimônio líquido.
Na unidade II, veremos as peculiaridades da folha de pagamento de uma empresa com funcionários 
mensalistas.
Na unidade III, será abordada a demonstração do valor adicionado, que se tornou obrigatória com o 
advento da Lei 11.638, de 27 de dezembro de 2007, com efeito a partir de 2008. E, encerrando o livro-
texto, será proposto um exercício que abrangerá todo o conteúdo desta disciplina e que também irá 
requerer os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas até o momento.
Ao final deste estudo, espera-se que você tenha formado habilidades para lidar com esses três 
tópicos de forma natural e saber agir, analisar, fazer julgamentos profissionais. 
Todo e qualquer lugar pode ser um ambiente perfeito para estudar. Mas, para estudar da melhor 
forma possível, cada um tem suas individualidades e manias. Há pessoas que conseguem absorver bem 
um assunto a partir de uma simples leitura. Outros não têm muita paciência para ler e preferem fazer 
exercícios. Há ainda os que têm predileção por livros coloridos, preenchidos com gráficos, elementos 
visuais e resumos, ou aqueles que não gostam de teorias acadêmicas e dão preferência a livros que 
ilustrem exemplos práticos e, assim, retratem o cotidiano empresarial. Desse modo, quando este trabalho 
9
foi elaborado, pensou-se em mesclar estratégias de ensino para que ele se tornasse interessante. No 
entanto, o que viria a ser um conteúdo interessante? O que seria um conteúdo chato? Essas respostas 
dependem de sua postura como aluno. Por isso, a recomendação é: aproveite este livro-texto com olhos 
interessados.
É claro que você é livre para estudar da maneira que achar melhor e que acreditar ser mais eficiente. 
Contudo, sugere-se que, antes de qualquer atitude, seu estudo seja iniciado pela bibliografia. Verifique 
livros, artigos e referências que foram utilizados na elaboração deste livro-texto. Em seguida, percorra 
as unidades, sempre fazendo as atividades propostas.
Esta disciplina vai lhe exigir bastante atenção. Como uma sugestão, recomendo que você refaça 
os exercícios propostos em seu caderno passo a passo, bem longe do livro-texto e depois compare o 
seu exercício com o livro-texto.Recomendo veementemente reservar algumas horas do seu tempo 
exclusivamente para estudar Contabilidade Financeira. E quando eu digo exclusivamente, é exclusivamente 
mesmo, não se dedique a mais nada, (evite atender ao telefone, receber mensagens, conversar com os 
amigos nas redes sociais da internet, deixar a tv ligada em um noticiário, estar próximo a crianças ou 
animais e a outras distrações). Isso pode parecer um absurdo para muitos, ainda mais na nossa era da 
internet, mas você vai ver que os resultados são muito bons!
E para tornar o seu estudo mais agradável e prazeroso, recomendo escutar música clássica! Isso 
mesmo, estudos internacionais tem mostrado que a música clássica é excelente nesse sentido! Escolha 
músicas que você goste muito, não necessariamente clássicas, mas evitando músicas que distraiam em 
demasia.
Bom (e entusiasmado) estudo!
 Observação
Interaja sempre com os tutores, com seus colegas e com o professor nos 
fóruns. Além disso, contribua com pesquisas, curiosidades e observações.
1
0
11
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Unidade I
1 ESTIMATIVAS E PROVISÕES 
Como dito anteriormente, as demonstrações contábeis constituem fonte de informação da empresa 
para os mais diversos tipos de interessados.
É por meio do balanço patrimonial, por exemplo, que um potencial acionista poderá constatar os 
direitos e obrigações de uma empresa e o quanto esta poderá lhe render, caso se torne um acionista.
Assim, é de extrema importância que os valores constantes nesse demonstrativo não levem seus 
usuários a engano.
Tomemos como exemplo as contas patrimoniais Duplicatas a receber ou Clientes. Tais contas 
representam valores a serem recebidos pela empresa, seja por mercadorias, produtos ou serviços 
vendidos/prestados a prazo, ou ainda pela venda de qualquer outro direito ou bem vendido a 
prazo.
Ainda que de fato a empresa tenha esses valores a receber, representando, supostamente, ingressos 
em seu caixa, a prática comercial indica que há a possibilidade de que “dentro” dessa conta clientes 
inadimplentes estejam presentes. Em outras palavras, é possível que o valor a receber não seja 
efetivamente recebido de clientes que estejam em precária situação financeira.
Conhecendo tal situação, não pode a empresa deixar de apresentar uma estimativa de modo a 
corrigir tal conta ao seu provável valor de realização, de recebimento.
 Observação
É muito comum as pessoas confundirem as palavras provisão e previsão. 
O termo previsão não é uma nomenclatura contábil. Quando há uma 
situação de dúvida, os contadores não realizam um trabalho de “previsão”, 
como na meteorologia, realizam um trabalho com dados conhecidos no 
momento, para “prover”, preparar a empresa. 
Portanto, não se usa a palavra previsão! E, com as IFRS, utilizamos a 
expressão “estimativa”. 
O mesmo ocorre quanto aos passivos da empresa. Supondo que a empresa seja parte em um 
processo judicial trabalhista, em que a probabilidade de ser vencida é provável e o valor a ser 
12
Unidade I
despendido é mensurável com suficiente segurança, tal valor deverá constar em seu passivo por 
meio de uma estimativa.
As expectativas de perdas de ativos ou estimativas de valores a desembolsar que, apesar de 
financeiramente ainda não efetivadas, derivam de fatos geradores contábeis já ocorridos, isto 
é, dizem respeito a perdas economicamente incorridas (como a depreciação, a perda de valor 
de investimentos, o provável não recebimento de créditos, a estimativa de não recuperação de 
valores aplicados nos estoques etc.).
Assim temos: estimativas de perdas que reduzem o valor do ativo, ou estimativas que aumentam as 
obrigações (exigibilidades) da empresa.
À medida que deixam de ser estimativas, isto é, expectativas de perda de ativos ou expectativa de 
obrigações, tornando-se totalmente definidas, o procedimento contábil correto é abandonar o conceito 
de estimativa, visto que obrigações, quando se tornam líquidas e certas, não são estimativas e sim 
passivos genuínos (por exemplo, salários a pagar, ICMS a recolher).
É de fundamental importância a constituição de estimativas e provisões, de modo que se atenda aos 
“Princípios de Contabilidade (PC)” da Oportunidade, Competência e Prudência.
Conforme a Resolução CFC nº 1282/10, segue a definição dos princípios em referência:
Art. 6º. O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração 
e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações 
íntegras e tempestivas. 
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção 
e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua 
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e 
a confiabilidade da informação. 
[..]
Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das 
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se 
referem, independentemente do recebimento ou pagamento. 
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade 
da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”
Art. 10 O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor 
para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre 
que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação 
das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
13
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo 
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas 
em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não 
sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, 
atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais.
 Observação
Se o profissional da contabilidade não conhece o mercado e as 
práticas do ramo de negócio, é natural que ele seja mais precavido e aja 
com cautela. Isso porque os mercados de uma forma geral costumam ser 
hostis. Entretanto, se o contador conhece o mercado específico do ramo de 
negócios, os players, acompanha detalhes da operação, tende a ser menos 
conservador. É o que se chama de “conservadorismo responsável”.
1.1 Estimativas como contas redutoras do ativo
Há determinados bens ou direitos classificados no ativo cujo valor real de realização é menor do 
que aquele destacado contabilmente. Daí a necessidade de se constituir uma estimativa para reduzi-lo a um 
valor que efetivamente possa ser realizado.
As estimativas que reduzem o ativo são, obviamente, contas credoras, visto que corrigem o saldo do 
ativo que tem natureza devedora. A contrapartida na constituição de uma estimativa ativa será sempre 
uma conta de despesa ou custo, indedutível para fins de cálculo do resultado tributável de imposto de 
renda e contribuição social.
Como espécies de estimativas redutoras do ativo, temos:
Conta/Grupo do ativo Estimativa
Clientes Estimativa para créditos de liquidação duvidosa
Investimentos temporários Estimativa para perdas na realização de investimentos
Estoques Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques
Investimentos avaliados pelo custo Estimativa para perdas permanentes
Imobilizado Depreciação e exaustão
Intangível Amortização
A seguir, estudaremos cada uma das estimativas redutoras do ativo.
14
Unidade I
1.1.1 Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (ECLD)
Essa estimativa, também denominada Estimativa para Devedores Duvidosos, é constituída em função da 
expectativa de perdas que a empresa suscita que possam ocorrer em virtude de ter efetuado vendas a prazo 
(fato gerador contábil) e da possibilidade de nem todos os devedores honrarem seus compromissos.
Assim, as contas a receber devem ser avaliadas por seu valor líquido de realização, ou seja, 
pelo produto final em dinheiro ou equivalenteque se espera obter. Para tanto, devem-se baixar as 
contas prescritas e constituir uma Estimativa para Crédito de Liquidação Duvidosa para cobertura 
das perdas esperadas na cobrança das contas a receber, motivo pelo qual essa estimativa é 
classificada como redução das contas a receber, para serem apresentadas por seu valor líquido 
realizável.
É nesse sentido que o inciso I do art. 183 da Lei nº 6.404/76, com alterações introduzidas pela 
Lei nº 11.638/07, estabelece os critérios de avaliação desse ativo, indicando que serão excluídos 
os direitos e títulos de créditos já prescritos, sendo feitas as estimativas adequadas para ajustá-lo 
ao valor provável de realização.
A empresa, para estimar o valor de perda provável na realização de suas “contas a receber”, 
“duplicatas a receber” ou “clientes”, considera, por exemplo, aspectos peculiares de sua clientela, 
a conjuntura econômica do momento em que se está estimando o risco e o ramo de negócios em 
que atua, entre outras variáveis. Há que se adotar um mecanismo de cálculo para a estimativa 
que melhor reflita o que realmente pode vir a ocorrer em termos de perdas no recebimento, 
considerando a experiência anterior da empresa com relação a prejuízos no recebimento de seus 
créditos. O critério adotado pode ser, portanto, diferente para cada empresa.
De acordo com a Lei nº 9.430/96 (IN SRF 93/97), a despesa oriunda da constituição da estimativa 
para créditos de liquidação duvidosa não é dedutível para fins de apuração da base tributável em 
imposto de renda e contribuição social, devendo ser adicionada no Livro de Apuração do Lucro 
Real – Lalur. Entretanto, quando as perdas forem efetivadas, de acordo com a legislação fiscal, 
as perdas de créditos poderão ser registradas como dedutíveis (Regulamento do Imposto de 
Renda/1999, art. 340, § 1º):
I. Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, mediante sentença 
emanada do Poder Judiciário.
II. Sem garantia de valor:
a. Até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados 
os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
b. Acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano, 
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém 
mantida a cobrança administrativa.
15
CONTABILIDADE FINANCEIRA
c. Acima de R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os 
procedimentos judiciais para o seu recebimento.
III. Com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos 
judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias.
IV. Contra o devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente 
à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar. Caso a pessoa jurídica 
concordatária não honre o compromisso do pagamento de parcela do crédito, esta também 
poderá ser deduzida como perda, observadas as condições gerais para dedução das perdas (IN SRF 
nº 93 de 1997).
Para efeito da legislação fiscal, entende-se por créditos com garantia aqueles provenientes de vendas 
com reserva de domínio1, alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais, 
conforme dispõe o art. 340, § 3º do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99).
Aplicando todo o exposto de maneira prática, temos:
1. Exemplo de cálculo para constituição da Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa 
e contabilização
Suponha que uma empresa utilize, como forma de estimar suas perdas, um percentual que 
considera sua experiência no recebimento de créditos provenientes de vendas realizadas a prazo 
durante os últimos três anos. 
 Lembrete
Essa Estimativa deve ser razoável, feita de acordo com a experiência 
e intuição. Por isso, é importante que o Contador conheça o ramo de 
negócios e as atividades da empresa em específico, o que irá diminuir o 
conservadorismo “condicional”
1 A fim de elucidar tais garantias citadas no art. 340 do RIR/99,tem-se que no contrato de compra e venda com 
reserva de domínio a propriedade do bem permanece com o vendedor até que o comprador pague de forma integral o 
devido.
Já na alienação fiduciária, percebe-se a figura de três sujeitos envolvidos no negócio: o vendedor, o comprador e 
uma instituição financeira. Delineiam-se duas relações jurídicas: uma entre vendedor e comprador e outra entre comprador 
e o agente fiduciário. Assim, o vendedor recebe o preço à vista e o comprador transfere a propriedade do bem à instituição 
financeira – uma vez que foi esta última quem pagou o preço da coisa – como garantia, até que se extinga a obrigação.
As outras garantias reais citadas no artigo em comento são: penhor, anticrese, hipoteca e alienação fiduciária em 
garantia. Penhor: bem móvel que o devedor entrega ao credor como garantia da dívida. Anticrese: cessão de um bem do 
devedor ao credor, para seu uso ou aluguel, até receber os rendimentos para cobrir a dívida. Hipoteca: o bem imóvel em 
posse do devedor, garantindo a dívida para o credor.
16
Unidade I
Durante X8, a empresa realizou um total de $ 100.000 de vendas a prazo. Como as vendas se 
referem ao período de X8, é nesse ano que deverá ser constituída a estimativa para fazer face 
às perdas que poderão ocorrer no período seguinte – X9, observando, portanto, o regime de 
competência.
Ano Vendas a prazo
Perda com devedores 
duvidosos % das perdas sobre vendas
X7 80.000 640 0,8% (640 / 80.000)
X6 50.000 310 0,62% (310 / 50.000)
X5 40.000 240 0,60% (240 / 40.000)
Totais 170.000 1.190 0,70% (1.190 / 170.000)
A fim de se constituir a estimativa, deve-se proceder ao seguinte cálculo:
Vendas a prazo de X8 $ 100.000
% sobre as vendas x 0,007
Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa = $ 100.000 x 0,007 = $ 700.
O lançamento contábil de constituição da estimativa é:
Lançamento 1
D – Despesas com Estimativa para Créditos
 de Liquidação Duvidosa 700
C – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa (conta redutora do ativo) 700
2. Baixa de títulos incobráveis
Quando se torna efetiva a perda estimada dos créditos gerados no período anterior, a contabilidade 
deve providenciar a baixa do título. Continuando o exemplo anterior, suponha que da estimativa 
constituída em X8, no valor de $700, de fato não foram recebidos em X9, $ 300. A contabilidade deverá, 
portanto, em X9 providenciar a baixa do título por meio da seguinte partida de diário:
Lançamento 2
D – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa 300
C – Clientes / Duplicatas a receber – Cia. Luz 300
17
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Existe a possibilidade de a empresa ter baixado um título considerado incobrável e, posteriormente, 
o cliente saldar sua dívida. Nesse caso, houve uma recuperação de crédito baixado e esta deverá ser 
registrada na conta de resultado (outras receitas operacionais). O nosso cliente Cia. Luz resolve quitar 
sua dívida, porém, por já ter sido baixado esse direito, devemos assim registrar essa operação:
Lançamento 3
D – Caixa 300
C – Outras receitas operacionais
 (recuperação de créditos) 300 
3. Reversão do saldo da conta Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa
Pode ocorrer que a estimativa com perdas no recebimento de créditos tenha sido constituída 
por um valor maior do que o das perdas efetivas, restando, ao final do exercício, o saldo não 
utilizado. Ainda considerando o exemplo anterior, percebe-se que restou um saldo não utilizado 
de $ 400 ($ 700 – $ 300).
O procedimento considerado tecnicamente o mais correto a ser adotado, neste caso, é reverter o 
saldo da conta de modo a “zerá-la” e constituir a estimativa para o ano seguinte. O lançamento a ser 
efetuado seria:
Lançamento 4
D – Estimativa para Créditos de Liquidação 
 Duvidosa(conta redutora do ativo) 400
Lançamento 5
C – Reversão de Estimativa para Créditos de
 Liquidação Duvidosa (conta de resultado) 400
Outra tratativa possível para o saldo não utilizado seria complementá-lo com a estimativa a ser 
constituída para o ano seguinte. Assim, se a estimativa para o ano seguinte fosse de $ 900, por exemplo, 
haveria apenas a complementação de $ 500. E, nesse caso, o lançamento contábil a ser efetuado seria:
D – Despesas com Estimativa para Créditos
 de Liquidação Duvidosa 500
C – Estimativa para Créditos de Liquidação
 Duvidosa (conta redutora do ativo) 500
Entretanto, assim como pode ocorrer da estimativa de perdas ter sido constituída por um valor maior 
que o suficiente para cobrir as perdas com recebimento de créditos, o contrário também é verdadeiro, 
18
Unidade I
isto é, pode ocorrer de o saldo estimado ter sido insuficiente para cobrir as perdas efetivas. Desse 
modo, o procedimento a ser adotado é o lançamento diretamente para despesa, que acarretará efeito 
no resultado do exercício em que se observou a perda efetiva no recebimento de créditos devido à 
insuficiência da estimativa. O lançamento contábil, nesse caso, será:
D – Perdas com incobráveis (despesas de vendas)
C – Duplicatas a receber / Clientes
Despesas com estimativa
para créditos de liquidação 
duvidosa
Estimativa para créditos de 
liquidação duvidosa
(1) 700 (2) 300 700 (1)
(4) 400 400
Duplicatas a receber - Cia. Luz Caixa
SI 300 300 (2) (3) 300 
Outras receitas operacionais 
(recuperação de créditos)
Reversão de estimativa para 
créditos de liquidação duvidosa
 300 (3) (3) 300 400 (4) 
Considerando a situação de completar a Estimativa (sendo assim, não haveria o lançamento 4), 
voltaremos com o saldo da Estimativa em 400
Despesas com estimativa 
para créditos de liquidação 
duvidosa
Estimativa para créditos de 
liquidação duvidosa
(5) 500 (2) 300 700 (1) 
400 
 500 (5) 
 
Exercício resolvido
Foi estimado, em 31/12/X7, que os débitos incobráveis da empresa Fonte S/A, nos últimos três anos, 
correspondiam a 1,5% das vendas a prazo. Nesse dia, o saldo da conta Estimativa para créditos de liquidação 
duvidosa, antes de ser ajustado, era de $ 98.270. As vendas a prazo, nesse mesmo ano, totalizaram 
$ 10.570.000.
Propositadamente, não informamos os saldos iniciais para as contas de Duplicatas a receber e Caixa, 
uma vez que o assunto abordado é o estudo sobre a Estimativa para créditos de liquidação duvidosa.
Durante X8, ocorreram as seguintes transações:
19
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Janeiro – Foi recebida a notícia de que a empresa Abaeté Ltda. havia falido e, portanto, não pagaria 
seu débito. Abaeté Ltda. devia uma duplicata no valor de $ 13.200.
Março – A empresa Iguape Ltda. enviou um cheque no valor de $ 2.810. Sua conta havia sido 
considerada incobrável e baixada em X7.
Abril – A empresa Luna Ltda. pagou $ 75.000, que foram creditados em sua conta cujo saldo 
devedor era de $ 91.300. Seus negócios não iam bem e a cobrança do restante da dívida foi considerada 
totalmente impraticável.
Julho – O débito da empresa Amaralina & Cia., no total de $ 6.780, foi baixado como incobrável.
Agosto – O administrador da empresa Azul Ltda. informou à empresa Fonte S/A que seu sócio fugira 
com o dinheiro de sua empresa e, por conseguinte, seria forçado a encerrar seu negócio sem condições 
para liquidar seu débito de $ 4.300. Investigações posteriores confirmaram tais informações.
Novembro – Foram recebidos $ 1.100 do administrador da empresa Azul Ltda. por ter sido recuperada 
uma parte do dinheiro roubado por seu sócio.
Dezembro – Várias duplicatas, de diversos clientes, no total de $ 9.800, foram baixadas como 
incobráveis. As vendas a prazo do exercício de X8 somaram $ 17.600.000, e será utilizado o mesmo 
percentual de 1,5% para nova constituição da Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa (ECLD).
 Observação
Observe que problemas gravíssimos os clientes da empresa do nosso 
exemplo se depararam! Poderíamos, como profissionais, orientar aos 
gestores e proprietários para que realizem uma seleção mais cuidadosa 
de clientes, mas há situações e/ou ramos de negócios onde isso é muito 
difícil e mesmo com problemas dessa natureza há interesse ou necessidade 
em fornecer. Então, é necessário acompanhar, verificar em que grau essas 
situações ocorrem para bem informar nas demonstrações financeiras e nas 
notas explicativas.
Pede-se:
I- Preparar as partidas de diário para ajustar a conta estimativa para devedores duvidosos em 
31/12/X7.
a. Reverter o saldo não utilizado.
b. Ou complementar o saldo não utilizado com a nova estimativa para o ano seguinte.
20
Unidade I
II - Fazer as partidas de diário das operações e de ajustes da conta de estimativa relativas a X8.
III – Encerrar a(s) conta(s) de resultado(s) e apurar o ARE – Apuração do Resultado do Exercício
Observação: transportar as partidas de diário para o razão.
Resolução
I- Preparar as partidas de diário para ajustar a conta estimativa para devedores duvidosos em 
31/12/X7.
Em 31/12/20X7 restava na conta ECLD um saldo não utilizado de $ 98.270. A estimativa para as 
perdas que poderão ocorrer no ano seguinte sobre as vendas a prazo realizadas em 20X7 é de $ 158.550 
($ 10.570.000 x 0,015). Os procedimentos a serem adotados quanto ao saldo não utilizado são os 
seguintes:
Lançamento 1
D – ECLD (conta redutora do ativo) 98.270
C – Reversão de estimativa (conta de resultado) 98.270
Constituição da nova estimativa considerando as vendas a prazo realizadas em 20X7 que serão 
recebidas em 20X8:
$ 10.570.000 x 0,015 = 158.550
Lançamento 2
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 158.550
C – ECLD (conta redutora do ativo) 158.550
Saldo não utilizado = $ 98.270
Estimativa para 20X9 = $ 158.550
Complemento da estimativa = $ 158.550 - $ 98.270 = $ 60.280
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 60.280
C – ECLD (conta redutora do ativo) 60.280
21
CONTABILIDADE FINANCEIRA
II - Fazer as partidas de diário das operações e de ajustes da conta de Estimativa relativas a X8.
Janeiro – Foi recebida a notícia de que a empresa Abaeté Ltda. havia falido e, portanto, não pagaria 
seu débito. Abaeté Ltda. devia uma duplicata no valor de $ 13.200.
Lançamento 3
D – ECLD (conta redutora do ativo) 13.200
C – Duplicatas a receber 13.200
Março – A empresa Iguape Ltda. enviou um cheque no valor de $ 2.810. Sua conta havia sido 
considerada incobrável e baixada em X7.
Lançamento 4
D – Caixa/Bancos 2.810
C – Recuperação de créditos 2.810
Comentário: Nesse caso, não há que se creditar a conta Duplicatas a receber, visto que esse 
procedimento já foi adotado quando o crédito foi considerado incobrável em X7.
D = ECLD (conta redutora do ativo)
C = Duplicatas a Receber
Abril – A empresa Luna Ltda. pagou $ 75.000 dos $ 91.300 que devia à empresa Fonte Ltda. Seus 
negócios não iam bem e a cobrança do restante da dívida foi considerada totalmente impraticável.
Lançamento 5
D – Caixa/Bancos 75.000
D – ECLD (conta redutora do ativo) 16.300
C – Duplicatas a receber 91.300
Julho – O débito da empresa Amaralina & Cia., no total de $ 6.780, foi baixado como incobrável.
Lançamento 6
D – ECLD (conta redutora do ativo) 6.780
C – Duplicatas a receber 6.780
22
Unidade I
Agosto – O administrador da empresa Azul Ltda. informou à empresa Fonte S/A que seu sócio fugira 
com o dinheiro de sua empresa e, por conseguinte, seria forçado a encerrar seu negócio sem condições 
para liquidar seu débito de $ 4.300. Investigações posteriores confirmaram tais informações.
Lançamento 7
D – ECLD (conta redutora do ativo) 4.300
C – Duplicatas a receber4.300
Novembro – Foram recebidos $ 1.100 do administrador da empresa Azul Ltda. por ter sido recuperada 
uma parte do dinheiro roubado por seu sócio.
Lançamento 8
D – Caixa/Bancos 1.100
C – ECLD (conta redutora do ativo) 1.100
Quando um crédito é considerado incobrável e a recuperação deste crédito ocorre no mesmo exercício 
social, podemos creditar a conta redutora do ativo fazendo uma espécie de estorno do lançamento.
Dezembro – Várias duplicatas, de diversos clientes, no total de $ 9.800, foram baixadas como 
incobráveis. As vendas a prazo do exercício de X8 somaram $ 17.600.000.
Lançamento 9
D – ECLD (conta redutora do ativo) 9.800
C – Duplicatas a receber 9.800
Constituição da estimativa sobre as vendas a prazo realizadas em 20X8 a serem recebidas em 20X9:
Antes de constituirmos a ECLD referente às vendas a prazo realizadas em 20X8 a serem recebidas em 
20X9, há que se verificar se há saldo não utilizado de Estimativa para Créditos de Liquidação Duvidosa 
em 31/12/20X8. No exemplo, o saldo não utilizado é de $ 109.270. Logo, considerando o lançamento de 
reversão, temos:
Lançamento 10
D – ECLD (conta redutora do ativo) 109.270
C – Reversão do saldo não utilizado de ECLD
 (conta de resultado) 109.270
23
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Para constituir a ECLD para o ano seguinte, vejamos:
Vendas a prazo de 20X8 = $ 17.600.000
Base da estimativa = 1,5% sobre as vendas a prazo
ECLD = $ 17.600.000 x 0,015 = $ 264.000
Lançamento 11
D – Despesas com constituição de ECLD
 (conta de resultado) 264.000
C – ECLD (conta redutora do ativo) 264.000
Duplicatas a receber Caixa ECLD Reversão de ECLD
xxxxxxxxxx 13.200 (3) xxxxxxxxxx 98.270 S.I. 98.270 (1)
(5) 75.000 2.810 (4) (4) 2.810 (1) 98.270 (a) 98.270
 91.300 (5) (8) 1.100 0 
 6.780 (6) 158.550 (2) 109.270 (10)
 4.300 (7) (3) 13.200 1.100 (8) 
 9.800 (9) (5) 16.300 (b) 109.270
 (6) 6.780 
 (7) 4.300 
 (9) 9.800 
 50.380 159.650 
 109.270 
 (10) 109.270 
 
 264.000 (11) 
Despesa com ECLD Recuperação de Créditos Resultado 2007 Resultado 2008
(2) 158.550 2.810 (4) (c) 158.550 98.270 (a) (d) 264.000 109.270 (b)
 158.550 (c) (d) 2.810 154.730 
 60.280 
(11) 264.000 
 
 264.000 (d) 
1.1.2 Estimativa para perdas na realização de investimentos temporários
Resguardadas as devidas exceções, a maior parte das empresas direciona suas atividades para a 
consecução de resultados positivos, lucro. Assim, na existência de excesso de recursos disponíveis, as 
empresas passam a diversificar suas fontes de rendimento que não aquelas diretamente ligadas a sua 
24
Unidade I
atividade principal. Procuram então aplicar tais recursos em diversos tipos de títulos e formas disponíveis 
no mercado para aplicações, tais como:
•฀ fundos฀de฀aplicação฀imediata;
•฀ títulos฀do฀Banco฀Central;
•฀ títulos฀do฀Tesouro฀Nacional;
•฀ depósitos฀a฀prazo฀ixo;
•฀ certiicados฀de฀depósito฀bancário;
•฀ ações฀adquiridas฀ou฀cotadas฀na฀Bolsa฀de฀Valores;
•฀ aplicações฀temporárias฀em฀ouro;
•฀ fundos฀de฀investimentos฀de฀renda฀ixa฀ou฀variável;
•฀ letras฀de฀câmbio;
•฀ debêntures;
•฀ notas฀promissórias฀(commercial papers).
De forma geral, os tipos de títulos mencionados rendem dividendos, juros e correção monetária, 
prefixada ou não. O prazo de resgate também pode variar bastante, indo desde aplicações de poucos 
dias até aplicações de um ou dois anos.
No caso de ações, ouro e fundos, o rendimento (ou prejuízo) é representado pela variação nas 
cotações entre a compra e a venda.
Títulos e valores mobiliários do ativo circulante que tiverem seus valores de mercado diferentes dos 
seus valores contábeis (registrados no balanço patrimonial) devem ser indicados em notas explicativas.
Em face das possibilidades existentes e considerando o disposto no art. 179 da Lei das S/A, temos:
1. Os investimentos em títulos de liquidez imediata, como as aplicações de poucos dias (aplicações 
de liquidez imediata), devem ser classificados dentro do subgrupo Disponível.
2. Títulos e valores mobiliários, isto é, aplicações em títulos com prazo de resgate no curso do exercício 
social subsequente (até 360 dias após a data do balanço), devem ser classificadas em subgrupo à 
parte no Ativo Circulante.
3. Títulos e valores mobiliários que são as aplicações temporárias classificáveis a longo prazo, com 
prazo de resgate superior a 360 dias da data do balanço, devem ser classificados no subgrupo 
Investimentos Temporários a Longo Prazo.
25
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Critérios de avaliação
Conforme art. 183, I da Lei das S/A: “As aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, 
e em direitos e títulos de crédito, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo serão 
avaliadas:
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para 
venda e (redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941/09);
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais 
ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso 
das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito (incluída pela Lei nº 11.638, de 2007).
Para efeitos do disposto no art. 183, considera-se valor justo, conforme elucida o §1º do mesmo artigo:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante 
compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado, 
deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros;
d) dos instrumentos financeiros, o valor que se pode obter em um mercado ativo, decorrente de transação 
não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um 
determinado instrumento financeiro (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007):
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento 
financeiro de natureza, prazo e risco similares (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)
2) o valor presente, líquido, dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, 
prazo e risco similares (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) ou
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos 
financeiros (incluído pela Lei nº 11.638, de 2007)
Aplicações temporárias em ouro
O saldo das aplicações deverá ser ajustado ao valor de mercado, quando este for menor, mediante a 
constituição de estimativa cuja contrapartida, no entanto, não será dedutível para efeito de determinar 
o lucro tributável.
Na hipótese de o valor de mercado do ouro ser inferior ao custo, é necessária a constituição de uma 
estimativa para redução ao valor de mercado, cuja contrapartida não é dedutível para efeitos tributários.
26
Unidade I
Adicionalmente, vale salientar que o mais correto tecnicamente seria sempre manter as aplicações 
temporárias em ouro a valor de mercado.
Aplicações temporárias em ações
Possuem mesmo critério de avaliação do ouro: custo ou mercado, dos dois o menor.
Exemplo: A Varejista S.A. possui uma carteira de ações composta por 300 títulos assim discriminados:
•฀ 100฀ações฀da฀Cia.฀A,฀ao฀custo฀unitário฀de฀$฀2,50;
•฀ 100฀ações฀da฀Cia.฀B,฀ao฀custo฀unitário฀de฀$฀2,70;
•฀ 100฀ações฀da฀Cia.฀C,฀ao฀custo฀unitário฀de฀$฀2,80.
No dia de encerramento do exercício social, os três tipos de ações, A, B, e C estavam cotados ao preço 
de mercado de $ 2,60 por unidade.
Com essas informações, podemos afirmar que, no balanço patrimonial encerrado em 31/12, o saldo 
da conta Investimentos Temporários em Ações seráde $ 770. Vejamos:
Considerando a regra custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, devemos providenciar 
a estimativa para ajuste a valor de mercado das ações da Cia. B e C, uma vez que apresentam custo 
de aquisição superior ao valor de mercado. Para as ações da Cia. A, não há que se fazer estimativa, 
considerando que o custo de aquisição é menor do que o valor de mercado. Esse aumento no valor da 
ação somente será reconhecido quando da alienação dessas ações.
Custo de 
aquisição
Valor de 
mercado
Valor a constar no 
balanço patrimonial
100 ações da Cia. A 250,00 260,00 250,00
100 ações da Cia. B 270,00 260,00 260,00
100 ações da Cia. C 280,00 260,00 260,00
Total 800,00 770,00
Aplicações temporárias em fundos de investimento
De acordo com a Instrução CVM nº 409, de 18/8/04, complementada pelas Instruções 
CVM nºs 411, de 26/11/04, e 413, de 30/12/04, os fundos de investimentos são classificados 
conforme a composição de seu patrimônio, podendo ser: fundo de curto prazo, fundo 
referenciado, fundo de renda fixa, fundo de ações, fundo cambial, fundo de dívida externa, 
fundo multimercado, fundo de investimento para investidores qualificados e fundos de 
investimento em quotas de fundos de investimento.
27
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Os fundos de investimento podem ser constituídos sob duas formas de condomínio: (a) aberto, em 
que os cotistas podem solicitar o resgate de suas quotas a qualquer tempo; ou (b) fechado, em que as 
cotas somente podem ser resgatadas ao término do prazo de duração do fundo.
As aplicações temporárias em fundos de investimento também devem ser avaliadas (para 
sociedades anônimas não financeiras) pelo critério de custo ou mercado, dos dois o menor. Assim, 
o saldo das aplicações em fundos de investimento deverá ser ajustado ao valor de mercado quando 
este for menor que o valor de aquisição das cotas do fundo. As valorizações das cotas do fundo 
somente são contabilizadas como receitas no momento do resgate dos recursos aplicados.
Como esse tipo de investimento representa o emprego temporário de disponibilidades, a redução 
eventual do custo ao mercado não precisa ser feita aplicação por aplicação, mas no global de todas 
as aplicações, pois o princípio não estará prejudicado enquanto o total do valor de mercado de todos 
os títulos não cair abaixo de seu custo total. Dessa forma, considerando que a empresa tenha seu 
excedente de caixa aplicado em diversos tipos diferentes de títulos de renda, a empresa poderá ter 
valores de mercado abaixo do custo corrigido para alguns títulos, sem que haja obrigatoriedade de 
constituir a estimativa, desde que tenha outras aplicações com valores de mercado superiores que 
compensem tais prejuízos.
Exemplo
•฀ Aplicação฀efetuada฀em฀30/9/X0
•฀ Custo฀de฀aquisição:฀$฀700
•฀ Resgate:฀29/3/X1
•฀ Prazo฀de฀aplicação:฀180฀dias
•฀ Valor฀do฀resgate:฀$฀840
•฀ IRRF:฀$฀14,฀a฀compensar฀com฀o฀IR฀devido฀sobre฀o฀lucro฀apurado฀no฀período฀iscal.
Contabilização
Aquisição
D – Investimentos temporários (títulos e
 valores mobiliários) 700
C – Bancos 700
Em 31/12/X0 – Contabilizar a receita proporcional
Receita Total = 840 – 700 = 140 / 180 dias x 92 dias = 72
28
Unidade I
D – Investimentos temporários (títulos e
 valores mobiliários) 72
C – Receitas sobre investimentos temporários 72
($ 72 de receita financeira que reduzirá as despesas financeiras no subgrupo Encargos Financeiros 
Líquidos, que é operacional).
No exercício seguinte, seria reconhecido o rendimento restante de $ 68 na data do resgate 
(caso não se atualizasse a aplicação mensalmente), quando então haveria a retenção do IRRF:
D – Bancos 826
D – IRRF a compensar 14
C – Investimentos temporários 772
C – Receitas financeiras 68
Se, na data do balanço, após a apropriação da receita de $ 72, verificasse que o valor de 
mercado bruto de resgate era de $ 750, havendo ainda uma despesa de corretagem de $ 5, caso 
se efetuasse a venda, teríamos de provisionar:
Valor contábil 772
(-) Valor de mercado 750
(-) Despesas 5 745 
Valor a provisionar 27
O lançamento seria:
D – Receitas financeiras (perda por ajuste
 ao valor de mercado) 27
C – Estimativa para redução ao valor de
 mercado 27
No exercício seguinte, caso o resgate fosse pelo valor previsto no vencimento, haveria a 
reversão do lançamento acima, o que faria com que a receita toda passasse, nesse exercício, de 
$ 68 para $ 95.
Logo, o provisionamento para ajuste ao valor de mercado terá funcionado como forma de postergação 
de parte da receita, pois ela não era totalmente líquida e certa na data do balanço; e esse procedimento 
é totalmente compatível com o conservadorismo.
Lembre-se que essa estimativa deve ser apresentada como conta redutora do investimento 
temporário correspondente.
29
CONTABILIDADE FINANCEIRA
A boa técnica contábil recomenda, vale lembrar, que a apropriação, normalmente efetuada no final 
do exercício, seja feita ao final de cada mês, a fim de que os balancetes mensais já traduzam a situação 
patrimonial da empresa na data, contribuindo para torná-los uma efetiva e confiável ferramenta 
gerencial.
1.1.3 Estimativa para ajuste a valor de mercado dos estoques
O item II do art. 183 da Lei das Sociedades por Ações trata do critério básico de avaliação dos 
estoques, como segue:
Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio 
da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação 
e bens em almoxarifado, (serão avaliados) pelo custo de aquisição ou 
produção, deduzido de estimativa para ajustá-lo ao valor de mercado, 
quando este for inferior.
A estimativa para ajuste de estoque ao valor de mercado não é dedutível para fins de apuração de 
lucro real e para a determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.
A base elementar da contabilização dos estoques é o custo.
No caso de produtos adquiridos para revenda de matérias-primas ou de outros tipos de materiais 
utilizados no processo de produção, tal custo é o de aquisição dos itens acrescidos dos gastos relacionados 
à aquisição e excluídos os tributos recuperáveis. No caso de produtos em processo e acabados, é o custo 
de produção.
Contudo, conforme citado na legislação, e pelos conceitos contábeis, a regra básica de avaliação na 
data do balanço é a do custo ou mercado, dos dois o menor. Quando houver a perda de utilidade ou 
a redução no preço de venda ou de reposição de um item que diminua seu valor recuperável, ou seja, 
de mercado, a um nível abaixo do custo, deve-se então assumir como base final de avaliação tal preço 
de mercado inferior ao custo, mediante uma estimativa, mantendo-se os controles de estoques ao valor 
original de custo.
O método do custo ou mercado, dos dois o menor, tem como finalidade, portanto, eliminar dos 
estoques a parcela dos custos que provavelmente não seja recuperável. A aplicação desse critério 
deve ser na avaliação dos inventários de final de cada ano, para que as perdas resultantes de estragos, 
deterioração, obsolescência, redução na estrutura de preços de venda ou de reposição sejam reconhecidas 
nos resultados do exercício em que tais perdas ocorrerem e não no exercício em que a mercadoria é 
vendida, reposta ou transformada em sucata.
Apuração do valor de mercado
A aplicação do critério de custo ou mercado, dos dois o menor, deve ser feita separadamente para 
cada subconta de estoques.
30
Unidade I
a. Matérias-primas, outros materiais utilizados na produção e almoxarifado de uso geral – 
“preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado” (art. 183, § 1º da Lei das S/A), ou 
seja, será o custo de reposição de cada material, entendendo-se como custo da reposição a compra de 
quantidades usuais em circunstâncias normais.
Exemplo:
Mercadoria QuantidadeCusto médio
Custo 
total
Valor de 
mercado
Unitário 
abaixo do 
mercado
A 2.000 10,00 20.000,00 9,00 1,00
B 1.000 20,00 20.000,00 20,00 -
C 400 10,00 4.000,00 11,00 -
D 2.000 15,00 30.000,00 16,00 -
E 20.000 12,00 240.000,00 11,00 1,00
Conforme o exemplo acima, apenas dois dos materiais possuem valores de mercado abaixo do custo, 
e, como deve prevalecer o menor, constitui-se contabilmente uma estimativa para redução ao valor de 
mercado, a qual será debitada ao resultado e calculada da seguinte forma:
Material Quantidade
Valor unitário 
que prevalece
$
Total
$
Valor 
contábil
$
Diferença (valor 
da estimativa)
$
A 2.000 9,00 18.000,00 20.000,00 2.000,00
E 20.000 11,00 220.000,00 240.000,00 20.000,00
D – Estimativa para ajuste ao valor de mercado
 dos estoques (despesa) 22.000,00
C – Estimativa para ajuste ao valor de mercado
 dos estoques (AC – redutora) 22.000,00
b. Produtos acabados e mercadorias para revenda – nesse caso, o mercado representa o valor 
líquido realizável de cada item, o qual, por sua vez, é apurado pelo valor líquido entre o preço de 
venda do item e as despesas estimadas para vender e receber, entendendo-se como tais as despesas 
diretamente relacionadas com a venda do produto e a cobrança de seu valor, tais como comissões, 
fretes, embalagens, taxas e desconto das duplicatas etc. Despesas do tipo propaganda, despesas gerais, 
administrativas etc., que beneficiam não diretamente um produto, mas genérica e constantemente 
todos os produtos da sociedade, não devem ser incluídas nessa determinação de despesas para vender 
e receber.
31
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Exemplo:
Produtos Quantidade Custo unitário$
Total
$
Preço de venda
$
A 500 7,00 3.500,00 9,00
B 700 15,00 10.500,00 19,00
C 150 23,00 3.450,00 32,00
A apuração é como segue:
A B C
1. Preço de venda
2. Despesas para vender
a) Embalagem
b) Entrega (frete)
c) Comissões
d) Despesas bancárias de cobrança
3. Valor líquido realizável (1 – 2)
4. Custo de fabricação (ou de aquisição)
5. Unitário abaixo do “mercado”
9,00
0,53
0,60
0,80
0,40
2,33
6,67
5,00
x
19,00
0,25
0,40
0,75
1,65
3,05
15,95
17,35
1,40
32,00
0,76
1,23
1,76
0,75
4,50
27,50
26,30
X
Apenas um produto apresentou valor líquido realizável inferior ao custo de fabricação ou compra, 
tornando-se necessária a formação de uma estimativa para ajuste no valor de $ 980,00, ou seja, 700 
unidades a $ 1,40 de custo acima do mercado. No exemplo dado, consideramos que o preço de venda, 
assim como o custo dos produtos, já se encontra sem o ICMS, não havendo, portanto, necessidade de 
deduzir a parcela desse imposto.
A Lei das S/A determina que, nesses casos, entenda-se por valor de mercado “o preço líquido de 
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a 
venda, e a margem de lucro” (alínea b, § 1º, art. 183).
Há que se interpretar aqui o texto legal à base da técnica contábil. Não se aplica pura e 
simplesmente a dedução da margem de lucro como regra, isto é, não se diminui também do preço 
de venda o lucro normal, já que isso simplesmente faz voltar ao custo. A aplicação indiscriminada 
desse critério acaba por fazer a empresa reconhecer prejuízo cada vez que o preço de venda 
cair, para, talvez, reconhecer lucro no exercício seguinte. Por exemplo: um produto costuma ser 
vendido com lucro bruto de 40% sobre o custo e tem despesas de venda de 10% do preço de 
venda. Assim, se ele custar $ 1.000,00, teremos:
32
Unidade I
Preço de venda 1.400,00
Despesas de venda (140,00)
Subtotal 1.260,00
Nesse caso, o lucro, após o cômputo das despesas, passa a ser de $ 260,00 por unidade, ou 18,6% 
sobre o preço de venda, ou ainda 26% sobre o custo. Se em certa data o preço caísse para $ 1.300,00, 
teríamos:
Preço de venda 1.300,00
Despesas de venda (130,00)
Subtotal 1.170,00
Pela regra legal, se olhada sem maior atenção, teríamos ainda que deduzir o “lucro” de $ 260,00, ou 
de $ 242,00 (18,6% x $ 1.300,00), o que nos obrigaria a considerar:
Subtotal 1.170,00
(-) “Lucro” (260,00)
Valor líquido realizável 910,00
E, assim, teríamos de reduzir o estoque de $ 1.000,00 para esse valor, fazendo aparecer um prejuízo 
nesse exercício de $ 90,00. Isso não teria sentido se o produto fosse posteriormente vendido por $ 
1.300,00, pois aí registraríamos o lucro total de $ 260,00 ($ 1.300 - $ 130,00 - $ 260,00).
A legislação, ao mencionar margem de lucro, refere-se, por exemplo, ao caso em que o preço caiu 
e continuará caindo e a empresa então sabe que nem pelos $ 1.300,00 deverá conseguir vender. Aí 
sim, se, por exemplo, estimar que no máximo conseguirá vender pelo líquido de $ 855,00 ($ 950,00 
menos despesas de $ 95,00), deverá reduzir o estoque de $ 1.000,00 para $ 855,00, o que, comparado 
com o preço de venda na data do balanço, aparenta uma redução de margem de lucro de $ 315,00 
($ 1.170,00 - $ 855,00), mas que na realidade significa a antecipação do prejuízo que realmente ela 
estima que ocorrerá.
Por isso, deve-se ter bastante cuidado na hora da utilização do conceito de custo ou mercado.
Produtos em processo – esses estoques também devem ser confrontados com o valor de 
mercado, havendo duas alternativas para seu cálculo. Uma seria tomar seu custo já incorrido mais 
uma estimativa dos custos a completar. Esse valor final seria comparado com o mercado como se 
fosse um produto acabado. Por outro lado, para estoques em início do processo, a melhor forma 
talvez seja decompô-los pelas matérias-primas já requisitadas, cujos custos seriam comparados 
com o mercado, como se fossem matérias-primas.
33
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Pronunciamento Contábil nº 16 – Estoques, editado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
o objetivo desse pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão 
fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo 
e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. 
Esse pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos 
estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo 
qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e 
os critérios usados para atribuir custos aos estoques. Os estoques, objeto desse pronunciamento, 
devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido; dos dois, o menor.
1.1.4 Estimativa para perdas permanentes
Essa estimativa foi objeto de estudo na disciplina Contabilidade Societária. Os investimentos avaliados 
pelo método de custo devem ser ajustados ao seu valor provável de realização, quando observadas na 
empresa investida evidências de que o valor de custo não será recuperável em virtude de a investida 
estar operando, por exemplo, com prejuízos constantes ou por algum evento que não seja possível sua 
recuperação ao longo dos períodos.
1.1.5 Depreciação e exaustão
Depreciação é a parcela do valor de um imobilizado que não será recuperado devido ao seu uso. Na 
disciplina Contabilidade Societária também foi estudado esse tipo de estimativa, que, apesar do nome 
Depreciação Acumulada, trata-se, na verdade, de mera estimativa redutora do ativo.
Critérios de avaliação
Os direitos classificados no imobilizado, segundo o art. 183 da Lei das S/A, serão avaliados pelo custo 
de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.
Considera-se como custo de aquisição todos os gastos relacionados com a aquisição do 
elemento do ativo imobilizado e os necessários para colocá-lo em local e condições de uso no 
processo operacional da companhia, excluídosos impostos recuperáveis e os encargos sobre 
financiamento, caso esse expediente tenha sido utilizado na aquisição do imobilizado.
 Lembrete
Também os cálculos da Depreciação e Exaustão são feitos de acordo 
com a experiência e intuição. No entanto, é imprescindível que o contador 
se envolva no processo e ouça os demais profissionais da empresa para 
conhecer qual é a vida útil e econômica dos bens, o que irá diminuir o 
conservadorismo “condicional”.
34
Unidade I
Provisões como exigíveis
A Deliberação CVM nº 489/05 aprovou e tornou obrigatório, a partir de 1º de janeiro de 2006, para as 
companhias abertas, o Pronunciamento NPC (Normas e Procedimentos de Contabilidade) 22, que versa 
sobre provisões, passivos, contingências passivas e contingências ativas, emitido pelo Ibracon (Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil).
Esse pronunciamento, convergente com as práticas contábeis internacionais, estabeleceu critérios 
de reconhecimento, mensuração e evidenciação aplicáveis a provisões, contingências passivas e 
contingências ativas.
O termo provisão, como tratado na Deliberação CVM nº 489/05, refere-se apenas aos passivos com 
prazo ou valor incertos. As contas retificadoras do ativo não foram tratadas nesta deliberação.
Ainda, diferencia as provisões propriamente ditas daquelas derivadas de apropriações por 
competência. Estas são caracterizadas como obrigações já existentes, registradas no período de 
competência, sendo muito menor o grau de incerteza que as envolve, não devendo ser reconhecidas 
como provisões (exemplos: férias, 13º salário e respectivos encargos sociais, dividendos propostos etc.).
De acordo com a Deliberação CVM nº 489/05, uma provisão somente deve ser reconhecida quando 
atender, cumulativamente, às seguintes condições:
1. A entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente como consequência de um 
evento passado;
2. Provável probabilidade de que recursos sejam exigidos para liquidar a obrigação;
3. O montante da obrigação possa ser estimado com suficiente segurança.
Obrigação legal – é aquela que deriva de um contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos), 
de uma lei ou de outro instrumento fundamentado em lei.
Obrigação não formalizada – é aquela que surge quando uma entidade, mediante práticas do 
passado, políticas divulgadas ou declarações feitas, cria uma expectativa válida por parte de terceiros e, 
por conta disso, assume um compromisso.
Quando um passivo deixa de atender às condições acima, são tratados na norma como passivos 
contingentes. A definição, na norma, de passivo contingente é:
1. uma possível obrigação presente, cuja existência seja confirmada somente pela ocorrência ou não 
de um ou mais eventos futuros que não estejam totalmente sob o controle da entidade; ou
2. uma obrigação presente que surge de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:
a. é improvável que a entidade tenha de liquidá-la; ou
b. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente segurança;
35
CONTABILIDADE FINANCEIRA
3. quanto à probabilidade de saída de recursos, os passivos devem ser avaliados e classificados em:
a. praticamente certo;
b. provável;
c. possível;
d. remoto.
O tratamento contábil das contingências passivas deverá seguir o seguinte esquema:
Possibilidade de ocorrência do 
desembolso
Tratamento 
contábil
Provável
Mensurável com suficiente 
segurança Provisionar
Não mensurável com 
suficiente segurança
Divulgar em notas 
explicativas
Possível Divulgar em notas explicativas
Remota Não divulgar em notas explicativas
Tal classificação deve ser reavaliada periodicamente e, em caso de mudança, deve-se alterar o 
procedimento contábil adotado.
2 DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E PROVISÕES COMO EXIGÍVEIS
É sabido que o patrimônio líquido é composto pelo capital social e reservas. As reservas podem 
ser de capital e de lucros. A Lei nº 11.638/07, ao passo que eliminou a reserva de reavaliação, 
introduziu novo subgrupo ao patrimônio líquido denominado “Ajustes de Avaliação Patrimonial”, 
que abrigará as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do 
ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na Lei das 
Sociedades por Ações ou em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base 
na competência conferida pelo § 3o do art. 177 da LSA (redação dada pela Medida Provisória nº 
449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941/09). Tal subgrupo tem caráter transitório, isto é, nele 
constarão as contrapartidas de tais ajustes enquanto não computadas no resultado do exercício 
em obediência ao regime de competência.
As reservas correspondem a valores, recebidos dos sócios ou de terceiros, que não representam 
aumento de capital e que não transitaram pelo resultado como receita ou se originaram de 
lucros não distribuídos aos proprietários (FIPECAFI, 2008). Ainda: as reservas não têm nenhuma 
característica de exigibilidade imediata ou remota. Se em algum momento se revestirem dessa 
qualidade, deixam de ser reservas e devem passar a ser classificadas como exigível.
36
Unidade I
3 RESERVAS
Conforme a legislação brasileira, os tipos de reservas podem ser:
1. reservas de capital: são acréscimos ao patrimônio líquido, originados normalmente de terceiros, 
ou seja, não derivam das operações normais da empresa. Os casos mais comuns: ágio cobrado na 
emissão de novas ações; doações e subvenções para investimentos2;
2. reservas de lucro: são as contas constituídas pela apropriação de lucros da empresa: reserva 
legal, estatutária, para contingências, orçamentária e lucros a realizar.
3.1 Reservas versus provisões para contingências
O termo contingência significa incerteza. Ele é comum como reserva para contingências e provisão 
para contingências, havendo alguma confusão nesse sentido.
A reserva para contingências é uma parcela subtraída do lucro líquido do período com a finalidade 
de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de perda julgada provável, desde 
que esse valor possa ser estimado. Ela será revertida no exercício em que deixarem de existir as razões 
que justificarem a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
Exemplos de diminuição de lucro: fenômenos climatológicos (seca, chuva de granizo, geadas, enchentes); 
previsão de greve; instabilidade política e econômica de países fornecedores ou compradores etc.
Observe-se que o fato gerador da reserva para contingências ainda não ocorreu, porém há 
grande possibilidade de vir a ocorrer. Exatamente aqui se diferencia essa reserva da provisão. A 
provisão para contingências é constituída em virtude de um fato ocorrido que pode tornar-se um 
passivo.
Exemplos de provisão para contingências: erros na aplicação de leis trabalhistas que possam ser 
reclamados pelos empregados; possível incidência de ICMS sobre uma mercadoria vendida, sobre 
cuja tributação específica haja dúvida no momento; empregados não optantes do FGTS etc. Enfim, 
qualquer fato já ocorrido que possa gerar dúvida para a empresa.
Note que a provisão gera uma despesa (e uma dívida), enquanto que a reserva não.
4 FUNDOS
Quando se destaca certa quantia em dinheiro para uma finalidade específica, denomina-se esse 
montante de fundos. Tal quantia monetária não será movimentada para outros fins, exceto em aplicações 
financeiras, para reposição de perda inflacionária. A palavra fundos tem o significado de dinheiro ou 
créditos a receber.
2 A reserva de capital – doações e subvenções para investimentos foi revogada pela Lei nº 11.638/07.
37
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Os fundos não são comuns nas sociedades comerciais. São observados com maior frequência nas 
entidades sem fins lucrativos, hospitais, clubes etc. Se, por exemplo, houver uma doação a uma Santa 
Casa específica, para aquisição deequipamentos cirúrgicos modernos, o montante doado constitui-se 
em fundo para essa finalidade, não podendo ser utilizado para outros fins.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o conceito de conservadorismo condicional, 
consulte o artigo:
SANTOS, L. P. G. Efeito da Lei 11.638/07 sobre o conservadorismo 
condicional das empresas listadas BM&FBOVESPA. Contabilidade & 
Finanças, São Paulo, v. 22, n. 56, 2011. Disponível em: <http://www.revistas.
usp.br/rcf/article/view/34333>. Acesso em: 25 jul. 2014.
 Resumo
Nesta unidade, iniciamos o estudo de Contabilidade Financeira por um 
assunto crucial para a contabilidade: As estimativas. 
As estimativas são um sinal importante de que o contador e a 
empresa realmente se atentam e respeitam os princípios, convenções e 
normas Contábeis. Ou seja, mais do que entender as partidas dobradas, 
esta disciplina nos ajuda a entender a aplicação real desses princípios, 
convenções e normas contábeis. 
Aprendemos que como as demonstrações contábeis/financeiras devem 
retratar com fidelidade sua realidade econômico-financeira, visto que as 
informações serão utilizadas como forma de tomada de decisão por diversos 
usuários (governo, acionistas, fornecedores, concorrentes). Assim, os ativos 
da empresa devem estar gravados no balanço patrimonial da companhia 
pelo seu valor de provável realização, resguardadas suas respectivas regras, 
e todos os seus passivos deverão estar devidamente reconhecidos.
Para isso, conhecemos a técnica de constituir as estimativas relacionadas 
no ativo e as provisões registradas no passivo, e delineamos a diferença 
entre estas e a depreciação, exaustão, provisões como exigíveis, reservas e 
fundos.
A expectativa é a de que neste momento você tenha condições de lidar 
plenamente com o tópico Estimativas. 
38
Unidade I
Muito importante: note que alguns conteúdos e exercícios já tratam 
as partidas dobradas com naturalidade, partindo do princípio que você já 
está bem situado(a)nesse assunto. Mas se sentir dificuldades com o débito 
e crédito, não deixe de entrar em contato com os tutores.
Agora, vamos para a parte II deste livro onde você irá estudar Folha de 
Pagamento e Encargos.
Vamos lá!
 Exercícios
Questão 1. As empresas A e B adquiriram, na mesma data, 01/07/X7, equipamentos idênticos 
e nas mesmas condições, por R$ 60.000,00 cada um, com vida útil estimada em 5 (cinco) anos. Os 
equipamentos foram colocados em funcionamento imediatamente e nenhuma empresa considerou 
o seu valor residual. Em 31/12/X7, o saldo de depreciação acumulada dos referidos equipamentos, nas 
empresas A e B, respectivamente, foi de R$ 6.000,00 e de R$ 10.000,00.
Com base nas informações disponíveis, os métodos de depreciação adotados pelas empresas A e B 
foram:
A) Horas de Trabalho e Soma dos Dígitos.
B) Horas de Trabalho e Unidades Produzidas.
C) Quotas Constantes e Soma dos Dígitos.
D) Quotas Constantes e Unidades Produzidas.
E) Soma dos Dígitos e Quotas Constantes.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das alternativas
Justificativa geral: a empresa pode escolher entre os diferentes métodos de depreciação dos 
equipamentos.
Se adotar o método linear (de quotas constantes), a empresa aplicará, em cada exercício social, taxas 
constantes de depreciação, durante todo o tempo de vida útil do bem, conforme legislação vigente.
No caso do método de soma dos dígitos, há a aplicação de taxas variáveis, conforme o tempo de vida 
útil do equipamento. O processo consiste em somar os algarismos que formam o tempo de vida útil.
39
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Há, também, outro método baseado no cálculo feito a partir das horas trabalhadas em cada período, 
estimando-se em horas o tempo de vida útil do bem.
Finalmente, o método das unidades produzidas é feito com base na estimativa da quantidade que 
pode ser produzida pelo bem em seu tempo de vida útil.
No exercício em análise, como não foram fornecidas informações acerca de horas de trabalho nem 
de unidades de produto, resta considerar os dois outros métodos para depreciação. 
Pelo método da quota constante, aplica-se a taxa de 10% ao ano para depreciação. Assim, o valor 
da depreciação na empresa A é de R$6.000,00, pois 
Pelo método da soma dos dígitos, é necessário somar os anos de uso do equipamento adquirido. 
Como no enunciado há a informação de que a vida útil é de 5 anos, procedemos à soma dos anos: 
1+2+3+4+5=15.
A depreciação para o primeiro ano (ano 1) é R$20.000,00, pois 5/15 de R$60.000,00 são R$20.000,00.
Como o equipamento foi adquirido em 01/07/X7, a empresa B fez uso dele durante seis meses (de 
julho a dezembro), ou seja, durante metade de um ano. Logo, a depreciação para o período de uso do 
equipamento é R$10.000,00, pois metade de R$20.000,00 resulta em R$10.000,00.
Questão 2. O diretor financeiro da InvestNew Ltda., em reunião de executivos da empresa para 
definir a estratégia de atuação para o próximo triênio, apresenta, para discussão e análise, a viabilidade 
de implantação de um novo projeto já no próximo ano. Após as justificativas da necessidade técnica 
do referido projeto, a discussão concentra-se em relação ao retorno que o projeto geraria. O diretor 
financeiro informa, então, os seguintes valores.
Valor no início 
do mês
Juros 
incorridos
Receita líquida de impostos 
recebida ao final do mês
Valor do investimento 
no fim do mês
R$ 20.000,00 R$ 2.500,00 R$ 1.000,00 R$ 21.500,00
Com base nesses dados, qual é a taxa de retorno do projeto no mês?
A) 4,65%. 
B) 5,00%. 
C) 7,50%. 
D) 10,00%. 
E) 12,50%.
Resolução desta questão na plataforma.
40
Unidade II
Unidade II
5 FOLHA DE PAGAMENTO
Trata-se de uma relação nominal dos funcionários de uma empresa, na qual estão registrados os 
valores referentes à remuneração de cada um em um determinado período de trabalho, compreendendo 
vencimentos, salários, comissões, gratificações, deduções, abatimentos, descontos previdenciários e 
sociais, valores brutos e valores líquidos dos recebimentos.
O cálculo da folha de pagamento traduz-se na aplicação de conceitos que constarão aqui e também 
daqueles estudados nas disciplinas Direito Social e Direito Trabalhista.
A fim de restringir o estudo da folha de pagamento, consideraremos apenas os cálculos de empregados 
mensalistas.
A título de revisão, vejamos a seguir algumas definições:
 Observação
A folha de pagamento é certamente um dos trabalhos que mais 
despertam atenção, seja porque lida diretamente com os trabalhadores, 
seja pelos valores normalmente elevados que movimenta. 
Por conta da legislação e da responsabilidade trabalhista, a folha de 
pagamento é personalizada para cada empresa e para cada funcionário, o 
que exige sofisticados sistemas de TI e supervisão constante de contadores. 
Há bancos que disputam acirradamente o privilégio de cuidar da folha de 
pagamentos de um cliente! 
5.1 Salário
É a contraprestação devida ao trabalhador pela prestação de seus serviços ao empregador, em 
decorrência do contrato de trabalho existente entre as partes.
5.2 Remuneração
É a soma do salário contratual devido com outras vantagens e/ou adicionais percebidos pelo 
trabalhador, seja em dinheiro ou em utilidades, em decorrência do exercício de suas atividades.
41
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Integram a remuneração Não integram a remuneração
s฀'ORJETAS
s฀#OMISSÜES
s฀'RATIlCA ÜES
s฀0RÐMIOS
s฀!DICIONAL฀DE฀INSALUBRIDADE
s฀!DICIONAL฀DE฀PERICULOSIDADE
s฀!DICIONAL฀NOTURNO
s฀!JUDA฀DE฀CUSTO�฀QUANDO฀EXCEDER฀���฀
do salário do empregado
s฀$IÉRIAS฀DE฀VIAGEM�฀QUANDO฀EXCEDEREM฀
���฀DO฀SALÉRIO฀DO฀EMPREGADO
s฀3ALÉRIO
UTILIDADE�฀DESDE฀QUE฀HABITUAL
s฀'RATIlCA ÜES฀PAGAS฀SEM฀
habitualidade
s฀0RÐMIOS฀PAGOS฀SEM฀HABITUALIDADE
s฀)NDENIZA ÜES
s฀#OMPLEMENTA ÎO฀DE฀APOSENTADORIA
s฀$IREITOS฀AUTORAIS
s฀0ARTICIPA ÎO฀NOS฀LUCROS
s฀0RESTA ÜES�฀in

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