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CCJ0022-WL-O-LC-09-01-Fase Policial

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FASE POLICIAL 
 
Inicia-se com a apreensão em flagrante do adolescente, seguida de seu 
encaminhamento à delegacia de polícia especializada (se houver), a fim de ser lavrado 
ou o auto de apreensão em flagrante ou o boletim de ocorrência circunstanciado, 
conforme a natureza do ato infracional praticado (vide arts. 172 e 173 do ECA). Ao 
chegar à delegacia, a autoridade competente deve comunicar imediatamente a 
apreensão ao juiz, aos pais ou responsável do adolescente ou pessoa por ele indicada, 
sob pena de responder pelo crime do art. 231 do ECA. 
 
Hipóteses de cabimento: 
a) Auto de apreensão em flagrante - Se o ato foi praticado com violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
b) Boletim de ocorrência - Se o ato não foi praticado com violência ou grave ameaça à 
pessoa. 
 
No art. 173, além de prever o procedimento a ser adotado em sede policial, o 
legislador ainda apontou as providências a serem tomadas, a fim de se comprovar a 
autoria e a materialidade, bem como a garantia de direito contida no artigo 107 do 
ECA. Ainda nessa fase, previu a possibilidade de liberação ou não do infrator pela 
autoridade policial (art. 174, ECA). Para tanto, o delegado e as demais autoridades 
terão que se pautar pelas regras do art. 122 do ECA, que admite a internação quando o 
ato infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa. 
Observação: Como o Estatuto não definiu o significado de ato infracional de natureza 
grave, por conta dessa omissão a doutrina majoritária adotou um critério com base na 
lei penal para definí-lo, entendendo por ato infracional de natureza grave como sendo 
o ato análogo ao crime apenado com pena de reclusão. 
 
Ressalte-se que a internação admitida antes da sentença é a denominada internação 
provisória, pautada no art. 108 do ECA, baseada em indícios de autoria e materialidade 
e necessidade imperiosa da medida. Seu prazo máximo será de 45 dias. Não cabe à 
autoridade policial determinar a internação provisória, mas tão somente ao Juiz da 
Infância e Juventude. A regra é a liberação condicionada aos pais, que prestam 
compromisso de apresentar o adolescente ao MP no mesmo dia ou no máximo no dia 
útil seguinte. Excepcionalmente, o adolescente será internado provisoriamente. 
 
No art. 174, o legislador ainda prevê que não sendo o adolescente liberado e não 
podendo ser apresentado no prazo de 24 horas ao Promotor de Justiça, ele deverá ser 
encaminhado a uma entidade adequada ou, na falta desta entidade, deverá ser 
mantido em cela separada dos adultos (art. 175, ECA). No caso de suspeita de 
participação de adolescente em prática de ato infracional, previu o legislador a 
possibilidade de investigação, que se dará com a instauração de inquérito policial, que 
culmina com a elaboração de um relatório, o qual deverá ser encaminhado ao 
Ministério Público (arts. 176 e 177, ECA). 
 
Assim, podemos concluir que: a) Estando o adolescente em estado de flagrância - 
dependendo da natureza do ato infracional praticado, o delegado poderá lavrar um 
auto de apreensão em flagrante (art. 173, caput e incisos do ECA) ou um boletim 
circunstanciado (art. 173,§ único do ECA). b) Se não houver flagrante, mas havendo 
indícios de envolvimento do adolescente com prática de ato infracional, o Delegado 
 
 
 
 
 
 
 
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poderá investigar e lavrar um relatório (art. 177, ECA). Finalmente, objetivando dar 
maior visibilidade no transporte do adolescente infrator, o legislador não permitiu que 
ele fosse transportado em compartimento fechado de viatura policial (art. 178, ECA). 
Partindo do mesmo princípio, não é possível algemar o adolescente infrator, a não ser 
se houver necessidade em razão da segurança/periculosidade. Ou seja, como o ECA 
nada dispõe acerca do uso de algemas, o raciocínio é o mesmo da súmula vinculante 11 
do STF: 
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de 
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física 
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da 
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que 
se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”.

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