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Módulo IV - Planejamento de cerimonias Unidade 4 - A Mesa “O protocolo é o produto de uma reiterada prática de bem viver, cujas regras somente podem ser repelidas em virtude de preconceitos oriundos da inveja e da vaidade, ou então, frutos do descaso pelos valores sociais” Miguel Reale Apresentação Em toda a história da civilização a mesa ocupa uma posição central, enquanto mobiliário, e outra simbólica, na medida em que eventos, comemorações e rituais, na maioria das vezes, ocorrem no seu entorno. Para o Legislativo, o termo tem um significado especial, tendo em vista que o colegiado que dirige as casas legislativas é denominado Mesa Diretora. ROMAGNOLI (1998:496) afirma com propriedade que “A mesa é, por excelência, o lugar da sociabilidade assim como o espaço onde se encontram o corpo e a alma, a matéria e o espírito, a exterioridade da etiqueta e a interioridade da ética”. Para comprovar o que o autor afirma você deve se lembrar que o imaginário popular sempre associa a pompa e a circunstância do protocolo com as refinadas recepções, cujo símbolo máximo é a mesa de banquete. Nesta unidade, você aprenderá um pouco sobre as regras relacionadas com as situações de cerimonial e eventos que tem uma mesa como ponto de partida. As cabeceiras de mesa nas recepções A distribuição dos convidados em uma mesa de almoço ou jantar passa necessariamente pela definição da cabeceira. Como você aprendeu no primeiro módulo, a partir dela é estabelecida a posição dos convidados pela ordem de precedência. São dois os tipos de cabeceira: a francesa e a inglesa. LINS (1991:78) explica que a cabeceira francesa é: Nas mesas retangulares e estreitas as extremidades ficam vazias, ou podem ser ocupadas cada uma pelos homens de menor hierarquia. Nas mesas com as extremidades mais largas ou em formato oval, em cada extremidade pode ficar um casal, sempre os de menor precedência. De acordo com LINS (1991:78) a cabeceira inglesa “É colocada nas extremidades da mesa e a disposição dos convidados segue a mesma regra de intercalação de cavalheiros e damas por ordem de hierarquia”. A escolha do tipo de mesa e cabeceira é determinada em função: Do tipo de reunião Das características do local Da quantidade de convidados Do nível dos convidados E fique atento para as seguintes regras: O número de participantes, incluindo os anfitriões, deve ser sempre um múltiplo de quatro mais dois, de forma a permitir a alternância cavalheiro\dama; Em mesas mistas as mulheres têm a mesma precedência de seus maridos; No caso de mulheres com cargo oficial, a precedência de seus maridos estará determinada pela sua posição em relação aos demais homens; À mesa alternam-se homens e mulheres, ficando separados os membros de um casal. Jamais se colocam mulheres nas pontas das mesas. Tipos de mesa em eventos Como você aprendeu nas unidades anteriores, os objetivos do evento, suas características, o local de realização e o número de participantes esperados são determinantes para a definição de algumas decisões a serem tomadas. Uma delas é a forma como será montado o esquema de mesas. Existem vários modelos de disposição dos convidados/participantes. De acordo com CIACAGLIA (2008:146) os mais utilizados são: Disposição em "U" Facilita o convívio e participação dos convidados, sem prejudicar a movimentação do palestrante e a colocação de equipamentos. Disposição em Quadrado Permite excelente interação e proximidade entre os participantes. Disposição em "T" Ótima para agregar os participantes, ao mesmo tempo em que cria uma “cabeceira” para aqueles mais importantes e de maior precedência. Disposição em Círculo Todos os participantes têm uma excelente visão dos demais, é um esquema que possibilita a quebra de barreiras hierárquicas e facilita a integração. Auditório É o modelo mais empregado em eventos com grande número de participantes, onde a interação não é um dos objetivos. "Espinha de Peixe" Agrupa grande número de convidados, além de possibilitar uma certa interação entre eles. "Grupos" Utilizada quando se deseja trabalhar em grupos, num mesmo ambiente. Facilita o acompanhamento do desenvolvimento dos trabalhos pelos organizadores. Composição de mesas Os termos mesa diretora, mesa principal e mesa de honra, têm definições muito similares. Todas referem-se à mesa composta por um número par ou ímpar de pessoas que irão conduzir a cerimônia. Usa-se a denominação mesa de honra quando a mesa é formada basicamente por autoridades. A definição dos lugares na mesa do evento é uma tarefa delicada e que requer muita atenção. O primeiro passo é ter bem definida a ordem de precedência a que cada convidado tem direito. Mas, não basta distribuir os convidados apenas considerando as normas gerais de precedência. Outros indicativos de precedência devem obrigatoriamente ser observados: Não se esqueça, também, do princípio da “Primazia da Direita” e da diferença entre Presidência e Precedência, tópicos tratados no módulo II. O centro da mesa será ocupado por quem irá presidir a cerimônia. Os demais convidados serão dispostos nos assentos à direita e à esquerda do presidente, a partir do centro, com base na ordem de precedência identificada. Um aspecto interessante que não pode ser esquecido é que nem todas as autoridades que compõem a mesa precisam fazer pronunciamentos. O ideal é que no máximo 5 pessoas façam uso da palavra. É muito importante que o roteiro final seja discutido com a autoridade que preside a cerimônia, de forma a evitar mal entendidos e situações embaraçosas no decorrer do evento. A título de exemplificação, segue o esquema de uma Mesa Diretora de uma casa legislativa. O Presidente, ao conduzir as sessões, senta-se ao centro da mesa diretora do Plenário. Os demais membros da Comissão diretora que forem compor a mesa ficam dispostos nas cadeiras colocadas à direita e à esquerda do Presidente da Casa. Ao longo do curso, você percebeu que as situações de emprego das normas e regras do cerimonial são as mais diversas possíveis. E que há toda uma base legal que orienta o seu emprego. Tenha sempre em mente que, apesar de todas as convenções e leis existentes, a lei máxima do cerimonial é o uso do bom senso. E o seu emprego é que determina a solenidade e a devida dignidade às cerimônias. Este curso apresentou de forma geral os aspectos mais importantes da sua prática. Nunca deixe de aprofundar os seus conhecimentos a respeito da sua atividade. Para ajudá-lo(a), foi disponibilizada uma lista contendo as referências bibliográficas empregadas durante o curso e alguns títulos de referência da área. E para refletir vale a pena ter em mente a afirmativa de KALIL (2007:94);
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